01 outubro 2017

O USO DE AMULETOS NAS IGREJAS NEOPENTECOSTAIS

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Pergunta: O que significa a palavra superstição?

Resposta: SUPERSTIÇÃO é uma atitude de espírito, crença ou prática mágico-religiosa para as quais não há explicação lógica e que se baseiam na convicção de que certos atos, palavras, números ou objetos trazem males, benefícios, azar ou sorte. As superstições, de modo geral, podem ser classificadas como religiosas, culturais e pessoais”.

Segundo o Dicionário Michaelis, superstição é “1) sentimento religioso excessivo ou errôneo, que muitas vezes arrasta as pessoas ignorantes à prática de atos indevidos e absurdos; 2) temor absurdo de coisas imaginárias”. Em outras palavras, podemos dizer que superstição significa uma crença ou prática sem bases fatuais, fundamentada no medo ou ignorância do desconhecido.

O Dicionário Aurélio define superstição da seguinte maneira: 
1) Sentimento religioso baseado no temor ou na ignorância, que induz ao conhecimento de falsos deveres, ao receio de coisas fantásticas e à confiança em coisas ineficazes; 
2) Crendice; 
3) Crença em presságios tirados de fatos puramente fortuitos; 
4) Apego exagerado e/ou infundado a qualquer coisa.

Pergunta: O que significa a palavra fetiche?

Resposta: FETICHE é “objeto animado ou inanimado, feito pelo homem ou produzido pela natureza, ao qual se atribui poder sobrenatural e se presta culto”.

Pergunta: O que significa a palavra amuleto?

Resposta: No Dicionário Aurélio, AMULETO é “pequeno  objeto(figura,  medalha,  figa  etc.)  que,  desde  a  mais  alta  antiguidade, alguém  traz  consigo  ou  guarda  por  acreditar  em  seu  poder  mágico passivo de afastar desgraças ou malefícios”.

Na Enciclopédia Britânica: AMULETO é “a  designação  genérica  de diferentes  objetos  aos  quais  se  atribui  a  virtude  mágica  de  guardar ou  proteger  quem  o  porta.  Usados  tradicionalmente  para  afastar  o azar e trazer sorte”.

Pergunta: Quantas tipos de amuletos existem?

Resposta: Dentre os diversos tipos de amuletos (olho de boto ou do peixe-boi; ferradura, meia-lua, a estrela-de-davi) a figa é o que alcançou maior popularidade. Usada para combater a esterilidade e o mau olhado, é representada por uma mão humana fechada com o polegar entre os dedos indicador e médio. Amuleto é uma figura, medalha ou qualquer objeto portátil, qualquer coisa à qual supersticiosamente se atribui virtude sobrenatural para livrar seu portador de males materiais e espirituais, e para propiciar benefícios nessas áreas.

Pergunta: Quando uma pessoa aceita a Cristo como Salvador continua ainda sob a proteção de amuletos?

Resposta: Não. Ao aceitarmos o senhorio de Jesus, recebemos o Espírito Santo (ICoríntios 6.19; Efésios 1.13); nossos pecados são perdoados (Atos 10.43; Romanos 4.6-8); somos recebidos como filhos de Deus (João 1.12); se somos filhos, logo somos também herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo (Romanos 8.17); passamos da morte espiritual para a vida espiritual (IJoão 3.14); somos novas criaturas (IICoríntios 5.17); o diabo se afasta e não nos toca (Tiago 4.7; IJoão 5.18); não estamos mais sujeitos às maldições (João  8.32,36); podemos usar o nome de Jesus para curar enfermos e expulsar demônios (Marcos 16.17-18); a salvação nos leva a um relacionamento pessoal com nosso Pai e com Jesus como Senhor e Salvador (Mateus 6.9; João 14.18-23); estamos livres da ira vindoura (Romanos 5.9; ITessalonicenses 1.10 e 4.16-17; Apocalipse 3.10), além de outras bênçãos.

