1) “A
cena corresponde a Gn 3.15-16.
A mulher dá
a luz na
dor (v.2) aquele
que será o Messias
(v.5). Ela é
tentada por Satanás
(v.9; cf. 20.2)
que a persegue,
bem como a sua descendência (vv.
6,13,17). ELA REPRESENTA
O POVO SANTO
dos tempos messiânicos (Is 54;60;66.7;
Mq 4.9-10) e
portanto a Igreja
em luta. É
possível que João
pense também em Maria,
a nova Eva,
a filha de
Sião, que deu
nascimento ao Messias
(cf.Jo 19.25+)”. (Realce acrescentado. Comentários
de A Bíblia
[católica] de Jerusalém,
Soc. Bíblica Católica Internacional e Paulus).
2) “Uma mulher: NÃO É O SÍMBOLO DA SS. VIRGEM,
mas sim o do Povo de Deus, primeiro Israel,
que deu ao
mundo Jesus Cristo
segundo a carne
e depois o
“Israel de Deus”,
i.e. a Igreja que
enfrentaria as perseguições
do Dragão. O
sol, a lua
e as estrelas
são apenas figuras para
expressar seu esplendor.
POR ACOMODAÇÃO A
IGREJA APLICA ESTE
V. À SS. VIRGEM”
(Realce acrescentado. Comentários
da Bíblia [católica]
Sagrada, tradução do padre
Antonio Pereira de
Figueiredo, com notas
do Monsenhor José
Alberto L. de
Castro Pinto, Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro, 1964).
Comentários –
1) A contestação
aos argumentos iniciais
é dada pela
própria Igreja Católica.
Ou o Vaticano mudou de
idéia e agora admite que Maria é a “mulher revestida de sol”, ou está havendo um
descompasso entre o que
essa Igreja ensina
e o que
seus fiéis aprendem. Ao final
dos comentários 1
e 2 acima,
nota-se uma tentativa
de forçar uma
interpretação que reforce a
justificativa do culto a Maria. As expressões
“é possível que
João pense” e “por
acomodação a Igreja”
estão fora de
sintonia com o
restante do enunciado,
onde lemos a afirmação categórica de que a “mulher” de
Apocalipse 12 nada tem a ver com a santa Maria.
2) Em
linhas gerais, a
palavra oficial da
Igreja Católica não
difere da dos
evangélicos. Vejam: “Esta
mulher [de Ap
12.1] simboliza os
fiéis de Israel,
através dos quais
o Messias (i.e.,
o menino Jesus, vv.2,4,5)
veio ao mundo
(cf. Rm 9.5).
Isso é indicado
não somente pelo nascimento do
menino, mas também
pela referência ao
sol e à
lua (ver Gn
37.9-11) e às
doze estrelas, que
naturalmente se referem
às doze tribos
de Israel”. “Ap
12.6 A mulher
fugiu – Aqui, a mulher simboliza
os fiéis de Israel na última parte da tribulação (cf.os 1260 dias, metade exata do
período da tribulação).
Durante a tribulação,
esses fiéis de
Israel, judeus tementes
a Deus, opor-se-ão à
religião do Anticristo.
Examinando com sinceridade
as Escrituras, eles aceitam a
verdade de que
Jesus Cristo é
o Messias (Dt
4.30,31; Zc 13.8,9).
São socorridos por Deus
durante os últimos
três anos e
meio da tribulação,
e Satanás não
poderá vencê-los (ver vv.13-16, de
Ap 12). Quem
de Israel aceitar
a religião do
Anticristo e rejeitar
a verdade bíblica do Messias será
julgado e destruído
nos dias da
grande tribulação (ver
Is 10.21-23;Ez 11.17-21;20.34-38; Zc
13.8,9)” (Bíblia de
Estudo Pentecostal, João
Ferreira de Almeida,
Revista e Corrigida, 1995).
OS
IRMÃOS DE JESUS
Os “irmãos
de Jesus”, de que fala
a Bíblia, seriam
apenas seus primos?
José continuou sem conhecer
sua esposa mesmo
depois do nascimento
de Jesus? O que dizem
os comentaristas nas bíblias
aprovadas pela Igreja
Católica? É admissível
supor que os
irmãos de Jesus,
que não criam nele,
fossem seus apóstolos?
Tentaremos encontrar respostas
para essas indagações. Usaremos as seguintes versões bíblicas:
(a) A BÍBLIA DE JERUSALÉM,
Paulus Editora, 1973, 8 a impressão em janeiro/2000, rubricada em
1.11.1980 por Paulo Evaristo Arns,
Arcebispo Metropolitano de São Paulo.
O trabalho de tradução foi “realizado por uma equipe de exegetas
católicos e protestantes e por um grupo de revisores literários”. Nas
referências, será assim mencionada: Bíblia de Jerusalém.
(b) BÍBLIA
SAGRADA, Edição Ecumênica,
tradução do padre
Antônio Pereira de
Figueiredo; notas e dicionário
prático pelo Monsenhor
José Alberto L.
de Castro Pinto,
Bispo Auxiliar do Rio de
Janeiro; edição aprovada
pelo cardeal D.
Jaime de Barros
Câmara, Arcebispo do Rio
de Janeiro; BARSA, 1964. Nas
referências, será designada assim: Bíblia [católica] Sagrada.
(c) BÍBLIA
APOLOGÉTICA, João Ferreira
de Almeida, Corrigida
e Revisada, ICP
Editora, 2000, notas do Instituto Cristão de Pesquisas. Será assim
indicada: Bíblia Apologética.
(d) BÍBLIA
DE ESTUDO PENTECOSTAL,
Almeida, revista e
corrigida, Casa Publicadora
das Assembléias de Deus (CPAD), 1995. será referida: Bíblia de Estudo
Pentecostal.
