CAPÍTULO 17
A PERSEVERANÇA DOS SANTOS
1.Os que Deus aceitou no Amado, aqueles que foram chamados eficazmente e santificados por seu Espírito, e receberam a fé preciosa (que é dos seus eleitos), esses não podem decair totalmente nem definitivamente do estado de graça. Antes, hão de perseverar até o fim e ser eternamente salvos, tendo em vista que os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis, e Ele continuamente gera e nutre neles a fé, o arrependimento, o amor, a alegria, a esperança e todas as graças que conduzem à imortalidade. 1 Ainda que muitas tormentas e dilúvios se levantem e se dêem contra eles, jamais poderão desarraigá-los da pedra fundamental em que estão firmados, pela fé.
Não obstante, a visão perceptível da luz e do amor de Deus pode, para eles, cobrir-se de nuvens e ficar obscurecida, 2 por algum tempo, por causa da incredulidade e das tentações de Satanás. Mesmo assim, Deus continua sendo o mesmo, 3 e eles serão guardados pelo poder de Deus, com toda certeza, até a salvação final, quando entrarão no gozo da possessão que lhes foi comprada; pois eles estão gravadas nas palmas das mãos de seu Senhor, e os seus nomes estão escritos no Livro da Vida, desde toda eternidade.
1 Jo.10.28,29: Eu lhes dou a vida eterna, jamais perecerão, eternamente, e ninguém as arrebatará da minha mão.
Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do meu Pai ninguém pode arrebatar.
Fp.1.6: Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la, até o dia de Cristo Jesus.
2Tm.2.19: Entretanto o firme fundamento de Deus permanece, tendo este selo: O Senhor conhece os que lhe pertencem. E mais: Aparte-se da injustiça todo aquele que professa o nome do Senhor.
1Jo.2.19: Eles saíram de nosso meio, entretanto não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos.
2 Sl.89.31,32: ... se violarem os meus preceitos, e não guardarem os meus mandamentos,
então punirei com vara as suas transgressões, e com açoites, a sua iniquidade.
1Co.11.32: Mas, quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo.
3 Ml.3.6: Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.
2. Esta perseverança não depende de um livre-arbítrio da parte dos santos; mas, sim, decorre da imutabilidade do decreto da eleição, 4 fluindo do amor gratuito e inalterável de Deus Pai, sobre a eficácia do mérito e da intercessão de Jesus Cristo; da união com Ele; 5 do juramento de Deus; 6 da habitação de seu Espírito e da semente de Deus dentro neles; 7 da natureza do pacto da graça. 8 De tudo isso decorrem também a certeza e a infalibilidade da perseverança dos santos.
4 Rm8.30: E aos que predestinou, a esses também chamou, e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou.
Rm.9.11,16: E ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus quanto à eleição prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama), ...
Assim, pois, não depende de quem quer, ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia.
5 Rm.5.9,10: Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.
Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida;
Jo.14.19: Ainda por um pouco e o mundo não me verá mais; vós, porém, me vereis; porque eu vivo, vós também vivereis.
6 Hb.6.17,18: Por isso Deus, quando quis mostrar mais firmemente aos herdeiros da promessa a imutabilidade do seu propósito, se interpôs com juramento,
para que, mediante duas cousas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, forte alento tenhamos nós que já corremos para o refúgio, a fim de lançar mão da esperança proposta;
7 1Jo.3.9: Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática do pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus.
8 Jr.32.40: Farei com eles aliança eterna, segundo a qual não deixarei de lhes fazer o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim.
3. Levados pela tentação de Satanás e do mundo, pela prevalência da corrupção que ainda permanece dentro deles, ou pela negligência aos meios para a sua própria preservação, os santos podem incorrer em tristes pecados, e continuar em tais pecados, por algum tempo. 9
Desse modo, eles caem em desagrado perante Deus e entristecem o seu Santo Espírito; 10 vêm-se privados de bênçãos e confortos; 11 têm os seus corações endurecidos e ferida a consciência; 12 ofendem e escandalizam outras pessoas; e fazem vir sobre si mesmos os juízos de Deus, ainda neste mundo. 13
Não obstante, eles renovarão o seu arrependimento, e serão preservados através da fé em Cristo Jesus, até o fim.14
E ele negou outra vez, com juramento: Não conheço tal homem.
Então começou ele a praguejar e a jurar: Não conheço esse homem! E imediatamente cantou o galo.
