03 março 2011

Classificação de países por perseguição 2011
   
INTERNACIONAL - A Portas Abertas trabalha com os  países mais opressivos aos cristãos do mundo, fortalecendo-os a permanecerem fortes ante a perseguição e equipando-os a resplandecer a luz de Cristo nesses locais escuros.

O maior desafio para os cristãos que vivem em tirania e opressão é o isolamento – da Palavra de Deus e do Corpo de Cristo. Em lugares onde outras organizações cristãs não podem entrar ou foram obrigadas a fugir dos governos ou culturas opressivas, a Portas Abertas pode ser frequentemente encontrada fornecendo Bíblias, formando líderes cristãos, aperfeiçoando as comunidades cristãs e garantindo oração, presença e apoio para estes cristãos sofredores.


Quando estes cristãos são fortalecidos no Senhor, começam a demonstrar o perdão de Deus e alcançam em amor até  seus opressores.


Sobre a
Classificação

A
Classificação de países por perseguição (WWL, sigla em inglês) é uma lista de 50 países onde a perseguição de cristãos por motivos religiosos é pior. Em primeiro lugar, a lista engloba a perseguição aos cristãos de todas as denominações, em todo o país. O foco está nas  perseguições por causa da fé, e não política, econômica, social, étnica ou por razões inesperadas.

OS DEZ MAIS


1. Coreia do Norte

A situação na Coreia do Norte permanece terrível. Durante o último ano, mudanças gerais no país afetaram toda a população, inclusive os cristãos. Devido à mudanças na moeda nacional, duas em cada dez pessoas perderam suas casas. Além da crise econômica, a Corei do Norte também sofreu catástrofes naturais.


Dezenas de norte-coreanos morreram em enchentes e deslizamentos de terra causados por um furacão. Então, a situação para os cristãos piorou muito. O país está sob o encantamento da ideologia “juche” e a adoração ao “Grande líder”. Como resultado, de acordo com o governo, os cristãos não têm nem o direito de existir.


Apesar da perseguição, o cristianismo está crescendo lentamente. Em 2010, centenas de cristãos foram presos por diversos motivos. Alguns foram mortos e outros condenados a viver em campos de concentração. Por exemplo, uma igreja doméstica na província de Pyungsung foi descoberta pelas autoridades em maio, e três cristãos foram condenados à morte por causa da reunião. Os outros 20 foram condenados a campos de trabalhos forçados.


Na política também estão ocorrendo mudanças. Em setembro, Kim Jong-Eun, o terceiro filho de Kim Jong Il, foi oficialmente indicado ao cargo de general e promovido a segundo homem no comando da Comissão Militar central. Isso confirma a intenção do presente regime de fazer de Kim Jong Eun o sucessor hereditário. Será que a situação mudará para os cristãos quando ele se tornar o novo líder? Muitos norte-coreanos não acreditam nisso, mas só Deus conhece todas as coisas.


2. Irã


Durante o período em que foi feito o relatório, os cristãos continuaram a ser presos, principalmente em dezembro de 2009 e outros três meses de 2010. Muitos cultos ainda são monitorados pela polícia secreta.


Os cristãos que são ativos nas igrejas e células estão sendo pressionados. Eles são interrogados, presos e agredidos. Outros são oprimidos pela sociedade. Aconteceram diversas manifestações contra o governo iraniano, que está em crise com tantos protestos vindos de seus cidadãos.


Em uma tentativa de desviar a atenção desses problemas, o regime está atacando violentamente os cristãos. No total, centenas de cristãos foram presos, e depois soltos sob fiança. No entanto, eles ainda são monitorados pelas autoridades e podem ter que comparecer a audiências. Há também um risco das repercussões entre os extremistas muçulmanos, afetando principalmente os cristãos que evangelizam entre os muçulmanos.


A violência também pode vir da própria família. Um ex-muçulmano faleceu em consequência dos ferimentos sofridos em uma agressão cometida por um familiar. Enquanto isso, a igreja indígena continua a crescer, somando pelo menos 450.000 cristãos (indígenas e assírios/armênios), mas há uma grande necessidade de Bíblias. Infelizmente, durante o primeiro semestre de 2010, centenas de Bíblias foram confiscadas e queimadas pelas forças de segurança.


