Dias atrás um jornal publicou esta manchete: "A tecnologia está nos emburrecendo". E o fez com categoria.
Vivemos no tempo do "tudo light", pequeno, bem
fatiado, para não engasgar.
Quer uma meditação bíblica? Tem que ser curtinha, para ser
lida num semáforo, ao parar o carro, ou entre um ponto de ônibus e outro. Deve
se encaixar a uma ida ao banheiro de vez em quando, bem curtinha.
Quer um artigo de conhecimento? Tem que estar bem mastigado,
bem resumido, apenas os dados essenciais. Nada de discussões longas, nada de
histórico da questão. Não nos importamos com etimologia, nem com antologia, nem
com sociologia da matéria.
Quer uma conversa? Tem que ser resumida. "OI TD BM? DS
T AB ABS" (oi, tudo bem? Deus te abençoe. abraços). Estamos chegando à era
dos códigos. Tudo bem simples. É como o desenvolvimento daquele pronome de
tratamento: "Vossa Mercê". "Vósmecê", "Vancê",
"Você", "Ocê", "Cê"; o próximo passo é um cutucão
no outro...
Nós, os escritores, vemos bem clara a linha demarcatória na
aceitação da literatura. Um artigo pequeno, resumido, ganha muitos
"likes" e "curtidas". Um grande e analítico quase não tem
referência.
Por isso, quem quer ter sucesso, que escreva pouco. Quem
quer escrever o que sente ser necessário, que não espere muita apreciação.
E vou terminar porque isto aqui já está muito longo.
OBG ABÇS BY
Wagner
Antonio de Araújo
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