O crescimento da Igreja Evangélica tem feito do Brasil uma sociedade mais Justa? Ou não?!
Saiu na imprensa a seguinte noticia:“Censo mostra decréscimo: Brasileiros estão abandonando a Igreja Católica e indo para a Evangélica. Representação católica caiu para 65%”, demonstrando a consolidação do crescimento dos evangélicos. O que já, anteriormente ao censo, provocara preocupação no meio católico, conforme matéria de 21/12/2010, publicada no mesmo site com o título “Arcebispo de São Paulo revela preocupação católica com o crescimento evangélico: “Falhamos na missão de aprofundar a fé”, onde católicos reconhecem suas falhas. Nesse momento é preciso fazer uma auto-crítica, pois precisamos saber para onde ir, e como ser evangélico nessa nova fase. Fase de liderança! É verdade que o crescimento quantitativo é de sua importância em todos os aspectos, entretanto, é suficiente para mudar as pessoas e a nação? Até que ponto os evangélicos fazem a diferença no Brasil e na América Latina?
O artigo que Reginaldo Pradi escreveu “Converter indivíduos, mudar culturas”, publicado na “Tempo Social, revista de sociologia da USP, v. 20, n. 2”, trata especificamente desse assunto. Ali ele retrata a realidade do decréscimo católico e do crescimento evangélico e suas implicações. Veja abaixo uma pequena parte de sua análise, que diz respeito aos desdobramentos do crescimento evangélico.
"A persistir a tendência atual de conversão religiosa, a América culturalmente católica se tornará num futuro não distante culturalmente evangélica? As relações entre as religiões e as culturas – e os devotos, antigos e potenciais, tomados individualmente – compreendem aspectos e abordagens variadas.
Sociólogos entendem que a religião, sobretudo a que pode ser classificada como internalizada (Camargo, 1971; Pierucci e Prandi, 1996), intervém na visão de mundo, muda hábitos, inculca valores, enfim, é fonte de orientação da conduta. Antropólogos ensinam que “a cultura constitui um processo pelo qual os homens orientam e dão significado às suas ações através de uma manipulação simbólica que é atributo fundamental de toda prática humana”, nas palavras de Eunice Durham (2004: 231). É comum dar como certo que a religião não apenas é parte constitutiva da cultura, mas também a abastece axiológica e normativamente. E que a cultura, por sua vez, interfere na religião, reforçando-a ou forçando-a a mudanças e adaptações. Ainda que tais definições possam ser questionadas diante da crise conceitual contemporânea, religião e cultura ainda são referidas uma à outra, sobretudo quando se trata de uma nação, uma etnia, um país, uma região.
Diz-se que a cultura da América Latina é católica, embora apresente distinções internas devidas à formação histórica diferenciada de cada um de seus países e regiões. Assim, a cultura brasileira e algumas outras se distinguem por seu caráter sincrético afro-católico. Nelas, a dimensão religiosa de origem negra ocupa espaço relevante, maior que os de elementos indígenas; nos países em que prevalece a religiosidade católica com pouca ou nenhuma referência africana, componentes de origem indígena podem ocupar lugar mais importante que aquele observado no Brasil. Sabemos, contudo, que a cultura muda, e que a formação de uma cultura global se impõe a padrões locais.
Nos dias atuais, com o avanço das igrejas evangélicas e o concomitante declínio do catolicismo, o debate sobre religião e cultura tem proposto questões importantes, como esta, antes referida: uma América Latina de maioria religiosa evangélica – se tal mudança viesse a se concretizar – seria culturalmente evangélica? No Brasil, apagaria os traços afro-brasileiros, repudiados pelos evangélicos de hoje? Extinguiria o carnaval, as festas juninas de Santo Antônio, São João e São Pedro, o famoso “São João” do Nordeste? E os topônimos católicos seriam mudados – rios, serras, cidades, ruas? Os nomes de estabelecimentos comerciais, indústrias, escolas, hospitais? A cidade de São Paulo voltaria a se chamar Piratininga?