Inicialmente, veremos
os versículos que
falam dos “irmãos
de Jesus”, extraídos
da Bíblia [católica] de
Jerusalém: “Não é ele
o filho do
carpinteiro? E não
se chama a
mãe dele Maria
e seus irmãos
Tiago, José, Simão e
Judas? E as
suas irmãs não
vivem todas entre
nós? Donde então
lhe vêm todas essas
coisas? E se
escandalizavam dele. Mas
Jesus lhes disse:
“Não há profeta
sem honra, exceto em sua pátria e em sua casa” (Mateus 13.55-58; Marcos
6.3-6).
“Estando ainda
a falar às
multidões, sua mãe
e seus irmãos
estavam fora, procurando
falar-lhe. Jesus respondeu àquele que o avisou: “Quem é minha mãe e quem
são meus irmãos?” E apontando para
os discípulos com a mão,
disse: “Aqui
estão a minha mãe
e os meus irmãos, porque aquele
que fizer a
vontade de meu
Pai que está
nos Céus, esse
é meu irmão,
irmã e mãe”. (Mateus 12.46-50; Marcos 3.32-35; Lucas
8.19-21).
“Depois disso,
desceu a Cafarnaum,
ele, sua mãe,
seus irmãos e
seus discípulos, e ali ficaram
apenas alguns dias”. (João 2.12).
“Aproximava-se a festa
judaica das Tendas. Disseram-lhe, então, os seus irmãos: ‘Parte daqui e vai
para a Judéia,
para que teus
discípulos vejam as
obras que fazes,
pois ninguém age às ocultas, quando
quer ser publicamente
conhecido. Já que
fazes tais coisas,
manifesta-te ao mundo!’ Pois nem mesmo os seus irmãos criam
nele”(João 7.2-5).
“Tendo entrado
na cidade, subiram à
sala superior, onde
costumavam ficar. Eram
Pedro e João, Tiago
e André, Filipe
e Tomé, Bartolomeu
e Mateus;Tiago, filho
de Alfeu, e
Simão, o Zelota; e
Judas, filho de
Tiago [Em algumas
versões: Judas, irmão
de Tiago].Todos estes, unânimes, perseveravam
na oração com
algumas mulheres, entre
as quais Maria,
a mãe de Jesus,
e com os
irmãos dele” (Atos
1.13-14-Almeida/RC-1995).
Comentários da Bíblia
de Jerusalém: “O apóstolo
Judas é distinto
de Judas, irmão
de Jesus (cf.
Mt 13.55; Mc
6.3) e irmão de
Tiago (Judas 1).
Não se deve
também, parece, identificar
o apóstolo Tiago,
filho de Alfeu, com Tiago, irmão
do Senhor (At 12.17; 15.13, etc)”.
“Não temos
o direito de levar conosco,
nas viagens, uma
mulher cristã, como
os outros apóstolos e os irmãos do Senhor e Cefas?” (1 Coríntios 9.5).
“Em seguida,
após três anos,
subi a Jerusalém
para avistar-me com
Cefas e fiquei
com ele quinze dias.Não vi nenhum
apóstolo, mas somente Tiago, o irmão do Senhor. Isto vos escrevo e vos
asseguro diante de
Deus que não
minto” (Gálatas 1.18-20).
Comentários da Bíblia
de Jerusalém: “Outros
traduzem: “a não ser Tiago”, supondo que Tiago faça parte dos
Doze e se identifique com
o filho de
Alfeu (Mt 10.3p),
ou tomando “apóstolo”
em sentido lato
(cf.Rm 1.1+)”.
“A isto
objeta-se por vezes
que a Escritura
menciona irmãos e
irmãs de Jesus.
A Igreja sempre entendeu
que essas passagens
não designam outros
filhos da Virgem
Maria: Com efeito, Tiago
e José, “irmãos
de Jesus” (Mateus
13.55), são os
filhos de uma
Maria discípula de Cristo
(Mateus 27.56),que significativamente é
designada como “a
outra Maria” (Mateus 28.1). Trata-se
de parentes próximos
de Jesus, consoante
uma expressão conhecida
do Antigo Testamento (Gênesis
13.8; 14.16; 29.15, etc.)” (Catecismo da
Igreja Católica, p.
141. #500).
De uma
página de apologética
católica na Internet
colhemos a seguinte
explicação extra-oficial: “São
Lucas esclarece que
Tiago e Judas
eram filhos de
Alfeu ou Cléofas
(Lucas 6.15-16).
Portanto o eram também
José e Simão.
Mas não Jesus,
que sabemos era
filho de “José,
o carpinteiro”. Portanto, não
poderiam ser irmãos
carnais. Por outro
lado, São Mateus
dá o nome da mãe deles: “Entre
as quais estava... Maria, mãe de Tiago e de José” (Mateus 27.56).
Não se
pode confundir esta
Maria com sua
homônima, esposa de
José, o carpinteiro.
São João deixa bem
clara essa distinção:
“Junto à cruz
de Jesus estava
sua mãe e
a irmã (prima)de sua Mãe, Maria, mulher de Cléofas”
(João 19.25), cuja filha se chamava Maria Salomé. São as bem
conhecidas “três Marias”.
Aliás, atualmente os
protestantes mais cultos
já nem levantam mais essa
objeção”.
Vejamos agora quais as
“Marias” citadas nos evangelhos (Bíblia [católica] de Jerusalém): Na crucificação “Estavam ali
muitas mulheres, olhando
de longe. Haviam
acompanhado Jesus desde
a Galiléia, a servi-lo. Entre elas, Maria Madalena, Maria, mãe de
Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu” (Mt
27.56).
“E também
ali estavam ali
algumas mulheres, olhando
de longe. Entre
elas, Maria Madalena, Maria, mãe
de Tiago, o
Menor, e de
José, e Salomé”
(Mc 15.40). Comentário
da referida Bíblia: “Provavelmente, [Salomé]
é a mesma
que Mt 27.56
denomina a mãe
dos filhos de Zebedeu”.
