Lição 10 - 9/12/12 - "SOFONIAS - O JUIZO VINDOURO"
TEXTO ÁUREO
= “Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas e farão tão grandes
sinais e prodígios, que, se possível fora, enganariam até os
escolhidos” (Mt 24.24).
VERDADE PRÁTICA = No juízo vindouro, Deus há de julgar todos os moradores da terra, de acordo com as obras de cada um.
LEITURA BIBLICA = Sofonias 1: 1-10
INTRODUÇÃO
A
lição de hoje trata de um assunto polêmico, entretanto nos é revelado
com importantes ‘detalhes pelo profeta Sofonias, cuja biografia é pouca
conhecida. Através do cp 1.1, descobrimos que sua origem é da casa real,
descendente do rei Ezequias. O seu ministério profético ocorreu durante
o reinado de Josias, rei de Judá, que promoveu uma grande reforma
religiosa onde Sofonias foi um importante instrumento. Compare 2 Cr
34.4,5 e Sf 1 .4,5. Seu nome significa: “O Senhor esconde ou protege”.
Sofonias foi contemporâneo do profeta Jeremias e da profetisa Hulda. Com
o auxílio do céu vamos humildemente penetrar no assunto deste domingo e
antecipadamente somos gratos a Deus pela edificação e conhecimento que
iremos adquirir.
O LIVRO DESOFONIAS
Data: Cerca de 630 aC
Sofonias
dá o período de tempo geral do seu escrito como sendo “nos dias de
Josias, filho de Amom, rei de Judá” (1.1), cerca de 640 a 609 aC. O auge
da reforma de Josias foi nos anos 620. Visto que a queda de Nínive em
612 aC ainda não havia acontecido (2.13,15), a maioria dos estudiosos
estabelece a data dos escritos entre 630 3 627 aC. Seus contemporâneos
incluem Jeremias e Naum.
Contexto Histórico
Aproximadamente
100 ano antes dessa profecia, o Reino do Norte ( Israel) havia sido
derrotado pela Assíria. O povo havia sido levado cativo, e a terra havia
sido recolonizada por estrangeiros. Sob o reinado de Manassés e do rei
Amom, pai do rei Josias, tributos haviam sido pagos para se evitar que a
Assíria invadisse o Reino do Sul.
A
aliança com a Assíria não somente afetou a Judá politicamente , mas
também as práticas religiosas, sociais e de comportamento da Assíria
impuseram sua tendências em Judá. Proteção oficial foi dada em Judá para
as artes mágicas e adivinhados e encantadores.
A
religião astral se torno tão popular, que o rei Manassés , construiu
altares para adoração do sol, lua , estrelas, signos do zodíaco e todos
os astros dos céu, à entrada da Casa do Senhor (2Rs 23.11). A
adoração da deusa– mãe da Assíria se tornou uma prática que envolvia
todos os membros das famílias de Judá (Jr 7.18). Todavia à medida que o
jovem Josias foi tomando conta das rédeas do governo, a ameaça assíria
foi diminuindo. O golpe final ao seu poder veio com uma revolta de uma
Babilônia em ascensão, que resultou, finalmente, na destruição de
Nínive.
Conteúdo
Sofonias
considerava o desenvolvimento político de Israel, de Judá e todas as
nações circunvizinhas da perspectiva de que o povo devia aprender que
Deus estava envolvido em todos os assuntos da história. Falando
como um oráculo de Deus, ele entende que Deus usa governos estrangeiros
pra levar julgamento sobre se rebelde povo escolhido. Sf está apavorado
com o fato de que, após a catástrofe das tribos do Norte, o povo de
Judá ainda mantinha a absurda noção de que Deus fosse incapaz de fazer
bem ou mal ( 1.12).
Os
escritos de Sofonias tem três componentes: 1) o pronunciamento de um
julgamento específico e, freqüentemente, o julgamento universal do
pecado; 2) um apelo ao arrependimento, porque Deus é justo e deseja
perdoar; 3) uma promessa segundo a qual o restante que fez de Deus seu
refúgio será salvo.
Cristo Revelado
O
significado do nome de Sofonias “ O Senhor Encobriu” conduz ao
ministério de Jesus. A verdade da Páscoa no Egito, onde aqueles que
foram encobertos pela marca de sangue nas portas foram protegidos do
anjo da morte, é repetida na promessa de 2.3, onde aqueles mansos da
Terra que preservaram a justiça de Deus serão encoberto no Dia da ira do
Senhor. Cl 3.2-3 explica esse aspecto do ministério de Cristo: “Pensai
nas coisas que são de cima e não na que são terra; porque já estais
mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. “
O
regozijo sobre um restante salvo (3.16-17) está relacionado com a Obra
de Jesus. Ele disse:” Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um
pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não
necessitam de arrependimento”. (Lc 15.7) A figura de um alegre Redentor
que aguarda receber os seus é, novamente, descrita em Hb 12.2.
A Natureza do Livro
“O
dia do Senhor” é a expressão característica e a principal tônica do
livro. Esta prática não era inédita, pois os profetas a usavam com
freqüência. Nos dias de Amós, a idéia do dia do Senhor estava em voga
(Am 5.18). A concepção popular dizia que Deus surgiria em futuro próximo
e concederia grande vitória ao seu povo. Portanto, a nação desejava e
clamava pelo dia do Senhor.
Era
um tipo de concessão automática de bênção que Amós transformou em dia
de significação ética. De acordo com ele, o que seria este dia
dependeria da condição moral dos judeus. Seria um dia em que Jeová se
manifestaria contra o pecado, quer estivesse em seu povo ou entre as
nações estrangeiras. “Amós, neste caso, transformou uma idéia popular; e
os profetas usaram a expressão neste sentido transformado para denotar o
dia em que Jeová se manifestará em sua plenitude para acabar com o
erro, a ilusão e o orgulho humano, e dar a vitória final à justiça e
verdade”.
E
provável que Sofonias se inspire diretamente em Isaias (cf. Is 2. l2ss)
e conceba o “dia” dominado por um imaginário de guerra e invasão. Esta
concepção belicosa deve-se ao fato de as invasões das hordas citas, na
Asia, indicarem ao profeta que o dia estava próximo.
Sofonias
faz sua própria modificação no conceito do dia do Senhor. Para os
primeiros profetas, tratava-se de uma crise mundial que estava num ponto
definido da história. Mas os acontecimentos desse dia são “naturais” e
até tumultuosos — depois dos quais a história continua. Sofonias vê isto
como um acontecimento final, com a manifestação da intervenção
sobrenatural. A interpretação clássica de G. A. Smith é pertinente: “Em
suma, com Sofonias, o dia do Senhor tende a se tornar o último dia. Seu
livro é o primeiro traço de profecia relacionado com apocalipse: este é o
momento em que isto acontece na história da religião de Israel”.
