23 agosto 2014

Apostasia Galopante em Nosso Meio


Que os cristãos deste  século XXI estejam perplexos, quem o negará? Que o fenômeno seja relativamente recente, correspondendo aos vinte últimos anos da História da Igreja, basta observar o que sucede para estar persuadido disto. Há pouco tempo, o caminho estava inteiramente traçado; ou se seguia ou não. Tinha-se a fé, ou então se tinha perdido, ou ainda jamais se tivera. Mas quem a possuía, quem havia entrado ‘na igreja’, este sabia o que devia crer e o que devia fazer.

Hoje, muitos não mais o sabem. Ouvem-se nas igrejas tantos ditos estarrecedores, leem-se tantas declarações contrárias ao que tinha sido sempre ensinado, que a dúvida se insinuou nos espíritos.

Quero fazer uso de uma declaração de João Paulo II, que em sua época, inicio do pontificado, queria prevenir o Catolicismo Romano de ataques. Ora, se ele teve essa preocupação, por que nós não teríamos?
“De todos os lados espalharam-se ideias que contradizem a verdade que foi revelada e sempre ensinada. Verdadeiras heresias foram divulgadas nos domínios do dogma e da moral, suscitando dúvidas, confusão, rebelião. A própria liturgia foi violada. Mergulhados num ”relativismo” intelectual e moral, os cristãos são tentados por um iluminismo vagamente moralista por um cristianismo sociológico, sem dogma definido e sem moralidade objetiva.” Isso está correto ou  não? Sim. Ele acertou.


Esta perplexidade se manifesta a todo o instante nas conversas, nos escritos, nos jornais, nas emissões de rádio ou TVs, na internet, principalmente na ‘febre’ que são as Redes Sociais e isso se transfere para o comportamento dos servos de Deus, traduzindo-se este último numa diminuição considerável da prática como o testemunham as estatísticas, uma desafeição relativamente à Palavra de Deus e ás ordenanças de Jesus e de Seus apóstolos, indo refletir num relaxamento geral dos costumes.

Foi-se levado a perguntar, por conseguinte, o que provocou um tal estado de coisas. A todo efeito corresponde uma causa. É a fé dos homens que diminuiu, por um eclipse da generosidade da alma, um apetite de gozo, uma atração pelos prazeres da vida e pelas múltiplas distrações que oferece o mundo moderno? Não são estas as verdadeiras razões, elas sempre existiram dum modo ou de outro; a queda rápida da prática religiosa provém antes do espírito novo que se introduziu na Igreja de Jesus(povo),  e que lançou a suspeita sobre um passado inteiro de vida eclesiástica, de ensino e de princípios de vida. Tudo isto se fundava sobre a fé imutável da Igreja na Palavra bendita de Deus.

A fé se estabelecia sobre certezas. Abalando-as, semeou-se a perplexidade.
Tomemos um exemplo: a liderança ensinava — e o conjunto dos fiéis acreditava — que a Palavra de Deus era a única revelação verdadeira, sem erros. Com efeito, ela foi revelada  pelo próprio Deus.  Em consequência disto o cristão deveria evitar toda relação com as pseudo- religiões e de outra parte, fazer tudo para trazer os não conversos  à presença de Cristo.

Isto é ainda verdadeiro? Com toda a segurança. A verdade não pode mudar, senão jamais teria sido verdade. Nenhum dado novo, nenhuma descoberta teológica ou científica — se é que podem existir descobertas teológicas — jamais fará com que a obediência á Palavra de Deus, não seja mais o único caminho da salvação.

Mas, os próprios crentes de hoje,  assistem  a cerimônias religiosas e toma parte em  empregos, práticas e modo de vida contrários ao que foi ensinado. A televisão e a internet, têm sido uma ‘praga’ a espalha no mundo inteiro as imagens destes fatos, mostrando assim que os crentes de hoje, não são como os de antigamente, que se privavam de estabelecer laços estreitos com o pecado e até com alguns pecadores. Hoje, por mais que sejam estarrecedores alguns fatos, muitos crentes acham normal. E muitas vezes acham porque seus próprios líderes estão lá, na prática ou na companhia de quem não deveria.


Lutero , separou-se da Igreja de Roma e fez isso com  povos inteiros e mundo afora.  Transtornou a Europa espiritual e politicamente, arruinando a hierarquia católica, o sacerdócio católico, fazendo valer a questão da  doutrina da salvação.  Sua revolta contra a Igreja seria o modelo seguido por todos os futuros revolucionários(protestantes fiéis a Deus), que lançariam a semente da fé verdadeira.

