05 junho 2014

Lição 10 - 08/06/14 - "O MINISTÉRIO DE MESTRE OU DOUTOR"

TEXTO ÁUREO

"De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: [...] se é ensinar, haja dedicação ao ensino" (Rm 12.6,7).


VERDADE PRÁTICA


Os vocacionados por Deus para o ministério do ensino são por Ele chamados para edificar a Igreja de Cristo.


O assunto desta lição diz respeito ao ministério de mestre ou doutor, dentro do contexto dos dons Espirituais e Ministeriais. Em Ef 4.11, a palavra que se traduz por pastores e mestres, no original, da entender como sendo dois aspectos de um mesmo dom: "pastores e mestres são dois aspectos dum só ministério".

É evidente que, originalmente, os pastores não eram mestres. A princípio, não havia necessidade de mestres, separadamente, uma vez que havia apóstolos, profetas e evangelistas. Gradativamente, porém, a didaskalia (o ensino, a docência) ligou-se mais e mais estreitamente ao ofício pastoral; mas, mesmo então, os mestres não constituíram uma classe separada de oficiais.

A declaração de Paulo em Ef 4.11, de que o Cristo assunto também dera à igreja “pastores e mestres”, mencionados como uma única classe, mostra claramente que estes dois não constituem duas diferentes classes oficiais, mas uma só classe com duas funções inter-relacionadas. I Tm 5.17 fala de presbíteros que trabalhavam na palavra e no ensino, e, conforme Hb 13.7, os hegumenoi eram igualmente mestres. Além disso, em II Tm 2.2 Paulo insta com Timóteo sobre a necessidade de nomear para ofício homens fiéis e também capazes de instruir a outros.

Com o transcorrer do tempo, duas circunstâncias levaram a uma distinção entre os pastores encarregados somente do governo da igreja, e os que também eram chamados para ensinar: (1) quando os apóstolos faleceram e as heresias surgiam e aumentavam, a tarefa dos que eram chamados para ensinar tornou-se mais exigente, requerendo preparação especial, II Tm 2.2; Tt 1.9; e (2) em vista do fato de que o trabalhador é digno do seu salário, os que estão engajados no ministério da Palavra, tarefa amplamente abrangente que requer todo o seu tempo, foram liberados doutros trabalhos para poderem devotar-se mais exclusivamente ao trabalho de ensinar. Com toda a probabilidade, os aggeloi (anjos) aos quais foram dirigidas as cartas enviadas às sete igrejas da Ásia Menor, eram os mestres ou ministros daquelas igrejas, Ap 2.1, 8, 12, 18; 3.1, 7, 14.


O objetivo deste estudo é trazer algumas informações e textos, colhidos dentro da literatura evangélica, com a finalidade de ampliar a visão sobre o ministério de mestre ou doutor, dentro do contexto dos dons Espirituais e Ministeriais. Não há nenhuma pretensão de esgotar o assunto ou de dogmatizá-lo, mas apenas trazer ao professor da EBD alguns elementos e ferramentas que poderão enriquecer sua aula.

I - JESUS, O MESTRE POR EXCELÊNCIA

Jesus é o Grande Mestre, à encarnação viva da verdade. Ele disse: "Eu sou... a verdade" (João 14:6).
Ele foi cem por cento aquilo que ensinou. Fosse qual fosse o assunto, ele o encarnava e ensinava com transbordamento de toda a sua vida. S. D. Gordon disse: "Jesus tinha já feito antes de fazer, viveu aquilo que depois ensinou viveu tudo antes de ensinar, e viveu tudo bem mais do que pôde ensinar." C. S. Beardslee assim se expressou sobre Jesus: "Sua grande alma deu lugar bem grande para que o Espírito Santo o ungisse inteira e completamente... Olhando para os olhos dele, você vê a luz em sua inteireza... Ele tinha ilimitadas reservas de verdade, de majestade, de beneficência, de entusiasmo, de paciência, de persistência, de longanimidade... Ele mostrou aos que depen­diam de outros como deviam confiar; aos servos, como servir; aos governadores, como dirigir; aos vizinhos, como serem ami­gos; ao necessitado, como orar; ao sofredor, como suportar; e a todos os homens, como morrer... Ele é o ensino modelar para todas as épocas”.