A AMEAÇA DE JULGAMENTO MUNDIAL = Sofonias 1.2—3.7
A DESCRIÇÃO DO JULGAMENTO, 1.2-18
1. Extensão Universal (1.2,3)
Esta
visitação divina por instrumentalidade humana é de escopo mundial;
abrange não só o homem, mas todas as outras criaturas vivas: animais,
aves e peixes (cf. Ez 38.19,20).
Este
é o anúncio do tema principal, a catástrofe universal, que, em seguida,
Sofonias passa a aplicar de forma diversa e para grupos diferentes. O
mundo ficou sumamente pecaminoso, bastante parecido com a situação
vigente nos dias de Noé, e Deus determinou fazer justiça. Sofonias não
sabe o que é misericórdia. “Não há grande esperança em seu livro, quase
não existe compaixão e nunca há um vislumbre de beleza. [...] Não existe
livro mais explosivo em todo o Antigo Testamento”.’
Os
tropeços com os ímpios (3) é frase difícil que leva certos expositores a
considerar que se trata de adição editorial, porque não parece
encaixar-se e soa redundante. Mas não existe real motivo para negar que
seja da lavra de Sofonias. Como diz Henderson:
“A enumeração de pormenores visa aumentar o caráter temeroso e universal do castigo”. Em
outras partes da Bíblia, os tropeços são usados para referir-se a
ídolos, e é apropriado que as causas do pecado moral sejam removidas
junto com os pecadores.
2. Aplicação para Judá (1.4-13)
a) Um povo idólatra (1.4-6).
Nesta passagem, o profeta trata de seu povo, visto que o dia da
vingança também os afetará. E condição inevitável, por causa da
idolatria intensa que Sofonias vê em toda parte, e descreve em detalhes.
O resto de Baal (4) serve de argumento para os expositores sustentarem a
opinião de que ele profetizou depois de 621 a.C., quando a adoração de
Baal fora mutilada pelas reformas de Josias. Mas esta posição deslocaria
as outras denúncias a ponto de torná-las impraticáveis.
b) Os membros da corte e da casa do rei são condenados (1.7,8).
Cala-te (7) é, literalmente, “silêncio”. O mesmo termo é usado em
Habacuque 2.20. Em virtude da aproximação do julgamento, o profeta
convoca todos a serem reverentes como parte dos preparativos do encontro
com Deus. O dia do SENHOR é termo técnico (ver introdução) para denotar
o julgamento que se aproxima, que é o principal tema de Sofonias. Sua
mensagem central pode ser resumida na frase: O dia do SENHOR está perto.
Este é o dia em que Deus se manifestará como Juiz. Não é mero dia de
calamidade, mas trata-se de uma ocasião especial, a manifestação plena e
final de Deus.
c) Os comerciantes e mercadores são aniquilados (1.10-13).
O versículo 10 amplia o escopo do julgamento em Jerusalém, mostrando
que far-se-á ouvir uma voz de clamor de todos os bairros da cidade, não
só do palácio real. A Porta do Peixe ficava na zona norte de Jerusalém. E
provável que a significação desta referência seja que é desta direção
que virá o ataque. A Porta do Peixe é mencionada em Neemias 3.3 e tem
este nome porque os homens de Tiro vendiam peixes secos no mercado e
entravam na cidade pelo muro norte.
O DIA DA IRA DO SENHOR ( Sf 1:1-3,7)
Sofonias
significa o SENHOR esconde ou o SENHOR protege (2.3). O profeta é o
único dentre os Profetas Menores que tinha parentesco com a linhagem
real, Sua genealogia se encontra no primeiro versículo do livro que leva
seu nome. Observamos que foi tetraneto do rei Ezequias. Possivelmente,
era de Jerusalém e influiu nas reformas religiosas do tempo do rei
Josias.
O
relato de Sofonias, juntamente com os de Naum e Habacuque, procurou
alertar o povo a voltar a Deus antes que o ataque militar e arrasador
dos caldeus atingisse todo o povo e fosse tarde demais.
Escrito
cerca do ano 620 a.C., o tema do Livro de Sofonias é “O Dia do SENHOR”,
principalmente os Seus efeitos sobre Judá, que tinha sofrido 50 anos de
crueldade e opróbrio sob os reinados de Manassés e Amom.
O
paganismo e a corrupção alcançaram o auge em Judá durante esse tempo.
No ano 640 a.C., Josias foi coroado rei, no Reino do Sul; doze anos
depois, iniciou uma grande reforma religiosa, porém o povo não cooperou e
por isso teve pouco êxito. Nínive ainda não tinha sido arrasada (2.13) e
Babilônia, vassalo da Assíria, já estava em ascendência. Anos depois, a
própria Babilônia iria conquistar a Assíria e, posteriormente, Judá.
Jerusalém se encontrava em estado lastimável; seus profetas e sacerdotes
tinham aderido à imoralidade, idolatria e insensatez. A cidade
continuava palmilhando a estrada de trevas, mesmo após várias medidas
disciplinares de Deus, visando a mudança de sua conduta rebelde.
Destruição futura ( Sf 1:1-6)
Depois
de se apresentar, Sofonias começa bruscamente sua profecia dizendo que o
SENHOR vai consumir todas as coisas sobre a face da terra (1.2,3). Não é
uma oração simbólica, mas, sim, uma proclamação da futura destruição da
terra. O profeta inicia predizendo o fim de tudo e depois recua aos
poucos, salientando o julgamento de Deus sobre nações específicas e o
seu próprio povo. Contudo, sua declaração introdutória procura despertar
Judá e trazê-lo de volta ao caminho reto, pois será incluído nesse
grande holocausto, se não se arrepender.
Aquele dia ( Sf 1:7-18) -- Este
trecho é um dos mais pavorosos dentre todos os relatos dos Profetas
Menores. Nele encontramos uma narração espantosa sobre o terrível Dia do
SENHOR. Observe as frases sinônimas que Sofonias usa para descrevê-lo:
a) “... dia de indignação...” (v. 15);
b) “... dia de angústia...” (v. 15);
c) “... dia de alvoroço e desolação.,.” (v. 15);
d) “... dia de escuridade e negrume.” (v. 15);
e) “... dia de nuvens e densas trevas.” (v. 15);
f) “... dia de trombeta e de rebate contra as cidades fortes e contra as torres altas (v. 16).
As Sentenças das Nações ( Sf 2 )
Antes
de predizer o castigo que assolará os povos ao redor de Judá, Sofonias
convida o povo a se congregar e buscar Deus, antes que venha o dia da
Sua ira (vv. 1-3). “Buscai o SENHOR ... a justiça ... a mansidão ... “,
diz o profeta. Se assim fizer, o povo encontrará refúgio; escondido do
furor que vem do alto, escapará do julgamento que se aproxima.
