1- A NOIVA DO CORDEIRO
"Pois também eu te digo que
tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do
inferno não prevalecerão contra ela”(Mt 16.18).
A palavra grega ekklesia(igreja), literalmente, refere-se à reunião de um povo, por convocação(gr.
ekkaleo). No NT, o termo designa principalmente o conjunto do povo de Deus em
Cristo, que se reúne como cidadãos do reino de Deus(Ef 2.19), com o propósito
de adorar a Deus. A palavra “igreja”pode referir-se a uma igreja local(Mt
18.17; At 15.4) ou à igreja no sentido universal (16.18; At 20.28; Ef 2.21,
22).
(1) A igreja é apresentada como o povo de Deus(1Co
1.2; 10.32; 1Pe 2.4-10), o agrupamento dos crentes redimidos como fruto da
morte de Cristo(1Pe .18,19). É um povo peregrino que já não pertence a esta
terra(Hb 13.12-14), cujo primeiro dever é viver e cultivar uma comunhão real e
pessoal com Deus (1Pe 2.5; ver Hb 11.6).
(2) A igreja foi chamada para deixar o mundo e
ingressar no reino de Deus. A separação do mundo é parte inerente da natureza
da igreja e a recompensa disso é ter o Senhor por Deus e Pai(2Co 6.16-18).
(3) A igreja é o templo de Deus e do Espírito Santo(1Co 3.16; 2Co 6.14-7.1; Ef 2.11-22; 1Pe 2.4-10). Este fato, no tocante à
igreja, requer dela separação da iniqüidade e da imoralidade.
(4) A igreja é o corpo de Cristo(1Co 6.15,16; 10.16,17;
12.12-27). Isto indica que não pode existir igreja verdadeira sem união vital
dos seus membros com Cristo. A cabeça do corpo é Cristo(Cl 1.18; Ef 1.22;
4.15; 5.23).
(5) A igreja é a noiva de Cristo(2Co 11.2; Ef
5.23-27; Ap 19.7-9). Este conceito nupcial enfatiza tanto a lealdade, devoção e
fidelidade da igreja a Cristo, quanto o amor de Cristo à sua igreja e Sua
comunhão com ela.
(6) A igreja é uma comunhão(gr. koinonia), espiritual(2Co 13.14; Fp 2.1). Isto inclui a habitação nela do Espírito Santo(Lc 11.13; Jo 7.37-39; 20.22), a unidade do Espírito(Ef 4.4) e o batismo com o
Espírito(At 1.5; 2.4; 8.14-17; 10.44; 19.1-7). Esta comunhão deve ser uma
demonstração visível do mútuo amor e cuidado entre os irmãos(Jo 13.34,35).
(7) A igreja é um ministério(gr. diakonia), espiritual. Ela ministra por meio de dons(gr. charismata), outorgados pelo
Espírito Santo(Rm 12.6; 1Co 1.7; 12.4-11, 20-31; Ef 4.11).
(8) A igreja é um exército engajado num conflito
espiritual, batalhando com a espada e o poder do Espírito(Ef 6.17). Seu
combate é espiritual, contra Satanás e o pecado. O Espírito que está na igreja
e a enche, é qual guerreiro manejando a Palavra viva de Deus, libertando as
pessoas do domínio de Satanás e anulando todos os poderes das trevas(At 26.18;
Hb 4.12; Ap 1.16; 2.16; 19.15, 21).
(9) A igreja é a coluna e o fundamento da verdade
(1Tm 3.15), funcionando, assim, como o alicerce que sustenta uma construção.
A igreja deve sustentar a
verdade e conservá-la íntegra, defendendo-a contra os deturpadores e os falsos
mestres (Fp 1.17; Jd 3).
(10) A igreja é um povo possuidor de uma esperança
futura. Esta esperança tem por centro a volta de Cristo para buscar o seu povo
(Jo 14.3; 1Tm 6.14; 2Tm 4.8; Tt 2.13; Hb 9.28).
(11) A igreja é tanto invisível como visível. (a) A
igreja invisível é o conjunto dos crentes verdadeiros, unidos por sua fé viva
em Cristo. (b) A igreja visível consiste de congregações locais, compostas de
crentes vencedores e fiéis (Ap 22.11, 17, 26), bem como de crentes professos,
porém falsos (Ap 2.2); “caídos”(Ap 2.5); espiritualmente "mortos”(Ap 3.1);
e “mornos”(Ap 3.16; Mt 13.24; At 12.5).
“Olhai, pois, por vós e por todo
o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes
a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue.”(At 20.28).
Nenhuma igreja poderá
funcionar sem dirigentes para dela cuidar. Logo, conforme 14.23, a congregação
local, cheia do Espírito, buscando a direção de Deus em oração e jejum, elegiam
certos irmãos para o cargo de presbítero ou bispo de acordo com as
qualificações espirituais estabelecidas pelo Espírito Santo em 1Tm 3.1-7; Tt
1.5-9. Na realidade é o Espírito que constitui o dirigente de igreja. O
discurso de Paulo diante dos presbíteros de Éfeso (20.17-35), é um trecho básico
quanto a princípios bíblicos sobre o exercício do ministério de pastor de uma
igreja local.
Propagando a Fé
(1) Um dos deveres principais do dirigente é
alimentar as ovelhas mediante o ensino da Palavra de Deus. Ele deve ter sempre
em mente que o rebanho que lhe foi entregue é a congregação de Deus, que Ele
comprou para si com o sangue precioso do seu Filho amado (cf. 20.28; 1Co 6.20;
1Pe 1.18,19; Ap 5.9). (2) Em 20.19-27, Paulo descreve de que maneira serviu
como pastor da igreja de Éfeso; tornou patente toda a vontade de Deus,
advertindo e ensinando fielmente os cristãos efésios (20.27). Daí, ele poder
exclamar: “estou limpo do sangue de todos”(20.26; ver nota). Os pastores de
nossos dias também devem instruir suas igrejas em todo o desígnio de Deus. Que
“pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas,
exortes, com toda a longanimidade e doutrina”(2Tm 4.2) e nunca ministrar para
agradar os ouvintes, dizendo apenas aquilo que estes desejam ouvir (2Tm 4.3).
Guardando a Fé
Além de alimentar o rebanho de Deus, o verdadeiro pastor deve diligentemente resguardá-lo de seus inimigos. Paulo sabe que no futuro Satanás levantará falsos mestres dentro da própria igreja, e, também, falsários vindos de fora, infiltrar-se-ão e atingirão o rebanho com doutrinas antibíblicas, conceitos mundanos e idéias pagãs e humanistas. Os ensinos e a influência destes dois tipos de elementos arruinarão a fé bíblica do povo de Deus. Paulo os chama de “lobos cruéis”, indicando que são fortes, difíceis de subjugar, insaciáveis e perigosos (ver 20.29 nota; cf. Mt 10.16). Tais indivíduos desviarão as pessoas dos ensinos de Cristo e os atrairão a si mesmos e ao seu evangelho distorcido. O apelo veemente de Paulo (20.28-31) impõe uma solene obrigação sobre todos os obreiros da igreja, no sentido de defendê-la e opôr-se aos que distorcem a revelação original e fundamental da fé, segundo o NT.
Além de alimentar o rebanho de Deus, o verdadeiro pastor deve diligentemente resguardá-lo de seus inimigos. Paulo sabe que no futuro Satanás levantará falsos mestres dentro da própria igreja, e, também, falsários vindos de fora, infiltrar-se-ão e atingirão o rebanho com doutrinas antibíblicas, conceitos mundanos e idéias pagãs e humanistas. Os ensinos e a influência destes dois tipos de elementos arruinarão a fé bíblica do povo de Deus. Paulo os chama de “lobos cruéis”, indicando que são fortes, difíceis de subjugar, insaciáveis e perigosos (ver 20.29 nota; cf. Mt 10.16). Tais indivíduos desviarão as pessoas dos ensinos de Cristo e os atrairão a si mesmos e ao seu evangelho distorcido. O apelo veemente de Paulo (20.28-31) impõe uma solene obrigação sobre todos os obreiros da igreja, no sentido de defendê-la e opôr-se aos que distorcem a revelação original e fundamental da fé, segundo o NT.
