Lobos em pele de cordeiro
Marcelo Brasileiro

Cerca
de mil novos sites de pedofilia são criados todos os meses no
Brasil. Destes, 52% tratam de crimes contra crianças de 9 a 13 anos,
e 12% dos sites de pedofilia expõem crimes contra bebês de até
três meses de idade, com fotografias chocantes. Os dados foram
apresentados por autoridades brasileiras à Embaixada Americana, em
Brasília, em um ofício aos representantes daquele país com pedido
de ajuda para tentar sensibilizar a empresa americana Google Inc.
No
Rio, o animador de festas infantis Rogger Peixoto Lucas, de 40 anos,
foi preso em novembro sob a acusação de usar sua atividade para
aproximar-se de crianças, aliciá-las e cometer abusos sexuais.
Algumas dessas crianças eram internas de um abrigo de meninas, onde
ele realizava trabalho sociais. Um dia depois, foi a vez de o
americano Andrew Kenneeth Grayg ser detido pela polícia fluminense.
A acusação – pedofilia, praticada durante anos no seu país de
origem, e a suspeita de que tenha seviciado crianças também aqui.
Na semana anterior, o país horrorizou-se com uma série de crimes
brutais praticados contra crianças no Paraná. Ao longo de 12 dias,
quatro meninas foram mortas, não sem antes serem estupradas, por
diferentes criminosos. Uma delas, a pequena Rachel Maria de Oliveira
Genofre, de nove anos, foi violentada, estrangulada e teve o corpo
deixado dentro de uma mala na rodoviária.
A
sucessão de casos é apavorante, muitos deles com detalhes bizarros.
Em Brasília, um graduado servidor do Senado Federal foi flagrado com
imagens no seu computador onde aparece abusando sexualmente de bebês
e crianças de até quatro anos de idade. Em São Paulo, um
empresário de 32 anos abusava da própria filha de nove transmitia
as cenas de sexo ao vivo, através de uma webcam, para centenas de
outros pedófilos conectados ao seu programa de mensagens
simultâneas.
O
que acontece no país são indícios de uma verdadeira tragédia:
estima-se que, a cada oito minutos, uma criança é violentada. Todos
os anos, são cerca de 60 mil vítimas, segundo a Secretaria Especial
de Direitos Humanos (SEDH), órgão da Presidência da República.
Isso sem falar, claro, nos casos que nunca chegam ao conhecimento da
polícia e da Justiça, e que podem bem chegar ao dobro disso. A
maioria das vítimas, cerca de 80%, é de meninas entre dois a dez
anos idade. E os abusadores quase nunca levantam suspeitas, ao
contrário – como no caso do animador de festas. . A situação
levou o diretor do Abrigo de Meninas Leylá, no Rio, onde Rogger
aliciou algumas de suas vítimas, a dar o tom exato da situação:
“Jamais poderíamos imaginar que ele fazia isso. Trata-se de um
lobo em pele de cordeiro.”
No
país do carnaval, onde a sensualidade é tratada
como commoditie brasileiro,
cada vez mais a sociedade se assusta com a escalada de notícias
sobre crimes sexuais contra crianças. É bem verdade que a maior
parte desses abusos ocorrem no ambiente doméstico, entre pessoas da
mesma família, amigos ou vizinhos. Estima-se que oito em 10 casos
ocorram nestas circunstâncias. “Mas isso não é coisa de bêbado.
Há muita gente boa na sociedade, inclusive com militância
religiosa, envolvida em crimes de pedofilia”, diz o senador Magno
Malta (PR–ES), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito
(CPI) da Pedofilia.
Criada
em março deste ano, a CPI conseguiu, após um intenso braço-de-ferro
com a gigante Google, o acesso aos dados de mais de 18 mil perfis do
site Orkut, que continham imagens pornográficas de crianças. Cerca
de 80% das denúncias sobre pedofilia na internet referem-se ao site
de relacionamentos. “O precedente foi aberto com a assinatura do
Termo de Ajustamento de Conduta assinado pelo Google Brasil e o
Ministério Público Federal na CPI da Pedofilia. Agora, eles terão
de abrir as portas para outros países. Essa luta em favor da criança
é uma causa mundial”, discursou o senador, que é evangélico.