A Sentença de Jerusalém ( Sf 3:1-7)
Israel
também não ficará isento do juízo do SENHOR. Jerusalém é verbalmente
lacerada pelo profeta: ‘Ái da cidade opressora, da rebelde e manchada!”
(3,1). Não atende ninguém, por sua presunção. Não aceita disciplina, por
isso, seus moradores são indisciplinados. Não confiam no SENHOR por se
julgarem autossuficientes. Não se aproximam do seu Deus, o que demonstra
atitude soberba e rebeldia (3.2). Seus príncipes são iguais a leões que
devoram, em lugar de proteger os súditos. Seus juízos são como lobos
que cruelmente exploram o povo, ao invés de administrar-lhe justiça.
Seus profetas são levianos, frívolos e bajuladores de si próprios; são
falsos e sem mensagem divina para comunicar. Até seus sacerdotes
praticam abominações no templo e violam a lei sagrada — não observam os
preceitos de Deus e nem ensinam o povo a andar conforme Seus estatutos
(3.3,4).
UM CHAMADO AO ARREPENDIMENTO
Deus não quer que ninguém se perca, por isso chama o ser humano ao arrependimento. (2 Pe 3.9).
1. A insistência ao arrependimento (2.1,2).
O profeta clama para que o povo reuna-se numa assembléia religiosa e
arrependa-se e busque a Deus porque nada poderá impedir o juízo divino, a
menos que sinceramente brote um arrependimento (Jl 2.16,17), o que
exigia urgência, pois estava prestes a se cumprir o embrionário decreto
divino, como recompensa da apostasia. Os agentes do castigo divino já
estavam prontos para entrar em ação, inicial- mente os citas, e os
babilônios completariam o restante.
2. Um aviso aos justos (2.3).
Em todas as épocas de apostasia Deus sempre sustentou alguém. Nos dias
do profeta Bias, Deus conservou no meio do povo de Israel sete mil que
permaneceram fiéis (1 Rs 19.18). A apostasia provoca a Deus e leva-o a
abandonar o homem (Jz 10.13; 2 Cr 15.2; 24.20). O profeta Sofonias
transmite da parte de Deus um último apelo, que se fosse atendido, o
povo poderia escapar ao juízo, com suas calamidades. Insiste o profeta:
“l3uscai ao Senhor...” . Se atendessem ao apelo divino seriam escondidos
no dia da ira do Senhor.
3.0 clamor ao arrependimento (2.4- 15).
O profeta inclui outras nações debaixo do juízo divino, todas inimigas
de Israel. Se não se arrependessem não permaneceriam. Rejeitado o
conselho divino, o juízo prometido recaiu sobre os locais mencionados
(2.4-15), tendo seu o fiel cumprimento. As cidades de Sodoma e Gomorra
(2.9), são lembradas, como símbolo do castigo de um povo que rejeitou a
mensagem divina e não se arrependeu. Da mesma maneira o juízo de Deus
cairia sobre as cidades de Moabe e Amom como resultado da sua soberba
(2.10).
4. O resultado da impenitência (3.1- 7).
Deus conhece o caminho daquele que rejeita o seu conselho, e não o tem
por inocente (Si 1.6). Após o castigo das nações vizinhas (2.4-15),
esperava-se que os habitantes de Jerusalém se arrependessem, mas
infelizmente o povo continuava na sua desobediência. Os seus príncipes,
homens que tinham autoridade e poder foram comparados aos leões e os
juízes a lobos noturnos, que devoram tudo rapidamente, nada deixando
para o dia seguinte. Esses homens que deveriam ser íntegros em todas as
atividades, foram nivelados aos animais selvagens.
O Dia do Senhor
Toda
calamidade dos reinados ímpios dos sucessores de Josias era mais um
passo ou prefiguração da calamidade final do Dia do Senhor. Para mais
detalhes sobre esse dia, o leitor deve consultar o livro de Joel. O dia é
chamado grande em virtude de seus tremendos efeitos (Joel 2:11). Tão
mortal seria o ataque caldeu que até os poderosos se desesperariam e se
entregariam à aflição para a qual não há esperança (Isaf as 66:6). Nos
versículos 15 e 16 temos uma descrição muitíssimo enfática da escuridão e
terror do dia.
Tomás
de Celamo escreveu em 1250 seu famoso hino de juízo, baseado no
versículo 15: “Dies irae, dies illa”, que significa “Esse dia é dia de
ira”. É dia de ira, de perturbação, de angústia, de desolação, de
devastação (as palavras hebraicas traduzidas por desolação e devastação —
sho’ah e umesho’ah — são idênticas no som e dão idéia da monotonia da
destruição), de escuridade, de negrume, de nuvens, de densas trevas, de
trombeta, de alarme contra as cidades fortificadas e contra as torres
altas.
Incapaz
de achar uma via de escape de sua aflitiva calamidade, o povo de Judá
andará como cegos (Deuteronômio 28:29). Como se nada valessem, sua carne
e sangue serão jogados fora como pó e refugo. Nessa hora de catástrofe,
nem prata nem ouro valerão coisa alguma para preservar da ira do Deus
santo. O juízo incandescente de Deus consumirá toda a terra e conduzirá a
um triste final todos os que nela habitam. Os juízos de Deus são
terríveis, mas quão doce é sua graça manifestada a pecadores culpados!
Os que não buscam ao Senhor
Nos
dias de Josias e do profeta Sofonias, havia em Judá os que não buscavam
ao Senhor por causa de perversa indiferença. Mas também é possível não
buscar ao Senhor porque a mensagem de sua graça redentora não foi clara e
amorosamente apresentada. Paulo diz no capítulo 10 da carta aos Romanos
que não se pode buscar ao Senhor enquanto a mensagem do evangelho não
for ouvida.
Se
a ira do Senhor varre como uma tempestade na terra do seu povo, podemos
estar seguros de que ele não fará vista gorda ao pecado em parte
alguma.
Deus
não pode ignorar o pecado na vida do seu povo, mas não permitirá que as
nações aflijam os seus escolhidos e escapem à punição. Nações dos
quatro pontos do globo estão incluídas para indicar de novo a
universalidade do juízo. O Deus de Israel é e sempre foi o Deus do
Universo, o Deus das nações.
UMA PALAVRA PARA OS FIÉIS = Sofonias 3.8-13
Este
versículo é uma chamada à paciência, até que Deus se levante para
julgar as nações (8). São palavras introdutórias da promessa contida nos
versículos 9 a 13. Quanto a levantar para o despojo, a Septuaginta tem
esta tradução: “levantar para testemunhar” (cf. NVI). Se estiver
correta, significa que Deus é testemunha contra as nações. Elas serão
reunidas para o dia da indignação, quadro repetido muitas vezes nos
escritos proféticos (Is 66.16; Jr 25.3 1,33; Ez 38 e 39; Jl 3.11-16).