Compreende-se que diante de uma mudança tão complexa e divorciada da verdade, como a que vivemos e vemos hoje, sabemos que isso não está no agrado de Deus. Tudo mudou e a maioria das mudanças foi para pior. Quando homens que lideram tentam mudar ‘a verdade em mentira’, isso é terrível. E isso deixa muita gente de Deus, perplexas. Mas eles têm tantos motivos de o estar! No decurso dos anos presenciaram a transformação do fundo e da forma das práticas religiosas que os adultos tinham conhecido na primeira parte de sua vida. Nas igrejas, os ‘altares’ foram mudados para uma prancha, ou uma ´concha´q se abre quando o líder chega(como se fosse mais importante que Jesus. Há ainda certa igreja, que o púlpito é uma cabine á prova de balas. Pode uma coisa dessa?  Em alguns lugares, o templo é, após o culto, transformado em espaço para forró, balada gospel, para lutas de MMA ou para se ‘curtir’ uma capoeira ao som do berinbal. O Corpo de Cristo é tratado com uma falta de reverência que insinua a dúvida sobre a realidade da presença do Espirito Santo.

As liturgias são administradas dum modo que varia conforme os lugares e ‘gostos’ de alguns crentes; tomarei como exemplos a idade do batismo, o da bênção nupcial acompanhada de cantos e de leituras que nada têm a ver com a liturgia, tomadas de empréstimo a outras religiões ou de uma literatura decididamente profana, quando não exprimem simplesmente ideias políticas.


A totalidade dos cânticos foi substituída por cantigas modernas, nas quais não é raro encontrar os mesmos ritmos que os dos lugares de prazer. Mas é isso que ta ‘na onda’, né?


Os crentes mais antigos ficam surpresos também pelo brusco desaparecimento das roupas ‘modestas’, como se homens e mulheres tivessem vergonha de aparecer com tais.

Os pais que levam seus filhos á Escola Domincal verificam que não mais se lhes ensinam as verdades da fé, mesmo as mais elementares: a Trindade, o mistério da Encarnação, a Redenção, o pecado original, o sacrifício de Jesus e etc. Daí se origina um sentimento de profunda confusão: tudo isto não é mais verdade, está caduco, “ultrapassado”? As próprias virtudes cristãs não são mais mencionadas; em que manual de ensino, por exemplo, se fala da humildade, da  renuncia, da mortificação e do inferno para os desobedientes á Palavra de Deus? A fé se tornou um conceito flutuante, a caridade uma espécie de solidariedade universal e a esperança é, sobretudo, a esperança num mundo melhor.

Tais novidades não são aquelas que, na ordem humana, aparecem com o tempo, às quais nos habituamos, a que assimilamos depois de um primeiro período de surpresa e de hesitação. No decorrer da vida de um homem, muitas maneiras de comportamento se transformam; se eu fosse um missionário na África dirigir-me-ia para lá de avião e não mais de navio quando não fosse senão pela dificuldade de encontrar uma companhia marítima que fizesse ainda o trajeto. Neste sentido pode-se dizer que é preciso viver com o seu tempo e ademais se está obrigado a isso.

Mas os crentes em Jesus,  aos quais se quis impor novidades na ordem espiritual e sobrenatural em virtude do mesmo princípio, compreenderam bem que isto não era possível. Não se muda o culto, as ordenanças instituídos por Jesus Cristo, não se muda a verdade revelada uma vez por todas, não se substitui uma verdade por outra, ‘revelada’ recentemente.

As páginas que vão seguir quereriam responder às questões  que  conhecestes uma outra face da Igreja. Elas quereriam também esclarecer os jovens nascidos a menos de 25 anos, e aos quais  a comunidade cristã, não oferece o que eles têm direito de esperar dela. Desejaria, enfim, dirigir-me aos indiferentes ou frios na fé e aos ‘conformados com o mundo’,  que a graça de Deus tocará num dia ou noutro, mas que correm o risco de encontrar então igrejas sem líderes convertidos  e uma doutrina que não corresponde às aspirações de sua alma.

E ademais é com toda a evidência, uma questão que interessa a todo o mundo, se se julga pelo interesse que nisto demonstra a imprensa de informação geral, em particular  em nosso país. Os jornalistas também dão mostras de perplexidade. Alguns títulos ao acaso: “O cristianismo vai morrer?”, “Haverá ainda sacerdotes no século xxi?”


A estas perguntas eu quero responder, não trazendo de minha parte teorias novas, mas me referindo à Palavra de Deus ininterrupta e entretanto tão abandonada nestes anos que a muitos leitores ela aparecerá como qualquer coisa de novo.

Que Deus tenha misericórdia de nossas igrejas que se dizem seguidoras de Jesus.

Viva vencendo a apostasia que cresce em nosso meio!!!

Abraços tristes.


Seu irmão menor.

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