12 novembro 2013

As ideias de que todas as religiões ou caminhos levam a Deus e que toda forma de religião são no fundo a mesma coisa, é um erro terrível


INTRODUÇÃO

As ideias de que todas as religiões ou caminhos levam a Deus e que toda forma de religião são no fundo a mesma coisa e que todos serão salvos ganham mais e mais adeptos a cada dia, inclusive pessoas de influência no meio evangélico dessa forma criaram um novo “DEUS” diferente do Deus bíblico revelado. Este tipo de pensamento ou “tolerância” é usada como desculpa para o ceticismo perpétuo, para manter à distância qualquer compromisso com o Deus bíblico deixando o cristianismo aceitar essa “tolerância acrítica” que está crescendo nas duas últimas décadas.
O que está implícito no Universalismo é que ela anula o sacrifício de Cristo na cruz. Ora, se o homem será salvo sem os méritos da cruz, por que razão Deus enviou seu filho para morrer por nós? Além disso, a doutrina universalista nega a justiça de Deus revelada no juízo eterno. Neste caso, está implícita a doutrina herética de que todo homem “merece” a salvação, e que ninguém merece o inferno. Na contramão desta afirmação estão textos como Romanos 3.23, 6.23, Ec 7.20, Rm 3.10-20, que afirmam que todos os homens são pecadores carentes da misericórdia divina.
O Universalismo e sua problemática


