Até a Segunda Guerra Mundial, quando os regimes
fascistas mostraram-se os "malvados", todos sabiam quem eram os
inimigos. A guerra fria, e muito mais o seu fim, anularam por completo essa ideia dicotômica de bem ou mal.
O mundo cego e incapaz de compreender a Verdade, vê o
inimigo em um homem com um alcorão, em um homem beijando outro homem, eu uma
mulher abortando, em um traficante de animais ou em um drogado... enfim, vê
seus inimigos naquilo que consideram como marginal à sociedade. Ainda que eles
mesmos vivam à margem aos olhos de outros.
Acompanhando as tendências, como é peculiar da igreja
cristã ocidental, aos poucos fomos perdendo a capacidade de reconhecer o
inimigo. Ou ainda pior, copiamos o modelo de identificação de inimigo adotado
pelo mundo. Olhamos como o mundo... superficialmente.
Mas a igreja cristã brasileira também tem visto o
inimigo dentro da própria igreja. Não em sua própria congregação (às vezes
sim). Mas na outra... a que abriu recentemente e está organizando um grande
evento para arrebanhar ovelhas de outro pasto. Vê seu inimigo no outro
pastor... não o que rouba e adultera (que nem poderia ser chamado pastor), mas
no que "prega" com tanto vigor que junta as centenas filiados a
outros partidos religiosos (igrejas).
O estado caótico da igreja brasileira só é acobertado
pela própria igreja. Que mesmo cheia de pus e pedaços de carne podre pendurados
por restos de pele, finge estar tudo em paz. Põe uma atadura suja e chama o
próximo paciente da interminável fila.
O apóstolo Paulo escreveu aos irmãos na Galácia o
seguinte: "Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a
carne; e estes opõem-se um ao outro" (Gl 5.17).
A igreja (que não é Igreja) abandonou o Espírito Santo
de Deus. Sobrou apenas a carne e a carne não luta contra ela mesma, o reino de
satanás não está dividido contra si mesmo (Mt 12.26). Ela apenas busca outros
recursos nela mesma para continuar a praticar tão somente suas obras.
No entanto, se clamássemos pelo Espírito de Deus, este
geraria, primeiro em nós, intensa batalha pelas nossas mentes e corpos. Pois
opõem-se totalmente as obras do pecado.
O que manteve o equilíbrio entre diferentes sistemas de
governo e ideologias durante toda a História, foi a vigorosa oposição exercida
por opostos. No momento em que um dos lados cedeu ou deu-se por vencido, a
oposição não só deixou de existir, mas o que se seguiu foi o monopólio de um
sistema ou ideologia.
A igreja brasileira voltou-se para luta da carne. Com
armas da carne. Abandonou ou está apressadamente abandonando as armas
espirituais, em parte, porque seus soldados mais novos já não as sabem mais
manejar e os velhos estão cansados.
Ao abandonar aquele que se opõe a carne monopolizamos
um único sistema. Um único guia para nossas almas. Damos todo poder a carne.
Juliano Fabrício
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