(1) A igreja verdadeira consiste somente daqueles
que, pela graça de Deus e pela comunhão do Espírito Santo, são fiéis ao Senhor
Jesus Cristo e à Palavra de Deus. Por isso, é de grande importância na
preservação da pureza da igreja de Deus que os seus pastores mantenham a
disciplina corretiva com amor (Ef 4.15), e reprovem com firmeza (2Tm 4.1-4; Tt
1.9-11) quem na igreja fale coisas perversas contrárias à Palavra de Deus e ao
testemunho apostólico (20.30).
(2) Líderes eclesiásticos, pastores de igrejas
locais e dirigentes administrativos da obra devem lembrar-se de que o Senhor
Jesus os têm como responsáveis pelo sangue de todos os que estão sob seus
cuidados (20.26,27; cf. Ez 3.20,21). Se o dirigente deixar de ensinar e pôr em
prática todo o conselho de Deus para a igreja (20.27), principalmente quanto à
vigilância sobre o rebanho (20.28), não estará “limpo do sangue de todos”(20.26;
Ez 34.1-10). Deus o terá por culpado do sangue dos que se perderem, por ter ele
deixado de proteger o rebanho contra os falsificadores da Palavra (2Tm 1.14; Ap
2.2).
(3) É altamente importante que os responsáveis pela
direção da igreja mantenham a ordem quanto a assuntos teológicos doutrinários e
morais na mesma. A pureza da doutrina bíblica e de vida cristã deve ser
zelosamente mantida nas faculdades evangélicas, institutos bíblicos,
seminários, editoras e demais segmentos administrativos da igreja (2Tm
1.13,14).
(4) A questão principal aqui é nossa atitude para
com as Escrituras divinamente inspiradas, que Paulo chama a “palavra da sua
graça”(20.32). Falsos mestres, pastores e líderes tentarão enfraquecer a
autoridade da Bíblia através de seus ensinos corrompidos e princípios
antibíblicos. Ao rejeitarem a autoridade absoluta da Palavra de Deus, negam que
a Bíblia é verdadeira e fidedigna em tudo que ela ensina (20.28-31; Gl 1.6; 1Tm
4.1; 2Tm 3.8). A bem da igreja de Deus, tais pessoas devem ser excluídas da
comunhão (2Jo 9-11; ver Gl 1.9).
(5) A igreja que perde o zelo ardente do Espírito
Santo pela sua pureza (20.18-35), que se recusa a tomar posição firme em prol
da verdade e que se omite em disciplinar os que minam a autoridade da Palavra
de Deus, logo deixará de existir como igreja neotestamentária (12.5).
3 – IDONEIDADE MORAL
DO MINISTRO DO EVANGELHO
“Esta é uma palavra fiel: Se
alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja. Convém, pois, que o bispo
seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto,
hospitaleiro, apto para ensinar.”(1Tm 3.1,2)
Se algum homem deseja ser
“bispo”(gr. episkopos, i.e., aquele que tem sobre si a responsabilidade
pastoral, o pastor), deseja um encargo nobre e importante (3.1). É necessário,
porém, que essa aspiração seja confirmada pela Palavra de Deus (3.1-10; 4.12), e
pela igreja(3.10), porque Deus estabeleceu para a igreja certos requisitos
específicos. Quem se disser chamado por Deus para o trabalho pastoral deve ser
aprovado pela igreja segundo os padrões bíblicos de 3.1-13; 4.12; Tt 1.5-9.
Isso significa que a igreja não deve aceitar pessoa alguma para a obra
ministerial tendo por base apenas seu desejo, sua escolaridade, sua
espiritualidade, ou porque essa pessoa acha que tem visão ou chamada. A igreja
da atualidade não tem o direito de reduzir esses preceitos que Deus estabeleceu
mediante o Espírito Santo. Eles estão plenamente em vigor e devem ser observados
por amor ao nome de Deus, ao seu reino e da honra e credibilidade da elevada
posição de ministro.
(1) Os padrões bíblicos do pastor, como vemos aqui,
são principalmente morais e espirituais. O caráter íntegro de quem aspira ser
pastor de uma igreja é mais importante do que personalidade influente, dotes de
pregação, capacidade administrativa ou graus acadêmicos. O enfoque das
qualificações ministeriais concentra-se no comportamento daquele que persevera
na sabedoria divina, nas decisões acertadas e na santidade devida. Os que
aspiram ao pastorado sejam primeiro provados quanto à sua trajetória espiritual(cf. 3.10). Partindo daí, o Espírito Santo estabelece o elevado padrão para o
candidato, que ele precisa ser um crente que se tenha mantido firme e
fiel a Jesus Cristo e aos Seus princípios de retidão, e que por isso pode
servir como exemplo de fidelidade, veracidade, honestidade e pureza. Noutras
palavras, seu caráter deve demonstrar o ensino de Cristo em Mt 25.21 de que ser
“fiel sobre o pouco”conduz à posição de governar “sobre o muito”.
(2) O líder cristão deve ser, antes de qualquer
coisa, “exemplo dos fiéis”(4.12; cf. 1Pe 5.3). Isto é: sua vida cristã e sua
perseverança na fé podem ser mencionadas perante a congregação como dignas de
imitação.
(a) Os dirigentes devem manifestar o mais digno
exemplo de perseverança na piedade, fidelidade, pureza em face à tentação,
lealdade e amor a Cristo e ao evangelho (4.12,15).
(b) O povo de Deus deve aprender a ética cristã e a verdadeira piedade, não
somente pela Palavra de Deus, mas também pelo exemplo dos pastores que vivem
conforme os padrões bíblicos. O pastor deve ser alguém cuja fidelidade a Cristo
pode ser tomada como padrão ou exemplo(1Co 11.1; Fp 3.17; 1Ts 1.6; 2Ts 3.7,9;
2Tm 1.13).
(3) O Espírito Santo acentua grandemente a
liderança do crente no lar, no casamento e na família(3.2,4,5; Tt 1.6). Isto
é: o obreiro deve ser um exemplo para a família de Deus, especialmente na sua
fidelidade à esposa(se for um homem casado), e aos filhos(se os tiver, claro). Se aqui ele falhar, como “terá cuidado da
igreja de Deus?”(3.5). Ele deve ser “marido de uma [só] mulher”(3.2). Esta
expressão denota que o candidato ao ministério pastoral deve ser um crente que
foi sempre fiel à sua esposa. A tradução literal do grego em 3.2(mias
gunaikos, um genitivo atributivo) é “homem de uma única mulher”, i.e., um
marido sempre fiel à sua esposa, até a morte.
(4) Conseqüentemente, quem na igreja comete graves
pecados morais, desqualifica-se para o exercício pastoral e para qualquer
posição de liderança na igreja local(cf. 3.8-12). Tais pessoas podem ser
plenamente perdoadas pela graça de Deus, mas perderam a condição de servir como
exemplo de perseverança inabalável na fé, no amor e na pureza(4.11-16; Tt
1.9). Já no AT, Deus expressamente requereu que os dirigentes do seu povo
fossem homens de elevados padrões morais e espirituais. Se falhassem, seriam
substituídos(Gn 9.4; Lv 10.2; 21.7,17; Nm 20.12; 1Sm 2.23; Jr 23.14; 29.23).
(5) A Palavra de Deus declara a respeito do crente
que venha a adulterar que “o seu opróbrio nunca se apagará”(Pv 6.32,33). Isto
é, sua vergonha não desaparecerá. Isso não significa que nem Deus nem a igreja
perdoará tal pessoa. Deus realmente perdoa qualquer pecado enumerado em 3.1-13,
se houver tristeza segundo Deus e arrependimento por parte da pessoa que
cometeu tal pecado. O que o Espírito Santo está declarando, porém, é que há
certos pecados que são tão graves que a vergonha e a ignomínia(i.e., o
opróbrio), daquele pecado permanecerão com o indivíduo mesmo depois do perdão(2Sm 12.9-14).
