– Em 1955/1956 (1ª edição) e 1993 (2ª. edição) a Sociedade Bíblica do Brasil publicou a “Almeida Revista e Atualizada”, totalmente baseada no TC (por isso, foi desleal e vergonhoso golpe publicitário que tenha usurpado o nome Almeida: a Atualizada se desviou inaceitavelmente de Almeida e do seu texto grego e da sua tradução original!). A Atualizada equivale à “Revised Standard Version”, de 1952. Lamentavelmente, pela primeira vez, uma Bíblia 7% TC começou a também ser aceita entre os “protestantes” brasileiros; ademais, embora não confessando isto, demasiadas vezes se afasta da tradução formal e dá os primeiros grandes passos rumo ao pleno (e muito condenável) método de tradução por equivalência dinâmica) .
– Em 1967 e 1986 a Imprensa Bíblica Brasileira publicou o que ficou conhecida como “Almeida Revisada de Acordo com os Melhores Textos”, na realidade baseada nos piores textos, sendo 7% TC (por isso, também não deveria ter usado o nome Almeida), e com extensivo uso de variantes e de destrutivos colchetes e notas de rodapé.
– Em 1973 (NT, adotado por romanistas e ecumênicos) e 1988 (VT+NT) a Sociedade Bíblica do Brasil (já formalmente casada com a UBS – United Bible Societies, de quem sempre foi namorada) lançou a “BLH – Bíblia na Linguagem de Hoje”, 7% TC, não é tradução mas sim abjeta paráfrase. A edição de 2000 passou a ser chamada “NBLH – Nova Bíblia na Linguagem de Hoje” ou “NTLH – Nova Tradução na Linguagem de Hoje”.
– Em 1981 a Editora Mundo Cristão lançou “A Bíblia Viva” (seu Novo Testamento é vendido como “O Mais Importante é o Amor”), 7% TC, não é tradução mas sim abjeta paráfrase. Este texto está sob o copyright da International Bible Society.
– Em 1990 a Editora Vida publicou a “Almeida Edição Contemporânea”. Apesar da alegação de que partiu da Almeida Revista e Corrigida e, basicamente, apenas a “limpou de arcaísmos”, na realidade talvez seja na ordem de mais de 3% TC.
– Em 1992/1993, a Sociedade Bíblica Internacional editou e a Editora Vida imprimiu e publicou o NT da “NVI – Nova Versão Internacional”, totalmente TC, traduzida pelo condenável método de equivalência dinâmica. A Bíblia completa será publicada em 2001.
– Em 1994 e 1995, depois de um trabalho tanto longo (o Novo Testamento já havia sido lançado em 1974) quanto de extremos cuidados, a Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil lançou a “Almeida Corrigida e Revisada, Fiel ao Texto Original”, também conhecida simplesmente como “ACF – ALMEIDA CORRIGIDA, FIEL”, praticamente 100% TR, traduzida com suprema competência pelo mais rigoroso método de equivalência formal-literal, e, ao mesmo tempo, escrita em português natural, fluente e sem arcaísmos. Pequena revisão foi feita em 1995. Em 2007 retirou talvez metade das poucas influências do TC no NT, ainda faltando retirar a segunda metade. O Velho Testamento é basicamente Texto Massorético, mas a busca de elegância acarretou algumas omissões de palavras repetidas e outras raras distorções no VT que também precisam ser corrigidas.
– Crentes alertados e fiéis não usam as Bíblias Jerusalém (1981, 1992 – romanista-ecumênica), Vozes (romanista), Novo Mundo (distorção pelos Testemunhas de Jeová), traduções do Padre Antônio Pereira de Figueiredo, Padre Matos Soares, Padre Humberto Rhoden, Padres Capuchinhos, Monges Beneditinos, Pastoral, TEB – Tradução Ecumênica da Bíblia, TOB – Traduction Oecuménique de la Bible, etc.., todas elas 7% TC e favorecendo heresias de seitas.
