27 fevereiro 2011

Ìdolo, você é, ou tem?


“Filhinhos, guardai-vos dos ídolos.” (1 João 5:21)
Temos uma tendência inata para criarmos os nossos próprios ídolos, para nos tornarmos ídolos, para aceitarmos que os outros nos criem a imagem de ídolos, para identificarmos os ídolos dos outros e negligenciarmos ou nem sequer darmos conta dos nossos próprios, de privilegiarmos os ídolos materiais e desvalorizarmos os ídolos imateriais.
Os ídolos não têm que ser necessariamente de madeira, de barro, de pedra ou de metal.
Os ídolos podem ser ideias, desejos, ambições, projectos, posições, carreiras. Afinal um ídolo é tudo o que toma ou pretende tomar o lugar de Deus na nossa vida ou na vida de outros.
Um ídolo condiciona a nossa identidade e amarra a nossa auto-imagem, rouba-nos a essência da nossa natureza à imagem e semelhança de Deus, recriados em Jesus Cristo.
Os ídolos, quaisquer que sejam, levam-nos para longe de Deus e do que n’Ele fomos criados para ser. Um ídolo torna-nos sempre menos do que o que Deus pensou para nós!
É possível encontrar ídolos no meio evangélico?
Esperaríamos e gostaríamos que não. Mas a tendência humana é tão propensa a eles que todo o nosso cuidado é insuficiente e precisamos necessariamente da misericórdia de Deus para que nos abra os olhos e o coração, a mente e a vontade, para que os recusemos onde quer que se possam aninhar e onde quer que queiram desabrochar.
Eles podem parecer inofensivos, podem assumir a postura de uma simples brincadeira, podem ser tomados como um eufemismo, ou seja alegar que não é propriamente isso que se quer dizer ou que está em causa.
Talvez alguém até possa pensar que um “ídolo” pode ser a melhor forma de dar testemunho de Deus a uma geração que não se importa com Ele. A idolatria é ruinosa para a alma humana, distorce a realidade, ilude, é uma mentira, domina e consome sem complacência as suas vítimas.
Existe toda uma máquina sofisticada de marketing a oferecer um falso paraíso aos incautos. Este é um reino efémero e fortemente corrosivo. Os ídolos e os seus fãs (adoradores) passam mergulhados num abismo de ilusões, mentiras, frustrações e tantas vezes arruinados por dentro e por fora.
O mercado da idolatria não é inofensivo. A Bíblia adverte-nos para que nos guardemos, nos protejamos, nos defendamos dos ídolos.
Cabe-nos como pais, avós, líderes, pastores, educadores e mentores alertarmos para os vendedores de ilusões, os que sorrateiramente manipulam a mente e as emoções, os que prometem o mundo em troca da própria alma.
Quem são os nossos modelos e as nossas referências?
Os ídolos do mundo, da sociedade, da cultura vigente, do mercado?
Os ídolos travestidos de “evangélicos”?
Será possível compatibilizá-los com o senhorio de Jesus Cristo, com o discipulado cristão, com seguirmos as Suas pegadas?
A exigência de Jesus Cristo é radical e não admite qualquer concorrência.
Não é possível compatibilizar a nossa devoção, o nosso compromisso e a nossa obediência a Cristo com qualquer outro senhorio. É possível, legítimo e até desejável termos modelos que seguem O Modelo que é Jesus, como o apóstolo Paulo nos recomenda na Palavra de Deus:
“Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo.” (1 Coríntios 11:1); “Irmãos, sede imitadores meus e observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós.” (Filipenses 3:17).
É desta estirpe de homens e mulheres que continuamos carecidos numa igreja viva que está inserida numa sociedade doente, desorientada, morta nos seus delitos e pecados.

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