A carta aos Gálatas não é dirigida somente a uma igreja, porém a um grupo de igrejas em uma região da Ásia Menor denominada Galácia, província romana, que era habitada principalmente por celtas, povo de religiosidade animista, sem organização religiosa formal. Um povo que recebeu muito bem o apóstolo Paulo e, consequentemente, o evangelho de Jesus Cristo, mas que logo começou a se deixar influenciar por judaizantes que penetraram em suas igrejas e tentavam impor um falso evangelho, baseado em princípios religiosos judaicos.
A introdução da carta mostra que o apóstolo Paulo estava muito preocupado porque as igrejas estavam perdendo o sentimento da autoridade apostolar dele, a visão da importância do sacrifício de Jesus para a salvação e libertação do pecado, e isto porque estavam dando ouvidos a falsos pregadores do evangelho.
Logo na sua saudação preocupa-se em deixar bem claro a sua autoridade apostolar: Era apóstolo não por causa de homens e nem para servir a homens, porém por Jesus Cristo e, conseqüentemente, por Deus Pai. Uma autoridade direta, investida pelo próprio Senhor Jesus Cristo quando o convocou e comissionou. Em seguida deixa claro, também, que a igreja de Cristo não pode se conformar com este mundo, não pode se deixar levar pela convivência harmoniosa com o pecado.
Estaremos analisando os motivos pelos quais uma igreja não pode se conformar com o mundo e como deve agir para não se deixar influenciar para a mundanização.
I. CRISTO MORREU POR NOSSOS PECADOS – v.4
Isto significa que o pecado é um grande mal para o ser humano. O maior mal porque levou e continua levando à morte. Levou o próprio Filho de Deus que, sem pecado, teve que pagar pelos nossos pecados.
Ao que parece aqueles irmãos tinham se esquecido disto. Tanto por causa dos ensinamentos judaicos que colocavam a salvação como uma conquista através da guarda da Lei de Moisés, quanto por causa de um possível retorno a práticas pecaminosas da vida anterior.
Perder a visão da gravidade do pecado, da tragédia que foi para o ser humano ter pecado, do sofrimento para Deus e para Jesus Cristo, é deixar de viver para Cristo, é voltar à malignidade do pecado, é baratear o evangelho de Jesus Cristo. E esta perda de visão não fez parte do passado, não ficou restrita àquelas igrejas da Galácia, mas tem sido muito comum nas igrejas de Cristo de hoje, no século XXI. Desde o século XVIII que há uma corrente teológica que se fortalece muito nos nossos dias, que ensina que: 1) O pecado não está originalmente em toda a humanidade a partir de Adão; 2) Uma pessoa nasce sem pecado e pode permanecer sem pecado por toda a vida e, conseqüentemente, viver eternamente; 3) Jesus Cristo teria sido um homem comum que viveu sem pecado e, por isto, serve apenas como um padrão que deve ser buscado por todas as pessoas que querem viver sem pecado; 4) Jesus Cristo não teria morrido pelos pecados de ninguém, pois isto não seria justo. Morreu porque Deus, quando ele nasceu, teria de alguma maneira entrado nele, e fazia parte do plano divino morrer em Cristo para ressurgir novamente na própria humanidade; 5) Jesus Cristo não teria ressuscitado.
Estes ensinamentos estão presentes na chamada Teologia Liberal, que é abraçada por muitos professores de Teologia e é passada para seminaristas que vão para as igrejas com pensamentos incrédulos a respeito da gravidade do pecado e da importância do sacrifício de Jesus para nossa salvação.
II. CRISTO MORREU PARA NOS ARRANCAR DO MUNDO MAU – v. 4
A morte de Cristo foi para nos conceder a vida eterna. Conceder a todos os que crerem nele como Salvador. Mas, também, foi o preço do nosso resgate, da nossa separação deste mundo imerso no pecado. Éramos escravos do pecado e, por conseguinte, escravos do mundo perverso. Ele morreu para nos livrar, mas, ao mesmo tempo, para nos tomar para si. A palavra que é traduzida por “livrar” ou “desarraigar” em algumas versões, é exaireo composta de ex (de dentro de) eaireomai (tomar para si, escolher) e que significa arrancar, tirar, libertar para si próprio.
