O que se canta no meio gospel
Eis algumas dessas canções que precisam ser revistas ou até esquecidas.
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“... És Deus de perto, e não de longe, nunca mudaste, tu és fiel..."
“... És Deus de perto, e não de longe, nunca mudaste, tu és fiel..."
(Ministério Apascentar)
O compositor não crê na onipresença de Deus? A Bíblia diz: “Sou eu apenas Deus de perto, diz o Senhor, e não também de longe?” (Jr 23.23). Se a intenção foi dizer que Deus fica sempre perto dos seus, a composição foi bastante infeliz. Deus é Deus, seja longe ou perto.
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"Recebi um novo coração do Pai... somos corpo, e assim bem ajustados, totalmente ligados, unidos, vivendo em amor... uma família sem qualquer falsidade, vivendo a verdade, expressando a graça do Senhor"
"Recebi um novo coração do Pai... somos corpo, e assim bem ajustados, totalmente ligados, unidos, vivendo em amor... uma família sem qualquer falsidade, vivendo a verdade, expressando a graça do Senhor"
Será que dá para cantar isso de consciência limpa? Somos, de fato, uma família, sem falsidade? Com as dissensões, com as disputas por poder, com a falta e o esfriamento do amor, com a discriminação social na membresia, com a ostentação do ter em detrimento da realidade do ser, podemos cantar essa música tranquilamente?
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“Deus não rejeita oração, oração é alimento...” (Cassiane)
Há dois equívocos bastante conhecidos, com base na análise segundo as Escrituras. Uma é que Palavra é que é o alimento, de fato (apesar da vital importância da oração). O outro problema é dizer que Deus não rejeita oração. Deus rejeita oração, sim. Ou será que Ele atende a todos os pedidos que Lhe fazem?
“No brilho das pedras afogueadas
Noivo, vem, vem contemplar minha dança
Quero dançar a dança da noiva” (A dança da noiva – Ouvir e Crer)
Não há nenhum nexo na letra dessa música. Não há base bíblica alguma para denominá-la cristã. Até mesmo no tocante às pedras afogueadas, só há uma menção na Bíblia sobre isso (Ez 28.14,16), que é quando se refere à descrição de Lúcifer quando ele ainda estava no céu.
Além de a música ser extremamente superficial, não há caracterização de louvor em nenhum trecho da letra.
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“Pisar na Cabeça do Diabo”
É um dos refrões preferidos dos ávidos pelo triunfalismo. No meio gospel, está cheio de bandas e cantores que teimam em entoar “pisam na cabeça do diabo”, “pisa na cabeça da serpente”. Mas Romanos 16.20 deixa bem claro que essa incumbência pertence exclusivamente a Jesus, e não aos crentes.
Estes, aliás, devem se lembrar que Miguel, o arcanjo, “não usou pronunciar juízo de maldição contra ele [Satanás]; mas disse: O Senhor te repreenda” (Jd 9).
Mas, enquanto isso, os crentes do reteté seguem pisando (ou dizendo que pisam) na cabeça do diabo e da serpente...
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"A fila é bem menor de madrugada, irmão, a fila é bem menor. Muita gente está dormindo, pouco crente está orando com sua face no pó". Cícero Nogueira.
É outro exemplo de desprezo à onipresença divina! A pergunta que se faz é: Deus está sobrecarregado durante o dia e tem uma agenda mais flexível à noite? Então, nesse caso, devemos orar de madrugada porque a fila pra receber a resposta é pequena?
A resposta pode vir, de forma pretensa: “Mas Deus ama os que O buscam de madrugada...”. Mas isso não é pretexto para segregar os demais e achar que o Senhor beneficia apenas os madrugadores.
"Porque TUDO o que há dentro de mim necessita ser mudado, Senhor".
Tudo mesmo? Inclusive a graça de Deus, a companhia de Cristo, a presença do Espírito Santo, os bons pensamentos, o fruto do Espírito, a vontade de Deus...? Isso necessita ser mudado, Senhor?
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“Eu farei o que for preciso para Te ver
Pois não posso deixar que sigas sem me perceber" (Olha pra mim – Toque no Altar)
Já destacamos dois desprezos à onipresença de Deus nos trechos supracitados. Neste exemplo, não se faz caso da onisciência divina. Será que Deus está cego e não conhece os nossos passos? Necessitamos dizê-Lo que Ele não nos percebe?
Isso vai de encontro às palavras de Davi: “Para onde me irei do teu espírito, ou para onde fugirei da tua face?” (Sl 139.7)
“Relampeia, Jesus, relampeia
Relampeia e faz clarear
Olha o anjo do relâmpago que esta neste lugar
Subindo o monte o fogo em você
Você pediu hoje vai receber
Olha o anjo ai do teu lado que te visita cheio de poder
Manda fogo lá do alto” (Relampeia – Djair Silvério)
Essa pérola lembra bem outra pérola história, Labassurionderrá, no seguinte aspecto: Jesus é o Senhor ou é o anjo? Que transformação abrupta é essa?
E mais: “Anjo do relâmpago”? De onde se tira tanta criatividade para tamanha ignorância?
“Minha motivação é saber
Que nada me faltará
Pois, eu sei que o meu Deus
Em tudo me suprirá” (Meu melhor – Toque no Altar)
Estão vendo o resultado do triunfalismo barato e fofo? A motivação depende do suprimento. Se algo faltar, a motivação vai embora. Não importa se Deus é o Deus da bênção, o que importa é que Ele abençoe. Se assim não o fizer, a motivação se vai.
Parece que esses crentes vão preferir morar por aqui, cercado de suas posses e motivações...
“E Ele vem, e Ele vem
Saltando sobre os montes” (David Quilan)
Nessa música, há outro trecho bem flamejante: “Incendeia, Senhor, a Tua noiva”. De fato, Senhor, incendeia mesmo, põe esse povo no crisol para ser purificado dessas coisas!
Mas voltemos ao trecho, que já é bem conhecido e bem debatido. Segundo a Bíblia, Jesus deixou a promessa maravilhosa de que voltaria, mas não saltando sobre os montes, e sim como um ladrão (II Pedro 3.10).
Mas como a mente desses compositores está cada vez mais fértil, não há limites para tanta criatividade...
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Se formos trazer as letras das músicas cantadas atualmente, precisaríamos de horas para analisá-las e descobrir inúmeras divergências reprovadas pelas Sagradas Escrituras (e olhe que eu nem falei da famosa "Faz um milagre em mim").
O que foi feito nesta postagem não foi o julgamento da fé de cada compositor, mas sim a análise daquilo que eles despejam para o público, para os crentes e para a igreja.
Nós, como aplicados cristãos que somos, analisamos conforme a Santa Palavra, independentemente se os fãs dos grupos e cantores citados se rebelarem.
João Carlos
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