Pergunta: Mas há crentes que acreditam que podem ser alvo de maldições. O que o Pastor diz sobre isso?

Resposta: Diante das promessas que acabamos de relacionar, somente o retorno voluntário ao pecado poderá alterar a nossa situação diante de Deus (João 15.6). O uso de qualquer objeto, seja no corpo seja em nossa casa, não melhora em nada a nossa condição de filho, de herdeiro, de abençoado, de isento das investidas do diabo. Objetos não expulsam demônios, não quebram maldições, não substituem o poderoso nome de Jesus.

O nome de Jesus não pode ser substituído por um objeto ou um produto industrializado. O uso de amuletos evidencia não uma atitude de fé, mas de falta de fé. Deus não opera por esse meio, sejam cordões, pulseiras, pirâmides, cristais, velas ou qualquer outro produto. A Bíblia não apóia tal prática. A atitude de fé é esperarmos no Senhor e nEle confiarmos. Alegremo-nos no Senhor e Ele nos concederá os desejos  do nosso coração (Salmos 23.1 e 37.4-7).

Pergunta: Pode-se crer nos amuletos e também em Deus?

Resposta: Se dividirmos a nossa fé entre Deus e os amuletos, estaremos coxeando entre dois pensamentos. Isso não é uma manifestação de fé, mas de incredulidade,  de dúvida nas promessas de Deus. A nossa confiança deve ser depositada no Senhor. “Bem-aventurado  o  homem  que  põe  no  Senhor  a  sua confiança” (Salmo 40.4). E a dúvida é inimiga da fé (Mateus 21.21). “Abraão  não  duvidou  da  promessa  de  Deus, deixando-se levar  pela  incredulidade,  mas  foi  fortificado  na  fé,  dando  glória  a Deus,  estando certíssimo de  que  o  que  ele  tinha  prometido também era  poderoso  para  cumprir” (Romanos 4.20-21). Abraão creu na promessa de que seria pai de muitas nações. Aguardou confiantemente. Não apelou para objetos, amuletos, cordão, pulseiras, vassoura atrás da porta.

Pergunta: Os amuletos podem trazer maldições em vez de bênçãos?

Resposta: Sim. Os amuletos, longe de serem veículos de bênçãos, podem trazer maldições, porque a fé não está centralizada exclusivamente em Deus. Podemos ler em Isaías 31.1: “Ai  dos  que confiam  no  poder  místico  dos amuletos,  mas  não  atentam  para o Santo de Israel, nem buscam ao Senhor”. O uso de amuletos pelo povo de Deus equivale a tomar o caminho de volta para o Egito. As nossas superstições foram deixadas no esquecimento. Não precisamos limpar nossos olhos com óleo ungido, para não vermos as coisas do mundo. Pela ação do Espírito em nossas vidas, já morremos para essas coisas, para o sistema mundano e para o pecado. O Espírito que em nós opera não nos permite colocar coisas impuras diante de nossos olhos (Salmo 101.3).

Pergunta: A Bíblia condena a superstição?

Resposta: A Bíblia não é baseada em superstições, pois é a inerrante Palavra de Deus: “Toda  a  escritura  é  divinamente inspirada,  proveitosa  para  ensinar, redargüir, corrigir,  instruir  em justiça;  para  que  o  homem  de  Deus  seja  perfeito e perfeitamente instruído  para  toda  a  boa  obra” (IITimóteo 3.16-17).