Um
dos objetivos da CPI alcançado recentemente, no dia 11 de novembro,
foi a aprovação de um Projeto de a Lei que atualiza o Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA) e prevê a tipificação de práticas
que, até então, não eram consideradas crimes no Brasil. A partir
da sanção presidencial e publicação no Diário Oficial da União,
quem produz, reproduz, dirige, fotografa, filma, vende, adquire,
armazena ou troca arquivos virtuais com pornografia infantil estará
sujeito à prisão de até oito anos. Nos últimos anos, o governo
federal e diversas entidades têm promovido diversas campanhas
incentivando a população a denunciar casos de abusos contra
criançase adolescentes.
“Lacunas
inaceitáveis” – De
acordo com Thiago Tavares, presidente da Safernet, uma organização
não-governamental que atua na defesa dos Direitos Humanos na
internet, a aprovação da lei preenche “lacunas inaceitáveis”
que consistiam numa das principais causas de impunidade em relação
à pedofilia. Ele lembra que em duas grandes investidas da Polícia
Federal contra a pornografia infantil na web, através das operações
Carrossel 1 e 2, foram expedidos mais de 200 mandados de busca e
apreensão. “E toda essa mobilização só conseguiu prender cinco
pessoas. Por quê? Porque não se podia dar voz de prisão para quem
apenas portava esse material. O crime era somente para casos de
publicação e distribuição”, lamenta.
Fundada
em dezembro de 2005, a Safernet criou a Central Nacional de Denúncias
de Crimes Cibernéticos, que recebe cerca de 2, 5 mil denúncias por
dia, das quais cerca de 60% são referentes à pornografia infantil.
“Infelizmente, muitas crianças possuem acesso a sites de
relacionamentos, ficando expostas ao assédio de pedófilos e também
a sites com conteúdo impróprio para crianças”, comenta o
psicólogo Rodrigo Nejm, coordenador da área de prevenção da ONG.
É
justamente na rede mundial de computadores onde os crimes sexuais
envolvendo crianças mais proliferam. Para se ter uma idéia, nas
salas de bate-papo do portal UOL, havia uma com o título “incesto”.
Mas, é nas salas de bate-papo infantil e nas redes sociais que as
pequenas vítimas costumam ser aliciadas e, de forma ingênua,
repassam informações pessoais para desconhecidos. “Nós sempre
perguntamos durante as palestras: você deixaria seu álbum de
fotografias no meio de uma praça? Sua agenda com endereços e
informações pessoais? Pois é preciso saber que o Orkut também é
um espaço público e pode estar sendo vasculhado por criminosos”,
alerta Rodrigo.
Tavares
acredita que a internet mudou o perfil das vítimas e potencializou a
prática criminosa da exploração sexual infantil. “Antes, as
vítimas de abusos pertenciam, em sua maioria, a classes sociais como
a D e E. Com a internet, as vítimas geralmente são crianças de
classe média, com acesso fácil aos computadores e com conexão
banda-larga”. Ele lembra que, se há alguns anos os consumidores de
pornografia infantil tinham que se associar a redes criminosas e
descobrir fontes para obter vídeos e fotos, hoje ela pode, através
da facilidade do mundo virtual, obter isso sem sair de casa. “Mas
com as mudanças na legislação, quem obtém esse tipo de material
também será criminalizado”, comenta Tavares.
Fragilidade –
Os efeitos nas crianças vitimadas pela ação de pedófilos são
avassaladores. “É aí que entra a importância da igreja. É lá
que muitas famílias buscam ajuda”, destaca Débora Kornfield,
autora do livro Vítima,
sobrevivente, sofredor – Perspectivas sobre o abuso.