“Perto da
cruz de Jesus,
permaneciam de pé
sua mãe, a irmã de
sua mãe, Maria,
mulher de Clopas, e Maria Madalena”
(Jo 19.25). Comentários da referida Bíblia, referindo-se “a irmã de sua
mãe”: “Ou se trata de Salomé, mãe dos filhos de Zebedeu (cf. Mt 27.56p) ou,
ligando essa denominação ao que se segue, “Maria, mulher de Clopas”.
Na
ressurreição
“Após o
sábado, ao raiar
do primeiro dia
da semana, Maria
Madalena e a
outra Maria vieram ver
o sepulcro” (Mt
28.1). Comentário da
referida Bíblia sobre
a “outra Maria”:
“Isto é, “Maria[mãe] de Tiago” (Mc 16.1; Lc 24.10; cf.
Mt 27.56)”.
“Passado o
sábado, Maria Madalena
e Maria, mãe
de Tiago, e
Salomé compraram aromas para ir ungi-lo” (Mc 16.1-2).
“Eram Maria Madalena,
Joana e Maria, mãe de Tiago” (Lc 24.10), Vejamos agora
quais os “Tiagos”
citados nos evangelhos,
conforme consta do
Dicionário na parte final da
Bíblia [católica] Sagrada, item ”b” retro:
1. Tiago – “O Maior (mais
velho), filho de Zebedeu e Salomé e irmão de São João Evangelista (Mt 4.21).
era de Betsaida na Galiléia, pescador (Mc 1.19) e companheiro de São Pedro como
seus irmãos (Lc 5.10).”
2. Tiago - “O Menor (mais moço), filho de Alfeu ou
Cléofas (Mt 10.3; Mc 3.18; Lc 6.15; At 1.13),e
de Maria (Jo
19.25). Foi chamado
“irmão do Senhor”
(Gl 1.19), no
sentido semita [relativo aos
judeus] que tem
essa palavra que
pode se aplicar
aos primos e
outros consangüíneos em
linha colateral mais
afastados, e até
mesmo aos simples
conacionais. Tiago Menor
era primo de Jesus
por ser sobrinho
de S. José.
N. Senhor apareceu-lhe
uma semana depois
da Ressurreição (1 Co 15.7). Foi o primeiro bispo de Jerusalém depois da
dispersão dos Apóstolos.O fato de
Paulo o ter
procurado (Gl 1.19)
e de ter
ele feito o
discurso final no Concílio
de Jerusalém parece
provar isto (At
15.13) Foi morto
no Templo por
instigação do sumo Sacerdote
Anás II, tendo
sido lançado de
uma galeria e
espancado até à
morte (62depois de Cristo)”.
3. Epístola de S. Tiago – “Uma das epístolas
católicas atribuída a São Tiago, o menor...”
Vejamos agora
quais os “Judas”
citados nos evangelhos,
segundo Dicionário da
Bíblia [católica] Sagrada, item
“b” retro:
1. Judas – “Habitante de
Damasco que hospedou S.Paulo (At 9.11)”.
2. Judas Iscariotes – “O
Apóstolo que traiu N. Senhor (Mt 10.4; Mc 3.19; Lc 6.16). Iscariot quer dizer
“homem de Cariot”, aldeia de Judá”.
3. Judas Tadeu – “Um dos
doze apóstolos (Mt 10.3; Mc 3.18; Lc 6.16; Jo 14.22). É o irmão de Tiago o
Menor e “irmão”, isto é, primo do Senhor
(At 1.13); Mt 13.55; Mc 6.3)”.
4. Epístola
de S. Judas
Tadeu – Um
dos livros canônicos
do Novo Testamento,
classificado entre as chamadas “Epístolas Católicas”.
A partir dessas
informações surgem algumas indagações:
Primeiro -
Os apóstolos Tiago
(o Menor) e
Judas (Tadeu) são
os mesmos chamados
de “irmãos de Jesus”
em Mateus 13.55
e Marcos 6.3?
Que dizem as
bíblias católicas retrocitadas?
O que
vimos foram interpretações discordantes.
A Bíblia de
Jerusalém diz nos
comentários sobre Atos 1.13 que “o apóstolo Judas é distinto de Judas,
irmão de Jesus”, isto é, não são a mesma pessoa,
ou seja, o
apóstolo Judas é
uma pessoa e
o irmão de
Jesus, com idêntico nome, é
outra pessoa. No
mesmo passo, diz
que o apóstolo
Tiago, filho de
Alfeu, não é o mesmo Tiago,
irmão do Senhor.
Reiterando a sua
posição, referida Bíblia
afirma nos comentários sobre
Gálatas 1-18-20: “Outros
traduzem: “a não
ser Tiago”, supondo
que Tiago faça parte
dos Doze e
se identifique com
o filho de
Alfeu (Mt 10.3p),
ou tomando “apóstolo” em sentido lato (cf. Rm 1.1+)”.
Por outro
lado, a Bíblia
Sagrada, católica, como
discriminada no início
deste trabalho, assume posição
diferente. O dicionário que compõe essa
Bíblia diz que
“Tiago, o Menor, filho
de Alfeu ou Cléofas (Mt 19.3; Mc 3.18; Lc 6.15; At 1.13) e de
Maria (Jo 19.25), foi chamado “irmão do Senhor”. Diz
mais que “Tiago
Menor era primo
de Jesus por
ser sobrinho de S.José”.
