Em 31 de outubro de 1517, ocorria na Alemanha a Reforma protestante,
que, entre outras coisas, combateu a comercialização de bênçãos e a
supersticiosidade religiosa. Hoje, algumas igrejas ditas evangélicas se
veem ameaçadas por inovações, modismos e crendices que solapam a genuína
doutrina bíblica.
A comercialização da fé
Muitas
igrejas evangélicas estão reeditando as práticas da igreja medieval,
quando aquelas vendiam a salvação por meio das indulgências. O apóstolo
Pedro já fazia séria advertência neste particular, (1Pd 5.2,3; 2Pd
2.1-3).
A Bíblia denomina de mercenário aquele que usa das coisas
sagradas em benefício próprio, visando tão somente tirar vantagem e
lucro para si (Jo 10.11-13; Fp 3. 17-19).
Um exemplo do exposto
anteriormente é o caso de Demas, ele era companheiro de Paulo na obra,
mas abandonou o apóstolo e foi para Tessalônica, possivelmente em busca
de maiores ganhos financeiro, pois Tessalônica era uma cidade próspera
onde corria muito dinheiro (2Tm 4.10).
Os mercadores da fé
oferecem de tudo como forma de atrair as pessoas, tais como: anéis,
rosas, medalhas imantadas, sabonete ungido, sal do Mar Morto, entre
outros. Ainda pedem as ofertas de sacrifício, que pode ser: relógios,
bicicleta, rádio, TV, carro, casa, etc.
O apóstolo Paulo adverte
que nos afastemos de homens fraudulentos que se infiltram na igreja com
aparência de piedade, mas trazem ensinamentos contrários para tirar
proveito da igreja (1Tm 6.3-5; 2Tm 3.5).
Os modismos na igreja
A
obra de Deus precisa de dinamismo, criatividade, estratégia e fervor,
mas é preciso cuidado com as práticas sem respaldo bíblico. Deus não
aceita fogo estranho no culto (Lv 10.1-3).
Para colocar ordem na
realização dos cultos da igreja em Corinto, Paulo foi muito específico
ao ensinar que os Dons, ministérios e operações, são dados pelo Espírito
a cada um para o que for útil (1Co 12.4-7); Quando no ajuntamento dos
crentes para cultuar, cada um tem salmo, doutrina, revelação, línguas,
interpretação, e que tudo seja feito para a edificação. Paulo observa
que Deus não é de confusão, e que, portanto, faça-se tudo com decência e
ordem (1Co 14.26,33,40).
Não seria esse o padrão a ser seguido pelas igrejas ditas evangélicas em nossos dias?
O
temor de Paulo, já em seu tempo, era que a igreja se afastasse da
simplicidade que há em Cristo, levada por uma pregação que nada tem que
ver com o genuíno Evangelho (2Co 11.3,4). Paulo repreendeu os gálatas
pelo fato destes terem passado para outro evangelho o qual transtorna o
Evangelho de Cristo (Gl 1.6-8).
Superstição entre os crentes
Superstição
é um sentimento religioso excessivo que leva à pratica de atos
indevidos e absurdos. A Bíblia faz referência à superstição religiosa
nas palavras de Paulo aos atenienses em Atos 17.22: “E, estando Paulo no
meio do Areópago, disse: Varões atenienses, em tudo vos vejo um tanto
supersticiosos”.
Há muitos crentes com comportamento e atitudes supersticiosos, como os que se seguem abaixo:
Apagar pecado queimando papeis.
Acreditam que precisam escrever todos os seus pecados em pedaços de
papel e jogá-los em uma fogueira para eliminá-los por completo. Mas, e o
sangue de Jesus? Já não mais nos purifica de todos os pecados? (1Jo
1.7);
Deixar a Bíblia aberta no Salmo 91. Devemos
confiar no Deus do Salmo, não no Salmo em si. Tal prática é um
sentimento supersticioso. Esteja a Bíblia aberta ou fechada, Deus sempre
guarda aquele que o teme e o livra.
A crença exacerbada em anjo da guarda.
É verdade que os anjos do senhor são enviados para servir a favor
daqueles que hão de herdar a salvação (Hb 1.14), mas não podermos
supervalorizar os anjos chegando a tornar-se uma angelolatria (Cl 2.18).
Em algumas igrejas, há práticas que chega a imitar práticas espíritas:
- Caminhar sobre sal grosso;
- Usar roupa branca em determinado dia;
- Campanha do descarrego;
- Oração forte contra olho gordo;
- Oração forte para tirar o encosta;
- Regressão espiritual, etc.
Ouve-se expressão no meio evangélico que nada tem que ver com a terminologia bíblica;
Canela de fogo; Sapato de fogo; Vassoura de fogo.
A
orientação paulina é que não devemos ir além dos limites impostos pela
Palavra de Deus, mas deve ser conforme o que nela está escrito, (1Co
4.6).
O uso de objetos e símbolos
O Antigo
Testamento é rico em tipologia, no sentido de tornar mais compreensível a
comunicação de Deus com Seu povo, Israel (Hb 10.1). Mas ainda que a
Bíblia apresente figuras materiais para ilustrar a fé, especialmente no
A.T, temos no Novo Testamento a regra que diz: “De sorte que a fé é
pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.” (Rm 10.17).
Os objetos usados em muitas igrejas evangélicas como parte do culto, não passam de verdadeiros amuletos, tais como:
- O copo com água em cima do aparelho receptor;
- A rosa ungida;
- A unção coletiva;
- Unção de carteira de trabalho, fotos, roupas, etc.;
- Orar por uma pessoa através de sua foto.
Os
casos de objetos usados na Bíblia como ato simbólico de fé, é a
exceção, não a regra, que ocorriam espontaneamente, como no caso dos
lenços e aventais de Paulo que foram usados por terceiros para a cura de
enfermos (At 19.12). Paulo não confeccionou lenços e aventais para
utilizá-los na realização de curas e milagres, era de seu uso pessoal.
Paulo usava o método ensinado por Cristo: “E Deus, pelas mãos de Paulo,
fazia maravilhas extraordinárias,” (v.11).
Os modismos não
edificam a igreja, mas tem grande facilidade de entrar nela. A igreja
evangélica hodierna, se vê ameaçada pelos mesmos modismos que foram
denunciados e rejeitados pelos reformadores. OREMOS pela igreja
evangélica brasileira, e pregoemos a sã doutrina da Palavra de Deus,
quer ouçam, quer deixem de ouvir.
Veja o vídeo:
levicosta.blogspot.com.br
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