Ensino Teológico imoral
O ensino da Teologia tem uma longa tradição, que remonta à própria origem das instituições de ensino.
Na
origem, a Teologia, constituída como uma análise efetuada pela razão
sobre os preceitos da fé, estava estreitamente subordinada a uma única
orientação religiosa – de início, o catolicismo. Depois da Reforma, as
universidades cristãs protestantes desenvolveram seus próprios cursos
teológicos. De uma forma ou de outra, os cursos estavam ligados à
religião oficial do Estado. A separação entre Igreja e Estado,
estabelecida pela grande maioria dos regimes republicanos e pelas
monarquias constitucionais, alterou esta situação permitindo a
pluralidade de orientações teológicas. Isto, entretanto, não criou
nenhum conflito com o Estado ou entre as diversas orientações
religiosas, por não haver, na organização dos sistemas de ensino da
quase totalidade desses países, a instituição de currículos mínimos ou
de diretrizes curriculares. Estabeleceu-se, desta forma, uma pluralidade
de orientações.
No
Brasil, a tradição de currículos mínimos ou, mais recentemente, de
diretrizes curriculares nacionais, associada à questão da validade dos
diplomas de ensino superior para fins de exercício profissional poderia
interferir no pluralismo religioso.
De
fato, o estabelecimento de um currículo mínimo ou de diretrizes
curriculares oficiais nacionais poderia constituir uma ingerência do
Estado em questões de fé e ferir o princípio da separação entre Igreja e
Estado. Talvez, inclusive, seja esta a razão pela qual os cursos de
Teologia não se generalizaram nas universidades brasileiras, mas se
localizaram preferencialmente nos seminários religiosos.
Em
termos da autonomia acadêmica que a constituição assegura, não pode o
Estado impedir ou cercear a criação destes cursos. Por outro lado,
devemos reconhecer que, em não se tratando de uma profissão
regulamentada não há, de fato, nenhuma necessidade de estabelecer
diretrizes curriculares que uniformizem o ensino desta área de
conhecimento. Optou o Estado em primeiro momento, evitar a
regulamentação do conteúdo do ensino, respeitar plenamente os princípios
da liberdade religiosa e da separação entre Igreja e Estado, permitindo
a diversidade de orientações até respeitando suas posições.
Com
o advento da Lei de Diretrizes e Bases – LDB, o avanço das negociações
entre as confissões religiosas e a comissão respectiva do Ministério da
Educação, alguns cursos de teologia receberam o reconhecimento e
credenciamento para funcionarem. Mantendo alguns requisitos
pré-estabelecidos por certame do órgão credenciador, neste caso o MEC.
À
medida que os cursos teológicos se tornaram requisitos obrigatórios,
para a obtenção de certos cargos eclesiásticos e meio para
certos benefícios temporais nas igrejas
cristãs evangélicas, e educação teológica nestas instituições não
evoluiu, antes regrediu a patamares rudimentares tornando-se como alguns
seguimentos religiosos, oportunidade de ganho fácil. Como dizem alguns
críticos “Pequenas Igrejas, Grandes Negócios”.
Importamos
e incorporamos ao sacerdotal e santo, o profano e corruptível.
Transformando o que seria sinônimo de crescimento na graça
e conhecimento, em moeda de barganha.
Veio o reconhecimento, porém a promessa do tão esperado conhecimento desapareceu.
Neste
cenário, dê repente, fomos apanhados em nossa suposta inteligência e
engodados pela maior causa dos males de nosso tempo, a ânsia por novas
sensações e experiências; Não basta ser teólogo, tem que ser doutor, não
basta a graça tem que ter algo mais, um diferencial, que tal um
ministro intergalaxial?! Um nome novo para se disputar, para se
diferenciar.
O
que será que incentiva e estimula estes males?! Seria a pobreza de ser
simples como a pomba e prudente como a serpente? Não sei!
OS DOIS LADOS DA MOEDA
Sê
por um lado são estimuladas aberrações como “cursos básico e médio em
teologia reconhecidos pelo Mec” – o que estimula a venda de diplomas sem
valor – na ânsia pela qualidade e suposta legalidade há uma grande
quantidade de plágios e pouca ou nenhuma qualidade e identidade
teológica.
Há
pessoas que descaradamente compram títulos “Honoris Causa” e nem sequer
sabem seu significado, e o pior, a dita instituição de ensino é
conivente mostrando que seu plano de ensino é pura e simplesmente o
engordar de sua conta bancária, favorecendo e estimulando esta prática
perniciosa imoral.
Muito semelhantemente algumas instituições que oferecem títulos de "Juiz Federal" e "Juiz de Paz Eclesiástico", como sendo autarquias, estimulam outras ladainhas e mazelas do gênero em que o mal informado titulado, sequer conhece o sistema jurídico nacional. Além de desembolsar valores significantes de seus soldos mensais para sustentar a mentira, agem como sendo exímios diferenciais, menosprezando até os que de fato e direito o são pelo estado.
Mentira
que se vale e fortalece das facilidades em se agendar espaços públicos,
onde a presença de políticos oportunistas de plantão lhes conferem
certa credibilidade capaz de enganar muita gente despreparada e
desconhecedora dos tramites legais.
Ou
melhor, talvez escutassem algo a respeito, mas não ouviram o que se
disse a respeito. Seria algum tipo de surdez espiritual, ou uma desculpa
para alegar ignorância?
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