Trata-se de uma proclamação do castigo universal.
O
profeta passa a falar uma palavra mais favorável e vê a conversão das
nações. Ainda é o dia do Senhor, mas está em seus aspectos positivos. Em
seu quadro total, o dia é primeiramente de julgamento e depois de
bênçãos. Vários casos definem especifica- mente que tais promessas são o
derramamento do Espírito Santo.
CONCLUSÃO = Sofonias 3.14-20
HINO DE ALEGRIA, 3.14,15
Estes
versículos espelham a alegria dos redimidos na presença do Senhor, que
promete estar no meio deles. Esta é a libertação final, a era de ouro
que é o clímax do dia do Senhor. Os verbos estão no profético perfeito;
os acontecimentos, embora estejam no futuro, são apresentados como se já
tivessem acontecido.
Há três motivos para alegrar-se:
1) O SENHOR afastou os teus juízos (15).
Estes juízos são os julgamentos sofridos por Israel no decorrer de toda
a sua história. Sofonias, junto com Isaías, vê que nesse dia “já a sua
servidão é acabada, que a sua iniqüidade está expiada” (Is 40.2).
2) O SENHOR.., exterminou o teu inimigo.
Note que esta promessa e predição estão no singular. O principal
inimigo de Israel era a transgressão no procedimento e o pecado no
coração. E totalmente possível que Sofonias tenha visto que esta
consumação final é também a vitória sobre as dificuldades de Israel, “um
coração vagante”.
O
verbo hebraico traduzido por exterminou (15) é igual ao termo traduzido
por “preparai”, em Isaías 40.3, e significa “tirar os entulhos”, ou
desobstruir o caminho, ao tirar todos os obstáculos. A retirada do
pecado prepara o caminho para uma existência completamente vitoriosa.
3) O SENHOR.., está no meio de ti.
Deus está presente para proteger e, portanto, Israel não precisa mais
ter medo. De modo inverso, agora o povo está preparado para ter a
presença divina em seu meio, porque o pecado foi tirado.
GARANTIA DE FÉ, 3.16-18
Naquele
dia, se dirá... Não temas (16). A presença de Deus dá paz de coração.
Por conseguinte, a exortação: Não se enfraqueçam as tuas mãos, que
significa “desalento” ou “queda”. A razão para o encorajamento é que o
SENHOR, teu Deus, que está no meio de ti, é “um guerreiro vitorioso”
(17, Smith-Goodspeed).
Os
que estão exilados e entristecidos serão reunidos para a reunião solene
(18). A palavra hebraica assim traduzida significa “lugar ou tempo
determinado”, e aplica-se às ocasiões sagradas do ano judaico.’ Douglas
sugere que “lugar de encontro” é uma ótima tradução. Os judeus que
estavam no exílio achavam-se excluídos das grandes festas, mas serão
reunidos novamente. A seguinte tradução do versículo reflete este
significado: “Eu reunirei os que estão distantes da assembléia solene;
eles estarão contigo para que tu não sejas repreendido por causa deles”.
PROMESSA DE RESTAURAÇÃO, 3.19,20
Um
quadro geral dos dias messiânicos, mas sem fazer menção especial ao rei
messiânico, o profeta encerra sua profecia. A promessa é: “[Eu] os
trarei para casa” (20, NVI), com a repetição de 2.7: Quando eu
reconduzir os vossos cativos (20). Acontecerá em seus dias.
Subsídio para o Professor
Nesta lição, estudaremos o oráculo de Sofonias. Ele profetiza para
advertir ao povo que o juízo de Deus estava para vir. Sofonias apresenta
os pecados que o povo praticava: eles adoravam a Baal, uma divindade
cananita; adoravam os elementos da natureza, o sol e a lua, e também as
estrelas, desprezando o Criador. Eles misturavam a adoração a Deus com a
adoração a outras “divindades”. Aos poucos, foram abandonando o culto
ao Senhor e, finalmente, manifestaram um claro descaso para com a
obediência aos preceitos divinos. Este aspecto degradante do caráter do
povo insultou a santidade de Deus e provocou a Sua ira. Sofonias fala do
“Dia do Senhor”, e esta descrição não é da manifestação do Messias, e
sim da ira de Deus. O juízo de Deus seria destinado não somente a Judá;
também, sua abrangência será universal, como reação de Deus aos pecados
cometidos pelos moradores de toda a Terra.
De forma intrigante, Sofonias começa sua profecia com um lamento, mas termina com um cântico de alegria (Sf 1:2; 3:14-20); ele aborda o julgamento divino numa perspectiva escatológica de restauração.
De forma intrigante, Sofonias começa sua profecia com um lamento, mas termina com um cântico de alegria (Sf 1:2; 3:14-20); ele aborda o julgamento divino numa perspectiva escatológica de restauração.
I. O LIVRO DE SOFONIAS
1. Contexto histórico. Sofonias
profetizou durante o reinado de Josias, rei de Judá (640-609 a.C).
Aproximadamente 100 anos antes da profecia de Sofonias, o Reino do Norte
(Israel) havia sido derrotado pela Assíria. O povo havia sido levado
cativo, e a terra havia sido recolonizada por estrangeiros. Sob o
reinado de Manassés e do rei Amom, pai do rei Josias, tributos haviam
sido pagos para se evitar que a Assíria invadisse o Reino do Sul. A
aliança com a Assíria não somente afetou a Judá politicamente, mas
também as práticas religiosas, sociais e de comportamento da Assíria
impuseram sua tendências em Judá. Proteção oficial foi dada em Judá para
as artes mágicas e adivinhadores e encantadores. A religião astral se
tornou tão popular, que o rei Manassés construiu altares para adoração
do sol, lua, estrelas, signos do zodíaco e todos os astros do céu, à
entrada da Casa do Senhor (2Rs 23:11). A adoração da deusa-mãe da
Assíria se tornou uma prática que envolvia todos os membros das famílias
de Judá (Jr 7:18). Em fim, a nação achava-se envolvida com a violência e
a idolatria em alta escala. Havia indiferença e zombaria para com o
Senhor Deus.
