18 outubro 2013

“O rei está nu!”

 
  
Um bandido, se fazendo passar por um alfaiate de terras distantes, diz a um determinado rei que poderia fazer uma roupa muito bonita e cara, mas que apenas as pessoas mais inteligentes e astutas poderiam vê-la. O rei, muito vaidoso, gostou da proposta e pediu ao bandido que fizesse uma roupa dessas para ele.

O bandido recebeu vários baús cheios de riquezas, rolos de linha de ouro, seda e outros materiais raros e exóticos, exigidos por ele para a confecção das roupas. Ele guardou todos os tesouros e ficou em seu tear, fingindo tecer fios invisíveis, que todas as pessoas alegavam ver, para não parecerem estúpidas. Imagine! Precisou de uma criança para desmascarar a farsa, pois ao ver o rei peladão gritou: “o rei está nu!”

Muitas vezes acontece o mesmo dentro de muitas igrejas, fingem que não veem a catástrofe, os desmandos, a incompetência e o autoritarismo de certos líderes. Querendo se passar, não por inteligentes como na fábula, mas por espirituais, o povo evangélico segue desta maneira. Na fábula todos confessavam “ver” a roupa invisível do rei para não se passarem por estúpidos, na igreja o fingimento é para não se passarem por rebeldes, carnais e coisas do naipe evangeliquês que a cada dia criamos. 

Nossos púlpitos estão mortos, sem palavras, nosso povo com fome e sede da Palavra de Deus. Enquanto comemos lanchinhos fast-food na pregação, o resto do culto vira entretenimento, com pitadas de músicas aqui e ali. Gente, vamos parar de fingir; admita o REI ESTÁ NU… E com todo respeito majestade: que roupa feia!

Paulo Cristiano da Silva


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