Que os cristãos deste século XXI estejam perplexos, quem o negará?
Que o fenômeno seja relativamente recente, correspondendo aos vinte últimos
anos da História da Igreja, basta observar o que sucede para estar persuadido
disto. Há pouco tempo, o caminho estava inteiramente traçado; ou se seguia ou
não. Tinha-se a fé, ou então se tinha perdido, ou ainda jamais se tivera. Mas
quem a possuía, quem havia entrado ‘na igreja’, este sabia o que devia crer e o
que devia fazer.
Hoje, muitos não mais o
sabem. Ouvem-se nas igrejas tantos ditos estarrecedores, leem-se tantas
declarações contrárias ao que tinha sido sempre ensinado, que a dúvida se
insinuou nos espíritos.
Quero fazer uso de uma
declaração de João Paulo II, que em sua época, inicio do pontificado, queria
prevenir o Catolicismo Romano de ataques. Ora, se ele teve essa preocupação,
por que nós não teríamos?
“De todos os lados
espalharam-se ideias que contradizem a verdade que foi revelada e sempre
ensinada. Verdadeiras heresias foram divulgadas nos domínios do dogma e da
moral, suscitando dúvidas, confusão, rebelião. A própria liturgia foi violada.
Mergulhados num ”relativismo” intelectual e moral, os cristãos são tentados por
um iluminismo vagamente moralista por um cristianismo sociológico, sem dogma
definido e sem moralidade objetiva.” Isso está correto ou não? Sim. Ele acertou.
Esta perplexidade se
manifesta a todo o instante nas conversas, nos escritos, nos jornais, nas emissões
de rádio ou TVs, na internet, principalmente na ‘febre’ que são as Redes Sociais
e isso se transfere para o comportamento dos servos de Deus, traduzindo-se este
último numa diminuição considerável da prática como o testemunham as
estatísticas, uma desafeição relativamente à Palavra de Deus e ás ordenanças de
Jesus e de Seus apóstolos, indo refletir num relaxamento geral dos costumes.
Foi-se levado a
perguntar, por conseguinte, o que provocou um tal estado de coisas. A todo
efeito corresponde uma causa. É a fé dos homens que diminuiu, por um eclipse da
generosidade da alma, um apetite de gozo, uma atração pelos prazeres da vida e
pelas múltiplas distrações que oferece o mundo moderno? Não são estas as
verdadeiras razões, elas sempre existiram dum modo ou de outro; a queda rápida
da prática religiosa provém antes do espírito novo que se introduziu na Igreja
de Jesus(povo), e que lançou a suspeita
sobre um passado inteiro de vida eclesiástica, de ensino e de princípios de
vida. Tudo isto se fundava sobre a fé imutável da Igreja na Palavra bendita de
Deus.
A fé se estabelecia
sobre certezas. Abalando-as, semeou-se a perplexidade.
Tomemos um exemplo: a
liderança ensinava — e o conjunto dos fiéis acreditava — que a Palavra de Deus
era a única revelação verdadeira, sem erros. Com efeito, ela foi revelada pelo próprio Deus. Em consequência disto o cristão deveria evitar
toda relação com as pseudo- religiões e de outra parte, fazer tudo para trazer
os não conversos à presença de Cristo.
Isto é ainda
verdadeiro? Com toda a segurança. A verdade não pode mudar, senão jamais teria
sido verdade. Nenhum dado novo, nenhuma descoberta teológica ou científica — se
é que podem existir descobertas teológicas — jamais fará com que a obediência á
Palavra de Deus, não seja mais o único caminho da salvação.
Mas, os próprios crentes
de hoje, assistem a cerimônias religiosas e toma parte em empregos, práticas e modo de vida contrários
ao que foi ensinado. A televisão e a internet, têm sido uma ‘praga’ a espalha
no mundo inteiro as imagens destes fatos, mostrando assim que os crentes de
hoje, não são como os de antigamente, que se privavam de estabelecer laços
estreitos com o pecado e até com alguns pecadores. Hoje, por mais que sejam
estarrecedores alguns fatos, muitos crentes acham normal. E muitas vezes acham
porque seus próprios líderes estão lá, na prática ou na companhia de quem não
deveria.
Lutero , separou-se da
Igreja de Roma e fez isso com povos
inteiros e mundo afora. Transtornou a
Europa espiritual e politicamente, arruinando a hierarquia católica, o
sacerdócio católico, fazendo valer a questão da doutrina da salvação. Sua revolta contra a Igreja seria o modelo
seguido por todos os futuros revolucionários(protestantes fiéis a Deus), que
lançariam a semente da fé verdadeira.