Pensadores e líderes católicos acreditam que a América Latina continua sendo um continente de cultura católica e que os latino-americanos, por conseguinte, são naturalmente católicos. Há quem diga que a América Latina é profundamente católica! O crescimento exponencial do pentecostalismo mostra que isso já significa muito pouco. Acreditam também que, se a religião vai mal, é preciso renová-la agindo na cultura, no sentido de trazê-la de volta ao catolicismo. Para isso procuram estabelecer um diálogo da Igreja com a cultura e não com os indivíduos. O declínio constante do catolicismo mostra que essa maneira de ver a cultura é ineficaz. Mas esse não é um problema que diga respeito apenas à Igreja católica latino-americana.
O Vaticano pensa o mesmo com respeito aos países europeus: a Europa é um continente de cultura católica, logo, a presença cada vez maior de outras religiões, sobretudo as levadas pela imigração, aliada ao desinteresse dos europeus por qualquer religião, soa à Igreja como uma crise que se dá na suposta cultura européia católica e que pode ser sanada por um esforço da Igreja de restauração cultural.
Enquanto perde fiéis sem parar, o catolicismo, nas palavras de Flávio Pierucci, “se pensa referido antes de mais nada a povos com suas culturas do que a seres humanos com sua humanidade” e insiste “em querer ‘evangelizar as culturas’, pretensão que hoje se resume na seguinte palavra de ordem teológica, mas de inspiração etnológica – ‘inculturação’” (Pierucci, 2005).
Enquanto isso, o protestantismo pentecostal e neopentecostal segue adiante, conquista, nessa América católica, mais e mais fiéis, convertendo indivíduo por indivíduo, sem se importar a mínima com a evangelização da cultura. Sua estratégia consiste em trazer novos seguidores, convertidos individualmente para dentro de suas igrejas, construir mais e mais templos, avançar no território do outro, ciente de que “de grão em grão a galinha enche o papo”. Da cultura ele aproveita alguns elementos que possa usar em seu favor – símbolos, referências, imagens, benzimentos, pequenas magias a que os candidatos à conversão estão afetivamente habituados.
A história recente do pentecostalismo no Brasil mostra, inclusive, que sua estratégia de expansão parte do individual, do miúdo, do pequeno, reservadamente, para aos poucos ir se mostrando de forma graúda, se impondo por fim na paisagem, forçando, por assim dizer, seu reconhecimento e ingresso na cultura.
E a presença protestante, onde está? Na cultura brasileira, que ao mesmo tempo é católica e tem muito de religião afro-brasileira, falta o elemento evangélico. Se o candomblé virou cultura – com samba, carnaval, feijoada, acarajé, despacho, jogo de búzios –, as sisudas denominações evangélicas nunca foram capazes de produzir para o Brasil qualquer bem cultural importante, como chama a atenção Gedeon Alencar, em seu trabalho sobre a não-contribuição evangélica à cultura brasileira (Alencar, 2005). Até mesmo a música gospel, que é a produção evangélica mais próxima do consumo estético, é limitada ao universo dos crentes, incapaz de se auto-incluir no plano geral das artes de âmbito nacional, artes que o protestantismo brasileiro encara, de modo geral, com suspeição e recusa. Como exceção digna de nota, a música brasileira deve a formação de muitos músicos profissionais às pentecostais Assembléia de Deus e Congregação Cristã.
Suponhamos, por fim, que o crescimento das religiões evangélicas as leve a suplantar o catolicismo em número de seguidores. O evangelicalismo se tornaria a religião da maioria, o catolicismo, de uma minoria. Se isso acontecesse, a cultura brasileira se tornaria evangélica? Dificilmente. O evangelicalismo seria a religião de indivíduos convertidos, um a um, e não a religião que funda uma nação e fornece elementos formadores de sua cultura.
