19 janeiro 2016

JESUS DE FATO EXISTIU? O QUE A HISTÓRIA TEM PARA NOS DIZER? - PARTE 06

                                                      TALO

Talo foi um historiador samaritano que viveu ao redor de 52 d.C, sendo um dos primeiros escritores gentios a mencionar Cristo. No entanto, seus escritos se perderam, e deles temos conhecimento só através de pequenas citações feitas por outros escritores. Um desse é Júlio Africano, um escritor cristão que viveu por volta de 220 A.D. Um trecho bem interessante diz respeito a um comentário feito por Talo. Júlio Africano escreve:


"Talo, no terceiro dos livros que escreveu sobre a história, explica essa escuridão como um eclipse do sol - o que me parece ilógico (é claro que é ilógico, pois um eclipse solar não poderia acontecer em época de lua cheia, e foi na época da lua cheia da Páscoa que Cristo morreu)"

Assim, a partir dessa citação percebemos que o relato dos Evangelhos acerca das trevas que se abateram sobre a terra por ocasião da crucificação de cristo era bem conhecido, e exigia uma explicação naturalista por parte daqueles não-crentes que haviam testemunhado o acontecimento. Sendo assim, muitos céticos como Talo, estavam dando uma explicação para o que a aconteceu no dia da crucificação de Cristo. Esse relato de Talo é uma confirmação fora da Bíblia do fato inusitado que sucedeu exatamente na crucificação de Jesus, o “Cristo que morreu na páscoa”.


A Bíblia é provavelmente a primeira a relatar às trevas que se abateram sobre a Terra por ocasião da crucificação de Jesus Cristo, conforme descrito nos evangelhos: “Já era quase a hora sexta e, escurecendo-se o sol, houve trevas sobre toda a terra até a hora nona” (Lucas 23:44; Mateus 27:45; Marcos 15:33). Além disso, também vemos aí a confirmação histórica de que Cristo morreu na época da páscoa, confirmando o que a Bíblia assinala.

Ora, apenas um cego para achar que Talo estivesse se referindo a um outro Cristo, que também vivia na Judéia etambém foi morto na época da Páscoa, e que também ocasionou uma escuridão como um eclipse do sol (fato extremamente incomum na época e naquelas circunstâncias, como Talo faz questão de relatar). Trata-se novamente de uma claríssima referência a Jesus. Quando assumimos a posição clara e evidente que a referência de Talo diz respeito a Jesus Cristo, toda a ignorância cai por terra e tudo começa a fazer um sentido completo: Jesus era o Cristo que morreu na Páscoa, momento no qual as “trevas cobriram a terra” – e tudo isso confirmado historicamente!


Flêgão

 

Flêgão era um historiador do primeiro século, ou seja, da época de Cristo. Suas crônicas se perderam, mas um pequeno trecho dessa obra, que confirma a escuridão sobre a terra na hora da crucificação, também é mencionado por Júlio Africano. Depois de comentar a opinião ilógica de talo sobre a escuridão, Júlio Africano cita Flêgão:

"Durante o tempo de Tibério César, ocorreu um eclipse do sol durante a lua cheia".

Flêgão também é mencionado por Orígenes em Contra Celso (Livro 2, seções 14, 33, 59).

Sobre Flêgão, Júlio Africano diz:

"E sobre essas trevas... Flêgão meciona-as em Olimpiadas (o título do livro que escreveu)" (De opif.mund.II 21)

Ele diz que:

"Flêgão mencionou o eclipse que aconteceu durante a crucificação do Senhor Jesus Cristo e não algum outro eclipse; está claro que ele não tinha conhecimento, a partir de suas fontes, de qualquer eclipse (semelhante) que tivesse anteriormente ocorrido... e isso se vê nos próprios relatos históricos sobre Tibério César”


Assim, vemos que a partir dessa citação percebemos que o relato dos Evangelhos acerca das trevas que se abateram sobre a terra por ocasião da crucificação de Cristo era bem conhecido, e exigia uma explicação naturalista por parte daqueles não-crentes que haviam testemunhado o acontecimento. Esta citação a um eclipse solar também é encontrada em narrativas feitas por outros escritores, como, por exemplo, no manuscrito de outro escritor pagão, chamado Phlegon de Lydia, está registrado que em aproximadamente 138 D.C ele observou durante a época de Tibério César um eclipse do sol que ocorreu durante a lua cheia. Este fato também é mencionado pelo apologista cristão Orígenes do terceiro século e o escritor Philopon do século VI.