(6) Mas o que dizer do rei Davi? Sua continuação
como rei de Israel, a despeito do seu pecado de adultério e de homicídio(2Sm
11.1-21; 12.9-15) é vista por alguns como uma justificativa bíblica para a
pessoa continuar à frente da igreja de Deus, mesmo tendo violado os padrões já
mencionados. Essa comparação, no entanto, é falha por vários motivos. (a) O
cargo de rei de Israel do AT, e o cargo de ministro espiritual da igreja de
Jesus Cristo, segundo o NT, são duas coisas inteiramente diferentes. Deus não
somente permitiu a Davi, mas, também a muitos outros reis que foram
extremamente ímpios e perversos, permanecerem como reis da nação de Israel. A
liderança espiritual da igreja do NT, sendo esta comprada com o sangue de Jesus
Cristo, requer padrões espirituais muito mais altos. (b) Segundo a revelação
divina no NT e os padrões do ministério ali exigidos, Davi não teria as
qualificações para o cargo de pastor de uma igreja do NT. Ele teve diversas
esposas, praticou infidelidade conjugal, falhou grandemente no governo do seu
próprio lar, tornou-se homicida e derramou muito sangue(1Cr 22.8; 28.3).
Observe-se também que por ter Davi, devido ao seu pecado, dado lugar a que os
inimigos de Deus blasfemassem, ele sofreu castigo divino pelo resto da sua vida
(2Sm 12.9-14).
(7) As igrejas atuais não devem,
pois, desprezar as qualificações justas exigidas por Deus para seus pastores e
demais obreiros, conforme está escrito na revelação divina. É dever de toda
igreja orar por seus pastores, assisti-los e sustentá-los na sua missão de
servirem como “exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, na caridade, no
espírito, na fé, na pureza”(4.12).
O REVESTIMENTO DO
PODER DO ALTO
“Porque, na verdade, João batizou
com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois
destes dias”(At 1.5)
Uma das doutrinas
principais das Escrituras é o batismo no Espírito Santo. A respeito do batismo
no Espírito Santo, a Palavra de Deus ensina o seguinte:
(1) O batismo no Espírito é para todos que
professam sua fé em Cristo; que nasceram de novo, e, assim, receberam o
Espírito Santo para neles habitar.
(2) Um dos alvos principais de Cristo na sua missão
terrena foi batizar seu povo no Espírito (Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16; Jo 1.33).
Ele ordenou aos discípulos não começarem a testemunhar até que fossem batizados
no Espírito Santo e revestidos do poder do alto (Lc 24.49; At 1.4,5,8).
(3) O batismo no Espírito Santo é uma obra distinta e à parte da regeneração, também por Ele efetuada. Assim como a obra santificadora do Espírito é distinta e completiva em relação à obra regeneradora do mesmo Espírito, assim também o batismo no Espírito complementa a obra regeneradora e santificadora do Espírito. No mesmo dia em que Jesus ressuscitou, Ele assoprou sobre seus discípulos e disse: “Recebei o Espírito Santo”(Jo 20.22), indicando que a regeneração e a nova vida estavam-lhes sendo concedidas. Depois, Ele lhes disse que também deviam ser “revestidos de poder”pelo Espírito Santo (Lc 24.49; cf. At 1.5,8). Portanto, este batismo é uma experiência subseqüente à regeneração.
(3) O batismo no Espírito Santo é uma obra distinta e à parte da regeneração, também por Ele efetuada. Assim como a obra santificadora do Espírito é distinta e completiva em relação à obra regeneradora do mesmo Espírito, assim também o batismo no Espírito complementa a obra regeneradora e santificadora do Espírito. No mesmo dia em que Jesus ressuscitou, Ele assoprou sobre seus discípulos e disse: “Recebei o Espírito Santo”(Jo 20.22), indicando que a regeneração e a nova vida estavam-lhes sendo concedidas. Depois, Ele lhes disse que também deviam ser “revestidos de poder”pelo Espírito Santo (Lc 24.49; cf. At 1.5,8). Portanto, este batismo é uma experiência subseqüente à regeneração.
(4) Ser batizado no Espírito significa experimentar
a plenitude do Espírito, (cf. 1.5; 2.4). Este batismo teria lugar somente a
partir do dia de Pentecoste. Quanto aos que foram cheios do Espírito Santo
antes do dia de Pentecoste (e.g. Lc 1.15,67), Lucas não emprega a expressão
“batizados no Espírito Santo”. Este evento só ocorreria depois da ascensão de
Cristo (1.2-5; Lc 24.49-51, Jo 16.7-14).
(5) O livro de Atos descreve o falar noutras
línguas como o sinal inicial do batismo no Espírito Santo (2.4; 10.45,46;
19.6).
(6) O batismo no Espírito Santo outorgará ao crente
ousadia e poder celestial para este realizar grandes obras em nome de Cristo e
ter eficácia no seu testemunho e pregação (cf. 1.8; 2.14-41; 4.31; 6.8; Rm
15.18,19; 1Co 2.4). Esse poder não se trata de uma força impessoal, mas de uma
manifestação do Espírito Santo, na qual a presença, a glória e a operação de
Jesus estão presentes com seu povo (Jo 14.16-18; 16.14; 1Co 12.7).
(7) Outros resultados do genuíno batismo no
Espírito Santo são: (a) mensagens proféticas e louvores (2.4, 17; 10.46; 1Co
14.2,15); (b) maior sensibilidade contra o pecado que entristece o Espírito
Santo, uma maior busca da retidão e uma percepção mais profunda do juízo divino
contra a impiedade (ver Jo 16.8; At 1.8); (c) uma vida que glorifica a Jesus
Cristo (Jo 16.13,14; At 4.33); (d) visões da parte do Espírito (2.17); (e)
manifestação dos vários dons do Espírito Santo (1Co 12.4-10); (f) maior desejo
de orar e interceder (2.41,42; 3.1; 4.23-31; 6.4; 10.9; Rm 8.26); (g) maior
amor à Palavra de Deus e melhor compreensão dela (Jo 16.13; At 2.42) e (h) uma
convicção cada vez maior de Deus como nosso Pai (At 1.4; Rm 8.15; Gl 4.6).
(8) A Palavra de Deus cita várias condições prévias
para o batismo no Espírito Santo. (a) Devemos aceitar pela fé a Jesus Cristo
como Senhor e Salvador e apartar-nos do pecado e do mundo (2.38-40; 8.12-17).
Isto importa em submeter a Deus a nossa vontade (“àqueles que lhe obedecem”,
5.32). Devemos abandonar tudo o que ofende a Deus, para então podermos ser
“vaso para honra, santificado e idôneo para o uso do Senhor”(2Tm 2.21). (b) É
preciso querer o batismo. O crente deve ter grande fome e sede pelo batismo no
Espírito Santo (Jo 7.37-39; cf. Is 44.3; Mt 5.6; 6.33). (c) Muitos recebem o
batismo como resposta à oração neste sentido (Lc 11.13; At 1.14; 2.1-4; 4.31;
8.15,17). (d) Devemos esperar convictos que Deus nos batizará no Espírito Santo
(Mc 11.24; At 1.4,5).
(9) O batismo no Espírito Santo permanece na vida
do crente mediante a oração (4.31), o testemunho (4.31, 33), a adoração no
Espírito (Ef 5.18,19) e uma vida santificada (ver Ef 5.18 notas). Por mais
poderosa que seja a experiência inicial do batismo no Espírito Santo sobre o
crente, se ela não for expressa numa vida de oração, de testemunho e de
santidade, logo se tornará numa glória desvanecente.
(10) O batismo no Espírito Santo ocorre uma só vez
na vida do crente e move-o à consagração à obra de Deus, para, assim,
testemunhar com poder e retidão. A Bíblia fala de renovações posteriores ao
batismo inicial do Espírito Santo (ver 4.31 nota; cf. 2.4; 4.8, 31; 13.9; Ef
5.18). O batismo no Espírito, portanto, conduz o crente a um relacionamento com
o Espírito, que deve ser renovado (4.31) e conservado (Ef 5.18).
5 – O FALAR EM OUTRAS
LÍNGUAS
“E todos foram cheios do Espírito
Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes
concedia que falassem”(At 2.40).
O falar noutras
línguas, ou a glossolália(gr. glossais lalo), era entre os crentes do NT, um
sinal da parte de Deus para evidenciar o batismo no Espírito Santo( 2.4;
10.45-47; 19.6). Esse padrão bíblico para o viver na plenitude do Espírito
continua o mesmo para os dias de hoje.