Para a escritora, que também é missionária da organização
Servindo Pastores e Líderes (Sepal), cuja editora publicou seu
livro, é aí que reside um grande conflito: os líderes das igrejas
geralmente não estão preparados para atender um problema tão
complexo como o abuso sexual infantil. Para tentar dar respostas a
este problema, ela ajudou a criar grupos de apoio às vítimas de
abuso sexual nas igrejas evangélicas. “É necessário que os
líderes desses grupos tenham um grande equilíbrio emocional e sejam
dignos de confiança. As vítimas estão muito fragilizadas, seja
pela circunstância atual ou mesmo por uma dolorosa recordação do
passado”.
Seu
envolvimento com tema começou quando se preparava para a conclusão
de seu curso de pós-graduação em Assessoramento Familiar. “Em
três meses, recebi 17 mulheres de igrejas evangélicas, que me
relataram histórias de abusos na infância”. Foi quando se deu
conta do tamanho do problema, que castigava também famílias
evangélicas. “Muitos abusos tinham suas origens até mesmo dentro
do ambiente das igrejas e com a família de líderes cristãos”,
destaca. Débora também ouviu o outro lado, o do abusador. “Conheci
um rapaz que, na adolescência, havia abusado de crianças. Ele
jamais havia contado isso para ninguém, nem mesmo para sua mulher.
Um dia, ele teve um colapso nervoso e precisou ser internado num
hospital psiquiátrico. A culpa era intensa e, só após esse
episódio, ele contou sua história”.
Mas
as maiores marcas ficam mesmo nas pequenas vítimas. Que o diga a
pedagoga evangélica Marisa Mello Mendes, vítima de abuso pelo
próprio pai, quando tinha 11 anos. “Durante muitos anos, associei
a imagem do pai como a sendo de um violentador. Foi quando Deus se
revelou a mim como Pai, curando minhas feridas. É isso que procuro
repassar para as crianças e jovens que nos procuram todos os dias”.
Ela se refere à instituição que dirige, a Parábola, que funciona
na cidade de São Paulo. A entidade é premiada internacionalmente e
reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) por seu
trabalho junto a jovens e crianças vitimas da violência. “São
cerca de duas mil crianças atendidas todos os anos, e oitenta por
cento delas têm histórico de violência sexual.”
Marisa
analisa os caminhos trilhados pelas vítimas: “Podem se tornar
extremamente tímidas, ter problemas com obesidade, tendências
depressivas e comportamento apático. Por outro lado, podem se tornar
agressivas, desenvolver compulsão sexual e reproduzir a violência
sofrida.” Marisa garante que, em 20 anos de experiência com casos
de abusos de crianças, nunca encontrou um agressor sexual que não
tenha sofrido a mesma violência na infância ou juventude.
Do
carinho ao abuso – Combater
o crime sexual contra crianças e adolescentes ou identificar um
possível caso de abuso é uma tarefa árdua. Isso porque o tema
ainda é tratado como tabu, e apenas uma fração dos casos chega a
ser denunciada. “A dificuldade de identificar um agressor sexual é
que, muitas vezes, ele é um sujeito comum e acima de qualquer
suspeita. Por isso, é preciso dedicar atenção às crianças,
perceber mais do que ela demonstra”, explica a psicóloga e pastora
evangélica Télcia Lamônica de Azevedo Oliveira, coordenadora do
projeto Sentinela, de Londrina (PR). A dica, segundo ela, vale tanto
para os contatos virtuais como os físicos. “A gente explica, na
linguagem da criança, o que é um carinho, um abraço. Mas quando o
adulto começa a passar a mão pelo corpo da criança ou pedir que
ela tire a roupa, isso já passa a ser abusivo”.
O
Sentinela é um programa federal que, em parceria com os municípios,
desenvolve ações de prevenção e assistência às crianças e
adolescentes vítimas de abuso sexual. Para a pastora, que coordena
também o Núcleo Social Evangélico de Londrina (Nuselon), ligado a
Igreja Casa de Oração para Todos os Povos – Ministério Sagradas
Missões, é preciso de um envolvimento maior dos evangélicos acerca
dessa “cruel realidade brasileira”. “Muitos chegam às igrejas
com um histórico de violência sexual na infância, mas não são
poucos os casos de abusos que acontecem através de agressores ditos
evangélicos”, aponta. A escalada de crimes sexuais contra crianças
demonstra bem o tamanho do desafio para a sociedade e a Igreja.