Esta encarnação da verdade proveio de duas coisas. Do fato de ele ser Deus e possuir as perfeitas qualidades de Deus. Foi ele o único ser perfeito. Ele difere de nós em qualidade e também em grau. Por isso jamais poderemos nos aproximar de sua perfeição. Também a sua encarnação da verdade proveio do fato de ele ter estudado e experimentado a verdade, e feito dela parte de si mesmo. "Jesus crescia em sabedoria" (Luc. 2: 52). Jesus aprendeu como filho e como irmão dentro de seu lar, pelo estudo e freqüência à sinagoga, e também com as experiên­cias naturais da vida humana. Experimentou tentações que diziam respeito à conservação de sua própria vida, à consi­deração social e à ambição do poder. O escritor da Carta aos Hebreus diz: "Convinha que ele (Deus)... fizesse dele, pelo sofrimento, o pioneiro da perfeita salvação deles" (Hb. 2:10).

A encarnação da verdade pelo mestre afetava o seu en­sino pelo menos de duas maneiras. Em primeiro lugar, dava-lhe um tom de autoridade que se não via nos escribas e rabinos do seu tempo — os professores oficiais dos dias de Jesus. A sa­bedoria destes era mais aquela vinda de fora, era matéria de oitiva, ensinavam mais citando autoridades e a tradição. A sa­bedoria de Jesus vinha de dentro e não precisava de escoras ou de confirmação. "Este mestre era diferente. Não citava ninguém, e apresentava sua própria palavra como suficiente." Portanto, ensinava com clareza meridiana, com convicção e poder. O povo "se admirava do seu ensino, porque ele os ensinava como quem tinha autoridade, e não como os es­cribas" (Mar. 1:22). O fato de viver aquilo que ensinava também inspirava confiança naquilo que dizia. O povo viu corporificado no que ele praticava aquilo que ele queria que eles fizessem. Anotavam como ele se comportava diante da tristeza, da crítica, do desapontamento, da perseguição. O seu modo de viver reforçava e dava peso àquilo que dizia. "A maior coisa que seus discípulos aprenderam de seus ensinos não foi à doutrina, e, sim, sua influência. Até a última hora de suas vidas, a maior coisa foi o terem eles estado com Jesus." Por isso, "designou doze para estarem com ele" (Mar. 3:14).

A ênfase que Jesus deu ao ensino ressalta do fato de em geral ser ele reconhecido como Mestre. "À luz dos Evangelhos, vemos que seus discípulos e contemporâneos o tornavam como mestre." Ele foi mesmo chamado Mestre, Professor ou Rabi; e tudo isto, traz em seu bojo a mesma ideia geral expressa por Nicodemos quando disse - "Rabi, sabemos que és mestre vindo da parte de Deus" (João 3:2).
Nos Evangelhos, Jesus é cha­mado mestre nada menos de quarenta e cinco vezes, e nunca se fala nele como pregador. L. J. Sherril diz que, somando-se todos os termos equivalentes a mestre, temos o total de ses­senta e um. Norman Richardson anota que o vocábulo Mestre é usado sessenta e seis vezes na Versão King James; cinqüenta e quatro vezes é derivado da palavra grega que significa profes­sor ou mestre. Fala-se em Jesus ensinando, quarenta e cinco vezes; e onze apenas pregando, e, assim mesmo, pregando e ensinando, como vemos cm Mateus 4:23 — "ensinando em suas sinagogas e pregando o evangelho do reino". Chamavam-no mestre não apenas os doze, mas também outros mais discípulos seus.

Outrossim, Jesus a si mesmo se chamava Mestre, dizendo: "Vós me chamais Mestre e Senhor; e dizeis bem, porque eu o sou" (João 13:13). Também dizia ser "a luz", vocábulo que traz a ideia de instrução. Nesta linha de pensamento, interes­sante é notar que João Batista sempre foi mais chamado pre­gador que mestre.

