Páscoa! Festa de ressurreição de Jesus!
Como que por unanimidade, muitos fazem essa
declaração...
Infelizmente poucos sabem a verdadeira origem
dessa festa. Pois, nem é preciso dizer que por parte dos incrédulos, a
ignorância os fazem pensar que a Páscoa é a comemoração da ressurreição do
Senhor. É uma ignorância alimentada pela tradição.
Mas que dirão daqueles que creem no Senhor Jesus
Cristo, no sangue precioso que Ele derramou na cruz pelos nossos pecados, e
que, portanto se entregaram as suas vidas à Ele?
São a esses a quem este trabalho se destina.
A ORIGEM
Se fôssemos ver a origem da páscoa, isto é, a
verdadeira páscoa, que é bíblica,
ela se encontra no livro de Êxodo, capítulo
12, onde o Senhor declara uma série de ordenanças ao Seu povo, Israel, para ser
lembrada à posteridade, e cumprida. Isto é, a páscoa foi instituída por Deus
para Israel. E o significado desta festa se encontra no versículo 12, onde se
diz o seguinte:
"Porque naquela noite passarei pela terra do
Egito, e ferirei todos os primogênitos na terra do Egito, tanto dos homens como
dos animais; e sobre todos os deuses do Egito executarei juízos; eu sou o
Senhor".
Tem-se aí portanto, o motivo da páscoa: A morte
dos primogênitos dos egípcios, e a execução do juízo de Deus sobre todos os
deuses egípcios. E em outras passagens, são reforçadas o sentido da Páscoa:
"Quando, pois, tiverdes entrado na terra que
o Senhor vos dará, como tem prometido, guardareis este culto. E quando vossos
filhos vos perguntarem:
Que quereis dizer com este culto?
Respondereis: Este é o sacrifício da páscoa do
Senhor, que passou as casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriram os
Egípcios, e livrou as nossas casas." (Êxodo 12:26,27).
O significado da páscoa também é a da libertação
do jugo dos egípcios (Êxodo 12:42): "Esta é uma noite que se deve guardar
ao Senhor, porque os tirou da terra do Egito...". Como se vê, o seu
significado é bem diverso daquele que o mundo vê: a ressurreição do Senhor
Jesus; pois, não existem bases sólidas para tal argumento, visto que a
ressurreição foi uma consequência da perfeição do Senhor Jesus, uma vez que ele
não cometeu nenhum pecado, portanto, não poderia permanecer morto. E também, a
garantia da Sua vitória sobre a Morte, fazendo valer assim a Sua promessa de
vida eterna, a plena, para todos aqueles que creram e se entregaram a Ele. Mas
em nenhuma parte das Escrituras diz que a páscoa é a comemoração da
ressurreição do Senhor; nem no Velho, quanto mais no Novo Testamento.
Portanto, ao se tratar de definir um sentido
diferente daquilo que Deus estabeleceu para uma festa por Ele ordenado, é o
mesmo que estivesse torcendo e distorcendo a Sua Palavra. Sejam quais os
motivos apresentados.
E uma das evidências dessa distorção é pelo fato
de que a páscoa católica - hoje oficialmente adotada no mundo, inclusive no
meio evangélico - jamais deva coincidir com a páscoa judaica. No entanto, isso
nem sempre acontece, pois: "O Concílio Eclesiástico de Nicéia (325)
reajustou o calendário numa tentativa de evitar a coincidência da Páscoa com o Pessach,"
(a páscoa judaica)..."o que entretanto vez por outra ainda ocorria"
(1). Se apelou inclusive, ao matemático Gauss, para estabelecer uma fórmula
simples e prática no cálculo da data da páscoa, visto que todas as festas
móveis católicas, dependiam do dia da páscoa (2).
A razão de tudo isso é pelo fato de que o
calendário hebraico é lunar, isto é, baseado no ciclo da Lua; enquanto que o
calendário dos católicos - o gregoriano - é solar. Trazendo assim complicações
no estabelecimento de datas, visto que a páscoa judaica "moveria"
dentro do calendário gregoriano, podendo coincidir dessa forma, com a páscoa
dos católicos. Principalmente levando em conta de que a páscoa judaica duraria
uma semana, tornando mais fácil essa coincidência. E é o que eles não querem.