Os pecados dos quais Sofonias acusava Jerusalém e Judá (Sf 1:4-13; 3:1-7) indicam que ele profetizou antes do reavivamento e reformas promovidas por Josias. Período este marcado pela iniquidade dos reis que antecederam a Josias (Manasses e Amom). Foi somente no décimo segundo ano do reinado de Josias (isto é, 627 a.C) que o rei empreendeu a purificação do povo com o banimento da idolatria e a restauração do verdadeiro culto ao Senhor. Oito anos mais tarde, ordenaria o conserto e a purificação do templo. Nessa ocasião, foi descoberta uma cópia da Lei do Senhor (cf. 2Rs 22:1-10). A descrição que Sofonias faz das lamentáveis condições espirituais e morais de Judá deve ter sido escrita por volta de 630 a.C. É provável que a pregação de Sofonias tenha tido influência direta sobre o rei Josias, inspirando-o em suas reformas. O ano de 630 a.C é também indicado devido a ausência de referencias, no livro de Sofonias, à Babilônia, sendo esta uma potência reconhecida no cenário internacional. Babilônia só começou a galgar uma posição de destaque com a ascendência de Nabopolassar em 625 a.C. Mesmo assim, Sofonias profetizou a destruição da grande Assíria, evento este ocorrido em 612 a.C., com a queda de Nínive. Jeremias era um contemporâneo mais jovem de Sofonias.
Os pecados dos quais Sofonias acusava Jerusalém e Judá (Sf 1:4-13; 3:1-7) indicam que ele profetizou antes do reavivamento e reformas promovidas por Josias. Período este marcado pela iniquidade dos reis que antecederam a Josias (Manasses e Amom). Foi somente no décimo segundo ano do reinado de Josias (isto é, 627 a.C) que o rei empreendeu a purificação do povo com o banimento da idolatria e a restauração do verdadeiro culto ao Senhor. Oito anos mais tarde, ordenaria o conserto e a purificação do templo. Nessa ocasião, foi descoberta uma cópia da Lei do Senhor (cf. 2Rs 22:1-10). A descrição que Sofonias faz das lamentáveis condições espirituais e morais de Judá deve ter sido escrita por volta de 630 a.C. É provável que a pregação de Sofonias tenha tido influência direta sobre o rei Josias, inspirando-o em suas reformas. O ano de 630 a.C é também indicado devido a ausência de referencias, no livro de Sofonias, à Babilônia, sendo esta uma potência reconhecida no cenário internacional. Babilônia só começou a galgar uma posição de destaque com a ascendência de Nabopolassar em 625 a.C. Mesmo assim, Sofonias profetizou a destruição da grande Assíria, evento este ocorrido em 612 a.C., com a queda de Nínive. Jeremias era um contemporâneo mais jovem de Sofonias.
2. Genealogia. O nome “Sofonias” significa
“o Senhor escondeu”. Há quem suponha que ele nasceu durante o “período
de matança de Manassés”. Sofonias se identifica melhor do que qualquer
outro dos profetas menores, remontando sua linhagem quatro gerações até
Ezequias. Ele descreve assim a sua genealogia: Sofonias, filho de Cusi,
filho de Gedalias, filho de Amarias, filho de Ezequias (Sf 1:1). Logo,
ele era trineto do bom rei Ezequias, o qual levou o povo de volta a Deus
durante o tempo do profeta Isaías. Entre os profetas, esta genealogia é
a mais detalhada, cujo propósito mais provável era mostrar que ele era
de linhagem real. É bom observar que a citação do nome do pai do profeta
estabelecia o direito tanto à herança quanto à posição social ou
aquisição de poder. A ausência de paternidade demonstrava que tal
profeta não adveio de família tradicional.
Sua referencia a Jerusalém como “este lugar” (Sf 1:4), bem como a descrição minuciosa de sua topografia e de seus pecados, indicam que ele residia na cidade. Como fazia parte da linhagem real, haja vista que fora trineto do rei Ezequias, e era parente do rei Josias, então, isso lhe garantia livre acesso no governo real, bem como noutros segmentos da sociedade. De acordo com o arranjo das Escrituras hebraicas, Sofonias foi o último profeta a escrever antes do cativeiro.
3. Estrutura e mensagem.
a) Estrutura. Na sua maior parte, o livro de Sofonias é uma advertência sóbria a respeito do Dia do castigo divino contra o pecado. Embora percebesse um castigo vindouro em escala mundial (Sf 1:2;3:8), Sofonias focaliza especialmente o julgamento que viria contra Judá (Sf 1:4-18; 3:1-7). Ele faz um apelo à nação para que se arrependa e busque o Senhor em humildade antes que o decreto divino entre em vigor (Sf 2:1-3). O arrependimento nacional ocorreu parcialmente durante o reavivamento de Josias (627 - 609 a.C).
Sofonias também profetizou o juízo vindouro contra cinco nações estrangeiras: Filistia, Amom, Moabe, Etiópia e Assíria (Sf 2:4-15). Depois de dirigir sua atenção aos pecados de Jerusalém (Sf 3:1-7), o profeta prediz um tempo em que Deus reuniria, redimiria e restauraria o seu povo. Os fiéis gritariam de alegria como verdadeiros adoradores do Senhor Deus, que estaria no meio deles como um guerreiro vitorioso (cf. Sf 3:9-20).
b) Mensagem. Sofonias advertiu o povo de Judá e disse-lhe que caso se recusasse a se arrepender, a nação inteira, inclusive a amada cidade de Jerusalém, seria destruída. O povo sabia que no final Deus o abençoaria, mas Sofonias deixou claro que primeiramente haveria juízo e, mediante o arrependimento, depois viria a bênção. Este julgamento não seria meramente o castigo pelo pecado, mas também um meio de purificar o povo.
Embora vivamos em um mundo decaído e cercado pelo mal, podemos aguardar com esperança a vinda do Reino de Deus. E devemos permitir que qualquer castigo que nos sobrevenha no presente sirva para nos purificar de nossas transgressões.
Sua referencia a Jerusalém como “este lugar” (Sf 1:4), bem como a descrição minuciosa de sua topografia e de seus pecados, indicam que ele residia na cidade. Como fazia parte da linhagem real, haja vista que fora trineto do rei Ezequias, e era parente do rei Josias, então, isso lhe garantia livre acesso no governo real, bem como noutros segmentos da sociedade. De acordo com o arranjo das Escrituras hebraicas, Sofonias foi o último profeta a escrever antes do cativeiro.
3. Estrutura e mensagem.
a) Estrutura. Na sua maior parte, o livro de Sofonias é uma advertência sóbria a respeito do Dia do castigo divino contra o pecado. Embora percebesse um castigo vindouro em escala mundial (Sf 1:2;3:8), Sofonias focaliza especialmente o julgamento que viria contra Judá (Sf 1:4-18; 3:1-7). Ele faz um apelo à nação para que se arrependa e busque o Senhor em humildade antes que o decreto divino entre em vigor (Sf 2:1-3). O arrependimento nacional ocorreu parcialmente durante o reavivamento de Josias (627 - 609 a.C).