O verdadeiro falar em línguas
(1) As línguas como manifestação do Espírito. Falar
noutras línguas é uma manifestação sobrenatural do Espírito Santo, i.e., uma
expressão vocal inspirada pelo Espírito, mediante a qual o crente fala numa
língua (gr. glossa), que nunca aprendeu(2.4; 1Co 14.14,15). Estas línguas podem
ser humanas, i.e., atualmente faladas(2.6), ou desconhecidas na terra(cf. 1Co
13.1). Não é “fala extática”, como algumas traduções afirmam, pois a Bíblia
nunca se refere à “expressão vocal extática”para referir-se ao falar noutras
línguas pelo Espírito.
(2) Línguas como sinal externo inicial do batismo
no Espírito Santo. Falar noutras línguas é uma expressão verbal inspirada,
mediante a qual o espírito do crente e o Espírito Santo se unem no louvor e/ou
profecia. Desde o início, Deus vinculou o falar noutras línguas ao batismo no
Espírito Santo (2.4), de modo que os primeiros 120 crentes no dia do
Pentecoste, e os demais batizados a partir de então, tivessem uma confirmação
física de que realmente receberam o batismo no Espírito Santo (cf. 10.45,46).
Desse modo, essa experiência podia ser comprovada quanto a tempo e local de
recebimento. No decurso da história da igreja, sempre que as línguas como sinal
foram rejeitadas, ou ignoradas, a verdade e a experiência do Pentecoste foram
distorcidas, ou totalmente suprimidas.
(3) As línguas como dom. Falar noutras línguas
também é descrito como um dos dons concedidos ao crente pelo Espírito Santo
(1Co 12.4-10). Este dom tem dois propósitos principais: (a) O falar noutras
línguas seguido de interpretação, também pelo Espírito, em culto público, como
mensagem verbal à congregação para sua edificação espiritual (1Co
14.5,6,13-17). (b) O falar noutras línguas pelo crente para dirigir-se a Deus
nas suas devoções particulares e, deste modo, edificar sua vida espiritual (1Co
14.4). Significa falar ao nível do espírito (14.2,14), com o propósito de orar
(14.2,14,15,28), dar graças (14.16,17) ou cantar (14.15; 1Co 14).
Outras línguas porém falsas
O simples fato de alguém
falar “noutras línguas”, ou exercitar outra manifestação sobrenatural não é
evidência irrefutável da obra e da presença do Espírito Santo. O ser humano
pode imitar as línguas estranhas como o fazem os demônios. A Bíblia nos adverte
a não crermos em todo espírito, e averiguarmos se nossas experiências
espirituais procedem realmente de Deus (1Jo 4.1)
(1) Somente devemos aceitar as línguas se elas
procederem do Espírito Santo, como em 2.4. Esse fenômeno, segundo o livro de
Atos, deve ser espontâneo e resultado do derramamento inicial do Espírito
Santo. Não é algo aprendido, nem ensinado, como, por exemplo, instruir crentes
a pronunciar sílabas sem nexo.
(2) O Espírito Santo nos adverte claramente que
nestes últimos dias surgirá apostasia dentro da igreja(1Tm. 4.1,2); sinais e
maravilhas operados por Satanás(Mt 7.22,23; 2Ts 2.9) e obreiros fraudulentos
que fingem ser servos de Deus(2Pe 2.1,2).
(3) Se alguém afirma que fala noutras línguas, mas não é dedicado a Jesus Cristo, nem aceita a autoridade das Escrituras, nem obedece à Palavra de Deus, qualquer manifestação sobrenatural que nele ocorra não provém do Espírito Santo(1 Jo 3.6-10; 4.1-3; Gl 1.9; Mt 24.11-24, Jo 8.31).
(3) Se alguém afirma que fala noutras línguas, mas não é dedicado a Jesus Cristo, nem aceita a autoridade das Escrituras, nem obedece à Palavra de Deus, qualquer manifestação sobrenatural que nele ocorra não provém do Espírito Santo(1 Jo 3.6-10; 4.1-3; Gl 1.9; Mt 24.11-24, Jo 8.31).
6 – A CONFIRMAÇÃO DO
GENUINO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO
“E, dizendo Pedro ainda estas
palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. E os fiéis
que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se
de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios.”(At
10.44,45)
As Escrituras ensinam que o
crente deve examinar e provar tudo o que se apresenta como sendo da parte de
Deus (1Ts 5.21; cf. 1Co 14.29). “Amados, não creiais em todo espírito, mas
provai se os espíritos são de Deus”(1Jo 4.1). Seguem-se alguns princípios
bíblicos para provar ou testar se é de Deus um caso declarado de batismo no
Espírito Santo.
(1) O autêntico batismo no Espírito Santo levará a
pessoa a amar, exaltar e glorificar a Deus Pai e ao Senhor Jesus Cristo mais do
que antes (ver Jo 6.13,14; At 2.11,36; 10.44-46).
(2) O verdadeiro batismo no Espírito Santo
aumentará a convicção da nossa filiação com o Pai celestial (1.4; Rm 8.15,16),
levará a uma maior percepção da presença de Cristo em nossa vida diária (Jo
14.16, 23; 15.26) e aumentará o clamor da alma “Aba, Pai”! (Rm 8.15; Gl 4.6).
Por sua vez, um batismo no Espírito Santo que não leva a uma maior comunhão com
Cristo e a uma mais intensa comunhão com Deus como nosso Pai não vem dEle.
(3) O real batismo no Espírito Santo aumentará
nosso amor e apreço pelas Escrituras. O Espírito da verdade (Jo 14.17), que
inspirou as Escrituras (2Tm 3.16; 2Pe 1.20,21), aprofundará nosso amor à
verdade da Palavra de Deus (Jo 16.13; At 2.42; 3.22; 1Jo 4.6). Por outro lado,
qualquer suposto batismo no Espírito que diminui nosso interesse em ler a
Palavra de Deus e cumpri-la, não provém de Deus.
(4) O real batismo no Espírito Santo aprofundará
nosso amor pelos demais seguidores de Cristo e a nossa preocupação pelo seu bem-estar
(2.38, 44-46; 4.32-35). A comunhão e fraternidade cristãs, de que nos fala a
Bíblia, somente podem existir através do Espírito (2Co 13.13).
(5) O genuíno batismo no Espírito Santo deve ser
precedido de abandono do pecado e de completa obediência a Cristo (2.38). Ele
será conservado quando continuamos na santificação do Espírito Santo (2.40; 2Ts
2.13; Rm 8.13; Gl 5.16,17). Daí, qualquer suposto batismo, em que a pessoa não
foi liberta do pecado, continuando a viver segundo a vontade da carne, não pode
ser atribuído ao Espírito Santo (2.40; 8.18-21; Rm 8.2-9). Qualquer poder
sobrenatural manifesto em tal pessoa trata-se de atividade enganadora de
Satanás (cf. Sl 5.4,5).
(6) O real batismo no Espírito Santo fará aumentar
o nosso repúdio às diversões pecaminosas e prazeres ímpios deste mundo,
refreando-nos a busca egoísta de riquezas e honrarias terrenas (20.33; 1Co
2.12; Rm 12.16; Pv 11.28).
(7) O genuíno batismo no Espírito Santo nos trará
mais desejo e poder para testemunhar da obra redentora do Senhor Jesus Cristo
(ver Lc 4.18; At 1.8; 2.38-41; 4.8-20; Rm 9.1-3; 10.1). Inversamente, qualquer
suposto batismo no Espírito que não resulte num desejo mais intenso de ver os
outros salvos por Cristo, não provém de Deus.
(8) O genuíno batismo no Espírito Santo deve
despertar em nós o desejo de uma maior operação sua no reino de Deus, e também
uma maior operação de seus dons em nossa vida. As línguas como evidência
inicial do batismo devem motivar o crente a permanecer na esfera dos dons
espirituais (2.4, 11, 43; 4.30; 5.12-16; 6.8; 8.7; Gl 3.5.
(9) O autêntico batismo no Espírito Santo tornará
mais real a obra, a direção e a presença do Espírito Santo em nossa vida
diária. Depois de batizados no Espírito Santo, os crentes de Atos tornaram-se
mais cônscios da presença, poder e direção do Espírito Santo (4.31; 6.5; 9.31;
10.19; 13.2, 4, 52; 15.28; 16.6,7; 20.23). Inversamente, qualquer suposto
batismo no Espírito Santo que não aumentar a nossa consciência da presença do
Espírito Santo, nem aumentar o nosso desejo de obedecer à sua orientação, nem
reafirmar o nosso alvo de viver diante dEle de tal maneira a não entristecê-lo
nem suprimir o seu fervor, não provém de Deus.