Confirmando, diz
que “Judas Tadeu,
um dos apóstolos
(Mt 10.3; Mc
3.18...) é o
irmão de Tiago, o
Menor, e “irmão”,
isto é, primo
do Senhor (At
1.13; Mt 13.55;
Mc 6.3)”. O descompasso é
lamentável, a menos
que se configure
aí o “livre-exame”
– situação em que
comentaristas ou exegetas
católicos interpretam livremente
os textos bíblicos
sem guardar coerência com a cúpula do
Vaticano.
No particular,
concordo plenamente com a Bíblia
[católica] de Jerusalém.
Os irmãos de
Jesus (Mt 13.55 e Mc 6.3, etc.), não foram apóstolos ou mesmo
discípulos, pelo seguinte:
a) Os
irmãos de Jesus
não criam nEle.
No registro de
João 7.2-5 nota-se
claramente essa incredulidade. Entende-se,
também, que Jesus
evitou a companhia
deles nesse episódio
(Jo7.8-10). Ao dizerem
“para que teus
discípulos vejam as
obras que fazes”
seus irmãos se excluíram do
rol dos seguidores
de Jesus. Ademais,
Jesus não iria
escolher para apóstolo alguém que não cria nEle.
b) A Bíblia estabelece
distinção entre ser discípulo e ser irmão de Jesus (Jo 2.12; At 1.13-14;
1Co 9.5;
Gl 1.18-20). Por
exemplo, em certa
ocasião Jesus estava
com seus discípulos
em 48 determinado local, e lá
fora estavam sua mãe e seus irmãos (Mt 12.46-50; Mc 3.32-35; Lc 8.19-21).
Segundo - A tia de Jesus –
irmã de sua mãe Maria – era Salomé, mãe dos filhos de Zebedeu, ou era
Maria, mulher de Cléofas?
Vejamos
mais uma vez
o que reFlata
João 19.25: “Perto
da cruz de
Jesus, permaneciam de pé sua
mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena”.
A frase
como está admite
duas interpretações. A
primeira é a
de que “a
irmã de sua
mãe” é uma pessoa, e Maria,
mulher de Cléofas, outra. A segunda
hipótese é a de que o nome da tia de
Jesus é Maria,
a mulher de
Cléofas. A Bíblia
[católica] de Jerusalém
concorda comigo quando diz:
“Ou se trata
de Salomé, mãe
dos filhos de
Zebedeu (Mt 27.56)
ou, ligando essa denominação ao que se segue, “Maria,
mulher de Clopas”.
A Bíblia Sagrada, edição
católica, afirma no seu “dicionário” que:
“Maria de Cléofas” é irmã
da SS. Virgem Maria, i.e. sua prima, pois em hebraico a palavra tem um sentido
mais lato. Segundo
uns seria a
mãe de Tiago
(o menor), José,
Simão e Judas Tadeu
e esposa de
Cléofas também chamado
Alfeu (Mt 27.56;
Mc 3.18; 6;3;
15.40). Segundo outros são
duas pessoas com
o mesmo nome,
uma, irmã de
S. José, seria
a esposa de
Alfeu e mãe de
Tiago Menor e
José; e a
outra seria cunhada
de S. José
por ser casada
com Cléofas, irmão de
S. José, e
seria a mãe
de Simão e
Judas Tadeu. Como quer que
seja, uma Maria de
Cléofas e uma
Maria, mãe de
Tiago, aparecem nos
Evangelhos como tendo acompanhado o
Senhor até o
Gólgota e preparado
os aromas... (Jo
19.25; Lc 24.10;
Mt28.9)”.
Terceiro - De quem seriam filhos
os irmãos de Jesus?
Não eram
filhos de Zebedeu
e de sua
provável mulher Salomé,
porque os filhos
destes eram João e
Tiago (Mt 4.21).
Ora, os irmãos
de Jesus foram
Tiago, José, Simão
e Judas, afora algumas irmãs (Mt 13.55-56, Mc 6.3).
João está excluído dessa relação. Além disso, os irmãos de Jesus não criam nEle
(Jo 7.5). Logo, João, apóstolo, não foi seu irmão.
Não eram
filhos de Maria,
mulher de Alfeu
ou Cléofas, cujo
filho Tiago, o
menor, foi apóstolo (Mt
10.3; Mc 15.40),
e como tal
não poderia ser
irmão de Jesus,
porque estes não
criam nEle (Jo 7.5).
Ademais, não consta
que Tiago, José,
Simão e Judas,
irmãos do Senhor,
fossem filhos do referido casal.
A Bíblia
[católica] de Jerusalém
é de parecer
semelhante quando diz:
“O apóstolo Judas
é DISTINTO de Judas, irmão de Jesus (cf. Mt 13.55; Mc 6.3) e irmão de
Tiago (Judas 1). Não se deve
também, parece, IDENTIFICAR
o apóstolo Tiago,
filho de Alfeu, com
Tiago, irmão do Senhor (At 12.17; 15.13, etc)”. Realce
acrescentado. Contrapondo-se, a outra
Bíblia, católica, diz que Judas,
apóstolo, é o
irmão de Tiago
o menor e
“irmão”, isto é,
primo do Senhor
(Mt13.55; Mc 6.3).
Ou seja, Tiago
e Judas, eram
ao mesmo tempo
irmãos (ou primos)
e apóstolos.
Se os
irmãos de Jesus
não eram filhos
de Zebedeu, nem o eram
de Alfeu, seria
da tia de Jesus, não devidamente identificada em
João 19.25? Não pode ser porque essa tia de Jesus
já foi devidamente
identificada pelo catolicismo,
ao dizer que ou
se chamava Salomé,mãe
dos filhos de Zebedeu, ou era Maria, mulher de Cléofas.
Vamos agora ler o que
dizem outros comentaristas a respeito dos irmãos de Jesus.