10 Is.64.5,9: Sais ao encontro daquele que com alegria pratica justiça. daqueles que se lembram de ti nos teus caminhos; eis que te iraste, porque pecamos; por muito tempo temos pecado, e havemos de ser salvos?
Não te enfureças tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da nossa iniquidade; olha, pois, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo.
Ef.4.30: E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção.
11 Sl.51.10,12: Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito inabalável.
Restitui-me a alegria da tua salvação, e sustenta-me com um espírito voluntário.
12 Sl.32.3,4: Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia.
Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim; o meu vigor se tornou em sequidão de estio.
13 2Sm.12.14: Mas, posto que com isto deste motivo a que blasfemassem os inimigos do Senhor, também o filho que te nasceu morrerá.
14 Lc.22.32,61,62: Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos.
Então, voltando-se o Senhor fixou os olhos em Pedro, e Pedro se lembrou da palavra do Senhor, como lhe dissera: Hoje três vezes me negarás, antes de cantar o galo.
Então Pedro, saindo dali, chorou amargamente.
CAPÍTULO 18
A CERTEZA DA GRAÇA E DA SALVAÇÃO
1Os seguidores professos, e outras pessoas não-regeneradas, em vão podem enganar a si mesmos com falsas esperanças e presunções carnais, supondo gozar do favor de Deus e estar em um estado de salvação, pois essa esperança deles perecerá. 1
Porém, os que realmente crêem no Senhor Jesus, e o amam sinceramente, procurando andar perante Ele em toda boa consciência, esses podem estar certos de que estão em um estado de graça nesta vida, e podem regozijar-se na esperança da glória de Deus, 2 de cuja esperança jamais se envergonharão. 3
1 Jó 8.13,14: São assim as veredas de todos quantos se esquecem de Deus; e a esperança do ímpio perecerá.
A sua firmeza será frustrada, e a sua confiança é teia de aranha.
Mt.7.22,23: Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres?
Então lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim , os que praticais a iniquidade.
2 1Jo.2.3: Ora, sabemos que o temos conhecido por isto: se guardamos os seus mandamentos.
1Jo.3.14,18,19,21,24: Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte.
Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade.
E nisto conheceremos que somos da verdade, bem como, perante ele, tranqüilizaremos o nosso coração.
Amados, se o coração não nos acusar, temos confiança diante de Deus;
E aquele que guarda os seus mandamentos permanece em Deus, e Deus nele. E nisto conhecemos que ele permanece em nós, pelo Espirito que nos deu.
1Jo.5.13: Estas cousas vos escrevi a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus.
3 Rm.5.2,5: ... por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriemo-nos na esperança da glória de Deus.
Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso corações pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado.
2. Esta certeza não é uma mera persuasão teórica e presumível, baseada em uma esperança que pode falhar. Ela é uma certeza infalível de fé, 4 alicerçada no sangue e na retidão de Cristo revelados no evangelho, 5 bem como na evidência interior de certas graças do Espírito Santo, as quais recebem promessas de Deus. 6 Baseia-se, igualmente, no testemunho do Espírito de adoção, que testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. 7 E esta certeza nos guarda, mantendo o nosso coração humilde e santo. 8
4 Hb.6.11,19: Desejamos, porém, continue cada um de vós mostrando até ao fim a mesma diligência para a plena certeza da esperança;
... a qual temos por âncora da alma, segura e firme, e que penetra além do véu, ...
5 Hb.6.17,18: Por isso Deus, quando quis mostrar mais firmemente aos herdeiros da promessa a imutabilidade do seu propósito, se interpôs com juramento,
para que, mediante duas cousas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, forte alento tenhamos nós que já corremos para o refúgio, a fim de lançar mão da esperança proposta;
6 2Pe.1.4,5,10,11: ... pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos das corrupções das paixões que há no mundo,
por isso mesmo, vós, reunindo toda vossa diligência, associai com vossa fé a virtude; com a virtude o conhecimento;
Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum.
Pois dessa maneira é que vos será amplamente suprida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
7 Rm.8.15,16: Porque não recebestes o espírito de escravidão para viverdes outra vez atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai.
O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.
8 1Jo.3.1-3: Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, ao ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus. Por essa razão, o mundo não nos conhece, porquanto não o conheceu a ele mesmo.
Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Sabemos que quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque havemos de vê-lo como ele é.
E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como ele é puro.