– DONS ESPIRITUAIS
"Mas a manifestação do
Espírito é dada a cada um para o que for útil”(1Co 12.7)
Perspectiva geral
Uma das maneiras do Espírito Santo manifestar-se é através de uma variedade de dons espirituais concedidos aos crentes (12.7-11). Essas manifestações do Espírito visam à edificação e à santificação da igreja (12.7; 14.26). Esses dons e ministérios não são os mesmos de Rm 12.6-8 e Ef 4.11, mediante os quais o crente recebe poder e capacidade para servir na igreja de modo mais permanente. A lista em 12.8-10 não é completa. Os dons aí tratados podem operar em conjunto, de diferentes maneiras.
Uma das maneiras do Espírito Santo manifestar-se é através de uma variedade de dons espirituais concedidos aos crentes (12.7-11). Essas manifestações do Espírito visam à edificação e à santificação da igreja (12.7; 14.26). Esses dons e ministérios não são os mesmos de Rm 12.6-8 e Ef 4.11, mediante os quais o crente recebe poder e capacidade para servir na igreja de modo mais permanente. A lista em 12.8-10 não é completa. Os dons aí tratados podem operar em conjunto, de diferentes maneiras.
(1) As manifestações do Espírito dão-se de acordo
com a vontade do Espírito (12.11), ao surgir a necessidade, e também conforme o
anelo do crente na busca dos dons (12.31; 14.1).
(2) Certos dons podem operar num crente de modo
regular, e um crente pode receber mais de um dom para atendimento de
necessidades específicas. O crente deve desejar “dons”, e não apenas um dom
(12.31; 14.1).
(3) É antibíblico e insensato se pensar que quem
tem um dom de operação exteriorizada (mais visível) é mais espiritual do que
quem tem dons de operação mais interiorizada, i.e., menos visível. Também,
quando uma pessoa possui um dom espiritual, isso não significa que Deus aprova
tudo quanto ela faz ou ensina. Não se deve confundir dons do Espírito, com o
fruto do Espírito, o qual se relaciona mais diretamente com o caráter e a
santificação do crente (Gl 5.22,23).
(4) Satanás pode imitar a manifestação dos dons do
Espírito, ou falsos crentes disfarçados como servos de Cristo podem fazer o
mesmo (Mt 7.21-23; 24.11, 24; 2Co 11.13-15; 2Ts 2.8-10). O crente não deve dar
crédito a qualquer manifestação espiritual, mas deve “provar se os espíritos
são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo”(1Jo
4.1; cf. 1Ts 5.20,21).
Os dons espirituais
Em 1Co 12.8-10, o apóstolo
Paulo apresenta uma diversidade de dons que o Espírito Santo concede aos
crentes. Nesta passagem, ele não descreve as características desses dons, mas
noutros trechos das Escrituras temos ensino sobre os mesmos.
(1) Dom da Palavra da Sabedoria (12.8). Trata-se de
uma mensagem vocal sábia, enunciada mediante a operação sobrenatural do
Espírito Santo. Tal mensagem aplica a revelação da Palavra de Deus ou a
sabedoria do Espírito Santo a uma situação ou problema específico (At 6.10;
15.13-22). Não se trata aqui da sabedoria comum de Deus, para o viver diário, que
se obtém pelo diligente estudo e meditação nas coisas de Deus e na sua Palavra,
e pela oração (Tg 1.5,6).
(2) Dom da Palavra do Conhecimento (12.8). Trata-se
de uma mensagem vocal, inspirada pelo Espírito Santo, revelando conhecimento a
respeito de pessoas, de circunstâncias, ou de verdades bíblicas.
Freqüentemente, este dom tem estreito relacionamento com o de profecia (At
5.1-10; 1Co 14.24,25).
(3) Dom da Fé (12.9). Não se trata da fé para
salvação, mas de uma fé sobrenatural especial, comunicada pelo Espírito Santo,
capacitando o crente a crer em Deus para a realização de coisas extraordinárias
e milagrosas. É a fé que remove montanhas (13.2) e que freqüentemente opera em
conjunto com outras manifestações do Espírito, tais como as curas e os milagres
(Mt 17.20; Mc 11.22-24; Lc 17.6).
(4) Dons de Curas (12.9). Esses dons são concedidos
à igreja para a restauração da saúde física, por meios divinos e sobrenaturais
(Mt 4.23-25; 10.1; At 3.6-8; 4.30). O plural (“dons”) indica curas de
diferentes enfermidades e sugere que cada ato de cura vem de um dom especial de
Deus. Os dons de curas não são concedidos a todos os membros do corpo de Cristo
(cf. 12.11,30), todavia, todos eles podem orar pelos enfermos. Havendo fé, os
enfermos serão curados.
Pode também haver cura em
obediência ao ensino bíblico de Tg 5.14-16 (ver Tg 5.15).
(5) Dom de Operação de Milagres (12.10). Trata-se
de atos sobrenaturais de poder, que intervêm nas leis da natureza. Incluem atos
divinos em que se manifesta o reino de Deus contra Satanás e os espíritos
malignos (Jo 6.2).
(6) Dom de Profecia (12.10). É preciso distinguir a
profecia aqui mencionada, como manifestação momentânea do Espírito da profecia
como dom ministerial na igreja, mencionado em Ef 4.11. Como dom de ministério,
a profecia é concedida a apenas alguns crentes, os quais servem na igreja como
ministros profetas.
Como manifestação do
Espírito, a profecia está potencialmente disponível a todo cristão cheio dEle
(At 2.16-18). Quanto à profecia, como manifestação do Espírito, observe o
seguinte: (a) Trata-se de um dom que capacita o crente a transmitir uma palavra
ou revelação diretamente de Deus, sob o impulso do Espírito Santo (14.24,25,
29-31). Aqui, não se trata da entrega de sermão previamente preparado. (b)
Tanto no AT, como no NT, profetizar não é primariamente predizer o futuro, mas
proclamar a vontade de Deus e exortar e levar o seu povo à retidão, à
fidelidade e à paciência (14.3). (c) A mensagem profética pode desmascarar a
condição do coração de uma pessoa (14.25), ou prover edificação, exortação,
consolo, advertência e julgamento (14.3, 25,26, 31). (d) A igreja não deve ter
como infalível toda profecia deste tipo, porque muitos falsos profetas estarão
na igreja (1Jo 4.1). Daí, toda profecia deve ser julgada quanto à sua
autenticidade e conteúdo (14.29, 32; 1Ts 5.20,21). Ela deverá enquadrar-se na
Palavra de Deus (1Jo 4.1), contribuir para a santidade de vida dos ouvintes e
ser transmitida por alguém que de fato vive submisso e obediente a Cristo (12.3).
(e) O dom de profecia manifesta-se segundo a vontade de Deus e não a do homem.
Não há no NT um só texto mostrando que a igreja de então buscava revelação ou
orientação através dos profetas. A mensagem profética ocorria na igreja somente
quando Deus tomava o profeta para isso (12.11).
(7) Dom de Discernimento de Espíritos (12.10).
Trata-se de uma dotação especial dada pelo Espírito, para o portador do dom
discernir e julgar corretamente as profecias e distinguir se uma mensagem
provém do Espírito Santo ou não (14.29; 1Jo 4.1). No fim dos tempos, quando os
falsos mestres (Mt 24.5) e a distorção do cristianismo bíblico aumentarão muito
(1Tm 4.1), esse dom espiritual será extremamente importante para a igreja.
(8) Dom de Variedades de Línguas (12.10). No tocante
às “línguas”(gr. glossa, que significa língua) como manifestação sobrenatural
do Espírito, notemos os seguintes fatos: (a) Essas línguas podem ser humanas e
vivas (At 2.4-6), ou uma língua desconhecida na terra, e.g., “línguas... dos
anjos”(13.1). A língua falada através deste dom não é aprendida, e quase sempre
não é entendida, tanto por quem fala (14.14), como pelos ouvintes (14.16). (b)
O falar noutras línguas como dom abrange o espírito do homem e o Espírito de
Deus, que entrando em mútua comunhão, faculta ao crente a comunicação direta
com Deus (i.e., na oração, no louvor, no bendizer e na ação de graças),
expressando-se através do espírito mais do que da mente (14.2, 14) e orando por
si mesmo ou pelo próximo sob a influência direta do Espírito Santo, à parte da
atividade da mente (cf. 14.2, 15, 28; Jd 20). (c) Línguas estranhas faladas no
culto devem ser seguidas de sua interpretação, também pelo Espírito, para que a
congregação conheça o conteúdo e o significado da mensagem (14.3, 27,28). Ela pode
conter revelação, advertência, profecia ou ensino para a igreja (cf. 14.6). (d)
Deve haver ordem quanto ao falar em línguas em voz alta durante o culto. Quem
fala em línguas pelo Espírito, nunca fica em “êxtase”ou “fora de
controle”(14.27,28).