O processo histórico dessa mudança seria diferente daquele que forjou a cultura católica na América. Nesse futuro hipotético, cuja factibilidade não está aqui em discussão, a condição dada para que o protestantismo superasse o catolicismo teria implicado, primeiro, a secularização do Estado – já completada no presente –, e depois, a secularização da cultura – que se encontra em andamento. Porque é com a secularização que os indivíduos tornam-se livres para escolher uma religião diferente daquela em que nasceram.
Então, quando tudo isso estivesse se completando, por mais cheias que estivessem igrejas, templos, terreiros, a cultura já se encontraria esvaziada de religião. Não haveria a substituição de uma religião por outra. No limite, por muitas outras, não apenas por uma".
O artigo que Reginaldo Pradi escreveu “Converter indivíduos, mudar culturas”, publicado na “Tempo Social, revista de sociologia da USP, v. 20, n. 2”, trata especificamente desse assunto. Ali ele retrata a realidade do decréscimo católico e do crescimento evangélico e suas implicações. Veja abaixo uma pequena parte de sua análise, que diz respeito aos desdobramentos do crescimento evangélico.
"A persistir a tendência atual de conversão religiosa, a América culturalmente católica se tornará num futuro não distante culturalmente evangélica? As relações entre as religiões e as culturas – e os devotos, antigos e potenciais, tomados individualmente – compreendem aspectos e abordagens variadas.
Sociólogos entendem que a religião, sobretudo a que pode ser classificada como internalizada (Camargo, 1971; Pierucci e Prandi, 1996), intervém na visão de mundo, muda hábitos, inculca valores, enfim, é fonte de orientação da conduta. Antropólogos ensinam que “a cultura constitui um processo pelo qual os homens orientam e dão significado às suas ações através de uma manipulação simbólica que é atributo fundamental de toda prática humana”, nas palavras de Eunice Durham (2004: 231). É comum dar como certo que a religião não apenas é parte constitutiva da cultura, mas também a abastece axiológica e normativamente. E que a cultura, por sua vez, interfere na religião, reforçando-a ou forçando-a a mudanças e adaptações. Ainda que tais definições possam ser questionadas diante da crise conceitual contemporânea, religião e cultura ainda são referidas uma à outra, sobretudo quando se trata de uma nação, uma etnia, um país, uma região.
Diz-se que a cultura da América Latina é católica, embora apresente distinções internas devidas à formação histórica diferenciada de cada um de seus países e regiões. Assim, a cultura brasileira e algumas outras se distinguem por seu caráter sincrético afro-católico. Nelas, a dimensão religiosa de origem negra ocupa espaço relevante, maior que os de elementos indígenas; nos países em que prevalece a religiosidade católica com pouca ou nenhuma referência africana, componentes de origem indígena podem ocupar lugar mais importante que aquele observado no Brasil. Sabemos, contudo, que a cultura muda, e que a formação de uma cultura global se impõe a padrões locais.
Nos dias atuais, com o avanço das igrejas evangélicas e o concomitante declínio do catolicismo, o debate sobre religião e cultura tem proposto questões importantes, como esta, antes referida: uma América Latina de maioria religiosa evangélica – se tal mudança viesse a se concretizar – seria culturalmente evangélica? No Brasil, apagaria os traços afro-brasileiros, repudiados pelos evangélicos de hoje? Extinguiria o carnaval, as festas juninas de Santo Antônio, São João e São Pedro, o famoso “São João” do Nordeste? E os topônimos católicos seriam mudados – rios, serras, cidades, ruas? Os nomes de estabelecimentos comerciais, indústrias, escolas, hospitais? A cidade de São Paulo voltaria a se chamar Piratininga?