IRMÃOS DO
SENHOR - “Aqueles
de quem se
fala em Mateus
12.46 e 13.55,
e outros lugares,como irmãos
de Jesus, seriam
filhos de José
e Maria? Segundo
uma opinião que já
vem do
segundo século pelo
menos, esses “irmãos de
Jesus” eram filhos
de um primeiro matrimônio de
José. Mais tarde
foram, por alguns
críticos considerados primos
do nosso Salvador. Podem,
contudo, ter sido
filhos de José
e Maria. Em
todas as passagens,
menos uma, em que esses irmãos de Jesus são mencionados nos Evangelhos,
acham-se associados com Maria. Se
eram eles filhos
mais velhos de
José, não seria
então Jesus o
herdeiro do trono de
Davi, segundo as
nossas noções de
primogenitura. Eles não
acreditavam em Jesus
no princípio
da Sua missão,
e até, segundo
parece (Jo 7.5),
depois que os
apóstolos foram escolhidos; e
por essa razão
eles não puderam
ser do número
dos Doze, dos
quais, na verdade, eles
particularmente se distinguem,
quando num período
posterior são vistos
na companhia deles (At
1.14). Não devem,
portanto, ser confundidos
com os filhos
de Alfeu, embora tenham
os mesmos nomes.
Além disso, as
palavras “filho” e “mãe”, sendo empregadas nesta
passagem (Mt 13.55)
no seu natural
e principal sentido,
semelhantemente devem ser tomados
os nomes “irmão”
e “irmã” ,
pelo menos, até
ao ponto de
excluir o termo “primo”. O
fato de terem
os filhos de
Alfeu, bem como
os irmãos do
Senhor, os nomes
de Tiago, José e
Judas, nada prova,
visto que esses
nomes eram muito
vulgares nas famílias judaicas. Estranha-se
que não fossem
lembrados estes irmãos,
quando Jesus confiou
a sua mãe aos
cuidados de João;
mas isso explica-se
pela razão de
que a esse
tempo ainda eles não
criam Nele. A
conversão deles parece
ter sido quando
se realizou a
aparição de Jesus
a Tiago, depois da
Sua ressurreição (1
Co 15.7).” (Dicionário
Bíblico Universal, pelo
Rev.Buckland, Editora Vida, 1993).
IRMÃOS DO
SENHOR – “Relação
de parentesco atribuída
a Tiago, José,
Simão e Judas,
Mt13.55;Mc 6.3, que
aparecem em companhia
de Maria, Mt
12.47-50; Mc 3.31-35;
Lc 8.19-21,foram juntos
para Cafarnaum no
princípio da vida
pública de Jesus,
Jo 2.12, mas
não creram nele senão
no fim de
sua carreira. Jo
7.4,5. Depois da
ressurreição, eles se
acham em
companhia dos
discípulos, At 1.14,
e mais tarde
os seus nomes
aparecem na lista
dos obreiros cristãos, 1
Co 9.5. Tiago,
um deles, salientou-se
como líder na
Igreja de Jerusalém, At 12.7; 15.13; Gl 1.19; 2.9, e
foi autor da epístola que traz o seu nome.
Em que sentido eram eles irmãos de Jesus? Tem sido assunto de muitas discussões. Nos tempos antigos, julgava-se que eram
filhos de José, do primeiro matrimônio. O seu nome não aparece mais na história
do evangelho. Sendo
José mais velho
que Maria é
provável que tivesse
morrido logo e que tivesse casado
antes. Esta opinião
é razoável, mas
em face das
narrativas de Mt
1.25 e Lc 2.7,
não é provável.
No quarto século,
S. Jerônimo deu outra explicação,
dizendo que eram
primos de
Cristo, pelo lado
materno, filhos de
Alfeu ou Cléofas
com Maria, irmã
da mãe de Jesus.
Esta explicação se
infere, comparando Mc
15.40 com Jo
19.25, e a
identidade dos nomes Alfeu
e Cléofas. Segundo
esta idéia, Tiago,
filho de Alfeu,
e talvez Simão
e Judas, contados entre os
apóstolos, fossem irmãos de Jesus. Porém, os apóstolos se distinguiam dos irmãos, estes
nem ao menos
criam nele, e
não é provável
que duas irmãs
tivessem o mesmo nome.
Outra idéia muito
antiga é que
eles eram primos
de Jesus pelo
lado paterno e
outros ainda supõem que
eram os filhos
da viúva do
irmão de José,
Dt 25.5-10. Todas
estas opiniões ou teorias
parecem ter por
fim sustentar a
perpétua virgindade de
Maria. O que parece
mais razoável e
mais natural é
que eles eram
filhos de Maria
depois de nascido Jesus.Que esta
teve mais filhos
é claramente deduzido
de Mt 1.25
e Lc 2.7
que explica a constante associação
dos irmãos do
Senhor com Maria”
(Dicionário da Bíblia,
John D. Davis, a Edição/2000, Confederação Evangélica do Brasil).
SEUS IRMÃOS
– “Não há
razão para supor que estes
irmãos, tanto como
as irmãs mencionadas (Mt 13.55-56), não eram filhos de José e
Maria” (O Novo Comentário da Bíblia,vol.
II, Nova Vida, 1990, 9 Edição).
IRMÃOS DO
SENHOR (Mateus 12.46-50)
– “Por insistir
na teoria da
virgindade perpétua de Maria,
o Catolicismo Romano
os levou a
explicar erroneamente o
sentido da expressão irmãos. Assim,
eles acreditam que
Jesus não tinha
irmãos no verdadeiro
sentido dessa palavra e
o grau de
parentesco que ela
exprime. No entanto,
esse raciocínio não
desfruta de nenhum apoio
escriturístico. A Bíblia
é clara ao
afirmar que Jesus
tinha quatro irmãos,
além de várias irmãs
(Mt 13.55,56; Mc
3.31-35; 6.3; Lc
8.19-21; Jo 2.12; 7.2-10; At
1.14; 1 Co
9.5;Gl 1.19). A
teoria desenvolvida pelos
católicos romanos e
por alguns protestantes,
que visa defender que
Maria permaneceu virgem,
é totalmente fútil.