(9) Dom de Interpretação de Línguas (12.10).
Trata-se da capacidade concedida pelo Espírito Santo, para o portador deste dom
compreender e transmitir o significado de uma mensagem dada em línguas. Tal
mensagem interpretada para a igreja reunida, pode conter ensino sobre a
adoração e a oração, ou pode ser uma profecia. Toda a congregação pode assim
desfrutar dessa revelação vinda do Espírito Santo. A interpretação de uma
mensagem em línguas pode ser um meio de edificação da congregação inteira, pois
toda ela recebe a mensagem (14.6, 13, 26). A interpretação pode vir através de
quem deu a mensagem em línguas, ou de outra pessoa. Quem fala em línguas deve
orar para que possa interpretá-las (14.13).
OBREIROS QUE SÃO UMA FARSA
"Porque se levantarão falsos
cristos e falsos profetas e farão sinais e prodígios, para enganarem, se for
possível, até os escolhidos”(Mc 13.22)
Descrição
O crente da atualidade
precisa estar informado de que pode haver, nas igrejas, diversos obreiros
corrompidos e distanciados da verdade, como os mestres da lei de Deus, nos dias
de Jesus (Mt 24.11,24). Jesus adverte, aqui, que nem toda pessoa que professa a
Cristo é um crente verdadeiro e que, hoje, nem todo escritor evangélico,
missionário, pastor, evangelista, professor, diácono e outros obreiros são
aquilo que dizem ser.
(1) Esses obreiros “exteriormente pareceis justos
aos homens”(Mt 23.28). Aparecem “vestidos como ovelhas”(Mt 7.15). Podem até ter
uma mensagem firmemente baseada na Palavra de Deus e expor altos padrões de
retidão. Podem parecer sinceramente empenhados na obra de Deus e no seu reino,
demonstrar grande interesse pela salvação dos perdidos e professar amor a todas
as pessoas.
Parecerão ser grandes
ministros de Deus, líderes espirituais de renome, ungidos pelo Espírito Santo.
Poderão realizar milagres, ter grande sucesso e multidões de seguidores (Mt
7.21-23; 24.11,24; 2Co 11.13-15).
(2) Todavia, esses homens são semelhantes aos
falsos profetas dos tempos antigos (Dt 13.3; 1Rs 18.40; Ne 6.12; Jr 14.14; Os
4.15), e aos fariseus do NT.
Longe das multidões, na sua
vida em particular, os fariseus entregavam-se à “rapina e de iniqüidade”(Mt
23.25), “cheios de ossos de mortos e de toda imundícia”(Mt 23.27), “cheios de
hipocrisia e de iniqüidade”(Mt 23.28). Sua vida na intimidade é marcada por
cobiça carnal, imoralidade, adultério, ganância e satisfação dos seus desejos
egoístas.
(3) De duas maneiras, esses impostores conseguem uma
posição de influência na igreja. (a) Alguns falsos mestres e pregadores iniciam
seu ministério com sinceridade, veracidade, pureza e genuína fé em Cristo. Mais
tarde, por causa do seu orgulho e desejos imorais, sua dedicação pessoal e amor
a Cristo desaparecem lentamente. Em decorrência disso, apartam-se do reino de
Deus (1Co 6.9,10; Gl 5.19-21; Ef 5.5,6) e se tornam instrumentos de Satanás,
disfarçados em ministros da justiça (2Co 11.15). (b) Outros falsos mestres e
pregadores nunca foram crentes verdadeiros. A serviço de Satanás, eles estão na
igreja desde o início de suas atividades (Mt 13.24-28,36-43).
Satanás tira partido da sua
habilidade e influência e promove o seu sucesso. A estratégia do inimigo é
colocá-los em posições de influência para minarem a autêntica obra de Cristo.
Se forem descobertos ou desmascarados, Satanás sabe que grandes danos ao
evangelho advirão disso e que o nome de Cristo será menosprezado publicamente.
A prova
Quatorze vezes nos
Evangelhos, Jesus advertiu os discípulos a se precaverem dos líderes
enganadores (Mt 7.15; 16.6,11; 24.4,24; Mc 4.24; 8.15; 12.38-40; 13.5; Lc 12.1;
17.23; 20.46; 21.8). Noutros lugares, o crente é exortado a pôr à prova
mestres, pregadores e dirigentes da igreja (1Ts 5.21; 1 Jo 4.1). Seguem-se os
passos para testar falsos mestres ou falsos profetas:
(1) Discernir o caráter da pessoa. Ela tem uma vida
de oração perseverante e manifesta uma devoção sincera e pura a Deus? Manifesta
o fruto do Espírito (Gl 5.22,23), ama os pecadores (Jo 3.16), detesta o mal e
ama a justiça (Hb 1.9 nota) e fala contra o pecado (Mt 23; Lc 3.18-20)?
(2) Discernir os motivos da pessoa. O líder cristão
verdadeiro procurará fazer quatro coisas: (a) honrar a Cristo (2Co 8.23; Fp
1.20); (b) conduzir a igreja à santificação (At 26.18; 1Co 6.18; 2Co 6.16-18);
(c) salvar os perdidos (1Co 9.19-22); e (d) proclamar e defender o evangelho de
Cristo e dos seus apóstolos (Fp 1.16; Jd 3).
(3) Observar os frutos da vida e da mensagem da
pessoa. Os frutos dos falsos pregadores comumente consistem em seguidores que
não obedecem a toda a Palavra de Deus (Mt 7.16).
(4) Discernir até que ponto a pessoa se baseia nas
Escrituras. Este é um ponto fundamental.
Ela crê e ensina que os
escritos originais do AT e do NT são plenamente inspirados por Deus, e que
devemos observar todos os seus ensinos (2Jo 9-11)? Caso contrário, podemos
estar certos de que tal pessoa e sua mensagem não provêm de Deus.
(5) Finalmente, verifique a integridade da pessoa
quanto ao dinheiro do Senhor. Ela recusa grandes somas para si mesma,
administra todos os assuntos financeiros com integridade e responsabilidade, e
procura realizar a obra de Deus conforme os padrões do NT para obreiros
cristãos? (1Tm 3.3; 6.9,10).
Apesar de tudo que o crente
fiel venha a fazer para avaliar a vida e o trabalho de tais pessoas, não
deixará de haver falsos mestres nas igrejas, os quais, com a ajuda de Satanás,
ocultam-se até que Deus os desmascare e revele aquilo que realmente são.
9 – O GRANDE RAPTO DA
NOIVA
"Porque o mesmo Senhor
descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e
os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos
vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor
nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor”(1Ts 4.16,17).
O termo
“arrebatamento”deriva da palavra raptus em latim, que significa “arrebatado
rapidamente e com força”. O termo latino raptus equivale a harpazo em grego,
traduzido por “arrebatado”em 4.17. Esse evento, descrito aqui e em 1Co 15,
refere-se à ocasião em que a igreja do Senhor será arrebatada da terra para
encontrar-se com Ele nos ares. O arrebatamento abrange apenas os salvos em
Cristo.
(1) Instantes antes do arrebatamento, ao descer
Cristo do céu para buscar a sua igreja, ocorrerá a ressurreição dos “que
morreram em Cristo”(4.16). Não se trata da mesma ressurreição referida em Ap
20.4, a qual somente ocorrerá depois de Cristo voltar à terra, julgar os ímpios
e prender Satanás (Ap 19.11—20.3). A ressurreição de Ap 20.4 tem a ver com os
mártires da tribulação e possivelmente com os santos do AT (Ap 20.6).