Sofonias também profetizou o juízo vindouro contra cinco nações estrangeiras: Filistia, Amom, Moabe, Etiópia e Assíria (Sf 2:4-15). Depois de dirigir sua atenção aos pecados de Jerusalém (Sf 3:1-7), o profeta prediz um tempo em que Deus reuniria, redimiria e restauraria o seu povo. Os fiéis gritariam de alegria como verdadeiros adoradores do Senhor Deus, que estaria no meio deles como um guerreiro vitorioso (cf. Sf 3:9-20).
b) Mensagem. Sofonias advertiu o povo de Judá e disse-lhe que caso se recusasse a se arrepender, a nação inteira, inclusive a amada cidade de Jerusalém, seria destruída. O povo sabia que no final Deus o abençoaria, mas Sofonias deixou claro que primeiramente haveria juízo e, mediante o arrependimento, depois viria a bênção. Este julgamento não seria meramente o castigo pelo pecado, mas também um meio de purificar o povo.
Embora vivamos em um mundo decaído e cercado pelo mal, podemos aguardar com esperança a vinda do Reino de Deus. E devemos permitir que qualquer castigo que nos sobrevenha no presente sirva para nos purificar de nossas transgressões.
II. O JUIZO VINDOURO
1. Toda a face da terra será consumida. “Inteiramente
consumirei tudo sobre a face da terra, diz o SENHOR. Arrebatarei os
homens e os animais, consumirei as aves do céu, e os peixes do mar, e os
tropeços com os ímpios; e exterminarei os homens de cima da terra,
disse o SENHOR” (Sf 1:2,3). Esta ampla declaração nos lembra que Deus é juiz de toda a humanidade.
Sofonias começa anunciando o juízo divino que virá sobre o mundo inteiro (Sf 1:2,3), pois a raça humana, de maneira genérica, recusar-se-á a buscar o Senhor. Deus mesmo determinou um Dia em que destruirá todos os ímpios, bem como o próprio mundo. Será um tempo de aflição, angústia, perturbação e ruína (Sf 1:15).
Não obstante a declaração de que todos serão alcançados, o profeta, de imediato, chama nossa atenção para Judá (Sf 1:4-2:3). Por quê? Porque Deus é o juiz específico de seu próprio povo. Nós, que somos chamados por seu nome, somos, por isso mesmo, mais responsáveis em desenvolver padrões de comportamento mais elevados do que os outros. Conforme nos lembra 1Pedro 4:17, o juízo começa “pela casa de Deus[…]; ora, se primeiro vem por nós, qual será o fim daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus?”.
2. A linguagem de Sofonias. A linguagem empregada por Sofonias sobre o juízo divino sobre todos os povos é literal. Muitos querem interpretar o texto como sendo um exagero, ou seja, uma hipérbole. Mas, quem não aceita que isto é literal não aceita, também, que o dilúvio ocorreu de verdade, é apenas uma história de ficção; não aceita que Israel (as 10 tribos do reino do Norte) foi subvertida pela Assíria, por ordem divina, por causa da idolatria, da degradação moral e injustiça social que imperavam em Israel; não acredita que Judá(o reino do Sul) foi subvertido pela Babilônia, sob o comando de Nabucodonosor, como juízo divino, pelas razões que levaram Israel à destruição.
Não haja dúvida, o juízo de Deus sobre os ímpios será tão literal como o foi sobre a Assíria e a Babilônia; nações estas, banidas de sobre a face da terra por causa de sua oposição ao Deus Supremo e Senhor.
Muitos, aliás, indagam a respeito de como Deus estabelecerá juízo sobre as pessoas que jamais tiveram conhecimento da existência de Cristo Jesus ou de sua obra no Calvário, mas o apóstolo Paulo nos deixa bem claro que todo ser humano, por si só, tem condições de saber que existe um Deus e que Ele é soberano e, portanto, deve ser adorado e reconhecido como tal. Deus se manifestou a todos os homens, independentemente do conhecimento que tenhamos a respeito da justificação que somente se opera por intermédio de Jesus Cristo. Por isso, vemos que nenhum homem poderá se apresentar diante de Deus com a desculpa de que nunca teve a oportunidade de ter ciência de que havia um Deus soberano. Paulo é peremptório: “o poder de Deus e a sua divindade entendem-se e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que os homens fiquem inescusáveis” (Rm 1:20 ). Como Deus se manifesta, como Deus se revela aos homens? Através da criação. As coisas criadas, a criação de todas as coisas testifica o poder e a divindade do Senhor e, por meio delas, todos os homens são capazes de saber não só que Deus existe, como também que Ele é poderoso e soberano.
3. Descrição detalhada. Sofonias aborda este assunto sob três perspectivas: (a) Sua causa, pois Judá fora infiel ao Senhor (Sf 1:4-9); b) Sua universalidade, pois todas as classes sociais serão castigadas (Sf 1:10-13); c) seu terror, pois será marcado pelos horrores da destruição universal e literal da criação (Sf 1:3; cf Ap 16:1-21), por demais impressionantes que sejam para serem compreendidos (Sf 1:14-18); nessa ocasião, ocorrerá o reverso da criação registrada em Gênesis (Gn 1:20-26).
Sofonias começa anunciando o juízo divino que virá sobre o mundo inteiro (Sf 1:2,3), pois a raça humana, de maneira genérica, recusar-se-á a buscar o Senhor. Deus mesmo determinou um Dia em que destruirá todos os ímpios, bem como o próprio mundo. Será um tempo de aflição, angústia, perturbação e ruína (Sf 1:15).
Não obstante a declaração de que todos serão alcançados, o profeta, de imediato, chama nossa atenção para Judá (Sf 1:4-2:3). Por quê? Porque Deus é o juiz específico de seu próprio povo. Nós, que somos chamados por seu nome, somos, por isso mesmo, mais responsáveis em desenvolver padrões de comportamento mais elevados do que os outros. Conforme nos lembra 1Pedro 4:17, o juízo começa “pela casa de Deus[…]; ora, se primeiro vem por nós, qual será o fim daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus?”.
2. A linguagem de Sofonias. A linguagem empregada por Sofonias sobre o juízo divino sobre todos os povos é literal. Muitos querem interpretar o texto como sendo um exagero, ou seja, uma hipérbole. Mas, quem não aceita que isto é literal não aceita, também, que o dilúvio ocorreu de verdade, é apenas uma história de ficção; não aceita que Israel (as 10 tribos do reino do Norte) foi subvertida pela Assíria, por ordem divina, por causa da idolatria, da degradação moral e injustiça social que imperavam em Israel; não acredita que Judá(o reino do Sul) foi subvertido pela Babilônia, sob o comando de Nabucodonosor, como juízo divino, pelas razões que levaram Israel à destruição.