6. O TEXTO RECEBIDO VAI ATÉ AOS CONFINS DA TERRA
Como vimos, a Bíblia do Rei Tiago e suas predecessoras imediatas [na Inglaterra] tiveram por base o Texto Recebido. De fato [em todo o mundo], praticamente todos os trabalhos de tradução e impressão da Bíblia feitos por não católicos, desde os anos 1500s até os últimos anos 1800s, basearam-se no Texto Recebido. Durante estes séculos, centenas de traduções foram produzidas a partir deste texto, incluindo as Bíblias: sueca de Uppsala (1514), alemã de Lutero (1534), sueca (1541), dinamarquesa de Cristiano III (1550), espanhola de Reyna (1569), islandesa (1584), eslovena (1584), irlandesa (1685), francesa em Genebra (1588), francesa Ostervald (1744), galesa (1588), húngara (1590), holandesa de Statenvertaling (1637), italiana de Diodati (1602, 1641), finlandesa (1642), síria (1645), armeniana (1666), romena (1688), lataviana (1689), lituana (1735), estoniana (1739), georgiana (1743), PORTUGUESA [DE JOÃO FERREIRA DE ALMEIDA] (1751) [realmente publicada em 1753], gaélica (1801), servo-croata (1804), albanesa (1827), eslovaca (1832), norueguesa (1834), russa (1865), yiddish (1821), turca (1827) e búlgara (1864).
Piedosos missionários da Europa [Continental], Inglaterra e América [Canadá e, principalmente, Estados Unidos] levaram o Texto Recebido até aos confins da terra, ao traduzí-los para os idiomas dos povos. Começando com John Eliot, que produziu a Bíblia na linguagem [dos índios] Pequot em 1663, missionários se ocuparam em traduzir as Escrituras para as línguas dos índios norte-americanos, incluindo as versões Mohawk (1787), Esquimó (1810), Delaware (1818), Seneca (1829), Cherokee (1829), Ojibway (1833), Dakota (1839), Ottawa (1841), Shawnee (1842), Pottawotomi (1844), Abenaqui (1844), Nez Perce (1845), Choctaw (1848), Yupik (1848), Micmac (1853), Plains Cree (1861)e Muskogee (1886).
Missionários da Igreja Protestante Holandesa traduziram o Texto Recebido para a linguagem malaia em 1734. Nos anos 1800s, as traduções foram surgindo num ritmo muito acelerado. Martin Henry traduziu o Texto Recebido para os idiomas persa e árabe; Adoniram Judson para o burmês (1835); William Carey e seus cooperadores para os idiomas bengali (1809), oriya (1815), marathi (1821), kashmiri (1821), nepalês (1821), sânscrito (1822), gujarati (1823), panjabi (1826), bihari (1826), kannada (1831), assamese (1833), hindi (1835), urdu (1843), telugu (1854) e 35 outras línguas da Índia.
Durante este período [1800s], outros missionários, baseados no Texto Recebido, produziram Bíblias e porções da Bíblia nos idiomas bullom de Serra Leoa (1816), saraiki do Paquistão (1819), faroe das Ilhas Faroe (1823), sranan do Suriname (1829), javanês da Indonésia (1829), aymara da Bolívia (1829), malaio da Indonésia (1835), manchu da China (1835), malaguês de Madagascar (1835), mandinca de Gâmbia (1837), havaiano do Havaí (1838), mongol (1840), karaite das Montanhas da Criméia (1842), azerbaijani da antiga União Soviética (1842), subu do Camarão (1843), mon de Burma (1843), maltês (1847), udmurt da União Soviética (1847), garifuna da Belízia-Nicarágua (1847), ossete da União Soviética. (1848), bube da Guiné Equatorial (1849), arawak da Guiana (1850), maori das ilhas Cook (1851), tontemboan da Indonésia (1852), somoan (1855), sesotho da África (1855), setswana da África do Sul (1857), basco da Espanha (1857), hausa da Nigéria (1857), nama da África (1866), maori da Nova Zelândia (1858), dayak da Indonésia (1858), isixhosa da África do Sul (1859), karan de Burma (1860), núbio do Egito (1860), igbo da Nigéria (1860), efik e yoruba da Nigéria (1862), tibetano (1862), ga de Gana (1866), tongan da África (1862), twi de Gana (1863), isizulu da África (1865), niueano de Tonga (1866), dehu da Nova Caledônia (1868), benga da África (1871), ewe da África (1877), batak da Indonésia (1878) e thai (1883). (As informações prévias sobre as versões da Bíblia foram grandemente derivadas de “Scriptures of the World”, United Bible Societies, 1988, e de “The Bible in America”, 1936).
Gostaríamos de enfatizar o fato de que esta lista de versões [acima] é somente uma lista parcial. Embora não possamos dar os particulares exatos da base textual de todas estas traduções, sabemos que a vasta maioria delas foi composta de Escrituras baseadas no Texto Recebido [4]. Algumas foram traduzidas [diretamente] do grego do Texto Recebido; outras, da Versão Autorizada Inglesa [= VRTiago]; algumas outras, de traduções do Texto Recebido feitas na Europa, tais como a versão espanhola e a versão alemã.