(2) Ao mesmo tempo em que ocorre a ressurreição dos
mortos em Cristo, os crentes vivos serão transformados; seus corpos se
revestirão de imortalidade (1Co 15.51,53). Isso acontecerá num instante, “num
abrir e fechar de olhos”(1Co 15.52).
(3) Tanto os crentes ressurretos como os que
acabaram de ser transformados serão “arrebatados juntamente”(4.17) para
encontrar-se com Cristo nos ares, ou seja: na atmosfera entre a terra e o céu.
(4) Estarão literalmente unidos com Cristo
(4.16,17), levados à casa do Pai, no céu (Jo 14.2,3), e reunidos aos queridos
que tinham morrido (4.13-18).
(5) Estarão livres de todas as aflições (2Co 5.2,4;
Fp 3.21), de toda perseguição e opressão (Ap 3.10), de todo domínio do pecado e
da morte (1Co 15.51-56); o arrebatamento os livra da “ira futura”(1.10; 5.9),
ou seja: da grande tribulação.
(6) A esperança de que nosso Salvador logo voltará
para nos tirar do mundo, a fim de estarmos “sempre com o Senhor”(4.17), é a
bem-aventurada esperança de todos os redimidos (Tt 2.13). É fonte principal de
consolo para os crentes que sofrem (4.17,18; 5.10).
(7) Paulo emprega o pronome “nós”em 4.17 por saber
que a volta do Senhor poderia acontecer naquele período, e comunica aos
tessalonicenses essa mesma esperança. A Bíblia insiste que anelemos e esperemos
contínua e confiadamente volta do nosso Senhor (cf. Rm 13.11; 1Co 15.51,52; Ap
22.12,20).
(8) Quem está na igreja, mas não abandona o pecado
e o mal, sendo assim infiel a Cristo, será deixado aqui, no arrebatamento (Mt
25.1; Lc 12.45). Os tais ficarão neste mundo e farão parte da igreja apóstata
(Ap 17.1), sujeitos à ira de Deus.
(9) Depois do arrebatamento, virá o Dia do Senhor,
um tempo de sofrimento e ira sobre os ímpios (5.2-10; ver 5.2). Seguir-se-á a
segunda fase da vinda de Cristo, quando, então, Ele virá para julgar os ímpios
e reinar sobre a terra (Mt 24.42,44).
0 – A CURA DIVINA NA
ATUALIDADE
"E, chegada a tarde,
trouxeram-lhe muitos endemoninhados, e ele, com a sua palavra, expulsou deles
os espíritos e curou a todos os que estavam enfermos, para que se cumprisse o
que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre si as nossas
enfermidades e levou as nossas doenças”(Mt 8.16,17)
A provisão redentora de Deus
(1) O problema das enfermidades e das doenças está
fortemente vinculado ao problema do pecado e da morte, i.e., às conseqüências
da queda. Enquanto a ciência médica considera as causas das enfermidades e das
doenças em termos psicológicos ou psicossomáticos, a Bíblia apresenta as causas
espirituais como sendo o problema subjacente ou fundamental desses males. Essas
causas são de dois tipos: (a) O pecado, que afetou a constituição física e
espiritual do homem (Jo 5.5,14), e (b) Satanás (At 10.38; cf.Mc 9.17, 20.25; Lc
13.11; At 19.11,12).
(2) A provisão de Deus através da redenção é tão
abrangente quanto às conseqüências da queda. Para o pecado, Deus provê o perdão;
para a morte, Deus provê a vida eterna, e a vida ressurreta; e para a
enfermidade, Deus provê a cura (cf. Sl 103.1-5; Lc 4.18; 5.17-26; Tg 5.14,15).
Daí, durante a sua vida terrestre, Jesus ter tido um tríplice ministério:
ensinar a Palavra de Deus, pregar o arrependimento (o problema do pecado) e as
bênçãos do reino de Deus (a vida) e curar todo tipo de moléstia, doença e
enfermidade entre o povo (4.23,24).
A revelação da vontade de Deus sobre a cura
A vontade de Deus no
tocante à cura divina é revelada de quatro maneiras principais nas Escrituras.
(1) A declaração do próprio Deus. Em Êx 15.26 Deus
prometeu saúde e cura ao seu povo, se este permanecesse fiel ao seu concerto e
aos seus mandamentos. Sua declaração abrange dois aspectos: (a) “Nenhuma das
enfermidades porei sobre ti [como julgamento], que pus sobre o Egito”; e (b)
“Eu sou o SENHOR, que te sara [como Redentor]”. Deus continuou sendo o Médico
dos médicos do seu povo, no decurso do AT, sempre que os seus sinceramente se
dedicavam a buscar a sua face e obedecer à sua Palavra (cf. 2Rs 20.5; Sl
103.3).
(2) O ministério de Jesus. Jesus, como o Filho
encarnado de Deus, era a exata manifestação da natureza e do caráter de Deus
(Hb 1.3; cf. Cl 1.15; 2.9). Jesus, no seu ministério terreno (4.23,24; 8.14-16;
9.35; 15.28; Mc 1.32-34,40,41; Lc 4.40; At 10.38), revelava a vontade de Deus
na prática (Jo 6.38; 14.10), e demonstrou que está no coração, na natureza e no
propósito de Deus curar todos os que estão enfermos e oprimidos pelo diabo.
(3) A provisão da expiação de Cristo. (Is 53.4,5;
Mt 8.16,17; 1Pe 2.24). A morte expiatória de Cristo foi um ato perfeito e
suficiente para a redenção do ser humano total —espírito, alma e corpo. Assim
como o pecado e a enfermidade são os gigantes gêmeos, destinados por Satanás
para destruir o ser humano, assim também o perdão e a cura divina vêm juntos
como bênçãos irmanadas, destinadas por Deus para nos redimir e nos dar saúde
(cf. Sl 103.3; Tg 5.14-16). O crente deve prosseguir com humildade e fé e
apropriar-se da plena provisão da expiação de Cristo, inclusive a cura do
corpo.
(4) O ministério contínuo da igreja. Jesus
comissionou seus doze discípulos para curar os enfermos, como parte da sua
proclamação do reino de Deus (Lc 9.1,2,6). Posteriormente, Ele comissionou
setenta discípulos para fazerem a mesma coisa (Lc 10.1, 8,9, 19). Depois do dia
de Pentecoste o ministério de cura divina que Jesus iniciara teve
prosseguimento através da igreja primitiva como parte da sua pregação do
evangelho (At 3.1-10; 4.30; 5.16; 8.7; 9.34; 14.8-10; 19.11,12; cf. Mc 16.18;
1Co 12.9,28,30; Tg 5.14-16). O NT registra três maneiras como o poder de Deus e
a fé se manifestam através da igreja para curar: (a) a imposição de mãos (Mc
16.15-18; At 9.17); (b) a confissão de pecados conhecidos, seguida da unção do
enfermo com óleo pelos presbíteros (Tg 5.14-16); e (c) os dons espirituais de
curar concedidos à igreja (1Co 12.9). Note que são os presbíteros da igreja que
devem cuidar desta “oração da fé”.
Impedimentos à cura
Às vezes há, na própria
pessoa, impedimentos à cura divina, como: (1) pecado não confessado (Tg 5.16);
(2) opressão ou domínio demoníaco (Lc 13.11-13); (3) medo ou ansiedade aguda
(Pv 3.5-8; Fp 4.6,7); (4) insucessos no passado que debilitam a fé hoje (Mc
5.26; Jo 5.5-7); (5) o povo (Mc 10.48); (6) ensino antibíblico (Mc 3.1-5;
7.13); (7) negligência dos presbíteros no que concerne à oração da fé (Mc
11.22-24; Tg 5.14-16); (8) descuido da igreja em buscar e receber os dons de
operação de milagres e de curas, segundo a provisão divina (At 4.29,30; 6.8;
8.5,6; 1Co 12.9,10,29-31; Hb 2.3,4); (9) incredulidade (Mc 6.3-6; 9.19, 23,24);
e (10) irreverência com as coisas santas do Senhor (1Co 11.29,30). Casos há em
que não está esclarecida a razão da persistência da doença física em crentes
dedicados (Gl 4.13,14; 1Tm 5.23; 2Tm 4.20). Noutros casos, Deus resolve levar
seus amados santos ao céu, durante uma enfermidade (cf. 2Rs 13.14,20).
O que devemos fazer quando em busca da cura
O que deve fazer o crente
quando ora pela cura divina para si?