D. B. Eller[1] comenta apud Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã / Ed. Walter A. Elwell, Vida Nova. 2009, pag. 597 - 600 que é a crença que afirma que na plenitude do tempo, todas as almas serão livradas das penalidades do pecado e restauradas para Deus. Historicamente conhecida como “Apokatastasis”, a Salvação final nega a doutrina bíblica do castigo eterno e baseia-se numa interpretação falha de At. 3:2; Rm. 5:18-19; Ef. 1:9-10; I Co. 15:22; e outras passagens. A crença na salvação universal é pelo menos tão antiga quanto o próprio cristianismo e pode ser associada com mestres gnósticos primitivos. Os primeiros escritos claramente universalistas, remontam aos pais eclesiásticos gregos, mais notavelmente Clemente de Alexandria e seu aluno Orígenes e Gregório de Nissa.
O ensino de Orígenes, que acreditava que ate mesmo o diabo poderia ser finalmente salvo, eram os mais influentes, numerosos defensores da salvação final achavam-se na igreja pós-apostólica, embora Agostinho de Hipona se opusesse fortemente a ela. A teologia de Orígenes foi finalmente declarada herética no quinto concílio ecumênico em 553. Jon Dybdahl[2] comenta que o universalismo mantém que todos os religiosos sinceros serão salvos. A maior parte dos universalistas cristãos vê isto como sendo efetuado por obra e mérito de Jesus. Embora haja muitas explicações diferentes sobre como isto ocorre, uma coisa é certa: no fim todos os não evangelizados -- mesmo os que agora são rebeldes -- serão salvos. Uma minoria dos universalistas crê que Deus salvará todos a despeito de suas escolhas. Um número maior mantém que Deus continuará trabalhando com as pessoas até todas finalmente se convencerem de que o caminho de Deus é o melhor.
O universalismo na igreja primitiva caiu em desfavor e foi reavivado depois da Reforma. Desde o ano de 1800 vem ganhando força tanto entre protestantes e com católicos romanos. Parte desse desenvolvimento resulta da repulsa que muitos cristãos sentem ante a posição restritivista[3]. Proponentes bem conhecidos do Sec. XX incluem biblicistas britânicos como William Barclay e John A. T. Robinson, bem como o teólogo norte-americano Paul Tillich.
Entre os textos favoritos dos universalistas se encontram I Timóteo 4:10, em que Paulo fala de Deus que é "Salvador de todos os homens"; Tito 2:11: "Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens"; e João 12:32, em que Jesus declara: "E Eu quando for levantado da Terra, atrairei todos a Mim mesmo."
De modo crescente no pensamento pós-moderno, o universalismo se insinua por declarações da igreja Católica bem como alguns grupos e igrejas protestantes de linha mais liberal, atualmente no Brasil a Igreja Emergente traz no bojo do seu liberalismo teológico a influencia do pensamento universalista.
Uma pesquisa publicada em 2008 demonstra e indica o aumento grande aumento da migração religiosa na igreja brasileira, segundo a pesquisa realizada em 27 municípios brasileiros, aponta que ¼ da população mudou de religião, indicando que esse fenômeno é conhecido como secularização[4] que mostra o enfraquecimento da transmissão das tradições, e implicou a proliferação de igrejas. A pesquisa foi realizada pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou a Revista ISTOÉ dados da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF). Isto provavelmente se deve segundo a publicação da revista porque um universo espiritual está tomado de pessoas que não seguem uma “cartilha” de uma denominação, assim os fiéis interpretam sua trajetória e o mundo que os cerca de uma maneira pessoal, sem se valer da orientação religiosa. Isso só vem corroborar que o pensamento contemporâneo está permeado por um sentimento universalista de que todos no fim serão salvos por Deus. (Revista ISTOÉ 24/08/2011, ano 35, n.2180, p. 58 a p.64). Esse fenômeno pode ser atribuído à relativização das escrituras tendo como o pano de fundo o pós-modernismo existe um retorno à religião, no entanto, segundo Vattimo[5] apud Pires, F. P., de forma enfraquecida, cumprindo o ideal de esvaziamento de Deus presente no mito fundante do cristianismo. O pensamento de Vattimo é influenciado pelo pragmatismo, afirma que o niilismo[6] é a única chance e significa a redenção da experiência religiosa na morte de Deus.
De acordo com Pearlman, Myer (1970, p.144) as escrituras apresentam o arrependimento e a fé como condições da salvação; o batismo nas águas é mencionado como símbolo exterior da fé interior do convertido. (Mar. 16:16; Atos 22: 16; 16:31; 2:38; 3:19.) e comenta que a justificação, regeneração e santificação são os três elementos que são os aspectos da salvação.
Portanto, abandonar o pecado e buscar a Deus são as condições e os preparativos para a salvação. Consideremos Hebreus 11.6 que diz: “sem fé é impossível agradar a Deus”.       De acordo com o Dr. Shedd o dualismo que divide toda a humanidade aparece em todo o Novo Testamento das escrituras sagradas.
“O juiz tem sua pá na mão, limpará completamente a sua eira; “recolherá o seu trigo no celeiro, mas queimará a palha em fogo inextinguível” (Mt 3.11,12).
A bíblia sagrada ensina nos evangelhos que se não haver novo nascimento não há esperança de ver o Reino de Deus, dessa forma “achar que o amor de Deus é tão extenso que ninguém pode cair fora dele” é uma crença muito conveniente para os que rejeitam o teor de todo o ensino da Bíblia. (http://www.comentarium.com.br/frame-post.jsp?postID=2793725).
John Henderson[7] falando sobre a Igreja Emergente diz que “...esse movimento recente sugere que a igreja precisa ter uma abordagem modernizada para ganhar as pessoas para a igreja envolve princípios marxistas (...) e diz que – Esse movimento atual confiam totalmente em abordagens filosóficas de opinião e interpretação.” Comenta ainda que .. “O trabalho do cristão é bastante simples. Basta ser bíblico, isso é o que vence” e fala de Rob Bell um pregador norte americano e define uma ideia antibíblica de “amor”, mas o amor cristão é fundado na verdade bíblica e não nas decepções do universalismo. A regra de ouro é simples: Concentre-se na verdade e não vacile dela. Você nem precisa explicar verdade porque a verdade se explica por si mesma e as igrejas emergentes não podem lidar com isso. (http://nazarenoportugues.wordpress.com/2012/10/04/a-verdade-e-o-maior-problema-do-emergent/)







[1] Ph. D., Universidade de Miami, Prof. Adjunto de Históira , Bulfton College, Bulfton, Ohio, EUA.
[2] Ph.D., Fuller Theological Seminary) é diretor do Instituto de Missão Mundial na Andrews University, Berrien Springs, Michigan, E.U.A.

[3] O restritivismo mantém que todos os que não foram evangelizados estão perdidos. A menos que as pessoas ouçam a mensagem de Jesus e aceitem-na, não têm esperança. Agostinho mantinha esta opinião, como também João Calvino. J. Hudson Taylor, o grande missionário britânico do último século, fundou sua sociedade missionária nesta base. Os restritivistas acham apoio para sua posição em passagens bíblicas tais como João 3:36 ("Quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus") e I João 5:12: ("Aquele que tem o Filho tem a vida, aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida.").