Pensadores e líderes católicos acreditam que a América Latina continua sendo um continente de cultura católica e que os latino-americanos, por conseguinte, são naturalmente católicos. Há quem diga que a América Latina é profundamente católica! O crescimento exponencial do pentecostalismo mostra que isso já significa muito pouco. Acreditam também que, se a religião vai mal, é preciso renová-la agindo na cultura, no sentido de trazê-la de volta ao catolicismo. Para isso procuram estabelecer um diálogo da Igreja com a cultura e não com os indivíduos. O declínio constante do catolicismo mostra que essa maneira de ver a cultura é ineficaz. Mas esse não é um problema que diga respeito apenas à Igreja católica latino-americana.
O Vaticano pensa o mesmo com respeito aos países europeus: a Europa é um continente de cultura católica, logo, a presença cada vez maior de outras religiões, sobretudo as levadas pela imigração, aliada ao desinteresse dos europeus por qualquer religião, soa à Igreja como uma crise que se dá na suposta cultura européia católica e que pode ser sanada por um esforço da Igreja de restauração cultural.
Enquanto perde fiéis sem parar, o catolicismo, nas palavras de Flávio Pierucci, “se pensa referido antes de mais nada a povos com suas culturas do que a seres humanos com sua humanidade” e insiste “em querer ‘evangelizar as culturas’, pretensão que hoje se resume na seguinte palavra de ordem teológica, mas de inspiração etnológica – ‘inculturação’” (Pierucci, 2005).
Enquanto isso, o protestantismo pentecostal e neopentecostal segue adiante, conquista, nessa América católica, mais e mais fiéis, convertendo indivíduo por indivíduo, sem se importar a mínima com a evangelização da cultura. Sua estratégia consiste em trazer novos seguidores, convertidos individualmente para dentro de suas igrejas, construir mais e mais templos, avançar no território do outro, ciente de que “de grão em grão a galinha enche o papo”. Da cultura ele aproveita alguns elementos que possa usar em seu favor – símbolos, referências, imagens, benzimentos, pequenas magias a que os candidatos à conversão estão afetivamente habituados.
A história recente do pentecostalismo no Brasil mostra, inclusive, que sua estratégia de expansão parte do individual, do miúdo, do pequeno, reservadamente, para aos poucos ir se mostrando de forma graúda, se impondo por fim na paisagem, forçando, por assim dizer, seu reconhecimento e ingresso na cultura.
E a presença protestante, onde está? Na cultura brasileira, que ao mesmo tempo é católica e tem muito de religião afro-brasileira, falta o elemento evangélico. Se o candomblé virou cultura – com samba, carnaval, feijoada, acarajé, despacho, jogo de búzios –, as sisudas denominações evangélicas nunca foram capazes de produzir para o Brasil qualquer bem cultural importante, como chama a atenção Gedeon Alencar, em seu trabalho sobre a não-contribuição evangélica à cultura brasileira (Alencar, 2005). Até mesmo a música gospel, que é a produção evangélica mais próxima do consumo estético, é limitada ao universo dos crentes, incapaz de se auto-incluir no plano geral das artes de âmbito nacional, artes que o protestantismo brasileiro encara, de modo geral, com suspeição e recusa. Como exceção digna de nota, a música brasileira deve a formação de muitos músicos profissionais às pentecostais Assembléia de Deus e Congregação Cristã.
Suponhamos, por fim, que o crescimento das religiões evangélicas as leve a suplantar o catolicismo em número de seguidores. O evangelicalismo se tornaria a religião da maioria, o catolicismo, de uma minoria. Se isso acontecesse, a cultura brasileira se tornaria evangélica? Dificilmente. O evangelicalismo seria a religião de indivíduos convertidos, um a um, e não a religião que funda uma nação e fornece elementos formadores de sua cultura.
O processo histórico dessa mudança seria diferente daquele que forjou a cultura católica na América. Nesse futuro hipotético, cuja factibilidade não está aqui em discussão, a condição dada para que o protestantismo superasse o catolicismo teria implicado, primeiro, a secularização do Estado – já completada no presente –, e depois, a secularização da cultura – que se encontra em andamento. Porque é com a secularização que os indivíduos tornam-se livres para escolher uma religião diferente daquela em que nasceram.