Quando dizemos que essas são Bíblias-TR, queremos com isto dizer que elas incluem as palavras e os versos contestados pelos modernos textos: elas contêm “Deus” em 1 Tm 3:16, contêm Mt 17:21 e Mc 9:44,46 e Mc 16:9-20 e João 7:53-8:11 e Atos 8:37 — e as dúzias de outros versos que são omitidos ou questionados nas novas Bíblias.
Por favor, note também que, neste século 20, em muitos casos as antigas versões originais nas linguagens acima mencionadas têm caído em desuso e têm sido substituídas por versões Westcott-Hort [5].
De 1804 até 1907, contando somente a British and Foreign Bible Society, foram impressas 203.931.768 Bíblias, Testamentos e porções das Escrituras. Com poucas exceções, elas foram derivadas da VRTiago, do Texto Recebido, ou de uma das versões européias baseadas no Texto Recebido (“Lion’s History of Christianity”, página 558). De 1816 a 1903 a American Bible Society distribuiu 72.670.783 volumes e porções das Escrituras, enquanto o Canstein Bible Institute editou mais de 7.000.000 de cópias (Edwin Rice, “Our Sixty-six Sacred Books”, página 192). Ao final do século 19, a Bíblia (ou porções dela) tinha sido propagada em quase 900 idiomas (P. Marion Simms, “The Bible in America”, página 177).
A estes números devem ser adicionadas as Escrituras impressas por outras Sociedades Bíblicas (da Escócia, Alemanha, Canadá, etc.); por organizações e sociedades missionárias (tais como Religious Tract Society, Society for Promoting Christian Knowledge, American Sunday-School Union e American Tract Society); por grandes firmas publicadoras tanto denominacionais como outras, na Grã Bretanha, América e Europa; pelas imprensas de missões em outros países; por indivíduos e grupos independentes. A Trinitarian Bible Society, por exemplo, desde 1831 tem publicado [em vários idiomas] traduções baseadas no Texto Recebido.
A American Sunday-School Union relatou que “a circulação total de Escrituras durante o século 19 chegou a centenas de milhões de cópias … o total excedeu 520 milhões de cópias da Palavra de Deus largamente espalhadas para sarar as nações” (Rice, página 191).
Todas estas Escrituras foram basicamente o mesmo texto e o mesmo tipo de versão. A maioria das diferenças tiveram a ver com as dificuldades de tradução, não com o texto adotado para lhes servir de base. Até o início do século 20, as duas maiores Sociedades Bíblicas (a Britânica e a Americana), quando publicavam em inglês, usavam exclusivamente escrituras na VRTiago; quando publicavam em grego, usavam exclusivamente o Texto Recebido.
Algumas pessoas contra-argumentariam dizendo que a Bíblia em versões baseadas no Texto Crítico também tem ido até aos confins da terra, neste século [note: NESTE século, o vigésimo]. Este, no entanto, não é o ponto [isto é: não é a questão que estamos abordando]. A questão é que um certo tipo de Bíblia, isto é, a Bíblia baseada no Texto Recebido, foi até as extremidades da terra durante o maior período de reavivamento mundial e atividade missionária que a História tem testemunhado. [Só] a seguir é que chegaram os editores do Texto Crítico do final do século 19, clamando que o Texto Recebido é corrompido e insuficiente, e que o texto verdadeiramente puro só recentemente foi recuperado do seu esconderijo. Nós dizemos que isto é impossível à luz das promessas de Deus de preservar o puro texto das Escrituras [6].
Para colocar as coisas sucintamente: rejeitar o Texto Recebido, como os editores criticantes do texto e os tradutores modernos têm feito, é rejeitar o Texto que tem sido reconhecido através dos séculos como a Palavra de Deus pelos santos do Novo Testamento, e que foi exaltada por Deus como sendo A Bíblia, durante a maior era de reavivamento e atividade missionária desde o primeiro século.