Outra indicação desta ênfase sobre o ensino é a termino­logia empregada para descrever os seguidores e a mensagem de Jesus. Não são eles chamados súditos, servidores ou camara­das. A palavra “cristão” só é empregada três vezes em o Novo Testamento para caracterizá-los e assim mesmo uma vez como zombaria. No entanto, vemos a palavra discípulo, que significa aluno ou aprendiz, empregada 243 vezes, para referir-se aos seguidores de Jesus. A mensagem de Jesus diz-se ser ensino (39 vezes), e sabedoria (seis vezes), não dando tanto a ideia de preleção ou sermão. A expressão Sermão do Monte não é usada pelos escritores do Novo Testamento. Mateus apenas diz — "E ele se pôs a ensiná-los, dizendo..." (Mat. 5:2). Tal peça deve ser intitulada — O Ensino do Monte, e não O Sermão do Monte.

Também se revela bem a ênfase do Mestre em ensinar no modo entusiasta e até agressivo pelo qual externou sua atividade educadora. Ele ensinava em qualquer lugar e a toda hora — no Templo, nas sinagogas, no monte, nas praias, na estrada, junto ao poço, nas casas, em reuniões sociais, em pú­blico e em particular. "Relutava mesmo em curar, preferindo aproveitar a oportunidade para apresentar sua mensagem." Ma­teus diz — "Andava Jesus por toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas deles, e proclamando as boas-novas do reino, e curando todas as doenças e enfermidades entre o povo" (Mat. 4:23, tradução de Goodspeed). Toda a obra de Jesus estava envolta em atmosfera didática, e não tanto num ar de preleções ardentes, pois observamos que os ouvintes se sentiam à vontade para lhe fazer perguntas, e ele, por sua vez, lhes propunha questões e problemas.

Ele preparou um grupo de mestres para que levassem avante sua obra. "No decorrer dos últimos dias de sua traba­lhosa vida, ele se dedicou ao ensino e preparo do pequeno grupo de discípulos que a ele se agregara." E ele os enviou aos confins da terra para que fizessem discípulos (para que matriculassem na escola de Cristo), a batizá-los (uma orde­nança educadora) e a instruí-los na observância de todas as coisas que lhes tinha mandado (Mat. 28:19,20). Jesus cria muito e muito no ensino, requisito este indispensável a qualquer professor.

Ele se dedicou ao ensino e sempre dignificou tal vocação. "A maior glória da profissão do mestre está no fato de haver Jesus Cristo escolhido ser mestre, quando se viu face a face com aquilo que tinha a realizar na vida." George H. Palmer percebeu bem este espírito, quando assim se ex­pressou "Creio tanto no ensino que, se necessário fosse, pa­garia pelo privilégio de ser mestre em vez de receber algo por ensinar”.

II - O ENSINO DAS ESCRITURAS NA IGREJA DO PRIMEIRO SÉCULO

A igreja primitiva perseverava no ensino da Palavra, de tal modo que em Atos 5:42 lemos: "E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar e de anunciar a Jesus Cristo.

No lar em que Timóteo cresceu, havia o ensino da Palavra de Deus. Tanto foi assim que o apóstolo Paulo, ao escrever ao jovem pastor a sua segunda carta, lembra e recomenda isso a Timóteo: "Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido, e que, desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus." (v. 14 e 15).

A palavra grega usada por Paulo em Efésios 4:11 significa "instrutor". Esses instrutores (mestres) com o dom do Espírito, dados por Cristo à Igreja, podem ressaltar verdades negligenciadas, e ajudar a treinar e a inspirar outros para também se tornarem mestres. Depois da mensagem do evangelho ter resultado em conversões, os novos cristãos têm de ser ensinados. Na Grande Comissão (Mat. 28:18-20) logo depois da ordem para discipular vem: "ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado".

  Como podemos avaliar a importância relativa dos dons Ministeriais? A única resposta possível a esta pergunta é: "De acordo com o grau em que edificam". Já que todos os charismata são dados para a edificação de cristãos individuais e da igreja como um todo, quanto mais eles edificam, mais valiosos eles são. Paulo é claro como cristal a respeito disto. "Visto que desejais dons espirituais", ele escreve, "procurai progredir, para a edificação da igreja" (I Cor. 14:12).

