Jornalista da Revista Veja sai em defesa de Silas Malafaia
Para ele os militantes do movimento homossexual quiseram provocar os cristãos ao usar imagens de santos católicos na Parada Gay de 2011.
Em duas postagens em sua coluna no site da revista Veja, o jornalista Reinaldo Azevedo entrou em defesa do pastor Silas Malafaia que está sendo acusado de incentivar a violência contra homossexuais na TV pelo Ministério Público Federal.
Tudo começou com o vídeo transmitido em julho quando o pastor
criticou a atitude dos organizadores da Parada Gay de São Paulo de
ridicularizarem os santos católicos. As expressões utilizadas pelo
apresentador do programa Vitória em Cristo foram interpretadas como
homofóbicas e gerou diversos processos.
Mas para o jornalista há uma grande diferença
entre a expressão “entrar de pau” e o crime de homofobia. “O Ministério
Público viu na sua fala incitamento à violência!!! Ah, tenham
paciência, não é? O sindicalismo gay tem de distinguir um “pau” que fere
de um “pau” metafórico — ou “porrete”. Alguém, por acaso, já viu
católicos nas ruas, em hordas, a agredir pessoas?”, escreveu Azevedo.
Relembrando o caso e mostrando que mesmo sem ser católico Malafaia foi muito mais corajoso que a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) por se manifestar contrariamente aos insultos feitos pelos manifestantes ao cristianismo.
Relembrando o caso e mostrando que mesmo sem ser católico Malafaia foi muito mais corajoso que a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) por se manifestar contrariamente aos insultos feitos pelos manifestantes ao cristianismo.
“A ‘cristofobia’ é hoje uma realidade inconteste. A homofobia existe?
Sim! Tem de ser coibida? Tem! Mas nem as vítimas desse tipo de
preconceito têm o direito de ser ‘cristofóbicas’!”, disse o jornalista.
Em outro texto o jornalista critica os organizadores do evento
dizendo que não só o tema da Parada Gay de 2011 como também os cartazes
colados estavam realmente querendo “provocar” os cristãos.
“Militância em favor dos direitos dos homossexuais é uma coisa; perverter imagens religiosas, emprestando-lhes um sentido erótico que não têm, é coisa de tarados. Se a Justiça nada pode, então é o caso de convocar a medicina.”
“Militância em favor dos direitos dos homossexuais é uma coisa; perverter imagens religiosas, emprestando-lhes um sentido erótico que não têm, é coisa de tarados. Se a Justiça nada pode, então é o caso de convocar a medicina.”
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/quando-%E2%80%9Cpau%E2%80%9D-e-apenas-uma-metafora-ou-sera-que-malafaia-cometeu-um-crime/
Quando “pau” é apenas uma metáfora! Ou: Será que Malafaia cometeu um crime?
Comecemos
pelo lead, pela notícia do dia, porque o início dessa história está lá
atrás, em junho do ano passado. Já conto. O Setorial LBGT (lésbica,
gays, bissexuais e transgêneros) do PT divulgou nesta quinta uma nota de
repúdio ao senador do partido Lindberg Farias (RJ). O que ele fez? Num
discurso em plenário, solidarizou-se com o pastor Silas Malafaia, da
Assembleia de Deus, que está sendo acusado de homofobia pelo Ministério
Público Federal. Mas o que fez, afinal de contas, o pastor? Então agora é
preciso recuar a junho do ano passado.
O tema da marcha gay de 2011, em São Paulo, a maior do país, fazia uma óbvia provocação ao cristianismo: “Amai-vos uns aos outros”. Nem eles nem os cristãos são ingênuos, não é? O “amar”, no caso, assumia um conteúdo obviamente “homoafetivo”, como eles dizem. Como provocação pouca é bobagem, a organização do movimento espalhou na avenida 12 modelos masculinos, todos seminus, representando santos católicos em situações “homoeróticas”.
Tratava-se de uma agressão imbecil a um bem, destaque-se, protegido pela Constituição. Na época, escrevi:
“Sexualizar ícones de uma religião que cultiva um conjunto de valores contrários a essa forma de proselitismo é uma agressão gratuita, típica de quem se sente fortalecido o bastante para partir para o confronto. Colabora com a causa gay e para a eliminação dos preconceitos? É claro que não! (…) Você deixaria seu filho entregue a um professor que achasse São João Batista um, como posso dizer, “gato”? Que visse São Sebastião e não resistisse a o apelo ‘erótico’ de um homem agonizante, sofrendo? O que quer essa gente, afinal? Direitos?”