Então, quando tudo isso estivesse se completando, por mais cheias que estivessem igrejas, templos, terreiros, a cultura já se encontraria esvaziada de religião. Não haveria a substituição de uma religião por outra. No limite, por muitas outras, não apenas por uma".
Por Reginaldo Pradi
Fonte: Tempo Social, revista de sociologia da USP, v. 20, n. 2
Brasileiros estão abandonando a Igreja Católica e indo para a Evangélica. Representação católica caiu para 65% Os católicos correspondiam a 73,79% da população brasileira em 2000, mas vêm caindo, enquanto aumenta o número de evangélicos. A porcentagem de católicos, a ser confirmada pelo censo 2010 do IBGE, deve estar por volta de 65%.
O número de evangélicos no Brasil aumentou 61,45% em 10 anos, segundo dados do Censo Demográfico divulgado nesta sexta-feira (29/06/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
“A evasão de fiéis é talvez o problema mais grave que a Igreja sofre na sua consciência. Não é, mas ela se pôs como se fosse o problema mais grave. Evasão para onde? Para as igrejas pentecostais e neopentecostais”, analisa padre João Batista Libânio, professor da Faculdade de Teologia dos Jesuítas, em Belo Horizonte.
Recentemente uma das maiores revistas do País publicou uma série de matérias em que fazia previsões para o Brasil em 2020. Em uma dessas publicações, a revista aborda o crescimento evangélico. “Estima-se que 50% da população brasileira poderá ser evangélica” daqui a 11 anos, segundo estatísticas do Sepal (Servindo aos Pastores e Líderes).
Ainda de acordo com a revista, “a influência evangélica em 2020 contribuirá para a diminuição no consumo do álcool, o aumento da escolaridade e a diminuição no número de lares desfeitos, já que a família é prioridade para os evangélicos”.
Se a debandada não é maior, é porque a Igreja Católica reage com leigos envolvidos nas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), movimentos carismáticos e instituições como o Opus Dei, de tendências diferentes, mas todos comprometidos com a fé.
As CEBs sobrevivem, mas estão em baixa, na avaliação do sociólogo Pedro Ribeiro de Oliveira, professor de mestrado em Ciências da Religião, na PUC – MG. “O prestígio delas é pequeno na hierarquia, mas continuam sendo uma referência para a sociedade, nas associações de bairros e movimentos de trabalhadores”, afirma. Há bispos que resistem às CEBs, mas a resistência não impediu que 80% do episcopado votassem a favor delas na última assembleia-geral da CNBB, em Brasília.
“As CEBs estão muito fragilizadas, assim como a Teologia da Libertação, que tem nelas sua matéria-prima”, concorda Frei Betto, partidário e um dos teóricos da linha social que marcou a Igreja após as conferências episcopais de Medellín (1968) e Puebla (1979). “Nos seminários, não há mais interesse pela Teologia da Libertação, que é analisada nas universidades como um fenômeno do passado.” Frei Betto lamenta, “porque o fundamento da Teologia da Libertação não é o marxismo, mas a existência da pobreza, que continua na América Latina e no Brasil”.
Arcebispo de São Paulo revela preocupação católica com o crescimento evangélico: “Falhamos na missão de aprofundar a fé”
Essa avaliação, feita em outubro de 2007 ao então cônsul-geral dos EUA em São Paulo, Thomas White, consta de telegrama diplomático obtido pelo site WikiLeaks (www.wikileaks.ch).
“A evasão de fiéis é talvez o problema mais grave que a Igreja sofre na sua consciência. Não é, mas ela se pôs como se fosse o problema mais grave. Evasão para onde? Para as igrejas pentecostais e neopentecostais”, analisa padre João Batista Libânio, professor da Faculdade de Teologia dos Jesuítas, em Belo Horizonte.