O islamismo é a religião oficial do Irã, e todas as leis e regulamentações devem estar de acordo com a interpretação oficial da lei sharia. Apesar de os cristãos armênios e assírios serem reconhecidos como cristãos, supostamente com liberdade religiosa, eles relataram diversas ocorrências de prisões, agressões e discriminação por causa de sua fé.


Essas comunidades podem ensinar seus moradores em sua própria língua, mas é proibido ministrar para ex-muçulmanos (que falam persa). Segundo a interpretação da lei sharia, qualquer muçulmano que deixar o Islã e abraçar outra religião deve ser morto.


3. Afeganistão


A situação no Afeganistão piorou durante o último ano. O governo intensificou a perseguição a ex-muçulmanos. O país tem uma população de mais de 28 milhões de pessoas, entre elas, poucos cristãos. Os cristãos afegãos não são aceitos na sociedade predominantemente muçulmana, e a legislação não é clara sobre quais são os direitos religiosos dos cristãos.


Durante 2010, houve muitos exemplos de intimidações e ameaças contra cristãos. Em maio e junho, a rede de televisão afegã Noorin exibiu diversas vezes imagens de ex-muçulmanos que estavam sendo batizados. Organizações de ajuda humanitária também foram acusadas de evangelismo.


Como respostas às transmissões, uma autoridade pediu a execução de todos aqueles novos cristãos, o que gerou muitos protestos nas ruas Cabul e outras cidades afegãs. Centenas de manifestantes ameaçavam e exigiam a expulsão de organizações cristãs do país. Dezenas de cristãos se esconderam ou deixaram o país.


Os cristãos afegãos continuam a sofrer perseguição e violência de membros de suas famílias. E em uma situação sem precedentes no país, teve início um debate público sobre se será permitido ou não que os afegãos se tornem cristãos e tenham direitos legais.


4. Arábia Saudita


O país teve sua posição alterada na
Classificação de países por perseguição, de 3º para 4º lugar. A razão para essa pequena mudança é o aumento considerável da perseguição no Afeganistão. No entanto, recebemos diversas notícias de cristãos que foram agredidos fisicamente por causa de sua fé, o que não aconteceu no ano de 2009.

Cristãos foram presos e muitos fugiram do país por causa da perseguição. Existem alguns ex-muçulmanos que praticam sua fé secretamente. A liberdade religiosa não existe nesse país onde os cidadãos só podem seguir uma religião. Não há nenhuma segurança disponível para moradores não muçulmanos.


O sistema legal é baseado na lei islâmica (sharia). A apostasia (conversão a outra religião) é punível com sentença de morte se o acusado não se arrepender. Apesar de o governo reconhecer o direito de não muçulmanos cultuarem em particular, a polícia religiosa “muttawa” não respeita esse direito.


A prática religiosa pública também é proibida na Arábia Saudita. Quem se arrisca pode ser preso, agredido, deportado e, algumas vezes, torturado.


5. Somália


A situação para os cristãos na Somália piorou durante o último ano. A mídia transmitiu uma imagem negativa, e oito cristãos foram martirizados e muitos fugiram do país.


A república da Somália está em guerra civil desde 1991, e pode ser dividida em alguns estados que se auto declararam independentes – Somalilândia, Puntlândia e Sul da Somália, com a capital Mogadishu.


Enquanto a Somalilândia e a Puntlândia são estáveis, mas não o Sul da Somália, pois o grupo al-Shabaab controla 90% da região e tem como objetivo exterminar o cristianismo de todo o país.


6. Maldivas


A situação nas Maldivas não mudou drasticamente desde o relatório anterior. No arquipélago das Maldivas, o islã é a religião oficial do Estado e todos os cidadãos devem ser muçulmanos.


A perseguição dos cristãos nas Maldivas é sistemática:

• A legislação proíbe a prática de qualquer religião exceto islã;
• O governo se assume como o protetor e defensor do islã;
• Igrejas cristãs são proibidas;
• A importação de materiais cristãos é proibida;
• A discriminação dos não muçulmanos é total;
• O controle social é enorme,
• A média maldivana concorda com a proibição de qualquer religião que não sejam o islamismo.