Não haja dúvida, o juízo de Deus sobre os ímpios será tão literal como o foi sobre a Assíria e a Babilônia; nações estas, banidas de sobre a face da terra por causa de sua oposição ao Deus Supremo e Senhor.
Muitos, aliás, indagam a respeito de como Deus estabelecerá juízo sobre as pessoas que jamais tiveram conhecimento da existência de Cristo Jesus ou de sua obra no Calvário, mas o apóstolo Paulo nos deixa bem claro que todo ser humano, por si só, tem condições de saber que existe um Deus e que Ele é soberano e, portanto, deve ser adorado e reconhecido como tal. Deus se manifestou a todos os homens, independentemente do conhecimento que tenhamos a respeito da justificação que somente se opera por intermédio de Jesus Cristo. Por isso, vemos que nenhum homem poderá se apresentar diante de Deus com a desculpa de que nunca teve a oportunidade de ter ciência de que havia um Deus soberano. Paulo é peremptório: “o poder de Deus e a sua divindade entendem-se e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que os homens fiquem inescusáveis” (Rm 1:20 ). Como Deus se manifesta, como Deus se revela aos homens? Através da criação. As coisas criadas, a criação de todas as coisas testifica o poder e a divindade do Senhor e, por meio delas, todos os homens são capazes de saber não só que Deus existe, como também que Ele é poderoso e soberano.
3. Descrição detalhada. Sofonias aborda este assunto sob três perspectivas: (a) Sua causa, pois Judá fora infiel ao Senhor (Sf 1:4-9); b) Sua universalidade, pois todas as classes sociais serão castigadas (Sf 1:10-13); c) seu terror, pois será marcado pelos horrores da destruição universal e literal da criação (Sf 1:3; cf Ap 16:1-21), por demais impressionantes que sejam para serem compreendidos (Sf 1:14-18); nessa ocasião, ocorrerá o reverso da criação registrada em Gênesis (Gn 1:20-26).
III. OBJETIVO DO LIVRO
O objetivo do Livro de Sofonias é advertir Judá e Jerusalém quanto ao juízo divino iminente e ameaçador. A aplicação imediata da palavra profética era que a apóstata nação de Judá receberia a justa retribuição por sua iniquidade, o mesmo acontecendo com as nações pagãs em derredor, alistadas nominalmente pelo profeta (Sf 2:4-15). O propósito de Deus era exterminar o baalismo, o sincretismo, as práticas divinatórias e as injustiças sociais que ocorriam em Judá. O alcance imediato da profecia aplica-se à igreja e ao mundo na conclusão da história.
1. Sincretismo dos sacerdotes. A mistura entre o santo e o profano nunca foi permitido por Deus. O povo de Deus deveria viver separado do mundo e qualquer mistura lhe será prejudicial, senão fatal. Balaão levou os filhos de Israel a prevaricarem contra o Senhor, caindo nas ciladas do sincretismo religioso e da prostituição (ver Num 25:1-8; 31: 9,15,16; 2Pe 2:9-15; Ap 2:14). Ele foi morto por causa disso (Num 31:8).
À época de Sofonias, os sacerdotes estavam envolvidos com o sincretismo religioso pagão. Veja o texto de Sofonias 1:4: “E estenderei a minha mão contra Judá e contra todos os habitantes de Jerusalém e exterminarei deste lugar o resto de Baal e o nome dos quemarins com os sacerdotes“.
Os “quemarins“[ou ministrantes, ARA] é a palavra aramaica que significa “sacerdotes”, usada no Antigo Testamento para aludir somente aos sacerdotes idólatras. Talvez se refira aos ministradores de cultos estrangeiros que foram introduzidos em Israel. Estes, junto com os sacerdotes regulares de Jeová (os levitas) que se corromperam, estavam envolvido com o sincretismo religioso; logo, seriam liquidados, conforme explicita Sofonias 1:4. O texto de 3:4 dá mais pormenores acerca de tais sacerdotes corruptos. Houve quem sugerisse que incentivavam a idolatria pela indiferença ou inconsistência de conduta, ou ambos.
2. Sincretismo do povo. O sincretismo do povo é notório em Sofonias 1:5: “e os que sobre os telhados se curvam ao exército do céu; e os que se inclinam jurando ao SENHOR e juram por Malcã“.
- A frase “os que sobre os telhados se curvam ao exército do céu” refere-se ao culto às deidades astrais assírias que entraram em Judá durante o péssimo reinado de Manasses (cf 2Rs 21:3). As passagens de Deuteronômio 4:19 e 17:3 proíbem vigorosamente tal prática. Nesta falsa adoração, as pessoas ofereciam incenso e libações nos telhados planos, os quais, em uma casa oriental, são lugares habituais de atividade e naturais para adorar os corpos celestes.
- O “exército do céu“ abrange todos os corpos celestes - o sol, a lua e as estrelas. Alguns eram objetos especiais de adoração. Na visão que Ezequiel teve na Babilônia, ele viu este tipo de adoração ser praticado no Templo pelos sacerdotes (Ez 8:15-18).
- “Os que se inclinam jurando ao Senhor” prestam lealdade ao Jeová, mas também “juram por Malcã”, o deus nacional dos amonitas. Trata-se de lealdade dividida, a qual todos os profetas de Jeová censuram. Isso esclarece a realidade do ritual sincrético no meio do povo de Judá. Embora com a boca prestassem cultos a Jeová, eles honravam Moloque como deus. Jurar por uma deidade significa confessá-la publicamente, ou seja, comprometer-se abertamente a seu serviço. Jesus condenou em termos bem claros esta lealdade e serviço dividido: “Não podeis servir a Deus e a Mamom”(Mt 6:24).
- “Malcã”. A pronúncia correta é “Milcom” de acordo com a Septuaginta e outras traduções (cf. ARA). Certos estudiosos acham que se refere a Moloque (cf. NVI), o deus fenício cuja adoração desumana (2Rs 23:10; Jr 7:31) prevalecia nos dias de Sofonias.
3. O modismo do povo e a violência dos príncipes - “…hei de castigar os príncipes, e os filhos do rei, e todos os que se vestem de vestidura estranha. Castigarei também, naquele dia, todos aqueles que saltam sobre o umbral [sobem o pedestal dos ídolos, ARA], que enchem de violência e engano a casa dos seus senhores“(Sf 1:8,9).
- “vestidura estranha”- é mais bem traduzida por “roupas estrangeiras” (cf ARA). Isto provavelmente se trata do reinado de Manasses, quando costumes assírios, inclusive a roupa, tomaram conta da nação. Para os verdadeiros hebreus, a adoção da moda assíria simbolizava a aceitação da cultura e religião estrangeiras. Por conseguinte, era corretamente condenado como traição da fidelidade a Jeová.