Esse conceito só
passou a fazer parte
da teologia muitos
séculos depois de
Jesus. Seu objetivo,
é claro, era
exaltar Maria, criando, assim,
a mariolaria” (Bíblia
Apologética, João F.
Almeida, ICP Editora,
1 Edição,2000).
Quarto - José
e Maria se “conheceram” após o nascimento de Jesus?
A nossa
análise terá como
base o seguinte
registro: “José, ao
despertar do sono,
agiu conforme o
Anjo do Senhor
lhe ordenara e recebeu
em casa sua mulher.Mas não
a conheceu
até o dia em que ela deu à
luz um filho. E ele o chamou com o nome
de Jesus” (Mateus 1.24-25, Bíblia [católica] de Jerusalém).
A passagem
acima diz claramente
que José, atendendo
ao anjo, recebeu
em sua casa
a sua esposa Maria,
e foram viver como marido
e mulher. Está dito que
Maria foi a mulher
de José; que José
não conheceu a
sua esposa enquanto
ela estava grávida
de Jesus; que
Jesus nasceu de uma
virgem, porque José
somente conheceu sua
mulher – ou
seja, teve relações com ela – depois do nascimento de
Jesus.
Católicos há
que contestam o que está
escrito na Bíblia,
e dizem que
“nas Sagradas Escrituras a
expressão “até que” é empregada
muitas vezes para
indicar um tempo indeterminado, e
não para marcar
algo que ainda
não aconteceu”. Não
iremos nos estender na
refutação dessa tese
porque as duas
bíblias de início
citadas, aprovadas pelo
catolicismo, interpretam corretamente referido versículo, como a
seguir:
“Mas [José]
não a conheceu
até o dia
em que ela
deu à luz
um filho, e
ele o chamou
com o nome de
Jesus”: “O texto
não considera o
período ulterior [depois
do parto] e
por si não
afirma a
virgindade perpétua de
Maria, mas o
resto do Evangelho,
bem como a
tradição da Igreja, a supõem”
(Comentário da Bíblia [católica] de Jerusalém).
Em outras
palavras, os exegetas
católicos, que trabalharam
na edição da
referida Bíblia, reconheceram o
óbvio, ou seja,
que até o nascimento de
Jesus, José e
Maria não se “conheceram”. Todavia,
dizem bem quando
entendem que a
Tradição “supõe”, isto
é, o
dogma da
perpétua virgindade de
Maria é uma
suposição, não uma
realidade bíblica. O comentário acima
coloca por terra argumentos
outros não oficiais,
segundo os quais José não conheceu sua esposa nem antes nem depois
do nascimento de Jesus.
Outro comentário:
“Enquanto (ou até
que): esta palavra
portuguesa traduz o
latim donec e o grego heos
ou, que por
sua vez estão
calcados sobre a
expressão hebraica ad
ki que se refere
ao tempo anterior
a esse limite
sem nada dizer
do tempo posterior,
cf. Gn 8.7;Sl 109.1;
Mt 12.20; 1
Tm 4.13. A
tradução exata seria:
“sem que ele
a tivesse conhecido,
deu à
luz...”, pois a nossa
expressão “sem que” tem o mesmo valor”
(Bíblia [católica] Sagrada).
O que
a Bíblia acima
está dizendo em
seus comentários é que o
“ATÉ” não foi
ALÉM do nascimento de
Jesus, ou seja,
enquanto grávida e
até dar à
luz não houve
“conhecimento”
mútuo do casal.
Concordando com as Bíblias
Católicas, a Bíblia Apologética, usada pelos evangélicos, assim esclarece: “Veja
a preposição “até”
em qualquer concordância
bíblica e ficará
surpreso a respeito do
seu significado. Observe
alguns exemplos: Levíticos
11.24-25: “E por
estes sereis imundos: qualquer
que tocar os
seus cadáveres, imundo
será ATÉ à
tarde”. E depois
da tarde, eles permaneceriam imundos?
Vejamos agora Apocalipse 20.3: “E lançou-o no abismo, e ali
o encerrou, e
pôs selo sobre
ele, para que
não mais engane
as nações, ATÉ
que os mil anos
se acabem. E
depois importa que
seja solto por
um pouco tempo”.
Assim, a relação existente antes
do nascimento de
Jesus se modificou
[como se modificou
a situação de Satanás
após os mil
anos de prisão],
não a conheceu
até que ela
deu à luz.
Essa passagem declara que,
depois do nascimento
de Jesus, José
Maria tiveram uma
vida conjugal normal, como
qualquer outro casal.
Nenhum autor do
Novo Testamento ensina
a doutrina da virgindade
perpétua de Maria.
Se se tratasse
de uma doutrina
ou ensinamento vital
ou essencial como requer
o catolicismo romano,
certamente Paulo e
os outros discípulos
teriam mencionado a respeito.
Assim resta ao
catolicismo romano apegar-se
à tradição, porque
a Bíblia não aceita essa teoria (Colossenses 2.8)”.
A expressão
“não coabitou com
Maria ATÉ QUE
nascesse Jesus” está
muito clara. Ligada
à fala do anjo
que disse a
José que RECEBESSE
Maria, sua mulher,
ficou entendido que passado
o período da
gravidez e do
descanso depois do
parto, José e
Maria, marido e mulher, continuariam uma vida a dois como
todos os casais do mundo. Assim aconteceu, pois tiveram
muitos filhos, conforme
está em Mateus
13.55-56. José e
Maria constituíram um casal
muito feliz e
foram abençoados por
Deus. E por
ter filhos, por
amar o seu
esposo, por ter sido
mãe, Maria não
pecou nem perdeu
a sua santidade.