No país menos evangelizado do mundo há apenas alguns indígenas cristãos que praticam a sua fé individualmente e em situação de extremo segredo por medo de serem descobertos. Nenhum convertido foi morto por apostasia nas Maldivas. Há relatórios de estrangeiros cristãos que foram detidos e deportados do país após materiais cristãos serem encontrados em sua bagagem.



7. Iêmen


Iêmen mantém a sétima posição e a situação da liberdade religiosa de cristãos não melhorou. Cristãos foram mortos pela sua fé e muitos foram expatriados. Eles haviam permanecido no país durante muitos anos e foram deportados sem qualquer motivo.


A Constituição Iemenita declara que o islã é a religião oficial e que sharia é a fonte de toda a legislação. Enquanto expatriados não evangelizam, o governo iemenita não intervém quando eles viver a sua fé, porém não são admitidos como cidadãos do Iêmen convertidos ao cristianismo (ou outras religiões).


Convertidos do islã podem enfrentar a pena de morte caso a sua nova fé seja descoberta. Eles também encontram oposição de grupos extremistas, que ameaçam de morte os apóstatas que não voltarem para o islã. Proselitismo [conversão] de muçulmanos é proibido.


Calcula-se que existam por volta de mil cristãos em todo o país. A maior parte deles é estrangeira (ocidentais, do sul e leste asiáticos, árabes) ou refugiada (principalmente etíopes). Existem alguns convertidos do islã. Em Aden há algumas igrejas, porém no norte do país é proibido qualquer edifício de igreja.


8. Iraque


O Iraque é uma das maiores mudanças neste ano na
Classificação, passando de 17º a 8º. A mudança foi causada pelo elevado número de incidentes violentos contra os cristãos, com numerosos feridos e mortos. Adicionalmente, mais informações foram recebidas com relação ao número de cristãos sequestrados e o número de católicos feridos em ataques anticristãos específicos.

Os atentados a algumas igrejas cristãs em dezembro de 2009 ocasionou a fuga de metade da população cristã para Mosul. Os ataques contra cristãos aumentaram durante as eleições parlamentares; a violência começou pouco antes da hora prevista das eleições de janeiro de 2010 e durou todo o período eleitoral, no início de março.


Os dois principais atos de violência contra cristãos em 2010 foram o atentado à bomba num ônibus de estudantes cristãos em maio e o ataque terrorista a Igreja católica Síria em Bagdá no final de outubro. No primeiro incidente, três estudantes cristãos foram mortos e 180 feridos, muitos ficaram com cicatrizes ou inválidos.


No segundo, que também foi chamado “o mais mortífero ataque contra cristãos uma vez que os extremistas islâmicos começaram a marcá-los em 2003,” 58 cristãos morreram e 60 ficaram feridos. Pelo menos 90 os cristãos foram mortos, incluindo vários outros assassinatos seletivos de cristãos em Mosul, Bagdá e Kirkuk.


Cerca de 334.000 cristãos tem deixado no Iraque, menos da metade do número de 1991. A maioria dos cristãos são tradicionalmente de denominações assírias, caldeus, católicos, e armênios, e há milhares de evangélicos. Desde a queda de Saddam Hussein, a situação se deteriorou consideravelmente. A violência contra os cristãos é motivada por motivos religiosos, políticos, financeiros e sociais.


Os cristãos sofrem com a atmosfera anti-ocidental no país e são vistos como colaboradores com ocidentais. A influência ocidental está diminuindo enquanto as forças são evacuadas, e assim os extremistas tem a oportunidade de aterrorizar e expulsar os cristãos do país. A violência afetou centenas de milhares de iraquianos, tanto muçulmanos e cristãos, para deixar o país, e muitos se deslocam do interior do Iraque, especialmente para o Curdistão.


9. Uzbequistão


O Uzbequistão está mais uma vez entre os 10 primeiros. A pressão sobre os cristãos aumentaram. No passado, foram dadas multas como uma penalidade por violão da lei religiosa, mas agora prisões de curto prazo (3-15 dias) são dadas mais frequentemente como punição. Em cada cidade uzbeque existe uma pressão mais forte do que no passado.


Quase nenhuma nova licença de culto para igrejas foram emitidos; em vez disso muitas igrejas perderam seu registro e alguns até os edifícios. Frequentemente cristãos protestantes são vistos como uma influência desestabilizadora na sociedade. Eles vivenciam pressões de vários lados.