O evangelho está enraizado em fatos históricos, não em mitos (IIPedro 1.16). Além disso, a Palavra de Deus condena veementemente a magia e a feitiçaria, bem como todo tipo de superstição. As fábulas, as crendices e os falsos ensinos são por ela, combatidos: “Conjuro-te  pois  diante  de  deus  e  do  senhor  Jesus cristo,  que  há  de  julgar  os  vivos  e  os mortos,  na  sua  vinda  e  ao  seu reino,  que  pregues  a  palavra,  instes  a  tempo  e  fora  de tempo, redarguas, repreendas,  exortes,  com  toda a longanimidade e  doutrinas,  porque  virá  tempo  em  que  não suportarão  a  sã  doutrina;  mas  tendo  comichão  nos  ouvidos, amontoarão  para  si  doutores  conforme  as  suas próprias concupiscências; e  desviarão  os  ouvidos  da  verdade voltando às fábulas” (IITimóteo 4.1-4).

Pergunta: Os objetos que hoje se usam em algumas igrejas  neopentecostais podem aumentar  a nossa fé? Alguns líderes religiosos ensinam que esses objetos servem de ponto contato para aumentar nossa fé. Isso está certo?

Resposta: Objetos, ou qualquer tipo de material, seja sólido ou líquido, do reino mineral ou do reino vegetal, não servem para aumentar a fé dos cristãos. O que transmite fé, o que proporciona fé, o que dá origem à fé, é a Palavra de Deus (Romanos 10.17).
Jesus não distribuiu qualquer tipo de objeto para melhorar a fé de Seus ouvintes. 
Nos primeiros passos da Igreja, vemos Pedro e demais apóstolos anunciando insistentemente o Cristo vivo, e falando com paciência dos mistérios de Deus e das palavras de Jesus. E todos se enchiam de alegria, e milhares aceitavam o Evangelho: “Disse-lhes  Pedro:  arrependei-vos,  e  cada  um  seja batizado  em  nome  de  Jesus  Cristo,  para  perdão  dos  pecados.  E  os que  com  bom  grado  receberam  a  sua  palavra  foram  batizados,  e naquele dia agregaram-se quase três mil almas” (Atos 2.38-41).

Pergunta: Então o uso de amuletos é incompatível com a vida  cristã?

Resposta: Sim. O uso de amuletos é incompatível com a vida cristã  e não proporciona prosperidade material ou espiritual a ninguém.

Quem deseja viver uma vida de paz e de abundância, deve buscar “primeiro  o  reino  de  Deus  e  a  Sua  justiça,  e  todas  estas coisas vos serão  acrescentadas” (Salmo 37.25; Mateus 6.33; Marcos 10.29-30; Lucas 12.31; João 10.10). Para viver a sua fé, o cristão não precisa de figas, de cordão de ouro, varinha mágica, porque as maldições não prevalecem contra nossas vidas. “Como o pássaro  no  seu  vaguear,  como  a  andorinha  no  seu  vôo,  assim  a maldição  sem  causa  não  encontra  repouso” algumas traduções  dizem “a  maldição  sem  causa  não  se  cumpre” (Provérbios 26.2). A maldição nos alcança se não estivermos sob a proteção de Deus,se não confiarmos nEle, se estivermos em pecado.

Pergunta: Quem põe a fé na proteção de determinado objeto, na verdade está pedindo uma proteção que não vem de Deus, é disso que se trata?

Resposta: Sim. A fé cristã rejeita o uso de qualquer objeto com o propósito de obter favores espirituais, ou evitar a influência  demoníaca. Do Egito já viemos. Das superstições já nos libertamos.
Do jugo do opressor já estamos livres. Da Babilônia espiritual já saímos. Cristo quebrou na cruz todas as amarras, grilhões, embaraços; quebrou os fortes  laços que nos prendiam ao mundo das trevas (Gálatas 3.13). Um irmão escreveu num fórum de debate: “Deus nos fez livres, livres de contatos físicos para O sentir;livres  de  pontos  de  apoio,  para  crer;  livres  de  toda  e  qualquer espécie  de  superstição  e  amuletos;  livres  para  crer  num  Deus  que tudo supre, tudo faz, tudo opera naqueles que o amam”.
Quando estávamos na ignorância espiritual, fazíamos uso de  incensos e defumadores para afastar os maus espíritos. A Bíblia nos dá a receita para isso: “Submetei-  vos,  pois  a  Deus.  Resisti  ao diabo, e ele fugirá de vós”(Tiago 4.7). “Cristo  nos  libertou  para  que  sejamos  de  fato  livres.  Estai,  pois, firmes  e  não  torneis  a  colocar-vos  debaixo  do  jugo  da escravidão” (Gálatas 5.1).