Ah, sim: a proposta então, não sei se levada a efeito, era distribuir 100 mil camisinhas que trouxessem no invólucro a imagem dos “santos gays”. A hierarquia católica fez um muxoxo de protesto, mas nada além disso. Teve uma reação notavelmente covarde. O sindicalismo gay reivindique o que quiser! Precisa, para tanto, agredir a religião alheia? Embora, por óbvio, não seja católico, Malafaia reagiu em seu programa de televisão. Afirmou: “É para a Igreja Católica entrar de pau em cima desses caras, sabe? Baixar o porrete em cima pra esses caras aprender. É uma vergonha!” Ele acusou os promotores do evento de “ridicularizar os símbolos católicos”. Teve, em suma, a coragem que faltou à CNBB!
Pois é. O Ministério Público viu na sua fala incitamento à violência!!! Ah, tenham paciência, não é? O sindicalismo gay tem de distinguir um “pau” que fere de um “pau” metafórico — ou “porrete”. Alguém, por acaso, já viu católicos nas ruas, em hordas, a agredir pessoas? Isso não acontece em nenhum lugar do mundo! O contrário se dá todos os dias: o cristianismo, nas suas várias denominações, é a religião mais perseguida do mundo, especialmente na África e no Oriente Médio. E, no entanto, não se ouve um pio a respeito. A “cristofobia” é hoje uma realidade inconteste. A homofobia existe? Sim! Tem de ser coibida? Tem! Mas nem as vítimas desse tipo de preconceito têm o direito de ser “cristofóbicas”!
É evidente que “baixar o pau” ou “porrete”, na fala do pastor, acena para a necessidade de uma reação da religião agredida — legal, se for o caso. É uma metáfora comuníssima por aí afirmar que alguém decidiu pôr outrem “no pau”, isto é, processá-lo: “Fulano pôs a empresa no pau”, isto é, “entrou com um processo trabalhista”. Os cristãos, no Brasil, não agridem ninguém. Mas são, sim, molestados, a exemplo do que se viu há dias numa manifestação contra o aborto. Faziam seu protesto de modo pacífico, sem agredir ninguém, quando o ato foi invadido por um grupo de abortistas. Estes queriam o confronto, a agressão. Ganharam uma oração.
A ação contra Malafaia, na verdade, tem um alcance maior. Ele é um dos mais notórios críticos da tal lei que criminaliza a homofobia — e que, de fato, avança contra a liberdade de expressão e a liberdade religiosa. Os que cultivam os valores da democracia não precisam, no entanto, concordar com o que ele diz para reconhecer seu direito de deixar claro o que pensa.
Vejam como autoritarismo e hipocrisia se cruzam nesse caso. Os agressores — aqueles que levaram os “santos gays” para a avenida — se fazem de vitimas e, em nome da reparação a um suposto agravo, querem punir um de seus críticos. É um modo interessante de ver o mundo: os sindicalistas do movimento gay acham que, em nome da causa, tudo lhes é permitido. E aqueles que discordam? Ora, ou o silêncio ou a cadeia!
É assim que pretendem construir um mundo melhor e mais tolerante.
O tema da marcha gay de 2011, em São Paulo, a maior do país, fazia uma óbvia provocação ao cristianismo: “Amai-vos uns aos outros”. Nem eles nem os cristãos são ingênuos, não é? O “amar”, no caso, assumia um conteúdo obviamente “homoafetivo”, como eles dizem. Como provocação pouca é bobagem, a organização do movimento espalhou na avenida 12 modelos masculinos, todos seminus, representando santos católicos em situações “homoeróticas”.
Tratava-se de uma agressão imbecil a um bem, destaque-se, protegido pela Constituição. Na época, escrevi:
“Sexualizar ícones de uma religião que cultiva um conjunto de valores contrários a essa forma de proselitismo é uma agressão gratuita, típica de quem se sente fortalecido o bastante para partir para o confronto. Colabora com a causa gay e para a eliminação dos preconceitos? É claro que não! (…) Você deixaria seu filho entregue a um professor que achasse São João Batista um, como posso dizer, “gato”? Que visse São Sebastião e não resistisse a o apelo ‘erótico’ de um homem agonizante, sofrendo? O que quer essa gente, afinal? Direitos?”
Ah, sim: a proposta então, não sei se levada a efeito, era distribuir 100 mil camisinhas que trouxessem no invólucro a imagem dos “santos gays”. A hierarquia católica fez um muxoxo de protesto, mas nada além disso. Teve uma reação notavelmente covarde. O sindicalismo gay reivindique o que quiser! Precisa, para tanto, agredir a religião alheia? Embora, por óbvio, não seja católico, Malafaia reagiu em seu programa de televisão. Afirmou: “É para a Igreja Católica entrar de pau em cima desses caras, sabe? Baixar o porrete em cima pra esses caras aprender. É uma vergonha!” Ele acusou os promotores do evento de “ridicularizar os símbolos católicos”. Teve, em suma, a coragem que faltou à CNBB!