3. Esta certeza infalível de salvação não é uma parte essencial da fé cristã, pois um crente pode esperar muito tempo, e lutar contra muitas dificuldades, antes de alcançá-la. 9
Contudo, não é necessária uma revelação especial para que o crente possa ter essa certeza. Sendo habilitado pelo Espírito Santo a conhecer as coisas que lhe são dadas gratuitamente, por Deus, o crente pode obtê-la através do uso correto dos meios apontados por Deus. 10
Portanto, todo cristão tem o dever de procurar confirmar a sua vocação e eleição, com toda diligência, para que seu coração possa dilatar-se, em paz e alegria no Espírito Santo, em amor e gratidão a Deus, em vigor e ânimo para os deveres de obediência. Tais são os frutos naturais dessa certeza, 11 a qual está longe de inclinar os homens para o relaxamento. 12
9 IS.50.10: Quem há entre vós que tema ao Senhor, e ouça a voz do seu Servo que andou em trevas sem nenhuma luz, e ainda assim confiou em o nome do Senhor e se firmou sobre o seu Deus?
Sl.88: Ó Senhor, Deus da minha salvação, dia e noite clamo diante de ti.
Chegue à tua presença a minha oração, inclina os teus ouvidos ao meu clamor.
Pois a minha alma está farta de males e a minha vida já se abeira da morte.
Sou contado com os que baixam à cova: sou como um homem sem força,
atirado entre os mortos; como os feridos de morte que jazem na sepultura, dos quais já não te lembras: são desamparados de tuas mãos.
Puseste-me na mais profunda cova, nos lugares tenebrosos, nos abismos.
Sobre mim pesa a tua ira; tu me abates com todas as tuas ondas.
Apartaste de mim os meus conhecidos, e me fizeste objeto de abominação para com eles; estou preso e não vejo como sair.
Os meus olhos desfalecem de aflição; dia após dia venho clamando a ti, Senhor, e te levanto as minhas mãos.
Mostrarás, tu, prodígios aos mortos, ou os finados se levantarão para te louvar?
Será referida a tua bondade na sepultura? a tua fidelidade nos abismos?
Acaso nas trevas se manifestam as tuas maravilhas? e a tua justiça na terra do esquecimento?
Mas eu, Senhor, clamo a ti por socorro, e antemanhã já se antecipa diante de ti a minha oração.
Por que rejeitas, Senhor, a minha alma? e ocultas de mim o teu rosto?
Ando aflito e prestes a expirar desde moço; sob o peso dos teus terrores estou desorientado.
Por sobre mim passaram as tuas iras, os teus terrores deram cabo de mim.
Eles me rodeiam como água, de contínuo; a um tempo me circundam.
Para longe de mim afastaste amigo e companheiro: os meus conhecidos são trevas.
Sl.77.1-12: Elevo a Deus a minha voz, e clamo, elevo a Deus a minha voz, para que me atenda.
No dia da minha angústia procuro o Senhor; erguem-se as minhas mãos durante a noite, e não se cansam; a minha alma recusa consolar-se.
Lembro-me de Deus e passo a gemer; medito, e me desfalece o espírito.
Não me deixas pregar os olhos: tão perturbado estou, que nem posso falar.
Penso nos dias de outrora, trago à lembrança os anos de passados tempos.
De noite indago o meu íntimo, e o meu espírito perscruta.
Rejeita o Senhor para sempre? Acaso não torna a ser propício?
Cessou perpetuamente a sua graça? Caducou a sua promessa para todas as gerações?
Esqueceu-se Deus de ser benigno? ou, na sua ira, terá ele reprimido as suas misericórdias?
Então disse eu: Isto é a minha aflição: mudou-se a destra do Altíssimo.
Recordo os feitos do Senhor, pois me lembro das tuas maravilhas da antigüidade.
Considero também nas tuas obras todas, e cogito dos teus prodígios.
10 1Jo.4.13: Nisto reconhecemos que permanecemos nele, e ele em nós, em que nos deu do seu Espírito.
Hb.6.11,12: Desejamos, porém, continue cada um de vós mostrando até o fim a mesma diligência para a plena certeza da esperança;
para que não vos torneis indolentes, mas imitadores daqueles que, pela fé e pela longanimidade, herdam as promessas.
11 Rm.5.1,2,5: Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo;
por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriemo-nos na esperança da glória de Deus.
Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso corações pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado.
Rm.14.17: Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.
Sl.119.32: Percorrerei o caminho dos teus mandamentos, quando me alegrares o coração.