Seguir os costumes pagãos envolvia não apenas imitar o modismo estrangeiro mas também adorar os deuses estranhos. Não somente o povo mas também os filhos do rei e outros oficiais reais seriam castigados por causa da adoção de costumes e trajes estrangeiros. Estes príncipes, que deveriam ser bons exemplos para o povo, adotavam as práticas estrangeiras e mostravam, deste modo, seu desprezo pelo Senhor, por ignorarem seus mandamentos contrários à adoção da cultura pagã. Isso denota falta de compromisso para com a aliança. Isso é um sinal de deslealdade religiosa.
- “violência e engano” - Os príncipes de Judá, provavelmente os filhos de Manassés ou Amom, seriam duramente castigados por causa da violência e do engano.
- “todos aqueles que saltam sobre o umbral - Muitos estudiosos interpretam como sendo uma ação violenta. Se for ligada ao restante do versículo, a frase dá a entender invasão forçosa da privacidade das casas para roubar e saquear. Na tradução Almeida Revista e Atualizada - “sobem o pedestal dos ídolos” - os estudiosos interpretam, “pedestal”, como sendo o pedestal de um santuário pagão. Neste caso, é provável que uma prática religiosa dos filisteus estivessem sendo imitada (cf 1Sm 5:5).
IV. “O DIA DO SENHOR”
“Cala-te diante do Senhor JEOVÁ, porque o dia do SENHOR esta perto…” (Sf 1:7). O ponto central da mensagem de Sofonias é o “Dia do Senhor”, em que um inimigo estrangeiro, a espada do castigo do Senhor (Sf 2:12; Is 10:5), infligiria grande destruição sobre Jerusalém (Sf 1:4,10,11; 2:1). Esse inimigo foi diversas vezes identificado como sendo os babilônios. Sofonias trata extensamente desse assunto. O “Dia do Senhor” está próximo (Sf 1:7) e será um Dia em que a ira e a indignação do Senhor soberano de Israel serão dirigidas aos perversos (Sf 1:15,18; 2:2,3). Será um Dia de escuridão e negrume (Sf 1:15). Tão resoluto está o Senhor em arrancar o mal pela raiz, que realizará uma busca completa para certificar-se de que os ímpios serão encontrados e destruídos (Sf 1:12). Nesse Dia, o orgulho será vencido (Sf 3:11), e os humildes da Terra (o restante) serão salvos (Sf 3:12,17). Os gentios também abraçarão a fé no Deus vivo e verdadeiro e invocarão o “nome do Senhor”(Sf 3:9; Jl 2:32). As nações serão reconciliadas com Deus, e hão de invocá-lo e servi-lo. Estas promessas serão cumpridas durante o Milênio, quando Cristo estiver reinando sobre o mundo inteiro (Ap 20:4).
1. Significado bíblico. “O Dia do Senhor” é termo técnico para denotar o julgamento que se aproxima, que é o principal tema de Sofonias. Sua mensagem central pode ser resumida na frase: “O Dia do Senhor está perto”. Este é o Dia em que Deus se manifestará como Juiz. Não é mero dia de calamidade, mas trata-se de uma ocasião especial, a manifestação plena e final de Deus.
Esta profecia aplica-se, em primeiro lugar, à destruição de Judá pelos babilônios em 605 a.C. E, em segundo lugar, ao juízo divino a ser aplicado em escala mundial contra todas as nações no fim dos tempos (cf Is 2:12; 13:6,9; Jr 46:10; Ez 13:5; 2:1). O último dia da ira ainda está por vir (Rm 2:5), e acha-se associado à segunda vinda de Cristo (Mt 24:29-33; 1Ts 5:2).
2. O sacrifício e seus convidados. “Cala-te diante do Senhor JEOVÁ, porque o dia do SENHOR esta perto, porque o SENHOR preparou o sacrifício e santificou os seus convidados” (Sf 1:7). Um dia de juízo e grande matança aconteceu quando a Babilônia invadiu o reino de Judá. O profeta considerou estas profecias como eventos futuros, mas não pôde ver quando ou em que ordem aconteceram. Muitos pensam que estas profecias tem um duplo cumprimento - um para o futuro próximo (logo após a transmissão da profecia) e outro para o futuro distante (possivelmente durante os tempos do fim). Alguns estudiosos acreditam que estas profecias de juízo se refiram exclusivamente a eventos futuros.
Não está absolutamente claro quem são os convidados, mas pelo visto é o bando ameaçador do Norte, provavelmente o exército babilônico. O paralelo do Novo Testamento é Apocalipse 19:17-21, onde os urubus são convidados a participar da “ceia do grande Deus” para comer “a carne dos reis, e a carne dos tribunos, e a carne dos fortes”.
CONCLUSÃO
Não duvide do juízo vindouro de Deus. O seu juízo é certo e verdadeiro e virá sobre todos os que praticam a iniquidade. No término do período da Graça de Deus, Ele cobrará do homem a rejeição à maior e mais ampla oportunidade de salvação que já houve para a humanidade, ante a revelação completa da Divindade na pessoa de Jesus Cristo e a ampla atuação do Espírito Santo entre os homens. Será o “dia da vingança do nosso Deus” (Is 61:2). Deus é justo (Sl 145:17) e, portanto, em retribuição à rejeição da mais ampla oportunidade de salvação que já houve, mandará o maior juízo que já se abateu sobre a Terra. A Grande Tribulação será um juízo que, ao contrário dos outros, terá a maior duração (sete anos) e os piores sofrimentos e males já vividos pela humanidade, vez que Deus permitirá que o diabo tenha ampla liberdade de atuação sobre a Terra. Será a ira de Deus manifesta aos homens.
Entretanto, quando falamos em justiça divina, não podemos nos esquecer que a justiça é, como diziam os juristas romanos, “dar a cada um o que é seu”. Ora, dar a cada um o que é seu não é apenas punir ou aplicar penalidade sobre o errado, mas também reparar o que está certo, restaurar aquele que foi vitimado, que foi lesado, que sofreu pelo erro de alguém. Deus exercerá a Sua justiça não somente para punir o errado, como também para restaurar aquilo que foi prejudicado pelo que errou. Neste passo, a Grande Tribulação não só é o início da punição divina, como também é o começo da restauração. Deus, na Grande Tribulação, criará as condições para que haja a restauração do que foi prejudicado pelo pecado e pelo maligno, a saber: Israel, a comunidade das nações e a natureza.
Bibliografia
Os Profetas Menores – Charles L. Feinberg
Lições bíblicas CPAD 1993
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
O Novo Dicionário da Bíblia - J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico NVI - EDITORA VIDA.
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
O Novo Dicionário da Bíblia - J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico NVI - EDITORA VIDA.
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