Pois é. O Ministério Público viu na sua fala incitamento à violência!!! Ah, tenham paciência, não é? O sindicalismo gay tem de distinguir um “pau” que fere de um “pau” metafórico — ou “porrete”. Alguém, por acaso, já viu católicos nas ruas, em hordas, a agredir pessoas? Isso não acontece em nenhum lugar do mundo! O contrário se dá todos os dias: o cristianismo, nas suas várias denominações, é a religião mais perseguida do mundo, especialmente na África e no Oriente Médio. E, no entanto, não se ouve um pio a respeito. A “cristofobia” é hoje uma realidade inconteste. A homofobia existe? Sim! Tem de ser coibida? Tem! Mas nem as vítimas desse tipo de preconceito têm o direito de ser “cristofóbicas”!
É evidente que “baixar o pau” ou “porrete”, na fala do pastor, acena para a necessidade de uma reação da religião agredida — legal, se for o caso. É uma metáfora comuníssima por aí afirmar que alguém decidiu pôr outrem “no pau”, isto é, processá-lo: “Fulano pôs a empresa no pau”, isto é, “entrou com um processo trabalhista”. Os cristãos, no Brasil, não agridem ninguém. Mas são, sim, molestados, a exemplo do que se viu há dias numa manifestação contra o aborto. Faziam seu protesto de modo pacífico, sem agredir ninguém, quando o ato foi invadido por um grupo de abortistas. Estes queriam o confronto, a agressão. Ganharam uma oração.
A ação contra Malafaia, na verdade, tem um alcance maior. Ele é um dos mais notórios críticos da tal lei que criminaliza a homofobia — e que, de fato, avança contra a liberdade de expressão e a liberdade religiosa. Os que cultivam os valores da democracia não precisam, no entanto, concordar com o que ele diz para reconhecer seu direito de deixar claro o que pensa.
Vejam como autoritarismo e hipocrisia se cruzam nesse caso. Os agressores — aqueles que levaram os “santos gays” para a avenida — se fazem de vitimas e, em nome da reparação a um suposto agravo, querem punir um de seus críticos. É um modo interessante de ver o mundo: os sindicalistas do movimento gay acham que, em nome da causa, tudo lhes é permitido. E aqueles que discordam? Ora, ou o silêncio ou a cadeia!
É assim que pretendem construir um mundo melhor e mais tolerante.
O
combate à homofobia não pode ser “catolicofóbico”, “evangelicofóbico”,
“diferentofóbico”. Ou: Movimento gay quer passar de beneficiário da
liberdade de expressão à condição de censor?
Escrevi na quinta-feira um post sobre um processo
a meu ver absurdo que o Ministério Público move contra o pastor Silas
Malafaia. Expliquei ali o contexto. Quando, em junho do ano passado, a
passeata gay caracterizou 12 modelos como santos católicos e os levou à
avenida para representar situações “homoafetivas”, Malafaia, em seu
programa de TV, acusou a agressão à crença de milhões de pessoas e
afirmou: “É para a Igreja Católica entrar de pau em cima desses caras,
sabe? Baixar o porrete em cima pra esses caras aprender. É uma
vergonha!” Explico naquele texto por que é absurda a afirmação de que se
trata de incitamento à violência: 1) católicos, enquanto católicos, não
agridem ninguém (ao contrário até: vivem sendo moralmente agredidos);
2) o pastor não é um líder daquela religião, por óbvio, e não teria como
incitar aqueles que estão fora de seu campo de influência. Obviamente,
falava de modo metafórico, opinava em favor de uma reação da Igreja —
que, diga-se, ficou bem murchinha…
O post já tem mais de 700 comentários — e
devo ter deixado de publicar outro tanto de pessoas que se manifestam
com impressionante rancor. Ou, então, que deixam claro não saber como
funciona a democracia. Olhem aqui: eu não dou bola para correntes da
Internet, não! Zero! Não me intimido com trabalho organizado de lobbies.
Penso o que penso. Se gostarem, bem; se não, a Internet conta com
milhões de páginas pessoais. Por que ficar sofrendo na minha? Posso não
pensar sobre a homossexualidade o que pensa Malafaia — embora, creio,
façamos crítica muito parecida à tal lei que pune a homofobia: é
autoritária, fere a liberdade religiosa e cria uma categorias de
indivíduos acima da crítica.
Muito bem! E daí que eu não pense o
mesmo? Devo silenciar diante de uma óbvia tentativa de calá-lo, ao
arrepio, parece-me, da lei? Sim, a Justiça vai decidir, mas posso e devo
dizer o que acho. Acho que estão recorrendo a uma óbvia linguagem
metafórica com o propósito de se vingar de um notório crítico da dita
Lei Anti-Homofobia. Entendo que estamos diante de um caso clássico de
uso da lei para intimidar ou calar aquele que pensa de modo diferente.
