17 janeiro 2012

Religiões Afro-brasileiras produzem direito de resposta coletivo contra Rede Record

 
A Rede Record de televisão e seus associados (Record News, portal R7, diversos jornais e rádios) tem uma estreita ligação com a Igreja Universal do Reino de Deus. O grupo de comunicação foi comprado pelo bispo Edir Macedo e tem entre seus diretores vários bispos da IURD.
No final do ano passado, a Record foi alvo de protestos de alguns grupos católicos. Eles acusavam a emissora de perseguição. Mostravam indignação com reportagens exibidas pela emissora  que, segundo eles,  fazia “ataques ao catolicismo”.
Surgiu então um movimento chamado “Brasil Sem TV Record”. Através das redes sociais, conseguiram mobilizar os católicos a boicotarem a TV Record no dia 16 de dezembro. A emissora garante que a iniciativa “não teve êxito”. Na mesma época surgiu no Twitter a hashtag #jornalismodeterceira que também pedia para que os católicos não assistissem mais a programação da Record.
Além dos católicos, entidades afro-brasileiras decidiram abrir um processo contra o canal de TV alegando “discriminação” contra suas práticas religiosas. Em uma decisão inédita do Ministério Público Federal, as entidades foram autorizadas a produzir um vídeo com “direito de resposta” que deveria ser exibido gratuitamente pela Rede Record no final de 2011. Mas a emissora recorreu da ação e conseguiu impedimento, ao menos por enquanto.
Logo na abertura, o telespectador é informado que trata-se de “direito de resposta concedido pela Justiça Federal ao Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT), ao Instituto Nacional da Tradição e Cultura Afro-Brasileira (INTECAB) e ao Ministério Público Federal, autores da ação contra o enfoque negativo e discriminatório das religiões afro-brasileiras”.
O vídeo de quase uma hora de duração, foi produzido pela TV PUC e tem a participação de diversos representantes de entidades religiosas  afro-brasileiras, católicas, budistas e muçulmanas, além de profissionais de comunicação e artistas. Intitulado “Diálogo das Religiões”, é basicamente um apelo pela convivência harmônica entre as diferentes vertentes religiosas do país.
Curiosamente, trata-se da mesma reclamação de um grupo de evangélicos pentecostais. Em uma reportagem exibida durante o “Domingo Espetacular”, abordou-se a polêmica prática de “cair no Espírito” que é discutida entre evangélicos pentecostais e tradicionais há, pelo menos, 20 anos.
Os repórteres da Record compararam a prática ao que ocorre em centros espíritas e mostraram imagens da cantora Ana Paula Valadão, do ministério Diante do Trono, com depoimentos de pastores dizendo que a prática não era “de Deus”. Revoltados com a matéria, evangélicos fizeram a hashtag #vergonharecord chegar aos TTs mundiais.
Logo em seguida, vários pastores e ministérios se demonstraram descontentes com a abordagem da Record, em especial Silas Malafaia que chamou o programa de “palhaçada de Edir Macedo contra os pentecostais”.
Apesar de provocar indignação em movimentos religiosos tão diferentes, apenas os seguidores das religiões afro entraram e ganharam o direito de resposta. Daniel Teixeira, coordenador do CEERT, diz que como o caso ainda está em juízo, poucas informações podem ser dadas a respeito.
A Record não se pronunciou sobre o assunto. Certamente, o caso ainda terá desdobramentos nos tribunais e a emissora da IURD poderá ter de exibir na íntegra o vídeo abaixo.
Veja os vídeos: 
Vídeo 1
Vídeo 2

Vídeo 3 
Vídeo 4 

Comentário de Wáldson: Certamente que, como cidadão desse país, tenho que concordar com a nossa Constituição que nos dá a 'liberdade de culto' e ' de professar nossa fé'. Ou seja, cada religião tem seu direito e espaço de se manifestar.
Como servo de Deus, líder e pastor evangélico/protestante, não concordo em hipótese alguma com qualquer adoração que não seja direcionada ao Verdadeiro Senhor, que é e sempre será Jesus Cristo.
Minha obrigação como servo de Deus e crente no Evangelho é então de pregar a salvação em Jesus. E para isso, eu não preciso de atacar a religião de outrem. Devo defender não uma placa ou denominação, devo defender 'o Evangelho'.
O Bispo Edir Macedo, infelizmente foi longe demais: ao invés de pregar o Evangelho, resolveu atacar, sem bíblia, as diversas religiões e até aos evangélicos o sujeito atacou.
Como vivemos num país democrático e laico, creio que o Direito de Resposta é legal, moral e oportuno.
Nunca irei mudar minha concepção quanto ao que sei sobre quem 'opera' em religiões que não têm a Jesus como Salvador e Senhor. Mas, devo usar esse conhecimento para pregar a Palavra de Deus e esperar que o Espírito Santo convença ' o  homem do pecado, da justiça e do juízo'.
Sou favorável que a Justiça obrigue a Rede Record a colocar no ar os vídeos que você acabou de ver.
Abraços.
Vivam vencendo!!!
Seu irmão menor. 

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