12 Rm.6.1,2: Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante?
De modo nenhum. Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?
Tt.2.11,12,14: Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens,
educando-nos para que, regeneradas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos no presente século, sensata, justa e piedosamente, ...
... o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniquidade, e purificar para si mesmo um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras.
4. Os crentes verdadeiros podem ter a sua certeza de salvação abalada, diminuída ou interrompida, de diversas maneiras: por negligência na preservação dessa certeza; por caírem em algum pecado específico, que fere a consciência e entristece o Espírito; 13 por uma tentação súbita ou veemente; 14 por Deus retirar de sobre eles a luz da sua presença, permitindo que mesmo os que O temem caminhem em trevas, que não tenham luz. 15 Contudo, eles jamais ficam destituídos da divina semente 16 e da vida de fé, 17 do amor de Cristo e dos irmãos, da sinceridade de coração e da consciência do dever. É a partir dessas graças, por obra do Espírito, que a certeza da salvação pode ser revificada, no devido tempo; 18 e, mediante elas, os crentes são preservados de um total desespero. 19
13 Sl..51.8,12,14: Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que exultem os ossos que esmagaste.
Restitui-me a alegria da tua salvação, e sustenta-me com um espírito voluntário.
Livra-me dos crimes de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação, e a minha língua exaltará a tua justiça.
14 Sl.116.11: Eu disse na minha perturbação: Todo homem é mentiroso.
Sl.77.7,8: Rejeita o Senhor para sempre? Acaso não torna a ser propício?
Cessou perpetuamente a sua graça? Caducou a sua promessa para todas as gerações?
Sl.31.22: Eu disse na minha pressa: Estou excluído da tua presença. Não obstante, ouviste a minha súplice voz, quando clamei por teu socorro.
15 Sl.30.7: Tu, Senhor, por teu favor fizeste permanecer forte a minha montanha; apenas voltaste o rosto, fiquei logo conturbado.
16 1Jo.3.9: Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática do pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus.
17 Lc.22.32: Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos.
18 Sl.42.5,11: Porque estás abatida, ó minha alma? por que te perturbas dentro em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu.
Porque estás abatida, ó minha alma? por que te perturbas dentro em mim? espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu.
19 Lm.3.26-31: Bom é aguardar a salvação do Senhor, e isso em silêncio.
Bom é para o homem suportar o jugo na sua mocidade.
Assente-se solitário e fique em silêncio; porquanto esse jugo Deus o pôs sobre ele;
ponha a tua boca no pó; talvez ainda haja esperança.
Dê a face ao que fere; farte-se de afronta.
O Senhor não rejeitará para sempre;
CAPÍTULO 19
A LEI DE DEUS
1. Deus outorgou a Adão uma lei de obediência, que lhe inscreveu no coração; e também um preceito particular, o de não comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. 1 Dessa maneira, Adão e toda sua posteridade ficaram compelidos a uma obediência pessoal, total, exata e perpétua, à lei. 2 Deus prometeu vida como recompensa do cumprimento, e morte como castigo da quebra da lei, 3 tendo dado ao homem o poder e a habilidade para guardá-la.
1 Gn.2.16,17: E lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente,
mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.
Ec.7.29: Eis o que tão-somente achei: que Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas astúcias.
2 Rm.10.5: Ora, Moisés escreveu que o homem que praticar a justiça decorrente da lei viverá por ela.
3 Gl.3.10,12: Todos quantos, pois, são das obras da lei, estão debaixo de maldição; porque está escrito: maldito todo aquele que não permanece em todas as cousas escritas no livro da lei, para praticá-las.
Ora, a lei não procede da fé, mas: Aquele que observar os seus preceitos, por eles viverá.
2. A mesma lei que uma vez foi inscrita no coração humano continuou a ser uma regra perfeita de justiça após a queda. 4 E essa lei foi dada por Deus sobre o monte Sinai e inscrita em duas tábuas de pedra, na forma de dez mandamentos. Os quatro primeiros mandamentos contêm nossos deveres para com Deus, e, os outros seis mandamentos, nossos deveres para com os homens. 50
4 Rm.2.14,15: ... quando, pois, os gentios, que não têm lei, procedem por natureza de conformidade com a lei, não tendo lei, servem eles de lei para si mesmos;
estes mostram a norma da lei gravada nos seus corações, testemunhando-lhes também a consciência, e os seus pensamentos mutuamente acusando-se ou defendendo-se ...