Pergunta: O Pastor tem mais alguma coisa a  acrescentar a  respeito da fé em objetos?

Resposta: Sim. Estejamos atentos para a definição de FÉ que encontramos em em Hebreus 11.1: “Ora,  a  fé  é  o  firme  fundamento das  coisas  que  se  esperam,  e  a  prova  das  coisas  que  não  se vêem”. Como podemos ver no versículo citado, ter fé não significa  crer em algo que possamos ver. Pelo contrário, fé é sabermos que Deus existe, mesmo sem podermos vê-lo. Quem tem fé não  necessita ver Deus para crer Nele. E o autor de Hebreus  acrescenta: “Ora,  sem    é  impossível  agradar-  lhe;  porque  é necessário  que  aquele  que  se  aproxima  de  Deus  creia  que  ele existe, e que é galardoador dos que o buscam” (Hebreus 11.6).

Pergunta: E como o Pastor refuta através da Bíblia a necessidade de “pontos de contato” para despertar a fé?

Resposta: À luz dos versículos que acabamos de citar, podemos chegar à seguinte conclusão: não necessitamos de um objeto ungido como ponto de contato para despertar nossa fé. E podemos ainda acrescentar o que diz Romanos 10.17: “Logo,  a  fé  é  pelo ouvir,  e  o  ouvir  pela  palavra  de  Cristo”. Este versículo demonstra qual é o instrumento utilizado por Deus para despertar a fé no  coração humano: as Escrituras Sagradas, pois a fé vem pelo ouvir a  palavra de Deus. Com base nisso, chegamos à outra conclusão: a  Palavra de Deus  é poderosa o suficiente para despertar a fé no  coração humano. Não necessitamos de “objetos ungidos” para que a fé de alguém possa ser despertada.

Pergunta: E quanto à questão de quem recebe a glória e a gratidão por algum benefício supostamente recebido?

Resposta: Certamente. Em Isaías 42.8 está escrito: “Eu  sou  o Senhor;  este  é  o  meu  nome;  a  minha  glória,  pois,  a  outrem  não  a darei, nem o meu louvor às imagens esculpidas”. Observem, irmãos  em Cristo, Deus não divide a glória dele com ninguém, pois  somente ele é digno de ser glorificado. O homem pode ser honrado e exaltado, mas somente Deus é digno de ser glorificado: ele é o Senhor. Deus não admite que o louvor, que deve ser dado somente a Ele, seja direcionado a objetos ou a imagens esculpidas. Daí, atribuir glória a um objeto, seja ele qual for, está errado, pois todo poder e glória pertencem somente a Deus. Não existe este negócio de amuletos, talismãs ou “objetos ungidos” que solucionam problemas alheios, isto é um engodo, para não dizer um grande  pecado.

Pergunta: Em algum lugar na Bíblia foi atribuído a alguém, ou a algum objeto, algum milagre?

Resposta: Não, pelo contrário. Podemos citar Atos 19.11-12, onde  está escrito: “Deus fazia milagres extraordinários por meio de Paulo, tanto que as pessoas pegavam lenços e aventais e os levavam para os  doentes  tocarem”. O versículo acima nos permite, ao menos, chegar a cinco conclusões:
1-  Quem fazia os milagres era Deus, e não  os lenços e aventais usados por Paulo “Deus fazia milagres extraordinários…”;
2-  Paulo não distribuiu seus próprios lenços e aventais, foram as  pessoas que pegaram seus lenços e aventais. O apóstolo Paulo nunca fez apologia aos chamados “objetos ungidos”;
3-  O apóstolo Paulo não cobrava pelos lenços e aventais, nem tampouco pelos milagres realizados por Deus através dele;
4-  Paulo não atribuiu poderes miraculosos aos seus lenços e  aventais: era Deus quem operava os milagres;
5- Este fato não constitui uma doutrina a ser seguida. Deus, através  deste episódio, não está nos ensinando a buscarmos “objetos ungidos” sempre que tivermos um problema. A fé tem que estar voltada a Deus e não a um objeto qualquer.