(1) Ter a certeza de que está em plena comunhão com
Deus e com o próximo (Mt 6.33; 1Co 11.27-30; Tg 5.16; ver Jo 15.7). (2) Buscar
a presença de Jesus na sua vida, pois é Ele quem comunica ao coração do crente
a necessária fé para a cura (Rm 12.3; 1Co 12.9; Fp 2.13; ver Mt 17.20). (3)
Encher sua mente e coração da Palavra de Deus (Jo 15.7; Rm 10.17). (4) Se a
cura não ocorre, continuar e permanecer nEle (Jo 15.1-7), examinando ao mesmo
tempo sua vida, para ver que mudanças Deus quer efetuar na sua pessoa. (5)
Pedir as orações dos presbíteros da igreja, bem como dos familiares e amigos
(Tg 5.14-16). (6) Assistir a cultos em que há alguém com um autêntico e
aprovado ministério de cura divina (cf. At 5.15,16; 8.5-7). (7) Ficar na
expectativa de um milagre, i. e., confiar no poder de Cristo (7.8; 19.26). (8)
Regozijar-se caso a cura ocorra na hora, e ao mesmo tempo manter-se alegre, se
ela não ocorrer de imediato (Fp 4.4,11-13). (9) Saber que a demora de Deus em
atender as orações não é uma recusa dEle às nossas petições. Às vezes, Deus tem
em ente um propósito maior, que ao cumprir-se, resulta em sua maior glória (cf.
Jo 9.13; 11.4, 14,15,45; 2Co 12.7-10) e em bem para nós (Rm 8.28). (10) Reconhecer
que, tratando-se de um crente dedicado, Deus nunca o abandonará, nem o
esquecerá. Ele nos ama tanto que nos tem gravado na palma das suas mãos (Is
49.15,16).
Nota: A Bíblia reconhece o
uso apropriado dos recursos médicos (9.12; Lc 10.34; Cl 4.14).
DÍZIMO, OFERTAS E A MORDOMIA DOS RECURSOS FINANCEIROS
"Trazei todos os dízimos à
casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova
de mim, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não
derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança”(Ml
3.10)
Definição de dízimos e ofertas
A palavra hebraica para
“dízimo”(ma’aser) significa literalmente “a décima parte”.
(1) Na Lei de Deus, os israelitas tinham a
obrigação de entregar a décima parte das crias dos animais domésticos, dos
produtos da terra e de outras rendas como reconhecimento e gratidão pelas
bênçãos divinas (ver Lv 27.30-32; Nm 18.21,26; Dt 14.22-29). O dízimo era usado
primariamente para cobrir as despesas do culto e o sustento dos sacerdotes.
Deus considerava o seu povo responsável pelo manejo dos recursos que Ele lhes
dera na terra prometida (Mt 25.15; Lc 19.13).
(2) No âmago do dízimo, achava-se a idéia de que
Deus é o dono de tudo (Êx 19.5; Sl 24.1; 50.10-12; Ag 2.8). Os seres humanos
foram criados por Ele, e a Ele devem o fôlego de vida (Gn 1.26,27; At 17.28).
Sendo assim, ninguém possui nada que não haja recebido originalmente do Senhor
(Jó 1.21; Jo 3.27; 1Co 4.7). Nas leis sobre o dízimo, Deus estava simplesmente
ordenando que os seus lhe devolvessem parte daquilo que Ele já lhes tinha dado.
(3) Além dos dízimos, os israelitas eram instruídos
a trazer numerosas oferendas ao Senhor, principalmente na forma de sacrifícios.
Levítico escreve várias oferendas rituais: o holocausto (Lv 1; 6.8-13), a
oferta de manjares (Lv 2; 6.14-23), a oferta pacífica (Lv 3; 7.11-21), a oferta
pelo pecado (Lv 4.1—5.13; 6.24-30), e a oferta pela culpa (Lv 5.14—6.7;
7.1-10).
(4) Além das ofertas prescritas, os israelitas
podiam apresentar outras ofertas voluntárias ao Senhor. Algumas destas eram
repetidas em tempos determinados (ver Lv 22.18-23; Nm 15.3; Dt 12.6,17), ao
passo que outras eram ocasionais. Quando, por exemplo, os israelitas
empreenderam a construção do Tabernáculo no monte Sinai, trouxeram liberalmente
suas oferendas para a fabricação da tenda e de seus móveis (ver Êx 35.20-29).
Ficaram tão entusiasmados com o empreendimento, que Moisés teve de ordenar-lhes
que cessassem as oferendas (Êx 36.3-7). Nos tempos de Joás, o sumo sacerdote
Joiada fez um cofre para os israelitas lançarem as ofertas voluntárias a fim de
custear os consertos do templo, e todos contribuíram com generosidade (2Rs
12.9,10). Semelhantemente, nos tempos de Ezequias, o povo contribuiu
generosamente às obras da reconstrução do templo (2Cr 31.5-19).
(5) Houve ocasiões na história do AT em que o povo
de Deus reteve egoisticamente o dinheiro, não repassando os dízimos e ofertas
regulares ao Senhor. Durante a reconstrução do segundo templo, os judeus
pareciam mais interessados na construção de suas propriedades, por causa dos
lucros imediatos que lhes trariam, do que nos reparos da Casa de Deus que se
achava em ruínas. Por causa disto, alertou-lhes Ageu, muitos deles estavam
sofrendo reveses financeiros (Ag 1.3-6). Coisa semelhante acontecia nos tempos
do profeta Malaquias e, mais uma vez, Deus castigou seu povo por se recusar a
trazer-lhe o dízimo (Ml 3.9-12).
A administração do nosso dinheiro
Os exemplos dos dízimos e
ofertas no AT contêm princípios importantes a respeito da mordomia do dinheiro,
que são válidos para os crentes do NT.
(1) Devemos lembrar-nos que tudo quanto possuímos
pertence a Deus, de modo que aquilo que temos não é nosso: é algo que nos
confiou aos cuidados. Não temos nenhum domínio sobre as nossas posses.
(2) Devemos decidir, pois, de todo o coração,
servir a Deus, e não ao dinheiro (Mt 6.19-24; 2Co 8.5). A Bíblia deixa claro
que a cobiça é uma forma de idolatria (Cl 3.5).
(3) Nossas contribuições devem ser para a promoção
do reino de Deus, especialmente para a obra da igreja local e a disseminação do
evangelho pelo mundo (1Co 9.4-14; Fp 4.15-18; 1Tm 5.17,18), para ajudar aos
necessitados (Pv 19.17; Gl 2.10; 2Co 8.14; 9.2), para acumular tesouros no céu
(Mt 6.20; Lc 6.32-35) e para aprender a temer ao Senhor (Dt 14.22,23).
(4) Nossas contribuições devem ser proporcionais à
nossa renda. No AT, o dízimo era calculado em uma décima parte. Dar menos que
isto era desobediência a Deus. Aliás, equivalia a roubá-lo (Ml 3.8-10).
Semelhantemente, o NT requer que as nossas contribuições sejam proporcionais àquilo
que Deus nos tem dado (1Co 16.2; 2Co 8.3,12; 2Co 8.2).
(5) Nossas contribuições devem ser voluntárias e
generosas, pois assim é ensinado tanto no AT (Êx 25.1,2; 2Cr 24.8-11) quanto no
NT (2Co 8.1-5,11,12). Não devemos hesitar em contribuir de modo sacrificial
(2Co 8:3), pois foi com tal espírito que o Senhor Jesus entregou-se por nós
(ver 2Co 8.9). Para Deus, o sacrifício envolvido é muito mais importante do que
o valor monetário da dádiva (ver Lc 21.1-4).
(6) Nossas contribuições devem ser dadas com alegria
(2Co 9.7). Tanto o exemplo dos israelitas no AT (Êx 35.21-29; 2Cr 24.10) quanto
o dos cristãos macedônios do NT (2Co 8.1-5) servem-nos de modelos.
(7) Deus tem prometido recompensar-nos de
conformidade com o que lhe temos dado (ver Dt 15.4; Ml 3.10-12; Mt 19.21; 1Tm
6.19; 2Co 9.6).
Viva vencendo, sendo parte integrante da igreja de Jesus!!!
Abraços.
Seu irmão menor.
Abraços.
Seu irmão menor.
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