29 junho 2013

 Ensino Teológico imoral

 
 
 O ensino da Teologia tem uma longa tradição, que remonta à própria origem das instituições de ensino.
  
Na origem, a Teologia, constituída como uma análise efetuada pela razão sobre os preceitos da fé, estava estreitamente subordinada a uma única orientação religiosa – de início, o catolicismo. Depois da Reforma, as universidades cristãs protestantes desenvolveram seus próprios cursos teológicos. De uma forma ou de outra, os cursos estavam ligados à religião oficial do Estado. A separação entre Igreja e Estado, estabelecida pela grande maioria dos regimes republicanos e pelas monarquias constitucionais, alterou esta situação permitindo a pluralidade de orientações teológicas. Isto, entretanto, não criou nenhum conflito com o Estado ou entre as diversas orientações religiosas, por não haver, na organização dos sistemas de ensino da quase totalidade desses países, a instituição de currículos mínimos ou de diretrizes curriculares. Estabeleceu-se, desta forma, uma pluralidade de orientações.
 
No Brasil, a tradição de currículos mínimos ou, mais recentemente, de diretrizes curriculares nacionais, associada à questão da validade dos diplomas de ensino superior para fins de exercício profissional poderia interferir no pluralismo religioso.

De fato, o estabelecimento de um currículo mínimo ou de diretrizes curriculares oficiais nacionais poderia constituir uma ingerência do Estado em questões de fé e ferir o princípio da separação entre Igreja e Estado. Talvez, inclusive, seja esta a razão pela qual os cursos de Teologia não se generalizaram nas universidades brasileiras, mas se localizaram preferencialmente nos seminários religiosos.
Em termos da autonomia acadêmica que a constituição assegura, não pode o Estado impedir ou cercear a criação destes cursos. Por outro lado, devemos reconhecer que, em não se tratando de uma profissão regulamentada não há, de fato, nenhuma necessidade de estabelecer diretrizes curriculares que uniformizem o ensino desta área de conhecimento. Optou o Estado em primeiro momento, evitar a regulamentação do conteúdo do ensino, respeitar plenamente os princípios da liberdade religiosa e da separação entre Igreja e Estado, permitindo a diversidade de orientações até respeitando suas posições.
Com o advento da Lei de Diretrizes e Bases – LDB, o avanço das negociações entre as confissões religiosas e a comissão respectiva do Ministério da Educação, alguns cursos de teologia receberam o reconhecimento e credenciamento para funcionarem. Mantendo alguns requisitos pré-estabelecidos por certame do órgão credenciador, neste caso o MEC.

À medida que os cursos teológicos se tornaram requisitos obrigatórios, para a obtenção de certos cargos eclesiásticos e meio para certos benefícios temporais nas igrejas cristãs evangélicas, e educação teológica nestas instituições não evoluiu, antes regrediu a patamares rudimentares tornando-se como alguns seguimentos religiosos, oportunidade de ganho fácil. Como dizem alguns críticos Pequenas Igrejas, Grandes Negócios”.

Importamos e incorporamos ao sacerdotal e santo, o profano e corruptível. Transformando o que seria sinônimo de crescimento na graça e conhecimento, em moeda de barganha.
Veio o reconhecimento, porém a promessa do tão esperado conhecimento desapareceu.
Neste cenário, dê repente, fomos apanhados em nossa suposta inteligência e engodados pela maior causa dos males de nosso tempo, a ânsia por novas sensações e experiências; Não basta ser teólogo, tem que ser doutor, não basta a graça tem que ter algo mais, um diferencial, que tal um ministro intergalaxial?! Um nome novo para se disputar, para se diferenciar.

O que será que incentiva e estimula estes males?! Seria a pobreza de ser simples como a pomba e prudente como a serpente? Não sei!

OS DOIS LADOS DA MOEDA

Sê por um lado são estimuladas aberrações como “cursos básico e médio em teologia reconhecidos pelo Mec” – o que estimula a venda de diplomas sem valor – na ânsia pela qualidade e suposta legalidade há uma grande quantidade de plágios e pouca ou nenhuma qualidade e identidade teológica.

Há pessoas que descaradamente compram títulos “Honoris Causa” e nem sequer sabem seu significado, e o pior, a dita instituição de ensino é conivente mostrando que seu plano de ensino é pura e simplesmente o engordar de sua conta bancária, favorecendo e estimulando esta prática perniciosa imoral.

Muito semelhantemente algumas instituições que oferecem títulos de "Juiz Federal" e "Juiz de Paz Eclesiástico", como sendo autarquias, estimulam outras ladainhas e mazelas do gênero em que o mal informado titulado, sequer conhece o sistema jurídico nacional. Além de desembolsar valores significantes de seus soldos mensais para sustentar a mentira, agem como sendo exímios diferenciais, menosprezando até os que de fato e direito o são pelo estado. 

Mentira que se vale e fortalece das facilidades em se agendar espaços públicos, onde a presença de políticos oportunistas de plantão lhes conferem certa credibilidade capaz de enganar muita gente despreparada e desconhecedora dos tramites legais.

Ou melhor, talvez escutassem algo a respeito, mas não ouviram o que se disse a respeito. Seria algum tipo de surdez espiritual, ou uma desculpa para alegar ignorância?


Nenhum comentário:

Postar um comentário