Compreende-se que
diante de uma mudança tão complexa e divorciada da verdade, como a que vivemos
e vemos hoje, sabemos que isso não está no agrado de Deus. Tudo mudou e a
maioria das mudanças foi para pior. Quando homens que lideram tentam mudar ‘a
verdade em mentira’, isso é terrível. E isso deixa muita gente de Deus,
perplexas. Mas eles têm tantos motivos de o estar! No decurso dos anos presenciaram
a transformação do fundo e da forma das práticas religiosas que os adultos
tinham conhecido na primeira parte de sua vida. Nas igrejas, os ‘altares’ foram
mudados para uma prancha, ou uma ´concha´q se abre quando o líder chega(como se
fosse mais importante que Jesus. Há ainda certa igreja, que o púlpito é uma
cabine á prova de balas. Pode uma coisa dessa?
Em alguns lugares, o templo é, após o culto, transformado em espaço para
forró, balada gospel, para lutas de MMA ou para se ‘curtir’ uma capoeira ao som
do berinbal. O Corpo de Cristo é tratado com uma falta de reverência que
insinua a dúvida sobre a realidade da presença do Espirito Santo.
As liturgias são
administradas dum modo que varia conforme os lugares e ‘gostos’ de alguns
crentes; tomarei como exemplos a idade do batismo, o da bênção nupcial
acompanhada de cantos e de leituras que nada têm a ver com a liturgia, tomadas
de empréstimo a outras religiões ou de uma literatura decididamente profana,
quando não exprimem simplesmente ideias políticas.
A totalidade dos cânticos foi substituída por
cantigas modernas, nas quais não é raro encontrar os mesmos ritmos que os dos
lugares de prazer. Mas é isso que ta ‘na onda’, né?
Os crentes mais antigos
ficam surpresos também pelo brusco desaparecimento das roupas ‘modestas’, como
se homens e mulheres tivessem vergonha
de aparecer com tais.
Os pais que levam seus
filhos á Escola Domincal verificam que não mais se lhes ensinam as verdades da
fé, mesmo as mais elementares: a Trindade, o mistério da Encarnação, a
Redenção, o pecado original, o sacrifício de Jesus e etc. Daí se origina um
sentimento de profunda confusão: tudo isto não é mais verdade, está caduco,
“ultrapassado”? As próprias virtudes cristãs não são mais mencionadas; em que
manual de ensino, por exemplo, se fala da humildade, da renuncia, da mortificação e do inferno para
os desobedientes á Palavra de Deus? A fé se tornou um conceito flutuante, a
caridade uma espécie de solidariedade universal e a esperança é, sobretudo, a
esperança num mundo melhor.
Tais novidades não são
aquelas que, na ordem humana, aparecem com o tempo, às quais nos habituamos, a
que assimilamos depois de um primeiro período de surpresa e de hesitação. No
decorrer da vida de um homem, muitas maneiras de comportamento se transformam;
se eu fosse um missionário na África dirigir-me-ia para lá de avião e não mais
de navio quando não fosse senão pela dificuldade de encontrar uma companhia
marítima que fizesse ainda o trajeto. Neste sentido pode-se dizer que é preciso
viver com o seu tempo e ademais se está obrigado a isso.
Mas os crentes em Jesus,
aos quais se quis impor novidades na ordem
espiritual e sobrenatural em virtude do mesmo princípio, compreenderam bem que
isto não era possível. Não se muda o culto, as ordenanças instituídos por Jesus
Cristo, não se muda a verdade revelada uma vez por todas, não se substitui uma
verdade por outra, ‘revelada’ recentemente.
As páginas que vão
seguir quereriam responder às questões que conhecestes uma outra face da Igreja. Elas
quereriam também esclarecer os jovens nascidos a menos de 25 anos, e aos
quais a comunidade cristã, não oferece o
que eles têm direito de esperar dela. Desejaria, enfim, dirigir-me aos
indiferentes ou frios na fé e aos ‘conformados com o mundo’, que a graça de Deus tocará num dia ou noutro,
mas que correm o risco de encontrar então igrejas sem líderes convertidos e uma doutrina que não corresponde às
aspirações de sua alma.
E ademais é com toda a
evidência, uma questão que interessa a todo o mundo, se se julga pelo interesse
que nisto demonstra a imprensa de informação geral, em particular em nosso país. Os jornalistas também dão
mostras de perplexidade. Alguns títulos ao acaso: “O cristianismo vai morrer?”,
“Haverá ainda sacerdotes no século xxi?”
A estas perguntas eu
quero responder, não trazendo de minha parte teorias novas, mas me referindo à
Palavra de Deus ininterrupta e entretanto tão abandonada nestes anos que a
muitos leitores ela aparecerá como qualquer coisa de novo.
Que Deus tenha
misericórdia de nossas igrejas que se dizem seguidoras de Jesus.
Viva vencendo a
apostasia que cresce em nosso meio!!!
Abraços tristes.
Seu irmão menor.
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