7. UM TEXTO (EM GREGO) DIFERENTE É EXALTADO EM UMA HORA DE APOSTASIA
À medida que o século 19 foi avançando, vozes criticantes do Texto Recebido e da VRTiago cresceram em intensidade. Na Europa e Grã Bretanha, os pensamentos do racionalismo alemão, do evolucionismo darwinista, e de outras filosofias heréticas, começaram a se alastrar através da maioria das principais denominações. A doutrina da perfeita inspiração da Bíblia estava sendo questionada e contestada em muitos locais. Muitos professores e líderes das igrejas pensavam que a Bíblia era cheia de erros, mitos e inexatidões; que, ao invés de nos dar o registro da revelação infalível de Deus ao homem, ela [coitada, meramente] continha a imperfeita história da evolução do pensamento religioso do homem. Estas influências receberam o reforço de poderosos simpatizantes do Catolicismo Romano existentes na Igreja Anglicana e que formavam o chamado “Movimento de Oxford” ou “Tractarian Movement”. Por todos os lados, era evidente o declínio e deterioração do formidável mover de reavivamento espiritual que tinha varrido o mundo desde a Reforma Protestante. Foi dentro deste doente clima espiritual que a filosofia do moderno criticismo textual se desenvolveu.
Enquanto as Bíblias da Reforma tinham nascido em um clima de reavivamento espiritual e de fé, as modernas Bíblias nasceram em um clima de apostasia e incredulidade.
Os principais editores que, nos anos 1800s, produziram os novos textos (em grego) que diferiam do Texto Recebido, foram Griesbach, Hug, Lachmann, Tregelles, Tischendorf, e Westcott & Hort. Estes foram os pais do moderno criticismo textual.
a) J.J. GRIESBACH (1745-1812) foi um professor da disciplina “Novo Testamento”, com uma paixão pelo criticismo textual. É importante notar que Griesbach, “[que] desde seus dias de estudante de graduação [foi] influenciado pela maré enchente do racionalismo que varria seu país, era um inimigo do cristianismo ortodoxo” (D. A. Thompson, “The Controversy Concerning the Last Twelve Verses of the Gospel According to Mark”, página 40). Ele abandonou o Texto Recebido e teceu um novo texto contendo muitas das novidades posteriormente popularizadas por Westcott e Hort. Griesbach mantinha o assombroso ponto de vista de que “Entre as várias variantes para uma passagem [do Novo Testamento em grego], tem que merecidamente ser considerada como suspeita aquela que, mais do que as outras [variantes], manifestadamente favorece os dogmas da ortodoxia” (Scrivener, citado por D. A. Thompson, página 40). Em outras palavras, de acordo com este princípio, “se houver uma passagem no Texto Recebido que evidente e fortemente implica ou ensina a divindade de Cristo em [natureza e] essência, ou [ensina] alguma outra doutrina fundamental da Fé, e em alguns outros velhos manuscritos houver uma variante que diminua aquela ênfase, ou que, por omissão, de todo a joga no lixo, então esta última variante deve tomar precedência sobre aquela primeira” (Ibid.). Isto, meus amigos, é pensar caoticamente, de cabeça para baixo! A edição do texto (em grego) de Griesbach removeu o final de Marcos 16 (vv. 9-20), baseado em relatos de que o manuscrito Vaticanus, que ele considerava o mais antigo e melhor, não continha estes versos. Griesbach não tinha visto o Vaticanus, mas tinha recebido relatos sobre o fato de que Marcos 16:9-20 era omitido neste códice.
b) J.L. HUG (1765-1846) “em 1808 introduziu a teoria de que, no século 2, o texto do Novo Testamento tinha se tornado profundamente degenerado e corrupto, e que todos os textos hoje sobreviventes são meramente revisões editoriais deste texto corrompido” (Hills, página 65). Esta inacreditável teoria totalmente contradiz a promessa que Deus fez de preservar as Escrituras. [Ver nota de rodapé anterior].
c) KARL LACHMANN (1793-1851), que tem sido descrito como um racionalista alemão (Turner, página 7), publicou edições do Novo Testamento em Berlim, na Alemanha, em 1842 e 1850. Ele foi um professor de “Filologia Clássica e Alemã”, em Berlim. Ele “começou a aplicar ao texto do Novo Testamento em grego as mesmas regras que tinha usado para editar textos dos clássicos gregos, os quais têm sido radicalmente alterados ao longo dos anos. … Lachmann tinha estabelecido uma série de diversas pressuposições e regras que usou para chegar aos [que cria serem os] textos originais dos clássicos gregos. … Ele agora começou a usar estas mesmas pressuposições e regras para corrigir o Novo Testamento que ele também pressupunha ter sido irrecuperavelmente corrompido. [Mas] ele cometeu um erro por demais evidente. O cuidado reverente e amoroso prestado pelas igrejas fiéis ao copiar e preservar as Escrituras não foi igualado por um processo similar no copiar dos clássicos gregos” (Turner, pp. 7-8). Lachmann descartou a escrita do Texto Recebido em favor daquilo que ele considerava o mais antigo e melhor texto, representado pelo Vaticanus e uns poucos outros manuscritos similarmente corrompidos. Burgon observa que “o texto de Lachmann raramente se apoia em mais que quatro códices em grego, muito frequentemente em três, não infrequentemente em dois, algumas vezes em somente um”. (“Revision Revised”, página 21). Na sua arrogância de erudito, Lachmann estava querendo erradicar séculos de piedoso discernimento (purificado na fornalha da perseguição), em favor de modernas novidades.