Os grupos do sindicalismo gay fazem uma
enorme pressão para que ele seja punido. Venham cá: que parte da cultura
democrática essa gente não entendeu direito? Então eles podem pegar
símbolos de uma denominação cristã, que têm valor para mais de um bilhão
de pessoas, submetê-los a uma, como posso dizer?, “interpretação
livre”, mudando ou mesmo invertendo seu sentido moral, mas um líder
religioso deveria ser impedido de dizer o que pensa?
Calma lá! É a liberdade de expressão como
um valor universal que permite hoje a essas ditas minorias, a esses
grupos de pressão, falar, reivindicar etc. O que querem? Coibir a dita
homofobia metendo na cadeia quem não comunga de seus valores? Já
assisti, em vídeos na Internet, a algumas intervenções de Malafaia na
TV. Em nenhuma delas incitava a violência — e duvido que o faça. Ninguém
pode obrigá-lo a renunciar à sua fé e aos fundamentos de sua crença.
Tampouco me parece decente que se recorra ao um truque para tentar
condená-lo. Querem lhe atribuir o que não disse - e que, de
fato, seria ilegal - para tentarem puni-lo pelo que disse. E que nada
tem de ilegal.
Isso, reitero, não quer dizer que eu
concorde com ele sobre esse e outros temas. Aliás, ele é evangélico; eu
sou católico. Isso significa… divergência!!! Mas não vou condescender
com esses que se querem agora policiais do pensamento. Ora, de
beneficiário da liberdade de expressão, o sindicalismo gay quer passar
agora à condição de repressor, de censor? Não dá!
Também não vale o artifício de fazer
eternamente o papel do oprimido para oprimir os outros. Estou entre
aqueles que acreditam que há tantos gays hoje (percentualmente falando)
como sempre houve. Uma coisa, no entanto, é certa: a cultura gay nunca
foi tão forte, e essa minoria nunca foi tão visível e influente. Virou,
por exemplo, pauta obrigatória das novelas — ainda que o tratamento
dispensado pelos autores varie bastante. Se notarem, são sempre
personagens “do bem”. Uma malvadão gay seria “contra a causa”. Ignorando
a letra explícita da Constituição, o STF reconheceu a união estável
homossexual, o que praticamente garante os demais direitos — agora é só
questão de ajuste da legislação infraconstitucional.
E tudo isso se deu sem uma lei para punir
opiniões divergentes. A militância gay não conseguirá mudar na base do
berro, da imposição e da perseguição jurídica o entendimento das igrejas
a respeito do assunto. Recorrer a truques para punir desafetos, que
estão amparados pela liberdade de pensamento e pela liberdade religiosa,
é coisa de autoritários. O combate à homofobia não pode ser
“catolicofóbico”, “evangelicofóbico”, “diferentofóbico”.
Afinal, qual é a pauta? Reivindicam
direitos iguais ou direitos especiais, muito especialmente o de calar
aqueles de que discordam?
Finalmente,
lembro que as igrejas são pessoas jurídicas de direito privado. Isso,
evidentemente, não dá a padres, pastores ou a quaisquer outros líderes
religiosos o direito de cometer crimes — e entendo que não tenha havido
isso no caso de Malafaia. Faço essa lembrança pensando num outro
aspecto.
Líderes
religiosos, ainda que possam e devam se posicionar sobre temas gerais da
sociedade, sabem que falam principalmente para os fiéis de sua igreja.
Daí que seja absolutamente ridículo querer impor às igrejas uma crença
oficial ou um conjunto de valores definido em alguma outra esfera, que
não a religiosa. Atenção! Isso vale até para a ciência. Uma igreja
significa isto: um grupo de pessoas decidiu se reunir para cultivar
determinados valores e cultuar aspectos do sagrado. Ponto!
Muito bem!
Malafaia recorreu àquela metáfora, incorporada, convenham, à fala
popular. Mas o que dizer de José Eduardo Dutra, o diretor da Petrobras
que mandou um “enfia o dedo e rasga” para a oposição? A Petrobras não é
uma igreja. A Petrobras tem uma dimensão pública. Este senhor foi
nomeado pelo governo e está lá para atender aos interesses de todos os
brasileiros: petistas e não petistas; cristãos, não-cristãos, ateus e
agnósticos; corintianos e palmeirenses; botafoguenses e
não-botafoguenses…
Sobre a fala de Dutra, até agora, curiosamente, o Ministério Público Federal não se manifestou.
Que regra
está valendo? Seria aquela dos estados autoritários, que resumo assim:
“Aos inimigos, nada, nem a lei; aos amigos tudo, menos a lei”?
Por Reinaldo Azevedo
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