Maternidade e santidade
podem caminhar juntas, sem que uma prejudique a outra. Sexo no casamento não é pecado.
Quinto - Houve ordem
divina para que José não “conhecesse”
sua mulher? Se
não havia a
intenção formal nem
de José nem
de Maria de
viverem sem relações íntimas, embora
residissem sob o
mesmo teto, teria
havido alguma ordem
divina nesse
sentido? O leitor deverá ler cuidadosamente Mateus 1.18-25 e Lucas 1.26-38 para verificar
a inexistência de qualquer tipo de
impedimento. A resposta de Maria ao anjo
– “Como é que vai ser isso, se
eu não conheço
homem algum?” (Lc
1.34) - pode
ser interpretada como
um voto de virgindade? A
Bíblia [católica] de
Jerusalém, em seus
comentários, responde: “A
“virgem” Maria é apenas noiva (v.27) e não tem relações conjugais (sentido semítico de “conhecer”, cf.
Gn 4.1; etc.). Esse fato,
que parece opor-se ao anúncio dos vv. 31-33, induz à explicação do v. 35. NADA
NO TEXTO IMPÔE
A IDÉIA DE
UM VOTO DE
VIRGINDADE” (realce acrescentado).
Sexto - O que diz a Igreja Católica sobre o
Matrimônio?
a) “Os
atos com os quais
os cônjuges se
unem íntima e
castamente são honestos e
dignos e a sexualidade é fonte de
alegria e prazer”? (Catecismo da Igreja Católica, p. 612, # 2362). Por
que com Maria seria
diferente?
b) “Pela
união dos esposos
realiza-se o duplo
fim do matrimônio:
o bem dos
cônjuges e a transmissão
da vida”, pois
que “esses dois
significados ou valores
do casamento não
podem ser separados sem
alterar a vida
espiritual do casal”
(C.I.C. p. 612,
# 2363). Por
que com o casal José e Maria seria diferente? Esses “valores” não diziam respeito também a
eles?
c) “A sagrada Escritura e
a prática tradicional da Igreja vêem nas famílias numerosas um sinal da bênção
divina e da
generosidade dos pais”?
(C.I.C., p. 615,
# 2373). Por
que Maria não podia ter muitos filhos?
d) “Exige
a indissolubilidade e a fidelidade
da doação recíproca
e abre-se à fecundidade”?
(C.I.C. p. 449
#1643). Por que
doação recíproca e
fecundidade deveriam ficar
fora do casamento de José e
Maria?
e) “O
instinto do Matrimônio
e o amor
dos esposos estão,
por sua índole
natural, ordenados à procriação e
à educação dos
filhos... e por
causa dessas coisas
são como que
coroados de
sua maior
glória”? Se “os
filhos são o
dom mais excelente
do Matrimônio e
contribuem grandemente para o
bem dos próprios
pais... pois “Deus mesmo
disse: “Crescei e
Multiplicai”(Gn 2.18)” (C.I.C.
p.452 #1652). José
e Maria não
deveriam crescer e
multiplicar? Eles não tinham essa índole natural à procriação?
f) “A
sexualidade está ordenada
para o amor
conjugal entre o
homem e a
mulher,e no casamento a
intimidade corporal dos
esposos se torna
um sinal de
um penhor de
comunhão espiritual”? (C.I.C., p.611 #2360). Por que eles não podiam?
Além das
considerações sobre o
matrimônio, acima registradas, expendidas
pela Igreja Católica, o
apóstolo Paulo adverte
que “Por causa
da prostituição cada
um tenha a sua própria
mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido”;
“a mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo,
mas tem-no o
marido”; e que
“não vos defraudeis
[negar relação íntima]
um ao outro, senão
por consentimento mútuo
por algum tempo,
para vos aplicardes
à oração; mas que
“depois ajuntai-vos outra
vez para que
Satanás não vos
tente por causa
da incontinência [ausência de
relações sexuais]”, (1
Coríntios 7.2-5). A
abstinência do casal
José e Maria
não estaria fora dos propósitos de Deus?
OUTRAS
CONSIDERAÇÕES
1) Lemos
em João 2.12:
“Desceu [Jesus] a
Carfanaum, com sua
mãe, seus irmãos
e seus discípulos. E
ficaram ali muitos
dias”. Não pode
ser outro o
entendimento: Jesus com Sua família, a
mãe com seus
filhos ficaram muitos
dias naquela cidade.
Não há como
forçarmos uma interpretação que
nos levaria a
pensar que Maria,
não tendo filhos
com José, resolvera criar seis ou mais parentes. Vejam também a distinção entre
“discípulos” e “irmãos”.
2) Quando
o termo ”irmãos
e irmãs” é
empregado em conjunto
com “pai” ou
“mãe”, o sentido não
pode ser o
de primos e
primas, mas de
irmãos biológicos, filhos
de um mesmo
pai ou mãe. Exemplo:
“Se alguém vier a
mim, e
não aborrecer a seu
pai, e mãe, e
mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e até mesmo a sua própria
vida, não pode ser meu discípulo” (Lucas 14.26).
3) Vejamos quais as
palavras usadas no grego – a língua original do Novo Testamento – para designar IRMÃOS,
IRMÃS, PARENTES, PRIMOS
e SOBRINHOS, conforme
a Concordância Fiel do Novo
testamento, dois volumes, Editora Fiel, 1 Edição, 1994:
Adelphos –
Usada 343 vezes
para designar pessoas
que têm em
comum pai e
mãe, ou apenas pai
ou mãe; indicar
duas pessoas que
têm um ancestral
comum ou que
faz parte do
mesmo povo, ou membros da
mesma religião. Com essa palavra são nomeados os irmãos de Jesus (Mt
12.46-4813.55; Mc 6.3; Jo 2.12; 7.3,5,10;
At 1.14; 1 Co 9.5; Gl 1.19; Jd 1).