Recentemente uma das maiores revistas do País publicou uma série de matérias em que fazia previsões para o Brasil em 2020. Em uma dessas publicações, a revista aborda o crescimento evangélico. “Estima-se que 50% da população brasileira poderá ser evangélica” daqui a 11 anos, segundo estatísticas do Sepal (Servindo aos Pastores e Líderes).
Ainda de acordo com a revista, “a influência evangélica em 2020 contribuirá para a diminuição no consumo do álcool, o aumento da escolaridade e a diminuição no número de lares desfeitos, já que a família é prioridade para os evangélicos”.
Se a debandada não é maior, é porque a Igreja Católica reage com leigos envolvidos nas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), movimentos carismáticos e instituições como o Opus Dei, de tendências diferentes, mas todos comprometidos com a fé.
As CEBs sobrevivem, mas estão em baixa, na avaliação do sociólogo Pedro Ribeiro de Oliveira, professor de mestrado em Ciências da Religião, na PUC – MG. “O prestígio delas é pequeno na hierarquia, mas continuam sendo uma referência para a sociedade, nas associações de bairros e movimentos de trabalhadores”, afirma. Há bispos que resistem às CEBs, mas a resistência não impediu que 80% do episcopado votassem a favor delas na última assembleia-geral da CNBB, em Brasília.
“As CEBs estão muito fragilizadas, assim como a Teologia da Libertação, que tem nelas sua matéria-prima”, concorda Frei Betto, partidário e um dos teóricos da linha social que marcou a Igreja após as conferências episcopais de Medellín (1968) e Puebla (1979). “Nos seminários, não há mais interesse pela Teologia da Libertação, que é analisada nas universidades como um fenômeno do passado.” Frei Betto lamenta, “porque o fundamento da Teologia da Libertação não é o marxismo, mas a existência da pobreza, que continua na América Latina e no Brasil”.
Arcebispo de São Paulo revela preocupação católica com o crescimento evangélico: “Falhamos na missão de aprofundar a fé”
Essa avaliação, feita em outubro de 2007 ao então cônsul-geral dos EUA em São Paulo, Thomas White, consta de telegrama diplomático obtido pelo site WikiLeaks (www.wikileaks.ch).
A organização teve acesso a milhares de despachos. Dom Odilo afirma que a Teologia da Libertação perdeu força nos últimos anos, deixando de ser um “problema sério”.
Ao referir-se à perda de fiéis para evangélicos, dom Odilo diz que a Igreja Católica falhou em sua missão de aprofundar a fé das pessoas. O desafio agora é fazer com que a igreja seja ouvida, mas, segundo ele, isso é difícil, pois a mídia tradicional não dá muita atenção a mensagens de caráter moral.
"Elas não vendem", diz o cardeal, que aproveitou para fazer críticas à Record, do líder evangélico Edir Macedo. Para dom Odilo, "a televisão opera como uma empresa comercial, mas também serve aos interesses dos evangélicos pentecostais".
E você como entende o crescimento evangélico brasileiro??! O crescimento da Igreja Evangélica tem feito do Brasil uma sociedade mais Justa? Ou não?!
Fonte: Folha Online /Via: Guiame / Estadão
Ao referir-se à perda de fiéis para evangélicos, dom Odilo diz que a Igreja Católica falhou em sua missão de aprofundar a fé das pessoas. O desafio agora é fazer com que a igreja seja ouvida, mas, segundo ele, isso é difícil, pois a mídia tradicional não dá muita atenção a mensagens de caráter moral.
"Elas não vendem", diz o cardeal, que aproveitou para fazer críticas à Record, do líder evangélico Edir Macedo. Para dom Odilo, "a televisão opera como uma empresa comercial, mas também serve aos interesses dos evangélicos pentecostais".
E você como entende o crescimento evangélico brasileiro??! O crescimento da Igreja Evangélica tem feito do Brasil uma sociedade mais Justa? Ou não?!
Fonte: Folha Online /Via: Guiame / Estadão
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