  Por este critério, os dons de ensino têm o valor mais elevado, porque nada edifica melhor os cristãos do que a verdade de Deus. Por isso, não é surpreendente encontrar um ou mais dons de ensino encabeçando as listas do Novo Testamento. A insistência dos apóstolos na prioridade do ensino tem relevância considerável na Igreja do nosso tempo. Em todo o mundo, as igrejas estão espiritualmente subnutridas, por causa da carência de expositores da Bíblia. Em áreas onde há movimentos de massa todos estão suplicando mestres que instruam os convertidos. Por causa da escassez de instrutores, é triste ver tantas pessoas preocupadas e até distraídas por dons de importância secundária.

 Portanto, os charismata são dados para a "utilidade de todos". Paulo aplica este princípio em Efésios 4:11,12 aos dons de ensino. Cristo dotou alguns para serem "apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres". Por quê? Com que propósito? Ele mesmo responde.

"Com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo". O objetivo imediato do instrutor é levar pessoas cristãs (os "santos") à maturidade cristã e ao serviço cristão, equipando-os para o seu ministério na Igreja e no mundo. Os mestres são chamados para serem instrutores, seus ministérios são produzir mais ministérios, incentivando outros a exercerem os dons que Deus lhes deu. Somente então o outro objetivo será alcançado, que é (novamente) "a edificação do corpo de Cristo", até que atinja sua unidade e maturidade completas, a "medida da estatura da plenitude de Cristo" (vv. 12,13).

III - A IMPORTÂNCIA DO DOM MINISTERIAL DE MESTRE

Uma das coisas que a Igreja mais precisa na atualidade é mais mestres em Bíblia. Mas isto também está nas mãos soberanas de Deus. Ensinar é simplesmente uma capacidade, dada pelo Espírito, de firmar na vida de cristãos o conhecimento da Palavra de Deus e a sua aplicação em seu pensar e agir. O objetivo do ensino é que os cristãos sejam conformes à imagem de Jesus. Isto pode e deveria ser feita com simplicidade, amor e profundidade. Há muitos anos atrás conheci a história de dois professores de doutrina. Ambos tinham alcançado o grau de doutor, e eram professores universitários por direito adquirido. Tinham urna coisa em comum: quando ensinavam suas classes, faziam-no com tanta humildade e amor que às vezes lhes vinham lágrimas aos olhos. Esqueceu-se há muito grande parte do que ensinaram, mas ainda aquelas "lágrimas" são lembradas.

A maneira que Paulo pôs as palavras em Efésios 4:11 dá tanta proximidade aos dons de pastor e de mestre, que quase poderiam ser traduzidos como se fossem um só dom, "pastor-mestre". Isto reforça a idéia de que o ensinador espiritual deve ter uma sensibilidade amorosa quanto às necessidades dos seus alunos.

Alguns dos melhores ensinadores da Palavra não tiveram muita instrução formal. E, em contraste, alguns dos ensinadores mais fracos tinham Ph.D., em diversas disciplinas bíblicas e correlatas, mas faltava-lhes o dom do ensino, para comunicar seu conhecimento. Infelizmente alguns seminários se enquadram no conceito secular de ensinar, e alguns dos melhores ensinadores bíblicos não têm diplomas, e por isso são impedidos de ensinar em um seminário moderno. Teme-se que, se esta prática for levada ao extremo, isto possa ser perigoso para a Igreja. Não se está querendo dizer que Deus não usa nossa capacidade intelectual quando nos entregamos a Ele, mas o dom espiritual do ensino, como todos os outros dons, é uma capacitação sobrenatural do Espírito Santo e não um diploma universitário.

O dom do ensino pode ser unido em qualquer contexto – seminário teológico, instituto bíblico, classe de escola dominical, estudo bíblico em casa. O que importa é que quem tem este Dom o use onde e quando Deus orientar.

Um dos primeiros versículos da Escritura que Dawson Trotman, o fundador dos Navegadores, fazia seus alunos memorizassem era: "Tome as palavras que você me ouviu anunciar na presença de muitas testemunhas, e entregue-as aos cuidados de homens de confiança, que sejam capazes de ensinar os outros" (2 Tim. 2:2, BLH).
Isto se parece com uma fórmula matemática para anunciar o evangelho e aumentar a Igreja. Paulo ensinou a Timóteo; Timóteo transmitiu o que sabia a homens de confiança; estes homens capazes também ensinariam a outros. E assim o processo nunca é interrompida. Se cada crente seguisse este método, a Igreja poderia alcançar o mundo todo com o evangelho em uma geração! Evangelização de massas, nas quais eu tenho confiança e a que entreguei a minha vida, nunca cumprirão a Grande Comissão; somente um ministério um-a-um fará isto.