Adelphe -
O termo é
traduzido 26 vezes
como irmã, indicando
(poucas vezes) a
participante de uma mesma
fé, e (a
maioria dos casos)
a filha de
um mesmo pai
ou mãe. Foi
usado, por exemplo, para
designar as irmãs
de Jesus (Mt
13.56; Mc 3.32;
6.3), a irmã
da mãe de
Jesus (Jo 19.25), as irmãs de Lázaro, Marta e Maria (Jo 11.1,3,5,28,39).
Syngenis - Usado como o feminino de “parente” para indicar o parentesco de Maria, mãe de Jesus,
com Isabel: “Também Isabel, tua parenta...” (Lucas 1.36).
Syngenes –
Termo usado para
designar pessoa consangüínea,
da mesma família,
ou da mesma pátria (compatriota).
Vejamos alguns dos 11 casos em que o termo foi usado: “Um profeta
só é desprezado
em sua pátria,
em sua parentela
e em sua
casa” (Marcos 6.4).
Nota: Quando se trata dos
“irmãos de Jesus”, o termo usado é “adelphos” ou “aldephe”.
“Isabel tua
parenta [ou prima]
concebeu um filho
em sua velhice...”
(Lucas 1.36). Nota:
Se Isabel fosse irmã de
Maria (filhas de pais comuns)
o termo teria sido
“adelphe”, de igual
modo como foi usado em João 19.25 para designar a irmã da santa Maria. “...
e começaram a procurá-lo entre os
parentes e conhecidos” (Lucas 2.44).
“Sereis traídos
até por vosso
pai e mãe,
irmãos, parentes, amigos,
e farão morrer pessoas
do vosso meio...” (Lucas 21.16).
Nota: Muito importante registrar que nesse versículo são usadas as palavras
“adelphos”, para irmãos,
e “syngenes”, para
parentes. Entende-se que
o termo “adelphos”, quando
associado às palavras
pai ou mãe
tem o natural
significado de filhos carnais.
Anepsios –
Usada somente uma
vez para identificar
o termo “primo”,
na seguinte passagem: “Saúdam-vos Aristarco,
meu companheiro de
prisão, e Marcos,
PRIMO de Barnabé...”(Colossenses 4.10,
Bíblia [católica] de
Jerusalém). Nota: Havia
portanto na linguagem
grega palavras para identificar
irmãos, primos e
parentes. Logo, se
Tiago, José, Simão,
Judas e mais algumas
mulheres (Mt 13.55-56;
Mc 6.3) fossem
parentes de Jesus,
e não filhos
de Maria, a palavra grega mais correta seria “anepsios” ou “syngenes”.
4) Gostaria
de chamar a
atenção dos leitores
para o que
está em Atos 1.13-14: “Tendo chegado, subiram
ao cenáculo, onde
permaneciam. Os presentes
eram Pedro e
Tiago, João e André,
Filipe e Tomé, Bartolomeu e
Mateus; Tiago, filho de Alfeu,
Simão, o Zelote,
e Judas, filho de
Tiago. Todos estes perseveravam
unanimemente em oração
e súplicas, com as mulheres, e Maria, mãe de
Jesus, e com seus irmãos”.
Maria, as
outras mulheres e os irmãos
de Jesus eram
pessoas distintas dos
apóstolos acima citados. Tiago e Judas, irmãos de Jesus, não estavam
incluídos naquela relação. Juntaram-se aos apóstolos naquela ocasião.
Não me
parece justo procurarmos
outra mãe para
os irmãos de
Jesus. A outra
Maria, que pode ser a de Alfeu ou
Cléofas, era mãe de Tiago e de José. Vejam:
“Maria,
mãe de Tiago
e de José”
(Mt 27.56); “Maria,
mãe de Tiago,
o menor, e
de José” (Mc15.40); “Maria, mãe de Tiago” (Lc
24.10); “Tiago, filho de Alfeu” (Mt
10.3; Lc 6.15; At 1.13).
Ora, os irmãos de Jesus se
chamavam Tiago, José, Simão e Judas. O mesmo cuidado com o que os evangelistas
Mateus e Marcos citaram os nomes de todos os irmãos de Jesus, um por um, teria
usado para descrever
os filhos dessa
Maria. Entretanto, só
foram citados Tiago
e José. E Simão,
com quem fica?
A Bíblia descreve
a existência das
seguintes pessoas com esse
nome: Simão, irmão
de Jesus (Mt
13.55; Mc 6.3);
Simão, chamado Pedro,
apóstolo (Mt4.18; 10.3);
Simão, o Zelote,
apóstolo (Mt 10.4;
Mc 3.18; Lc
6.15; At 1.13).
Ainda há outros com
o nome Simão,
como por exemplo
Simão Iscariotes, pai
de Judas, o
traidor (Jo 6.71).
A Bíblia com muita
propriedade identifica cada
um com o
detalhe do apelido
ou do parentesco.
E Judas?
A Bíblia diz
que Judas, apóstolo,
era filho deTiago
(Lc 6.16). Não
há nenhum registro afirmando
que a outra
Maria ou Maria,
de Cléofas, tenha
um filho com
o nome de Judas. É quase certo que o autor da
Epístola de Judas seja o irmão do Senhor, como descrito em Mateus
13.55 e Marcos
6.3, pelos seguintes
motivos: 1) Ele
não se apresenta
como apóstolo de Cristo,
mas como “servo”
e irmão de
Tiago (Jd 1.1);
2) A sua
exortação no v. 17 sugere que ele não fazia parte dos Doze.
Os dados levantados
apontam para o entendimento de que Tiago, Simão, José Judas, e mais algumas
mulheres, eram realmente irmãos carnais de Jesus, filhos de Maria e de José.
Pastor Airton Evangelista
da Costa
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