Longa
história de abusos
Logo
após ser preso, há dez anos, por ter filmado, fotografado e mantido
relações sexuais com crianças, o biólogo Leonardo Chain, que
trabalhava como instrutor de acampamentos para crianças, defendeu-se
de maneira insólita: “Na Grécia Antiga, a pedofilia era comum.
Platão nunca foi condenado pelo que eu fiz”. O bizarro é que ele
tinha razão. Tão antigo quanto a humanidade, o uso de menores para
satisfação sexual de adultos foi um costume tolerado e até mesmo
incentivado na Grécia e no Império Romano. Na China, durante
milênios, castrar meninos e vendê-los a ricos pederastas foi um
comércio legalizado. Conta-se até que Maomé, o profeta do Islã,
tinha 53 anos quando casou-se com uma menina de apenas oito. Em casas
européias de prostituição, eram célebres os leilões de meninas
virgens que, depois de suas primeiras experiências sexuais, eram
colocadas para viver nos prostíbulos. Os termos “meninas” ou
“raparigas” denotam bem a idade precoce das prostitutas.
No
mundo da literatura, o flerte entre arte e sedução muitas vezes
saía da mera ficção. O escritor inglês Lewis Carrol (1862-1898),
autor de Alice
no País das Maravilhas,
inspirou-se numa garotinha de 4 anos, chamada Alicia Lidll. O assédio
dele pela menina era tão intenso que os pais da criança o proibiram
de aproximar-se da filha. Já o romance Lolita,
do russo Vladmir Nabokov (1899-1977), retrata a história de um
padrasto europeu que se apaixonou pela enteada adolescente. Mais
recentemente, o cineasta polonês Roman Polanski admitiu ter feito
sexo com uma menina de 13 anos, quase trinta anos mais jovem que ele.
Desde então, Polanski é considerado foragido pela polícia
norte-americana.
Padre e seu coroinha - Alagoas
Mundo
perdido
Se
no Brasil os pedófilos se esgueiram entre as conexões de internet e
muitos casos envolvem raptos seguido de abusos contra crianças, em
países como os Estados Unidos e a Holanda eles chegam a se organizar
oficialmente. Na América, há uma associação gay conhecida como
North American Man and Boy Love Association, a Nambla, cuja tradução
literal já explicita as intenção: “Associação do amor entre
homem e garoto”. A entidade conta com o apoio de intelectuais, como
a polêmica escritora Camille Paglia, e já teve seus membros
denunciados por participação em redes de pedofilias internacionais.
Na
Holanda, a coisa vai além. Homologado pelo Tribunal Internacional de
Haia em 2006, um grupo fundou um partido político assumidamente
pedófilo. Com o singelo nome de Partido Para o Amor Fraternal,
Liberdade e Diversidade, a primeira meta proposta pelos pedófilos é
apresentar um projeto legislativo que autorize crianças de 12 anos a
manterem relações sexuais com adultos.
Cristianismo Hoje
Pesquisa inédita alerta: o Brasil lidera o ranking mundial de pornografia infantil pela internet. Seu filho está seguro?
Por Alan Rodrigues
Insônia entrecortada por pesadelos tem assaltado as noites do delegado Adauto Martins. À caça dos adultos cuja patologia criminosa é observar, organizar, divulgar e participar de atos de violência sexual contra crianças – os pedófilos –, ele viu nos últimos tempos cerca de 30 mil fotos e mais de 700 vídeos com cenas que jamais vai esquecer. Seu trabalho ajudou na prisão, simultaneamente, de 69 pedófilos em todo o mundo, em fevereiro, mas está apenas no começo em relação ao Brasil. Uma pesquisa inédita do site nacional Censura, à qual ISTOÉ teve acesso com exclusividade, indica que o País ocupa o primeiro lugar no ranking mundial da pedofilia pela internet. Trinta brasileiros foram investigados durante a ação que prendeu pedófilos na Ásia, Europa e América Latina. Nenhum deles, porém, foi preso no Brasil. O adolescente Vítor Neves Pereira de Lima, 17 anos, se jogou da janela do apartamento em que morava, em Copacabana, no momento em que os policiais examinavam o conteúdo de seus três computadores. Morreu no impacto. “Há dois meses seguíamos seus passos na internet”, disse o delegado Martins a ISTOÉ.