[4] Secularização é um processo através do qual a religião perde sua influência sobre as variadas esferas da vida social.
[5] Vattimo, G. Rorty, R. The Future of  religion.
[6] O niilismo pode ser considerado como "um movimento positivo” – quando pela crítica e pelo desmascaramento nos revela a abissal ausência de cada fundamento, verdade, critério absoluto e universal e, portanto, convoca-nos diante da nossa própria liberdade e responsabilidade, agora não mais garantidas, nem sufocadas ou controladas por nada". Mas também pode ser considerado como "um movimento negativo” – quando nesta dinâmica prevalecem os traços destruidores e iconoclastas, como os do declínio, do ressentimento, da incapacidade de avançar, da paralisia, do “tudo-vale” e do perigoso silogismo ilustrado pela frase de Ivan Karamazov em Os Irmãos Karamazov, personagem de Dostoiévski: "Se Deus está morto, então tudo é permitido" (na verdade trata-se de mera interpretação de um diálogo desenvolvido entre os irmãos Karamazov, com a "intervenção" do Diabo). Entende-se por Deus neste ponto como a verdade e o princípio.( pt.wikipedia.org/wiki/Niilismo).
[7] Pastor of Counseling Ministries at Denton Bible Church, Denton, TX, EUA.

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REFUTAÇÃO AO UNIVERSALISMO

Neste trabalho não se pretende aqui realizar um tratado soteriológico ou fundamentar exímias refutações a doutrina do universalismo, mas se propõe a indicar alguns fundamentos para entender que a doutrina do universalimo é herética e não se trata de algo novo, tendo como precurssores alguns teólogos filósofos cristãos.
Pearlman, Myer comenta em seu livro “Conhecendo as doutrinas da Bíblia” que “...ao homem é ordenado crer implica capacidade e obrigação de crer. Portanto, todos os homens tem a capacidade de depositar sua confiança..” Entretanto é necessário reconhecer a graça do Espírito Santo, que provome a “revelação” na produção dessa fé (João 6:44; Rom. 10:17; Gál. 5:22; Heb. 12:2.).
Noman Geisler comenta em seu livro sobre apológetica que a Bílbia ensina claramente que INFERNO eterno existe e cita Mt. 25:41; II Ts 1:7-9; Ap. 20: 11-15
Pearlman, Myer diz em seu livro (Conhecendo as doutrinas da Bíblia) que a palavra "justificar" é termo judicial que significa absolver, declarar justo, ou pronunciar sentença de aceitação. A ilustração procede das relações legais. O réu está perante Deus, o justo Juiz; mas, ao invés de receber sentença condenatória, ele recebe a sentença de absolvição.
O substantivo "justificação" ou "justiça", significa o estado de aceitação para o qual se entra pela fé. Essa aceitação é dom gratuito da parte de Deus, posto à nossa disposição pela fé em Cristo. (Rom. 1:17; 3:21,22.) É o estado de aceitação no qual o crente permanece (Rom. 5:2). Apesar de seu passado pecaminoso e de imperfeições no presente, o crente goza de completa e segura posição para com Deus. "Justificado" é o veredito divino e ninguém o poderá contradizer. (Rom. 8:34.) Essa doutrina assim se define: "Justificação é um ato da livre graça de Deus pelo qual ele perdoa todos os nossos pecados e nos aceita como justos aos seus olhos somente por nos ser imputada a justiça de Cristo, que se recebe pela fé."
Entretanto, coloca que uma mudança de posição da parte do pecador e inclui mais do que perdão dos pecados e remoção da condenação, pois no ato da justificação Deus coloca o ofensor na posição de justo. Assim Pearlman, Myer declara que a justificação é primeiramente subtração ou o cancelamento dos pecados e imputação de justiça.
"Como se justificará o homem para com Deus?" perguntou Jó (9:1).