O apóstolo João também mostrou a realidade de que estamos fora do mundo. Ele escreveu em sua carta: “Sabemos que somos de Deus e que todo o mundo está no maligno” (1 João 5:19). Ora, se somos de Deus é porque fomos comprados pelo sangue de Jesus Cristo. Fomos comprados não para vagarmos a esmo, sem rumo e sem um Senhor, mas para sermos novamente propriedade de Jesus Cristo e estarmos fora deste mundo. Ou somos de Deus ou somos do mundo. Uma igreja de Cristo não pode se conformar com este mundo se ela for, de fato, composta por pessoas salvas, regeneradas, resgatadas pelo sangue do Cordeiro de Deus.
Novamente é preciso dizer que não eram somente as igrejas da Galácia que estavam se esquecendo que o mundo jaz no maligno, que é mau, perverso, que é dominado pelo príncipe das trevas e que as igrejas são compostas de pessoas, quando são arrependidas de seus pecados e crentes em Jesus Cristo como Salvador, resgatadas do mundo por Cristo, para si próprio, através do seu sacrifício. Hoje, também através de pensamentos de homens adeptos de filosofias humanas que deram origem à Teologia Liberal, as igrejas estão procurando se adaptar ao mundo, afirmando que o mundo mudou e que as igrejas têm que mudar também; ou procurando copiar o mundo para atrair os do mundo. Ora, se nos esquecermos que somos de Cristo, que não somos deste mundo, como poderemos nos passar por cidadãos espirituais deste mundo para atrair pessoas para a luz? Há por acaso isto? A luz se disfarçar em trevas para iluminar a escuridão?
III. CRISTO ESTABELECEU UM EVANGELHO SÓ E ETERNO – v. 6-10; Ap 14.6
O que estava fazendo com que as igrejas da Galácia se desviassem do evangelho de Jesus Cristo, que menosprezassem o sacrifício de Jesus, que se esquecessem que crentes em Cristo são separados do mundo porque foram libertados através do sacrifício de Jesus, não eram pessoas que entravam nas igrejas e convocavam abertamente os crentes a apostatarem da fé. O que levava ao desvio eram pessoas que, já naquele tempo, pregavam um evangelho diferente. Era um tipo de evangelho, mas um evangelho falso, diferente do evangelho de Jesus Cristo. Os padrões, os ensinamentos de Cristo, os ensinamentos do apóstolo Paulo, eram deixados de lado e eram introduzidos ensinamentos de homens (v. 6). Um evangelho pervertido a partir do evangelho de Cristo (v. 7). Mas não há outro evangelho. O apóstolo Paulo disse: “Não que exista outro...” (v.7). Há somente um evangelho da salvação.
O pensamento pós-moderno, do século XXI é de que o “evangelho evoluiu”. Hoje as igrejas de Cristo sofrem com a influência de homens que ensinam o Evangelho Social, o Evangelho da Prosperidade, o Evangelho do Milagre, o Evangelho da Transformação do Mundo, o Evangelho das Danças, o Evangelho do Rock, o Evangelho das Mulheres, o Evangelho dos Homossexuais, o Evangelho dos Esportistas, o Evangelho dos Artistas, o Evangelho dos Funkeiros, o Evangelho do Pedófilo, o Evangelho da Musa da Playboy, o Evangelho do Ascetismo, o Evangelho dos Levitas e etc.
Conforme o apóstolo Paulo escreveu, são todos evangelistas malditos, amaldiçoados porque pregam evangelhos diferentes do Evangelho do Senhor Jesus Cristo. O Evangelho que foi pré-anunciado a Adão e Eva, o Evangelho que foi anunciado pelos profetas, o Evangelho que foi manifestado em Jesus Cristo e ensinado por ele, o Evangelho que foi ensinado pelos apóstolos de Cristo, o Evangelho que será o prumo para mostrar quem estará salvo para todo o sempre e quem estará irremediavelmente perdido.
Fuja desse maldito 'evangélio'!
Viva vencendo, sem se conformar com esse pseudo-evangelho do 'tudo pode'!!!
Abraços.
Seu irmão menor.
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