Já se sabe qual é o perfil dos pedófilos brasileiros, em razão dos rastreamentos feitos pela polícia. Jovens de classe média, com idade entre 17 e 24 anos, são considerados os principais produtores de imagens de crianças violentadas. Suas vítimas, na grande maioria dos casos, são menores de suas próprias famílias, como sobrinhos e até irmãos, de acordo com as apurações da polícia. No comércio da pedofilia, uma foto de criança seviciada chega a valer US$ 100. Um vídeo de cinco minutos, US$ 1 mil. Os compradores dessa produção têm um perfil diferente.
Normalmente, são solteiros, têm pouco mais de 40 anos de idade e costumam ser profissionais liberais. Até onde se sabe, 95% dos consumidores de pornografia infantil sofreram eles próprios abusos sexuais na infância. A lei brasileira indica como crime a produção e comercialização de imagens de pedofilia, mas não o seu porte. “Se pegamos alguém com esse tipo de fotos, nada podemos fazer”, lamenta o delegado Martins. “Só agimos quando há um flagrante de distribuição do material.” Na Europa, quem tem mais de cinco fotos de pedofilia em seu computador – ou em cópias de papel – responde a processo criminal.
Os números revelados pela pesquisa sobre pedofilia são assustadores. Apontam para a existência de 6,2 mil sites comerciais de pedófilos em todo o mundo. Neles é possível comprar imagens com o uso de cartão de crédito. Estima-se que sete milhões de crianças em todo o mundo são vítimas desse processo. Nos últimos três meses, 720 denúncias de casos de pedofilia chegaram ao site Censura, criado há sete anos, em São José dos Campos, pelo casal Roseane e Anderson Miranda. Desde a fundação, o site recebeu 12 mil denúncias de pedofilia. “Esses criminosos se escondem atrás de grupos nominados ‘adoro meninos de cueca’, ‘mulek’ ou ‘garoto, quero adotá’”, diz o empresário Miranda. Um levantamento nos EUA revelou que uma em cada cinco crianças que navegam na internet já recebeu proposta sexual pela web e uma em cada 33 recebeu telefonemas, dinheiro ou passagem para encontrar um pedófilo.
Durante a caçada mundial – chamada Operação Azahar –, a polícia brasileira deu prioridade a buscas e apreensões nas residências de 30 suspeitos de pedofilia. No apartamento do estudante Vítor, no bairro Maracanã, no Rio de Janeiro, o trabalho policial parecia correr normalmente. Porém, achando que iria ser preso, ele se jogou do sexto andar. “Não íamos prendê-lo”, lembra o delegado Martins. “Ele escolheu a morte por medo.” Uma vizinha de Vítor contou ao repórter Ricardo Miranda, de ISTOÉ, sua principal característica: “Ele pouco saía de casa. Era um fantasma da internet.”
Da última operação caça-pedófilos, ficou a lição de que o Brasil ainda não tem estrutura para o combate a esses criminosos. “No Brasil, não há compromisso no combate à pedofilia na internet”, diz a advogada Ana Maria Rota, presidente internacional do Inhoppe. Trata-se da ONG que centraliza as denúncias dos hotlines – sites de internet e linhas telefônicas para denúncias anônimas – de 29 países e as encaminham à Guarda Civil espanhola. Ana, que mora na Espanha, esteve no Brasil em agosto do ano passado para inaugurar uma hotline. “Passados três meses, o portal fechou, pois o governo não manteve os R$ 160 mil anuais prometidos para o seu funcionamento”, critica.
IstoÉ -19/04/12
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