"Que é necessário que eu faça para me salvar?" interrogou o carcereiro de Filipos.
Ambos expressaram a maior de todas as perguntas: Como pode o homem acertar sua vida perante Deus e ter certeza da aprovação divina?
Pearlman, Myer diz que a resposta a essa interrogação encontra-se no Novo Testamento, especialmente na epístola aos Romanos, na qual se apresenta, em forma sistemática e detalhada, o plano da salvação. O tema do livro encontra-se no capítulo 1:16,17, o qual se pode parafrasear da seguinte maneira:
O evangelho é o poder de Deus para a salvação dos homens, pois o evangelho revela aos homens como se pode mudar de posição e de condição, de maneira que eles sejam justos perante Deus. Na bíblia sagrada Paulo declarou que pelas obras da lei ninguém será justificado. Essa declaração não é uma crítica contra a lei, a qual é santa e perfeita. Significa simplesmente que a lei não foi dada com esse propósito de fazer justo o povo, e, sim, de suprir a necessidade duma norma de justiça. A lei pode ser comparada a uma fita métrica que pode medir o comprimento do pano, sem, contudo, aumentar o comprimento. Podemos compará-la à balança que determina o nosso peso, sem, contudo, aumentar esse peso. "Pela lei vem o conhecimento do pecado." "Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus" (Rom. 3:21).
Alguém disse que Paulo dividiu todo o tempo em "agora" e "depois". Em outras palavras, a vinda de Cristo operou uma grande mudança nas transações de Deus com os homens. Introduziu uma nova dispensação. Durante séculos os homens pecavam e aprendiam a impossibilidade de aniquilarem ou vencerem seus pecados. Mas agora Deus, clara e abertamente, revelou-lhes um novo caminho.
A Graça como condição senequanon significa, primeiramente, favor, ou a disposição bondosa da parte de Deus. Alguém a definiu como a "bondade genuína e favor não recompensados", ou "favor não merecido". A salvação é sempre apresentada como dom, um favor não merecido, impossível de ser recompensado; é um benefício legítimo de Deus (Rom. 6:23).
Pearlman, Myer diz que “...o serviço cristão portanto, não é pagamento pela graça de Deus; serviço cristão é um meio que o crente aproveita para expressar sua devoção e amor a Deus. "Nós o amamos porque ele primeiramente nos amou." Devemos evitar certo mal-entendido. Graça não significa que Deus é de coração tão magnânimo que abranda a penalidade ou desiste dum justo juízo” portanto o universalismo é uma concepção errônea do amor de Deus, pois sendo Deus o Soberano, ele não pode tratar indulgentemente o assunto do pecado pois isso depreciaria sua perfeita santidade e justiça.
Lewis Sperry Chofer apud Pearlman, Myer também afirma que a salvação, sempre e somente, procede de Deus; nunca procede do homem. Usa-se, às vezes, a palavra "graça", no sentido íntimo, para indicar a operação da influência divina (Ef. 4:7) e seus efeitos (At. 4:33; 11:23; Tg. 4:6; 2 Co. 12:9). As operações desse aspecto da graça têm sido classificadas da seguinte maneira: Graça proveniente (literalmente, "que vem antes") é a influência divina que precede a conversão da pessoa, influências que produzem o desejo de voltar para Deus. É o efeito do favor divino em atrair os homens (João 6:44) e convencer os desobedientes. (At. 7:51.) Essa graça, às vezes, é denominada eficiente, tornando-se eficaz em produzir a conversão, quando não encontra resistência. (Jo 5:40; At. 7:51; 13:46.) A graçaefetiva capacita os homens a viverem justamente, a resistirem à tentação, e a cumprirem o seu dever em tentar viver na graça em Cristo.