Infelizmente, amados irmãos, a realidade de grande parte das igrejas evangélicas brasileiras é muito preocupante. Pastores estão se apoiando em textos bíblicos isolados, fora de contexto, para “justificarem” o comércio de uma grande lista de bugigangas, que a meu ver, não passam de superstição evangélica, tais  como: água ungida; cajado ungido, caneta ungida para passar em concursos  públicos; lenço ungido; martelos; meias; chaves ungidas; água do  Rio Jordão; azeite ungido; sal ungido; cajado ungido etc. etc. etc.

Todas as supostas facilidades obtidas através destes‘objetos ungidos” levam a igreja para longe da presença de Deus.

Pergunta: Por trás disso há outros interesses nada bíblicos, Pastor?

Resposta: Sim, pois essa prática permite a exploração financeira, obtida através do desespero de quem necessita de uma  cura, libertação ou uma bênção da parte de Deus, pois, toda essa superstição evangélica sai caro. E tudo isso se dá por analfabetismo bíblico, pois, os cristãos estão aprendendo a honrar mais a criatura (cajados, lenços etc.) do que o Criador, como escreveu o apóstolo Paulo em Romanos 1.21-23 “porquanto,  tendo conhecido  a  Deus,  não  o  glorificaram  como  Deus,  nem  lhe  deram graças,  antes  em  seus  discursos  se  desvaneceram,  e  o  seu coração  insensato  se obscureceu. Dizendo-se  sábios,  tornaram-se loucos,  e  mudaram  a  glória  do  Deus  incorruptível  em  semelhança da  imagem  de  homem  corruptível,  e  de  aves,  e  de  quadrúpedes  e de répteis”.

O que é preocupante em tudo isso é a obtenção de vantagens financeiras. O apóstolo Paulo nunca cobrou por seus lenços e  aventais, nem tão pouco pelos milagres realizados através dele. Já os “ungidos do senhor” (pastores, bispos, apóstolos) de hoje, cobram e cobram caro pelos seus “objetos ungidos e abençoados”.

Essa superstição evangélica dentro da igreja tem que acabar. Até quando este “tristemunho” vai continuar? Desperta igreja, chega de tanta passividade. Está na hora de darmos um bom testemunho, exigindo a pureza doutrinária por parte de nossos pastores. Ou eles mudam de atitude, ou teremos de escolher de pastores que tenham as qualificações indicadas pelo apóstolo em ITimóteo 3.1-3: “Esta  é uma  palavra  fiel:  se  alguém  deseja  o  episcopado,  excelente  obra deseja.  Convém,  pois,  que  o  bispo  seja  irrepreensível,  marido  de uma  mulher,  vigilante,  sóbrio,  honesto,  hospitaleiro,  apto  para ensinar; não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento”.

Pergunta: Essas vantagens são obtidas em cima da ignorância e  dos medos das pessoas?