5 Dt.10.4: Então escreveu o Senhor nas tábuas, segundo a primeira escritura, os dez mandamentos que ele vos falara no dia da congregação, no monte, no meio do fogo; e o Senhor mas deu a mim.
3. Além desta lei, comumente chamada de lei moral, Deus houve por bem dar leis cerimoniais ao povo de Israel, contendo diversas ordenanças simbólicas: em parte, de adoração, prefigurando Cristo, as suas graças, suas ações, seus sofrimentos, e os benefícios que conferiu; 6 e, em parte, estabelecendo várias instruções de deveres morais. 7
As leis cerimoniais foram instituídas com vigência temporária, pois mais tarde seriam ab-rogadas por Jesus, o Messias e único Legislador, que, vindo no poder do Pai, cumpriu e revogou essas leis. 8
6 Hb.10.1: Ora, visto que a lei tem sombra dos bens vindouros, não a imagem real das cousas, nunca jamais pode tornar perfeitos os ofertantes, com os mesmo sacrifícios que, ano após ano, perpetuamente, eles oferecem.
Cl.2.17: ... porque tudo isso tem sido sombra das cousas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo.
7 1Co,5.7: Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois de fato sem fermento. Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado.
8 Cl.2.14,16,17: ... tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz;
Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados,
... porque tudo isso tem sido sombra das cousas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo.
Ef.2.14,16: Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo derrubado a parede da separação que estava no meio, a inimizade, ...
... e reconciliar-se ambos em um só corpo com Deus, por intermédio da cruz, destruindo por ela a inimizade.
4. Deus também deu diversas leis judiciais ao povo de Israel, que expiraram juntamente com o antigo Estado de Israel e agora não possuem caráter obrigatório; são válidas, no entanto, como um padrão moral de equidade coletiva. 9
9 1Co.9.8-10: Porventura falo isto como homem, ou não o diz também a lei?
Porque na lei de Moisés está escrito: Não atarás a boca ao boi que debulha. Acaso é de bois que Deus se preocupa?
Ou é seguramente por nós que ele o diz? Certo que é por nós que está escrito, pois o que lavra cumpre fazê-lo com esperança; o que debulha, faça-o na esperança de receber a parte que lhe é devida.
5. Para sempre a lei moral requer obediência de todos, tanto de pessoas justificadas quanto das demais. 10 E isto não apenas por causa do assunto de que trata essa lei, mas, também, por causa da autoridade de Deus, o Criador, que a impôs. 11 No evangelho, Cristo de modo nenhum dissolve a lei, antes confirma a sua obrigatoriedade. 12
10 Rm.13.8-10: A ninguém fiqueis devendo cousa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama ao próximo tem cumprido a lei.
Pois isto: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e se há qualquer outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás a teu próximo como a ti mesmo.
O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor.
Tg.2.8,10-12: Se vós, contudo, observais a lei régia segundo a Escritura: Amarás o teu próximo como a ti mesmo, fazeis bem;
Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos.
Porquanto aquele que disse: Não adulterarás, também ordenou: Não matarás. Ora, se não adulteras, porém, matas, vens a ser transgressor da lei.
Falai de tal maneira, e de tal maneira procedei, como aqueles que hão de ser julgados pela lei da liberdade.
11 Tg.2.10,11: Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos.
Porquanto aquele que disse: Não adulterarás, também ordenou: Não matarás. Ora, se não adulteras, porém, matas, vens a ser transgressor da lei.
12 Mt.5.17-19: Não penseis que vim revogar a lei ou os profetas: não vim para revogar, vim para cumprir.
Porque em verdade vos digo: até que o céu e aterra passem, nem um i ou um til jamais passará da lei, até que tudo se cumpra.
Aquele, pois, que violar um destes mandamentos, posto que dos menores, e assim ensinar aos homens, será considerado mínimo no reino dos céus; aquele, porém, que os observar e ensinar, esse será considerado grande no reino dos céus.
Rm.3.31: Anulamos, pois, a lei, pela fé? Não, de maneira nenhuma, antes confirmamos a lei.
6. Embora os verdadeiros crentes não estejam debaixo da lei (como num pacto de obras), para serem justificados ou condenados por ela, 13 mesmo assim a lei é de grande utilidade para eles, bem como para outras pessoas. Isso porque a lei, como uma regra de vida, lhes informa da vontade de Deus e do dever que lhes cabe, dirigindo e constrangendo-os a caminhar segundo esse dever. A lei também descobre as contaminações pecaminosas da natureza humana, dos corações e das vidas, para que eles, examinando-se na lei, possam vir a ter uma maior convicção, humilhação e ódio pelo pecado, 14 além de uma visão mais clara de sua necessidade de Cristo e da perfeição da obediência de Cristo.