CONSIDERAÇÕES 

O objetivo central neste estudo era tratar sobre o tema “universalismo”, pelo simples fato de que atualmente temos ouvido pessoas cristãs falarem do amor universal onde “tudo converge e conspira ao nosso favor”. Nos meios acadêmicos ouvimos sempre que o que vale é o amor, e que não importa o caminho “todos vão dar em um só lugar”, ou seja, em Deus. Devido a esse sublime amor de Deus todos serão salvos e tudo convergirá a Ele mesmo. Embora quando lemos os evangelhos um pensamento ou discurso diferente, restritivo e não inclusivo diferente da teologia e pensamento cristão atual. Vemos um Deus embora amoroso completamente justo e não universalista exposto nos evangelhos e nas cartas de Paulo e dos outros apóstolos, o qual ama o pecador, mas odeia o pecado e em seu amor perfeito libera os seres humanos ao poder de escolha e decisão a se render a Ele ou não.
O universalismo em suas raízes no pensamento cristão se deu por influências várias, podemos supor que desde contribuição das fábulas populares. O ambiente social era multicultural além da forte influencia da cultura e do pensamento grego, também as religiões judaicas tiveram grande papel como o farisaísmo e a religião dos saduceus do qual o cristianismo convivia nos primórdios bem como do pensamento epicurista, estoicista, e também do docetismo e do gnosticismo tentando infiltrar a sã doutrina pregada pelos apóstolos.
O pensamento cristão deu origem à teologia cristã e esta por sua vez é construída em análises, considerações, questionamentos, interpretações, inquirição existencial, filosofia, como sabemos não é possível estudar Deus diretamente, como sugere o somente se pode estudar aquilo que se pode observar se torna pertinente e atual, conforme as representações sociais nas mais variadas  culturas, entretanto isso deve se dar a partir da revelação de Deus, ou seja da Bíblia neste sentido Agostinho de Hipona  situou a teologia sobrenatural. Situada fora do campo de ação da Filosofia, não estava subordinada, mas sim acima da filosofia que era considerada como uma serva que ajudaria a primeira na compreensão de Deus. A revelação de Deus está acima do campo social e filosófico, pois se trata de revelação, e neste sentido podemos afirmar que a teologia é organizada segundo os dados da revelação e da experiência humana. Esses dados são organizados no que se conhece como teologia dogmática, ou seja, deve haver ortodoxia na interpretação e exegese das escrituras. No pensamento teológico dos séc. XIX e XX notou-se que havia forte influencia do liberalismo a partir de Schleiermacher, que influiu e diminuiu o peso doutrinário da fé no sentido de evitar enfatizar doutrinas e dogmas gerando insatisfação em Karl Barth acusado de retomar a teologia as formas da revelação bíblica embora em seus ensinos contaminados pelo universalismo e formas de pensamento liberal.
Karl Barth um dos maiores teólogos contemporâneos não deixa clara sua posição universalista, e a problemática é o conceito de Deus, um ser divino que no final salva a todos pode ser visto como amoroso e longânimo. Por outro lado, os universalistas, se tomarem a Bíblia seriamente, têm dificuldade em explicar por que Jesus manda seus seguidores levar sua mensagem de salvação "até os confins da Terra" (Atos 1:8) e fazer "discípulos de todas as nações" (Mateus 28:19). Por que testemunhar se todos, em toda parte, serão salvos afinal? Por outro lado as correntes liberalistas nas igrejas atuais e ditas emergentes possuem pensamentos universalistas de forma sutis no conceito de salvação, de religião e também em relação ao amor de Deus. Dr. Russell Shedd[1] comenta em que mesmo que pareça convincente o argumento exegético sobre o universalismo, quem examinar mais profundamente encontrará boas razões para rejeitar a salvação universal. Considerar estes textos dentro do seu contexto mais amplo convencerá o intérprete não preconceituoso que os autores bíblicos não estão declarando a possibilidade de salvação sem fé no Senhor Jesus Cristo.
Os pregadores modernistas erram nesse ponto; pensam que Deus por sua benignidade perdoa os pecados; entretanto, seu perdão baseia-se na mais rigorosa justiça.Ao perdoar o pecado, "Ele é fiel e justo" (1 João 1:9). A graça de Deus revela-se no fato de haver ele provido uma expiação pela qual pode ser justo e justificador e, ao mesmo tempo, manter sua santa e imutável lei. A graça manifesta-se independente das obras ou atividades dos homens. Quando a pessoa está sob a lei, não pode estar sob a graça; e quando está sob a graça, não pode estar sob a lei. Está "sob a lei" quando tenta assegurar a sua salvação ou santificação como recompensa, por fazer boas obras ou observar certas cerimônias. Essa pessoa está "sob a graça" quando assegura para si a salvação por confiar na obra que Deus fez por ela, e não na obra que ela faz para Deus. As duas esferas são mutuamente exclusivas. (Gál. 5:4.) A lei diz: "paga tudo"; mas a graça diz: "Tudo está pago." A lei representa uma obra a fazer; a graça é uma obra consumada. A lei restringe as ações; a graça transforma a natureza. A lei condena; a graça justifica. Sob a lei a pessoa é servo assalariado; sob a graça é filho em gozo de herança ilimitada.
           
[1] PhD em Teologia do Novo Testamento e doutor em Divindade.

Esta postagem se trata de um trecho inacabado da defesa  monográfica do Pr. Carlos Alberto Monteiro para obtenção do título de Bacharel em Teologia no curso de Teologia na Faculdade João Calvino, Barreiras, Ba.

Um comentário:

  1. Obrigado Pr. Wáldson Lima por publicar o trabalho em seu blog, estou finalizando um pequeno livro que trata com profundidade a questão, em fase de formatação, entretanto com o ingresso no doutorado o trabalho se encontra em Stand by. Saudações em Cristo.

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