Se tal fato menciona o momento da crucificação não se sabe bem ao certo, porem é bastante estranho um fato que não pode ser explicado por estes historiadores encaixando-se perfeitamente com as narrativas bíblicas. Vale lembrar também que Celso, o filósofo neoplatônico e inimigo ferrenho do cristianismo, também menciona Cristo em seus escritos, embora em contextos diferentes. Orígenes de Alexandria (185 – 253) considerado um dos “pais da igreja” escreveu o “Contra Celso”, em que combate os escritos de Celso, escritor romano que criticava muito os cristãos. Isso também nos mostra que os próprios pagãos já atestavam a existência dos cristãos já primeiros séculos, mesmo sendo contra ou a favor deles.

Mara Bar-Serapião



No Museu Britânico é encontrado um interessante manuscrito de um filosofo estóico sírio chamado Mara Bar-Serapião. Sobre ela, F. F. Bruce assinala:


"... no museu britânico um interessante manuscrito que preserva o texto de uma carta escrita um pouco depois de 73 A.D., embora não possamos precisar a data. Esta carta foi enviada por um sírio de nome Mara Bar-Serapião a seu filho Serapião. Na época Mara Bar-Serapião estava preso, mas escreveu para incentivar o filho na busca de sabedoria, tendo ressaltado que os que perseguiram homens sábios foram alcançados pela desgraça. Ele dá o exemplo de Sócrates, Pitágoras e Cristo”


Na carta ele compara Jesus Cristo aos filósofos Sócrates e Pitágoras. Ele escreveu para incentivar o filho na busca da sabedoria, tendo ressaltado que os que perseguiram homens sábios foram alcançados pela desgraça:
“Que vantagens os atenienses obtiveram em condenar Sócrates à morte? Fome e peste lhes sobrevieram como castigo pelo crime que cometeram”

“Que vantagem os habitantes de Samos obtiveram ao pôr fogo em Pitágoras? Logo depois sua terra ficou coberta de areia”

“Que vantagem os judeus obtiveram com a execução de seu sábio Rei? Foi logo após esse acontecimento que o reino dos judeus foi aniquilado”

“Com justiça Deus vingou a morte desses três sábios:

* Os atenienses morreram de fome;
* Os habitantes de Samos foram surpreendidos pelo mar;
* Os judeus, arruinados e expulsos de sua terra, vivem completamente dispersos.

Mas...

* Sócrates não está morto; ele sobrevive nos ensinos de Platão.
* Pitágoras não está morto; ele sobrevive na estátua de Hera.
* Nem o sábio Rei está morto; Ele sobrevive nos ensinos que deixou..."


Essa relíquia de 73 AD é outra prova da existência histórica de Jesus Cristo, que é infinitamente mais comprovado historicamente do que o próprio Sócrates ou Pitágoras. Na sua carta ele também faz referencia de que o Evangelho do Rei foi colocado sobre a cruz de Jesus. Note que ele não era cristão (ele não disse que Jesus permanecia vivo até hoje ou que ressuscitou), mas, como um escritor pagão, fez questão de relatar o fato histórico da existência de Jesus a pouco tempo antes.

E, além disso, ainda o coloca como um “Rei Sábio”, que foi executado pelos judeus, mas colocado no mesmo patamar de Sócrates e Pitágoras, duas grandes figuras da época. Para alguém questionar a existência histórica de Cristo, deve-se necessariamente dar como impossível as existências de Sócrates ou Pitágoras, uma vez que estes são mencionados dentro do mesmo contexto e tem bem menos provas históricas do que o próprio Cristo.

Continuaremos amanhã...

Viva vencendo com o testemunho da história!!!

Abraços.

Seu irmão menor.


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