Da mesma forma, a lei é útil para restringir as corrupções dos regenerados, pois proíbe o pecado. As ameaças da lei servem para mostrar o que os pecados deles merecem, e com que aflições eles podem contar nesta vida, se pecam, mesmo depois de libertados da maldição e do rigor intransigente da lei.
Igualmente, as promessas da lei demonstram a aprovação de Deus à obediência e quais bênçãos os homens podem esperar receber se cumprirem a lei, embora essas bênçãos não lhes sejam devidas por encargo da lei, como seria num pacto de obras. Por conseguinte, se um homem faz o bem e se refreia do mal (porque a lei encoraja a uma coisa e o dissuade da outra), isso não é evidência de ele estar debaixo da lei e não debaixo da graça. 15
13 Rm.6.14: Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, e sim, da graça.
Gl.2.16: ... sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e, sim, mediante a fé em Cristo Jesus, também nós temos crido em Cristo Jesus, para que fossemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois por obras da lei ninguém será justificado.
Rm.8.1: Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.
Rm.10.4: Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê.
14 Rm.3.20: ... visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado.
Rm.7.7: Que diremos, pois? É a lei pecado? De modo nenhum. Mas eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei; pois não teria eu conhecido a cobiça se a lei não dissera: Não cobiçarás.
Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, despertou em mim toda sorte de concupiscência, porque sem lei está morto o pecado.
Outrora, sem a lei, eu vivia; mas, sobrevindo o preceito, reviveu o pecado, e eu morri.
E o mandamento que me fora para vida, verifiquei que este mesmo se me tornou para morte.
Porque o pecado, prevalecendo-se do mandamento, pelo mesmo mandamento me enganou e me matou.
Por conseguinte, a lei é santa; e o mandamento, santo, justo e bom.
Acaso o bem se me tornou em morte? De modo nenhum; pelo contrário, o pecado, para revelar-se como pecado, por meio de uma cousa boa causou-me a morte; a fim de que pelo mandamento se mostrasse sobremaneira malígno.
Porque bem sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pecado.
Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e, sim, o que detesto.
Ora, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa.
Neste caso, quem faz isto já não sou eu, mas o pecado que habita em mim.
Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum: pois o querer o bem está em mim; não porém o efetuá-lo [perfeitamente].
Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço.
Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e, sim, o pecado que habita em mim.
Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim.
Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus;
Mas velo nos meus membros outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros.
Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo dessa morte?
Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado.
15 Rm.6.12-14: Não reine, portanto, o pecado em vossa corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões;
nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado como instrumentos de iniquidade; mas oferecei-vos a Deus como ressurrectos dentre os mortos, e os vossos membros a Deus como instrumentos de justiça.
Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, e sim, da graça.
1Pe.3.8-13: Finalmente, sede todos de igual ânimo, compadecidos, fraternalmente amigos, misericordiosos, humildes,
não pagando mal por mal, ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, pois para isto mesmo fostes chamados, a fim de receberdes bênção por herança.
Pois quem quer amar a vida e ver dias felizes, refreie a sua língua do mal e evite que os seus lábios falem dolosamente;
aparte-se do mal, pratique o que é bom, busque a paz e empenhe-se por alcançá-la.
Porque os olhos do Senhor repousam sobre os justos e os seus ouvidos estão abertos às suas súplicas, mas o rosto do Senhor está contra aqueles que praticam males.
Ora, quem é que vos há de maltratar, se fordes zelosos do que é bom?
7. Os usos da lei, acima mencionados, não são contrários à graça do evangelho; antes, concordam docemente com ela, 16 à medida em que o Espírito de Cristo conquista a vontade do homem e o capacita a fazer, espontânea e alegremente, aquilo que a vontade de Deus, revelada na lei, requer que seja feito. 17
16 Gl.3.21: É, porventura, a lei contrária às promessas de Deus? De modo nenhum. Porque se fosse promulgada uma lei que pudesse dar vida, a justiça, na verdade, seria procedente de lei.
17 Ez.36.27: Porei dentro em vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, guardei os meus juízos e os observeis.
Continuaremos amanhã...
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