Conclusão:

A doutrina cristã uma vez ensinada e vivida na prática, dá origem a santos e bons costumes, que por sua vez confirmam a doutrina bíblica - Tt 2:10 - I Cor 6:20; 10:31-32; Fp 1:27 I Pe 1:15; 3:1-7. Logo, se a Igreja ensinar a doutrina na unção do Espírito Santo, os bons costumes virão sem legalismo, como uma expressão de submissão à referida doutrina (Lc 14:33; Rm 12:2; Ef 2:10; Tg 2:14, 17, 26; I Jo 2:15; I Pe 2:19) cf (Ml 3:16; Is 40:6-8; Mt 5:18; 24:35).

Subsídio para o Professor

I – INTRODUÇÃO:
   
I Cor 11:23a - Um mestre realmente dado por Cristo e ungido pelo Espírito Santo pode ser de inestimável bênção para a Igreja, como fator contribuinte para o aperfeiçoamento dos santos para a obra do ministério e a edificação do corpo de Cristo. Portanto, o dom de mestre se revela através da divina capacidade para transmitir conhecimentos espirituais, vindos diretamente do Senhor.
  
II – JESUS, O MESTRE DOS MESTRES:
   
Jo 3:2 – Nicodemos chamou Jesus de “RABI”, que significa UM GRANDE HOMEM EM MATÉRIA DE ENSINO. E Jesus de fato o é. Ele é o Mestre Supremo e sem igual. Os conhecimentos que O tornaram verdadeiramente grande e maravilhoso foram recebidos diretamente de Deus (Jo 7:16-17). Vejamos o exemplo de didática deixado pelo Mestre dos mestres, o Senhor Jesus:
  
(1) - JESUS ERA SIMPLES NO ESTILO E LINGUAGEM - Tendo sido o maior de todos os mestres, os ensinos de Jesus foram os mais simples, ao alcance de todas as classes ouvintes. Em frases curtas, expunha as verdades mais profundas a respeito do futuro, da eternidade, do céu e do inferno. As Suas palavras, em forma de paradoxo, produziam nos ouvintes impacto capaz de despertar as consciências adormecidas, conduzindo-os à realidade dos deveres para com Deus (Jo 7:46).
  
(2) - JESUS POSSUÍA ENSINOS UNIVERSAIS – Cada País tem a sua própria legislação e costumes. Por isto, há diferentes métodos de ensino, para as diferentes regiões. Os ensinos de Jesus, entretanto, são universais: Servem para todo mundo, para todos os lugares, para todas as épocas. Muito longe de serem filosofias complicadas, os ensinos de Jesus apontavam a solução para o problema de todas as classes: crianças e velhos; pescadores e mestres da lei; no Seu tempo e em nossos dias.
  
(3) - JESUS ENSINAVA COM AUTORIDADE – Mt 7:28-29 – As palavras dos escribas eram simples produto do que tinham na mente; destituídas de vida e poder. As palavras de Jesus, porém, tinham força de um decreto emanado da autoridade competente. Suas lições eram leis; Suas palavras, mandamentos divinos. A doutrina de Jesus era transmitida no poder do Espírito, ao espírito dos homens, desfazendo-lhes as dúvidas e implantando-lhes profunda convicção da verdade (Jo 6:63).
  
III – EFEITOS DO ENSINO DO MESTRE DOS MESTRES NO CAMINHO PARA EMAÚS:
  
Leiamos  Lc 24:17-20, 25-27, 32-35, e vamos meditar:
  
(1) - OS OLHOS DOS DISCÍPULOS FORAM ABERTOS E RECONHECERAM JESUS– Lc 24:31 - É vazia a mensagem que não traz ao ouvinte o conhecimento de Jesus – Sl 119:130; II Pe 3:18.
  