Pois, senão, de outra forma, não teria justificativa, visto que é mais fácil
adotar a páscoa dos judeus. Isto é, aparentemente fizeram a questão de não
seguir os preceitos bíblicos da páscoa, pois, teriam de respeitar rigorosamente
a data, e o motivo da comemoração (e que é bem diferente a da tradição
católica, onde a páscoa é a ressurreição, e não a morte do Cordeiro, nem tão
pouco era considerado a saída do Egito).
Outra coisa a ser considerada é de que a igreja
católica, permitiu a matança dos judeus, nas festas das páscoas, sob uma falsa
acusação de que estes usavam o sangue das crianças "cristãs" para a
confecção dos pães ázimos (3).
Os pães ázimos - isto é, pães sem fermentos -
fazem parte do preceito bíblico para a comemoração da verdadeira páscoa, que é
judaica.
Para esse caso, reparamos um odioso
antissemitismo, bem evidente na Idade Média, onde não somente desprezaram os
preceitos bíblicos da páscoa, estabelecendo os seus próprios, como também
ignoram o sentido dos pães ázimos, dando uma versão pervertida ao povo, que crê
cegamente nas suas doutrinas.
O antissemitismo pode perfeitamente bem explicar
todas essa distorções.
PÁSCOA, OU A CEIA DO SENHOR?
O próprio Senhor Jesus, quando instituiu a Ceia
do Senhor, se deu no dia da páscoa (Mateus 26:17-19; Marcos 14:12-16; Lucas
22:7-13), e não foi pela Sua ressurreição que Ele a instituiu, e sim, em
memorial a Ele, e anunciando a Sua morte, até que Ele venha a nos buscar (I
Coríntios 11:26).
Isto é, a Ceia do Senhor se deu justamente na
páscoa porque, a verdadeira páscoa era Ele (I Coríntios 5:7), que estava
preparado para morrer pelos nossos pecados - a de ser crucificado. Por isso que
foi chamado de Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1:29),
porque Ele é o Cordeiro a ser sacrificado, a páscoa, para derramar o Seu sangue
pelos nossos pecados; pois, sem tal sacrifício, nenhum homem poderia aproximar
de Deus, e entrar em comunhão com Ele, ganhando assim a vida eterna.
Razão pelo qual, uma vez feito tal sacrifício, o
único verdadeiro e perfeito, deixaria de ter sentido a páscoa, uma vez que o
antigo pacto foi consumado. Foi por essa razão que o Senhor Jesus se reuniu com
os Seus discípulos, para realizar a última páscoa - a válida - e estabelecer o
novo pacto, mais abrangente, e debaixo da graça: a Ceia do Senhor.
Ora, se o irmão pretende celebrar a páscoa, ele
deverá seguir à risca os mandamentos que Deus deu a Moisés!
Terá de deixar de participar da Ceia do Senhor
periodicamente (geralmente mês a mês), pois, a páscoa só se dá por volta dos
meses de março/abril de cada ano. Visto que era celebrada no mês de abibe, no
dia 14 por diante, e deverá imolar um cordeiro, e comer por sete dias, pães
ázimos e ervas amargas...(Êxodo 12:2-8-15).
Não imolando o cordeiro, mesmo assim, teria de
ser com pães ázimos, e já terá transgredido a Lei de Deus!
Mas acontece que a páscoa é um mandamento somente
para o povo de Israel, e não para os outros povos, quanto mais para a Igreja de
Cristo, pois senão teriam de seguir à risca, todos os preceitos que Deus deu a
este povo.
É uma celebração exclusiva do povo de Israel,
pois nós temos em Êxodo 12:3 o seguinte:
"Falai a toda a congregação de
Israel..."
É uma festa que deve ser guardada por todos os
filhos de Israel (Êxodo 12:47).
E mais, "...o estrangeiro não deve comer dela (Êxodo
12:43). Se por acaso, um estrangeiro, um gentio, quiser participar da páscoa,
deve ser circuncidado" (Êxodo 12:43).