Resposta: Por isso esses líderes vêm atraindo a muitos e obtendo algum sucesso. É provável que conheçamos pessoas que apregoam ‘certas verdades’, baseadas em crenças infundadas, ou que até mesmo utilizam amuletos, e usam certas expressões, com o fim de afastarem maus espíritos. Muitas destas pessoas agem assim por temerem aquilo que desconhecem, ou seja, são supersticiosos. Superstições são crenças alicerçadas sobre  sentimentos irracionais, que levam as pessoas a temerem o desconhecido, o sobrenatural, em razão da sua credulidade  excessiva. Quem é supersticioso acredita em presságios, encantamentos, sinais, ritos específicos e tantos outros elementos que repousam sobre a fé em coisas irracionais. 
A Palavra de Deus reprova vigorosamente as superstições. Atos dos apóstolos registra um episódio em que Paulo e Barnabé, quando pelo poder de Cristo, curaram um coxo em Listra. Quase foram idolatrados como os deuses gregos Júpiter e Mercúrio pelos habitantes daquele país. Os servos de Deus protestaram com veemência contra esse ato supersticioso. No Antigo Testamento eram proibidas as adivinhações (Levítico 19.31), a bruxaria, os augúrios, a feitiçaria e a magia (IIReis 21.6). Temos de ter muito cuidado para que essas práticas não solapem nossa fé e assolem nossas igrejas.

Pergunta: Existem superstições tão comuns que fazem parte do cotidiano das pessoas, até dos crentes?

Resposta: Temos várias superstições do cotidiano. Damos três como exemplos:
1-  Uso de amuletos e talismãs. É a crença no afastamento dos maus espíritos apenas pelo uso de certos objetos como galho de arruda; ferradura de cavalo na porta de casa; pé de coelho, muitas vezes. são usados como objetos de adorno. O profeta Isaías incluiu os amuletos na lista de adornos femininos (Isaías 3.20). Um talismã é um adorno que consiste em letras, símbolos ou palavras sagradas, nomes de anjos ou demônios, com o objetivo de afastar o mal de quem os usa.
2-  Rogos do espirro: “saúde”, “Deus te crie”, ou uma expressão mais erudita como “dominus caetumi” (o Senhor te crie).
3- Sexta- feira 13. O número 13 é tido por alguns como bom agouro, e para outros como infortúnio.

Pergunta: A superstição entre os evangélicos não seria uma volta ao misticismo medieval, tão condenado pelos reformadores? A teologia da maldição hereditária não seria um vilipêndio à doutrina da graça e uma superstição religiosa em sua essência?

Resposta: Lamentavelmente. É nítida a existência de casos de superstição entre evangélicos, mas como resultado da ausência de orientação bíblica nas igrejas. Onde o povo recebe o ensino sistemático e claro da Palavra de  Deus raramente existe isso.
Alguns casos de supersticiosidade entre os evangélicos são menores, outros são mais graves.
Alguns exemplos do primeiro tipo são deixar a Bíblia aberta no salmo 91 para afastar desgraças; utilizar a expressão “tá amarrado” de forma séria, como uma espécie de precaução espiritual; abrir a Bíblia aleatoriamente para ‘tirar um versículo’, que funciona como orientação de Deus para tomarmos uma decisão; trocar a leitura sistemática e regular da Bíblia pela ‘caixinha de promessas’; reputar que oração no monte tem mais eficácia do que a feita dentro do quarto ou na igreja; dormir empacotado para que Deus, ao nos visitar à noite, não se entristeça; acreditar que objetos ou algum suvenir de Israel (pedrinha, água do Rio Jordão, folhas de árvores), têm algum poder especial.

Um exemplo de caso grave de superstição é a teologia da maldição hereditária, que declara insuficiente a obra de Cristo na vida da pessoa, pois afirma que mesmo depois de salvo por Jesus o cristão deve desenterrar o seu passado, e de seus familiares, para quebrar uma a uma todas as possíveis maldições que acometeram, e que ainda repousariam sobre ele, senão a libertação não será completa.

Além de não ter base bíblica (II  Coríntios 5.17), essa teologia defende um princípio quase reencarnacionista, estabelecendo um carma na vida da pessoa a partir de seus parentes. Fujamos de toda a sorte de superstição, que nossa fé seja absolutamente bíblica.


Pr. Natanael Rinaldi

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