(2) - A MENSAGEM DE CRISTO FEZ ARDER O CORAÇÃO DOS ALUNOS – Lc 24:32 – A mensagem do Mestre dos mestres, dada por Ele mesmo, não alcança somente o ouvido, alcança também o coração.
  
(3) - OS APRENDIZES PASSARAM A TER UMA VISÃO MISSIONÁRIA – Lc 24:33 – A mensagem que ardia no coração libertou os discípulos do medo e do pessimismo, fazendo com que voltassem a Jerusalém com a missão de contar o que lhes acontecera no caminho para Emaús.
  
(4) - ABRIU-SE O ENTENDIMENTO DOS ALUNOS PARA COMPREENDEREM AS ESCRITURAS – Lc 24:44-45 – Para muitos, a Escritura é um livro misterioso e a exposição dos falsos mestres simplesmente gera confusão e até mesmo conduz a uma maior incredulidade. Se o mestre é de fato portador do dom divino para ensinar, os resultados de sua mensagem são os mesmos da mensagem de Cristo aos discípulos desanimados.
  
IV – FINALIDADES DO DOM DE MESTRE:
  
Mestre é o ministro que recebe de Deus o dom de ensinar. Aqueles que possuem este importante dom devem dedicar-se em fazê-lo com diligência, não esquecendo que os dons espirituais, não obstante a sua procedência divina, dependem também do cuidado e do zelo de quem o recebe - Rm 12:6-8; I Cor 12:28; Ef 4:11 cf I Cor 14:12; I Tm 4:14; II Tm 1:6.
  
(1) - PREVENIR CONTRA A TENTAÇÃO E O PECADO – A sã doutrina não é apenas remédio curativo; é, antes, preventivo. A falta de mestre é a causa da instabilidade das Igrejas. Onde a doutrina é ministrada com segurança, há crentes sempre firmes e fiéis - Sl 119:9, 11 cf Ed 8:1-3, 8-9.
  
(2) - CORRIGIR ATITUDES E COSTUMES ERRADOS – Tg 1:21; Ef 5:25-26 – A palavra de Deus ensinada com habilidade do Espírito Santo fertiliza e vivifica a vida espiritual do rebanho e cria nos corações ódio ao pecado e desejo de santidade.
  
(3) - PRODUZIR CONVICÇÕES FORTES – II Tm 4:1-5 - Crentes sem convicção são como árvores sem raízes. Igrejas sem mestres da parte de Deus são edifícios sem alicerces. A falta de convicção gera a incerteza da vida futura e abre caminho para toda sorte de fracassos morais e espirituais (I Rs 18:21).
  
(4) - PREPARAR PARA O SERVIÇO CRISTÃO – II Tm 3:16-17 – Felizes são os crentes que têm oportunidade de aprender com um mestre da parte de Deus. A resposta a isso pode ser encontrada nos insucessos de muitas Igrejas que desconhecem e desprezam o dom de mestre. Tais Igrejas produzem poucos obreiros e estes com pouco preparo espiritual.
  
V – CONSIDERAÇÕES FINAIS:
  
A doutrina cristã uma vez ensinada e vivida na prática, dá origem a santos e bons costumes, que por sua vez confirmam a doutrina bíblica - Tt 2:10 - I Cor 6:20; 10:31-32; Fp 1:27 I Pe 1:15; 3:1-7. Logo, se a Igreja ensinar a doutrina na unção do Espírito Santo, os bons costumes virão sem legalismo, como uma expressão de submissão à referida doutrina (Lc 14:33; Rm 12:2; Ef 2:10; Tg 2:14, 17, 26; I Jo 2:15; I Pe 2:19) cf (Ml 3:16; Is 40:6-8; Mt 5:18; 24:35).

O Dom Ministerial de Mestre é de fundamental importância em todas as igrejas. Ao lado dos dons espirituais de revelação e dos outros dons ministeriais contribui para o fortalecimento da fé cristã, para o aperfeiçoamento e edificação dos crentes - novos convertidos ou não. Ser mestre não é sinal de superioridade diante dos que não possuem este Dom. Significa mais responsabilidade diante de Deus. Tiago exorta: “meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo” (Tg 3:1).

Abraços.
Viva vencendo!!!
Seu irmão menor.

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