Circuncidará um salvo em Cristo Jesus para
participar da páscoa?
É estar debaixo da Lei, e não da graça! E tanto
pelo fato de estar debaixo da Lei que, caso um homem, filho de Israel, se não
comemorou a páscoa, deve ser extirpado do povo de Deus; em outras palavras,
executado (Números 9:13). Era portanto, um mandamento severo, um pacto feito
entre Deus e Israel, assim como o mandamento de guardar o sábado. Logo, se nós
fossemos comemorar a páscoa, nos colocaríamos ao mesmo pé de igualdade com os Adventistas do Sétimo Dia.
A ORIGEM PAGÃ DA PÁSCOA ATUAL
A páscoa que se comemora no dia de hoje, não se
assemelha nem um pouco com a páscoa bíblica, e que faz parte da Lei que Deus
ordenou a Moisés, e que era destinada a todo o Israel. Pelo contrário, essa
páscoa que conhecemos é completamente estranha aos preceitos bíblicos, e que se
reveste de outros valores sob o disfarce do cristianismo nominal.
Acima de tudo, o seu paganismo que se demonstra
em duas evidências:
O ovo e o coelho, são símbolos que vieram dos
antigos povos, como os egípcios e os persas, além de outros. Nesse caso, os
ovos eram tingidos, e dados aos amigos, e os chineses as usavam nas festas de
renovação da natureza (4). E como peças decorativas pagãs, chegaram a nós,
proveniente de regiões como a Ucrânia, sob o nome de pessankas (5).
É rica as simbologias pagãs relacionadas com os
ovos. Segundo Cirlot, são emblemas da imortalidade, encontrados nos sepulcros
pré-históricos da Rússia e da Suécia. E também é usado como escrita
hieroglíficas dos egípcios, considerado como o que é potencial, o princípio da
geração, o mistério da vida; sendo usado pelos alquimistas. Enfim, o ovo é o
símbolo cósmico na maioria das tradições, desde a Índia até aos druidas celtas (6).
Para os egípcios, o deus Rá nasceu de um ovo;
para os hindus, Brahma surgiu de um ovo de ouro - Hiranyagarbha - e que depois,
com a casca, fez o Universo. Para os chineses, P'an Ku, nasceu de um ovo
cósmico (7).
Ele é o símbolo de fertilidade, usado como
talismã pelos agricultores. E tem diversas superstições ligadas ao seu uso (8).
Na mitologia grega, os gêmeos Castor e Pólux,
nasceram de ovos "botados" (pasmem!) por uma mortal, Leda, quando
fora seduzida por Zeus, que lhe apareceu sob a forma de um cisne! (9) O ovo
era, na verdade, considerado por diversos pagãos, como a origem dos seres
humanos (10).
Quanto ao coelho da páscoa, provém da lebre
sagrada da deusa Eastra, uma deusa germânica da primavera (11).
Era ela, a lebre, quem que trazia os ovos; e que
em outras regiões, como na Westphalia (Alemanha), tal papel era exercido pela
"raposa da páscoa"; ou, na Macedônia (Grécia), por
"Paschalia" o espírito do dia (12).
Porém, prevaleceu como símbolo da fertilidade, a
lebre (ou o coelho),
porque já era conhecida como tal durante muitos anos. E,
em várias regiões, a lebre era considerada uma divindade. Ela está relacionada
com a deusa lunar Hécate na Grécia; e, além da Eastra, tem-se o equivalente que
é a deusa Harek dos germanos, que era acompanhada por lebres (13), consideradas
como símbolos da fertilidade, devido à grande capacidade de se reproduzir, e,
segundo os anglo-saxões, como também os chineses, associada à Primavera(14).
É interessante notar que a lebre (ou o coelho) é
considerado como um animal imundo (Deuteronômio 14:7). E que só recentemente é
que a páscoa está sendo comemorada como uma festa em homenagem à primavera, em
Israel, (ligada portanto, com os ritos da fertilidade) (15). Isto é, já se tem
uma contaminação pagã na páscoa judaica, e que outrora era considerada bíblica.
