“O judaísmo é completamente contra a construção de um templo”, afirma o rabino Alon (o nome foi trocado a pedido do entrevistado). “Isso porque o Templo, principalmente esse terceiro, não é uma construção para vir das mãos do ser humano. O que se acredita é que ele virá pronto do céu. Nós, homens, não temos que nos envolver com isso.”
Também conhecido como Primeiro Templo ou Templo de Jerusalém (Beit Hamikdash, em hebraico), o templo original foi erguido pelo Rei Salomão no longínquo século IX A.C., em Jerusalém. O objetivo principal do espaço era guardar a Arca da Aliança que protegia os Dez Mandamentos – ou tábuas da lei, conjunto de regras básicas passadas por Deus a Moisés durante o êxodo judaico do Egito.
No dia 20 de agosto de 2013, após mais de 1950 anos, ocorreu em Israel a cerimônia preparatória para a retomada do “sacrifício perpétuo” que era feito diariamente pelos judeus. O mandamento presente no livro de Levítico é retomado em Jerusalém pela primeira vez desde a destruição do Segundo Templo pelas mãos dos romanos, no ano 70. O Templo original foi inaugurado aproximadamente em 950 a.C. e destruído na invasão babilônica em 586 a.C.
O treinamento dos cohanim (sacerdotes) é uma iniciativa do Instituto do Templo, juntamente com várias outras organizações dedicadas a reerguerem o Beit HaMikdash (Templo de Salomão) em Jerusalém. Essa escola para os novos sacerdotes é um importante passo na restauração dos sacrifícios rituais. A primeira turma foi selecionada após uma parceria com a Mishmeret Kehunah, instituição que procura restaurar o ciclo sacerdotal do Templo.
Um novo sinédrio existe desde 2006. Desde então, se reúne uma vez por mês em Jerusalém, e formou uma comissão de sete rabinos, que faz um estudo detalhado dos rituais e cerimônias do templo. Com isso, foram selecionando jovens que descendem da antiga tribo de Levi, algo facilmente identificável por terem mantido a tradição de seus sobrenomes, sendo os mais comuns Levi, Levy, Levine, Leventhal, Levinson e Cohen.
Os sacerdotes escolhidos tiveram as primeiras aulas sobre como usar suas roupas especiais seguindo os requisitos bíblicos, e como executar os rituais na tradição dos levitas originais. Os alunos realizaram o sorteio para determinar quem iria fazer o primeiro serviço de sacrifício do dia.
Segundo o anúncio oficial, “Na noite do dia 14 de Elul, 5773, o Instituto do Templo, em cooperação com Mishmeret Kehunah (Organização para a Renovação dos turnos sacerdotais) e outros organizações inaugurou uma nova escola dedicada ao ensino da ‘arte perdida’ de executar diariamente o serviço Tamid no Templo Sagrado”.
Treinamento dos cohanim (sacerdotes)
Nenhum animal foi sacrificado, mas as imagens divulgadas mostram os preparativos para a oferta do incenso, o toque das trombetas e a limpeza ritual do candelabro, juntamente com o ensaio das orações adequadas e das canções tradicionais.
O Instituto existe há 26 anos e tem feito muitos preparativos para a reconstrução do templo judaico no Monte Moriá, desde então. No ano passado, a organização quis retomar o sacrifício público a páscoa para lembrar os judeus da tradição. Contudo, a polícia israelense mais uma vez os impediu de fazer manifestações públicas por medo de incitar a revolta dos muçulmanos.
O movimento pela reconstrução do Templo já divulgou em outras oportunidades que terminou a produção de todas as 102 peças do local sagrado, seguindo os preceitos bíblicos. Todos os utensílios necessários já estão prontos, incluindo a arca da aliança, além dos projetos arquitetônicos para a reconstrução. Os novos sacerdotes não sabem quando poderão começar a atuar, mas querem estar prontos o quanto antes.
Os judeus ultraortodoxos acreditam que, de acordo com o Antigo Testamento, o Messias será o único capaz de restaurar o Templo, então basta esperar. Por outro lado, outros grupos defendem que o povo judeu deve, de alguma forma, merecer a vinda do Messias, preparando-se ativamente para isso.
Baseado nisso, grupos como o Instituto do Templo tem atraído doações de judeus espalhados por todas as nações do mundo para que seja possível a reconstrução do Templo. Ministérios cristãos sionistas também têm colaborado, em especial o do evangelista Benny Hinn, que inclusive o levou ao seu programa de TV para falar sobre o assunto.
O treinamento dos sacerdotes é uma iniciativa do Instituto do Templo, juntamente com várias outras organizações dedicadas a reerguerem o Templo de Salomão em Jerusalém.
Somente o candelabro principal do Templo (Menorah), feito com mais de 40 quilos de ouro maciço, custou 3 milhões de dólares. Em 21 de Maio de 2009, o grupo de judeus ortodoxos “Movimento de Fidelidade à Terra de Israel e ao Monte do Templo” fez um desfile pelas ruas de Jerusalém, mostrando uma pedra de quase quatro toneladas. Ela foi anunciada como a pedra angular para a edificação do terceiro Templo de Jerusalém.
O rabino Chaim Richman, diretor do Instituto é o mais forte candidato a assumir a função de sumo sacerdote do Templo. Ele já criticou publicamente outras tentativas de reconstrução do templo, como a réplica da IURD no Brasil.
Atualmente, a meta do instituto é atingir US$ 100 mil em doações para se chegar aos US$ 300 mil necessários para o encerramento da fase inicial do projeto, que inclui um completo detalhamento dos planos para quando o templo iniciar sua construção. No entanto, além do desafio financeiro e da crítica de parte da comunidade judaica, o grupo ainda terá de enfrentar outros obstáculos se quiser atingir seu objetivo. Um deles, e talvez o maior, é o fato de o Monte Moriá, onde pretendem construí-lo, atualmente abrigar a Mesquita de Al-Aqsa, a maior de Jerusalém e o terceiro lugar mais sagrado do islamismo.
Veja o vídeo sobre a construção do Templo em Jerusalém:
LOBBY
A Folha reuniu-se, no Parlamento israelense, com Yehudah Glick, presidente da Fundação de Herança do Monte do Templo, que faz lobby pela reconstrução.
"O templo, mais do que o Muro das Lamentações, é central para a fé judaica", diz. A instituição organiza a visita de judeus à esplanada, sob escolta armada e olhares de censura de muçulmanos.
A reportagem perguntou a ele o que será feito das construções islâmicas. A resposta foi esquiva. "Quando o Estado de Israel foi construído, também havia árabes aqui. Mas foi decidido que esse seria o Estado judaico. Quem não aceitar pode ir embora.
Com informações de:
Temple Institute e Bible Prophecy, Gospel Prime, Útimo Segundo-Portal IG e http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2013/09/1338349-instituto-tenta-criar-terceiro-templo-judeu-em-israel.shtml
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