O governo multa e os prende; a sociedade faz com que percam o emprego e saiam do mercado; o clero islâmico e os familiares pressionam com agressões físicas, rejeições, humilhações e até expulsão de casa.


As leis sobre religião são rigorosas e o proselitismo é proibido. Regularmente, existe uma exposição negativa na televisão dos cristãos. Uma hostil disposição das autoridades locais e funcionários do tribunal são fatores que agravam a situação dos cristãos do país.


10. Laos


Laos é o outro único país de governo comunista na
Classificação dos 10 primeiros (junto com a Coreia do Norte). Apesar das muitas expectativas, a situação no Laos não melhorou muito desde o relatório anterior. A Igreja é relativamente pequena, mas cresce (cerca de 200.000 cristãos, principalmente pertencentes às minorias étnicas).

Não houve melhora na liberdade religiosa no período de informação [para formação da
Classificação]. A perseguição em Laos inclui algumas restrições na legislação. O governo tem uma posição muito negativa e restritiva para os cristãos, e todos estão sob rigorosa vigilância porque são considerados agentes dos Estados Unidos que procuram trazer mudanças políticas no sentido da democracia no país.

A igreja não pode operar livremente e as ações na sociedade são limitadas. Os cristãos são limitadas no seu papel familiar e na vila. Cristãos que se convertem e renunciam o culto a espíritos malignos, enfrentam grandes pressões da sociedade.


De vez em quando cristãos são presos, e muitos deles tem experiência de extrema pressão física e emocional (torturas) para que renunciem sua fé. No  período de informação pelo menos 25 cristãos foram mortos; pelo menos mais 20 foram presos e detidos sem julgamento.


Os cristãos são fisicamente molestados numa base regular e várias igrejas foram destruídas ou danificadas. Milhares de refugiados [cristãos] estão vivendo Hmong, na Tailândia. Apesar do elevado nível de perseguição em Laos, existem muitas atividades e a Igreja não registrada parece crescer.

Veja como é formada
Classificação de países por perseguição
 
O que é a Classificação de países por perseguição
É uma lista na qual os países são classificados segundo o grau de intolerância para com o cristianismo. Seu objetivo é informar a reação dos países ao evangelho e acompanhar aqueles em que a perseguição está se tornando mais intensa.

O contato direto com as igrejas locais no mundo todo é nossa fonte mais importante de informações. Com essa rede internacional de informantes, publicamos uma atualização da lista periodicamente. O procedimento é executado desde 1993. Desde janeiro de 2003 é atualizada uma vez ao ano.
O motivo para criar a Classificação
A Portas Abertas precisava de algum tipo de padrão para comparar a situação da Igreja em vários países. Por exemplo, como comparar a China com a Arábia Saudita? Claro que esse padrão tem de ser o mais objetivo possível. A Classificação tornou possível distinguir entre situações e delinear prioridades para o trabalho ministerial. Esse é o valor fundamental do levantamento: uma forma de determinar onde a necessidade é mais urgente.
O critério de seleção é o resultado de um questionário específico, desenvolvido com perguntas padronizadas sobre:
  • a situação legal dos cristãos no país;
  • a atitude do regime político em relação à comunidade cristã;
  • a liberdade da Igreja para organizar eventos;
  • o papel da Igreja na sociedade;
  • o tratamento de cristãos considerados individualmente; e
  • outros fatores limitadores da vida de igrejas e cristãos.
As respostas a essas questões oferecem um bom vislumbre sobre a falta de liberdade de opção religiosa e prática da fé.
Há 50 questões desse tipo para serem respondidas. São perguntas de múltipla escolha, e a cada resposta é atribuída uma avaliação em pontos. Quanto mais pontos um país recebe como "nota", pior a situação.
Fonte das informações
  • As igrejas locais nos países onde há perseguição são nossa fonte mais importante de informações.
  • Nossas bases de programa informam sobre os países em que trabalham.
  • Especialistas em várias áreas de conhecimento nesses países.
  • Viajantes retornando do lugar são convidados a colaborar com suas impressões sobre a situação atual do país.
  • Equipes da Portas Abertas levam o questionário em suas viagens e pedem a diversos contatos que o preencham
Fonte: Missão Portas Abertas

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