E com muita razão:
A páscoa judaica já há muito tempo deixou de ser
bíblica visto que não tem mais eficácia, pois, a verdadeira páscoa - o Senhor
Jesus - já foi consumado lá na cruz. Por esse motivo é que Deus permitiu a
destruição do Templo de Salomão, cerca de 70 d.C., para que fosse impedido a
comemoração da páscoa. Pois, tal comemoração, juntamente com outros preceitos,
prenderiam os judeus à Lei, ao antigo pacto, e que deixou de ser válido. Além
disso, os sacrifícios de holocausto (que fazem parte da Lei), só poderiam ser
realizados no Templo, e não em outro lugar.
Tendo isso em conta: de que a própria páscoa,
instituída por Deus, deixou de ser válida; quanto mais não seria anti-bíblica a
comemoração da páscoa do mundo, cuja procedência é claramente pagã?
CONCLUSÃO
A páscoa que se comemora atualmente faz parte das
chamadas festas cíclicas pagãs, onde se presta grande importância na guarda das
datas, dias, meses, etc. E para esse caso, é bom nos lembrarmos da advertência
data pelo apóstolo Paulo:
..."agora, porém, que já conheceis a Deus,
ou melhor, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos
fracos e pobres, aos quais quereis servir?
Guardais dias, e meses, e tempos, e anos"...
(Gálatas 4:9-10).
A verdadeira páscoa foi consumada quando o nosso
Mestre e Senhor foi crucificado na cruz. Portanto, não tem mais sentido para
nós a sua comemoração, visto que não representa sequer o ressurreição de Jesus,
e sim, a revitalização de uma festa milenar e pagã de fertilidade.
O nosso alvo é a importância da morte do Senhor Jesus,
e devemos nos lembrar disso, até a volta d'Ele, para nos buscar; isto é,
devemos lembrar da Sua morte na Ceia do Senhor.
NOTAS:
(1) "PÁSCOA" in Enciclopédia Judaica,
v.3, pag.956 (ed.67).
(2) "PÁSCOA" in Enciclopédia Brasileira
Globo, v.VIII, sem página.
GAUSS, Karl Friedrich - "um dos grandes
expoentes matemáticos de tôda a história" (Barsa, v.6, pag.435, edição de
69).
(3) "PÁSCOA" in Enciclopédia Brasileira
Mérito, v.15, pag.45.
Enciclopédia EPB Universal, v.9,
pag.2704.
(4) "PÁSCOA" in Enciclopédia Delta
Universal, v.11, pag. 6125 (ed.80).
"Páscoa: que significa realmente?" in
Jornal da Tarde, 7 de abril de 1982.
(5) "Páscoa Ucraniana" in Shopping
News-City News, 28 de março de 1982, pag.9.
"No Brooklin, duas senhoras se preparam para
a Páscoa ucraniana" in Gazeta de Santo Amaro, 3 de abril de 1982.
(6) "Ovo" in "Dicionário de
Símbolos" de Juan-Eduardo Cirlot, pag. 435.
(7) "Os ovos" in "Homem Mito e
Magia" da Ed. Três, v. III, pag.718.
(8) IDEM, ibidem.
(9) IDEM, ibidem.
"LEDA" in Grande Enciclopédia Delta
Larousse, v.7, pag.3951 (ed.70).
(10) "Páscoa: que significa realmente?" in
Jornal da Tarde, 7 de abril de 1982.
(11) "Os ovos" in "Homem Mito e
Magia"...
(12) IDEM, ibidem.
(13) "Lebre" in "Dicionário de
Símbolos" de Cirlot, pag. 337.
(14) "Páscoa, comemoração universal" in
Shopping News-City News-Jornal da Semana, 26 de março de 1989, pag.43.
(15) "PÁSCOA" in Enciclopédia Universal
Gamma, v.8, sem página (ed.84).
Viva vencendo, examinando sempre a Palavra, para não ser enganado com festas e datas ditas 'religiosas e/ou evangélicas!!!
Abraços.
Seu irmão menor.
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