d) SAMUEL TREGELLES (1813-1875) aceitou os pontos de vista de Lachmann. Tregelles disse “Tem que ser concedido a Lachmann o reconhecimento disto, que ele tomou a frente no caminho de jogar fora os assim chamados Textus Receptus, e corajosamente colocar o Novo Testamento completa e inteiramente, sobre uma base de real autoridade”. (Edward Miller, “A Guide to the Textual Criticism of the New Testament”, 1886, página 22). O que Lachmann supunha ser “real autoridade” era o manuscrito Vaticanus (que, por séculos, tinha repousado em desuso no castelo do Papa) e alguns outros poucos manuscritos similarmente não merecedores de respeito.
e) CONSTANTIN TISCHENDORF (1815- 1874) foi um editor alemão de textos [bíblicos] que viajou extensivamente em procura de antigos documentos. Ele foi instrumental em trazer à luz os dois manuscritos [lamentavelmente] mais influentes no moderno trabalho da tradução da Bíblia – Códice Sinaiticus e Códice Vaticanus.
CÓDICE SINAITICUS
“No ano de 1844, enquanto viajava sob o patrocínio de Frederick Augustus, Rei da Saxônia, em busca de manuscritos, Tischendorf chegou ao Convento de Santa Catarina, [ao pé do] Monte Sinai. Aqui, observando alguns documentos de antiga aparência e que estavam em uma cesta [de lixo] cheia de papéis prontos para acender o fogão, ele os escolheu e retirou, e descobriu que eram quarenta e três folhas de pergaminho da Versão Septuaginta. Foi permitido que ele os tomasse: mas, no desejo de salvar as outras partes do manuscrito do qual ele ouvira falar, ele explanou seu valor aos monges os quais, sendo agora informados, lhe permitiriam apenas copiar uma página e recusaram lhe vender o resto. Quando retornou, ele publicou em 1846 o que tinha conseguido obter [7], com o título `Codex Frederico-Augustanus’ estampado em honra do seu patrocinador” (Miller, página 24).
O manuscrito Sinaiticus completo continha porções do Velho Testamento e dos livros apócrifos, continha o Novo Testamento completo, como também a espúria [forjada] “Epístola de Barnabé”, e um fragmento da espúria “Pastor de Hermas”. Naquela primeira visita Tischendorf não teve permissão para tomar o manuscrito completo, mas ele retornou ao monastério em 1853 e novamente em 1856. Na noite final da sua última visita, o códice lhe foi mostrado e ele ficou acordado toda a noite copiando uma parte dele. Qual foi a porção com a qual ele perdeu uma noite de sono a copiando, você pode perguntar? Assombrosamente (e indicativo da condição espiritual do homem, cremos), foi a Epístola de Barnabé, que nem [sequer] é canônica! A respeito desta epístola, o estudioso textual do século 19, Friedrich Bleek, disse “[ela] é provavelmente forjada [8] e seu conteúdo é insignificante e frívolo, de modo que é bastante indigna de ser colocada lado ao lado com os escritos do Novo Testamento”! Ganhando um ouvinte simpatizante no abade superior do monastério, Tischendorf manobrou de modo a ter o manuscrito trazido ao Cairo, onde, naquele mesmo ano, lhe foi permitido copiá-lo. Depois de consideráveis lutas políticas e religiosas, e da promessa de uma soma de dinheiro e de honras para a ordem monástica, foi permitido a Tischendorf tomar o manuscrito para São Petersburgo na Rússia, em 1862. Pouco depois, em Leipzig, Alemanha, ele publicou 300 cópias [do manuscrito], em quatro volumes.
Tischendorf era tão enamorado com o manuscrito Sinaiticus que ele alterou a oitava edição do seu texto em grego (1869-72) em 3.369 casos, largamente em conformidade com o Sinaiticus.
Continuaremos amanhã...
Viva vencendo, tendo o cuidado de examinar o que está sendo alterado naquela que é a Palavra de Deus!!!
Abraços.
Seu irmão menor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário