08 dezembro 2017

LIÇÃO 11 - 10/12/2017- " ADOTADOS POR DEUS"

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TEXTO ÁUREO
 
"Porque não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez, estardes em temor,mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai." (Rm 8.15)


VERDADE PRÁTICA

 A obra de salvação de Jesus Cristo nos possibilitou ser adotados como filhos amados de Deus.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Romanos 8.12-17

 
Introdução

A adoção espiritual é uma bênção proveniente da obra salvífica de Cristo Jesus. Isso significa que deixamos a condição de criaturas, servos e servas do pecado, para viver a condição de filhos libertos que desfrutam dos privilégios da obra de salvação. Embora usufruamos das inumeráveis bênçãos dessa condição atualmente, temos a esperança de, num futuro bem próximo, desfrutarmos da adoção plena e gloriosa nos céus.
"A 'adoção', um termo jurídico, é o ato da graça soberana mediante o qual Deus concede a todos os direitos, privilégios e obrigações da filiação àqueles que aceitam Jesus Cristo. Embora o termo não apareça no Antigo Testamento, a ideia se acha ali (Pv 17.2).
A palavra grega huiothesia, aparece cinco vezes no Novo Testamento, somente nos escritos de Paulo e sempre no sentido religioso. Ressalve-se que, ao sermos feitos filhos de Deus, não nos tornamos divinos. A divindade pertence ao único Deus verdadeiro.

A doutrina da adoção, no Novo Testamento, leva-nos, desde a eternidade passada e através do presente, até a eternidade futura (se for apropriada semelhante expressão). Paulo diz que Deus 'nos elegeu nele [em Cristo] antes da fundação do mundo' e 'nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo' (Ef 1.4,5). Diz também, a respeito de nossa experiência presente: ´Porque não recebeste o espírito de escravidão, para, outra vez, estardes em temor, mas recebeste o espírito de adoção de filhos [huiothesia], pelo qual clamamos [em nosso próprio idioma]: Aba [aramaico: Pai], Pai [gr. ho pater]' (Rm 8.15). Somos plenamente filhos, embora ainda não sejamos totalmente maduros. Mas, no futuro, ao deixarmos de lado a mortalidade, receberemos 'a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo' (Rm 8.23). A adoção é uma realidade presente, mas será plenamente realizada na ressurreição dentre os mortos. Deus nos concede privilégios de família mediante a obra salvífica do seu Filho incomparável, daquEle que não se envergonha de nos chamar irmãos" (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 374).


I - CONCEITO BÍBLICO DE ADOÇÃO

 
Definição etimológica

O dicionário Houaiss (2001, p. 88) diz que adoção é: “ação ou efeito de adotar, de aceitar alguém ou algo; processo legal que consiste no ato de se aceitar espontaneamente como filho, desde que respeitadas as condições jurídicas para tal, aceitação como parte integrante da vida de uma família, aceitação ou admissão do que antes era externo, alheio, estranho ou não era conhecido ou cogitado, ato jurídico que cria relações de paternidade e filiação entre duas pessoas e este ato faz com que uma pessoa passe a gozar do estado de filho de outra pessoa”.
Humanamente falando, adoção é o processo pelo qual uma criança é trazida e aceita numa família, quando por natureza não tinha direito algum de pertencer àquela família. Esta transação legal traz como resultado, a criança tornar-se um filho; um novo membro da família, com plenos direitos sobre o patrimônio da família que a adotou. A adoção espiritual é baseada neste mesmo princípio, se bem que a adoção divina é infinitamente mais abrangente no seu alcance e finalidade. Depois que o homem, que por natureza é filho da ira, (Ef 2.3) crê em CRISTO, é feito filho de DEUS, e passa a ter os direitos e privilégios inerentes àquela posição: o privilégio da filiação, de ser membro da família de DEUS, e o direito de ser herdeiro de DEUS e co-herdeiro com CRISTO (Rm 8.15-17).

1. O Crente Como Filho de DEUS
O relacionamento filial do crente com DEUS independe do tempo. Não é uma esperança futura, mas um usufruto presente. Quanto a isto escreve o apóstolo João: "Amados, agora somos filhos de DEUS, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque havemos de vê-lo como ele é" (1 Jo 3.2). Um dos privilégios que goza o filho de DEUS diz respeito à estreita comunhão que ele goza com o seu Pai celestial. Contrastando o relacionamento amoroso e filial que o crente goza com DEUS, com a atitude de um escravo que treme de medo diante do seu senhor, escreve o apóstolo Paulo: "Porque não recebestes o espírito da escravidão para viverdes outra vez atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai" (Rm 8.15). A Bíblia ensina o crente a temer a DEUS, mas numa atitude de respeito e reverência, e não de angústia e de medo. O ESPÍRITO de CRISTO libertou o crente do medo servil de ser castigado ou rejeitado por causa do menor erro que pudesse desagradar a seu Senhor. O crente deve saber que é filho e não mero empregado de DEUS. Como filho de DEUS o crente deverá obedecer-lhe; (Mt 5.16Fp 2.152 Co 6.17.18), sujeitar-se à orientação e disciplina do seu Pai; (Rm 8.14,16Hb 12.5,6,12,13) ir à presença do Pai livre e desimpedidamente, tantas vezes deseje (Ef 2.18Mt 6.31,32Fp 4.19).

2. O Crente Como Irmão de JESUS CRISTO
Ao adotar o crente como filho, DEUS criou uma posição de honra e dignidade anteriormente inexistente. Este fato modificou toda a hierarquia do Universo. Deste modo, apesar de os anjos terem sido criados superiores ao homem, mediante a provisão divina para a salvação e adoção do crente, este foi exaltado para dominar sobre os anjos (Hb 2.7,51.14). Hebreus 2.11, diz que CRISTO não se envergonha de chamar os crentes de "irmãos". Ser chamado "filho de DEUS" é em si um privilégio difícil de entender, mas ser chamado "irmão de JESUS CRISTO" é quase além da imaginação. É um fato extremamente maravilhoso! Em CRISTO, todos os crentes foram feitos irmãos uns do outros. JESUS disse: "Porque um só é vosso Mestre, e vós todos sois irmãos" (Mt 23.8). Aqueles que fazem parte da família de DEUS participam de um amor e solicitudes especiais uns para com os outros. É exatamente este amor que comprova a realidade da nossa adoção como filhos de DEUS. "Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte" (1 Jo 3.14). "Nisto conhecerão todos que sois meus "discípulos, se tiverdes amor uns aos outros" (Jo 13.35).

3. O Crente Como Herdeiro do Céu
Mediante a adoção divina, o crente não somente é elevado à oposição de participante da aristocracia do Céu, como também torna-se herdeiro do maior patrimônio do Universo: “... somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de DEUS e co-herdeiros com CRISTO" (Rm 8.17). Em contraste com as heranças terrestres que são entregues ao herdeiro só quando o pai morre, o crente recebe a sua herança em abundante vida. Além da herança recebida aqui como usufruto e antegozo, dentre outras coisas, DEUS nos assegura: "um reino de glória... uma pátria melhor, uma cidade... uma coroa de glória. uma coroa de vida, uma coroa de justiça... eterno peso de glória... verão a sua face... reinarão para sempre e sempre... para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros, que sois guardados pelo poder de DEUS, mediante a fé, para salvação preparada para revelar-se no último tempo" (1 Pd 1.4,5). São as imensuráveis riquezas de CRISTO, o nosso "irmão mais velho", que nos fazem abundantemente ricos também. "Pois conheceis a graça de nosso Senhor JESUS CRISTO, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que pela sua pobreza vos tornásseis ricos" (2 Co 8.9).

4. Bênçãos Decorrentes da Adoção
Dentre as incontáveis bênçãos decorrentes da adoção divina, através da qual somos feitos legítimos filhos de DEUS, se destacam as seguintes:

a) Libertação da Escravidão da Lei
Ismael e Isaque não podiam viver sob o mesmo teto. Ismael era o filho da escrava, enquanto Isaque era filho da esposa legítima (Gl 4.21-30) "E assim, irmãos, somos filhos não da escrava e sim da livre" (Gl 4.31). "DEUS enviou seu Filho... para resgatar os que estavam sob a lei para que recebêssemos a adoção de filhos" (Gl 4.4,3). Esse lugar de adoção tira de nosso pescoço o jugo do qual diz o apóstolo - "nem nossos pais puderam suportar, nem nós" (Act 15.10). A adoção traz-nos à liberdade não de pecar, mas da filiação.

b) Libertação do Medo
Os filhos de DEUS com freqüência sofrem temores – o temor de falhar o medo passado, do presente, do futuro; e o medo de Satanás, ou do homem, ou de si mesmo. Esses temores e medos não provêm de DEUS, uma vez que "DEUS não nos tem dado o espírito de covardia" (2 Tm 1.7). A apropriação dos nossos direitos de adoção nos livrará do temor. "Porque não recebestes o espírito de escravidão para viverdes outra vez atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção" (Rm 8.15). Há grande conforto e alívio ao nos lembrarmos que podemos confiar no cuidado do Pai celeste uma vez que somos seus filhos pela fé em JESUS CRISTO. Deste modo o medo é anulado para dar lugar à confiança filial.

c) Segurança e Certeza
“O próprio ESPÍRITO dá testemunho com o nosso espírito, de que somos filhos de DEUS" (Rm 8.16). Uma vez que o testemunho do ESPÍRITO SANTO é um testemunho verdadeiro, então há grande segurança e certeza no seu testemunho. A exclamação Aba, Pai é coisa real, nascida do próprio ESPÍRITO de DEUS. Isso nos liberta da incerteza no que diz respeito ao porvir, e também de arrependimentos do passado, ao mesmo tempo em que nos leva à presente comunhão com o Pai, a quem pertencemos.

Em resumo, as diferenças são:
 
JESUS COMO
O FILHO DE DEUS
HOMENS COMO
FILHOS DE DEUS
Filho natural
Filhos adotivos
Sem começo
Com começo
Criador
Criatura
Deus por natureza
Não divinos por natureza
Conceito bíblico e teológico

No sentido bíblico, o ser humano caído em pecado é uma criatura e não filho de Deus. Para se tornar filho de Deus é preciso crer no sacrifício vicário de Cristo para então ser recebido pelo Pai como filho por adoção (Jo 1.12; Cl 4.5). Assim, é possível fazer parte da família de Deus, desfrutando de uma relação terna e amorosa cuja expressão mais peculiar para descrevê-la é Aba (paizinho). Pai (Gl 4.6).

É um privilégio ser membro de uma família em que todos passam a chamar e a considerar uns aos outros, irmãos em Cristo (l Ts 2.14). Toda essa bênção só é possível porque fomos feitos "filhos de adoção por Jesus Cristo" (Ef 1.5).

Definição teológica

A palavra grega traduzida para “adoção” é “huiothesia” é uma palavra composta formada de “huios” que significa “filho”, e “thesis” que por sua vez é “posição ou colocar” (Rm 8.15,23; 9.4, Gl 4.5; Ef 1.5). Portanto, seu sentido primário é: “colocar como filho”, “dar a alguém a posição de filho”.

Em escritos seculares gregos essa palavra era muitas vezes usada no mesmo sentido que usamos a palavra adoção; isto é, aceitar alguém que não era por natureza da família e legalmente recebê-lo e tratá-lo como filho por nascimento […] é o ato jurídico pelo qual uma pessoa recebe outra como filho, independentemente de existir entre elas qualquer relação de parentesco consanguíneo ou afinidade” (VINE, 2002, p. 374).

Benefícios da adoção

Fazer parte de uma família, e nesse caso da família de Deus (Ef 2.19), traz inúmeros benefícios: segurança, confiança e sentido de pertencimento a uma casa eterna. Este termo lembra um lugar de refúgio, paz e descanso. Nesse sentido, num mundo conturbado em que vivemos, encontrar a casa do Pai é um grande alívio e um antídoto contra as perturbações, angústias e aflições nos dias atuais. Além disso, a adoção divina nos tira o senso de inferioridade que o pecado carrega, nos coloca num lugar elevado, tirando-nos "da potestade das trevas" e transportando-nos "para o Reino do Filho do seu amor" (Cl 1.13).

Herdeiros da promessa

O Espírito Santo testifica ao nosso coração que somos filhos de Deus (Rm 8.16). Somos filhos porque fomos adotados pelo Pai, passamos a fazer parte de sua família e a desfrutar do privilégio de sermos os seus herdeiros (Tt 3.7; Rm 8.17).

Por meio da adoção divina, deixamos de ser escravos, sem herança nem direito, para nos tornarmos filhos portadores de todos os privilégios da casa do Pai (Gl 4.7). Logo, temos uma herança incorruptível, incontaminável e imarcescível que está reservada nos céus para nós (1Pe 1.4).


A adoção é para todos os que creem

Os principais textos que tratam dos crentes como filhos de Deus são (Sl 103.13; Ef 1.5; Gl 4.4,5; Rm 8.15-17; Jo 1.12; 2 Co 6. 18; Rm 8.15; 23; Gl 4.6; Hb 12.6; Hb 6.12; 1Pe 1.3,4; Hb 1.14). Continua-se a observar os aspectos legais que ocorrem na vida do pecador que recebe a Cristo como Salvador: “Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que creem no seu nome” (Jo 1.12). A presunção humana de achar que todos os homens são filhos de Deus não corresponde à verdade bíblica.

II - ADOÇÃO DE FILHOS DE DEUS

A adoção nos torna filhos de Deus
Ninguém precisará jamais adotar um filho natural porque já é filho. Deus tem apenas um Filho, o qual, por ser o único, é chamado de Filho Unigênito (Jo 3.16). Os homens tornam-se filhos por adoção, e essa adoção é um ato legal, pois ela inclui a pessoa salva na família de Deus, responsabilizando-a pela obediência filial. Como consequência dessa filiação, o crente passa a ter todos os direitos e privilégios de filho: “E, se nós somos filhos, somos, logo, herdeiros também, herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo […]” (Rm 8.17; ver Gl 4.5,6). “[…] deu-lhes o poder de seremfeitos filhos de Deus […] ” (Jo 1.12). De “serem feitos” porque não eram antes (BRUNELLI, 2016, p. 359).

A adoção nos dá os direitos de um filho natural

A adoção no mundo greco-romano era ordinariamente de jovens de bom caráter que se tornavam os herdeiros e mantinham o sobrenome dos ricos que não tinham filhos. Porém, o NT proclama a adoção corteza do Senhor a pessoas pecadoras para se tornarem os herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo (Rm 8.15-17; Gl 3.26, 27; 4.5,6; 1Jo 3.1). Em uma cerimônia legal, ao filho adotado era concedido todos os direitos de um filho natural. Não existe dignidade suficiente no homem que o faça merecer tão graciosa obra da salvação (Ef 1.5; Gl 4.5; Rm 8.15). Quem não é filho, vive numa insegurança marcante, porém quem é filho sente segurança: “porque não recebestes o espírito de escravidão para viverdes, outra vez, atemorizados” (Rm 8.15) (ENNS, 1998, p. 35).

A adoção nos dá uma nova relação familiar

Pela adoção, os laços com a velha família são quebrados, pois somos resgatados da lei (Gl.4.5); da escravidão (Rm 8.15); das futilezas que cercavam a nossa vida (1Pd 1.18); e da maldição familiar (Ex 20.5). Pela adoção, um novo ambiente familiar é estabelecido.

A adoção vai ainda um pouco além, pois: “ela outorga não apenas um novo nome, um novo status legal e uma nova relação familiar, mas também uma nova imagem, a imagem de Cristo” (Rm 8.29; Ef 2.11-13; 19). O adotado não tem nenhum mérito pela escolha do “adotador” pois a soberania divina exclui com eficácia qualquer mérito (Ef 1.5; Gl 3.26; 4.4-7). “Adoção é um ato por meio do qual Ele (Deus) nos faz membros da Sua família”. Filho, no sentido legítimo da palavra, é alguém que tem em si os “genes” do pai e da mãe. Todavia, há filhos adotados,por um ato de amor e, ao mesmo tempo, jurídico, passando a desfrutar das mesmas regalias e direitos de um filho biológico; ou ainda, pelo direito à cidadania estrangeira, como ocorreu com Paulo (At 22.25,26) (BRUNELLI, 2016, p. 369).

Adoção nos dá privilégios espirituais

O status de filhos traz-nos alguns privilégios:

(a) tratar a Deus como Pai nas nossas orações e de receber o perdão de nossos pecados: “Pai nosso, que estás nos céus […]” (Mt 6.9);

(b) ter o testemunho do Espírito acerca da nossa salvação, o qual clama “Aba, Pai”, dando-nos o testemunho de que somos filhos de Deus (Rm 8.15,16);

(c) sermos amados por ele, enquanto ignorados pelo mundo (1Jo 3.1); (d) ter o privilégio de sermos guiados pelo Espírito Santo (Rm 8.14), (e) gozamos do cuidado do Pai (Mt 6.32) e da liberdade de lhe pedir o suprimento das nossas necessidades (Mt 7.11); (f) podemos lhe pedir o Espírito Santo (Lc 11.13) e gozarmos do direito a ter uma herança nos céus (G1 4.7; 1Pd 1.4), e, além de tudo, o salvo é colocando lado a lado com o Filho Unigênito do Pai (Rm 8.17).

III - A DOUTRINA DA ADOÇÃO NO PASSADO, PRESENTE E FUTURO

Depois de adotado por Deus, o crente passa a ser filho do Pai Celeste: “Amados, agora somos filhos de Deus…” (1Jo 3.2); como irmão de Jesus (Hb 2.11); e como herdeiro dos céus (Rm 8.17). De igual modo, é libertado do medo (Rm 8.15) e desfruta de segurança e certeza de vida eterna (Gl 4.5,6).

A adoção no passado
A regeneração nos dá a natureza de filho de Deus, já a adoção nos dá a posição de filhos. Em Efésios 1.4,5 está escrito que fomos predestinados por Deus para adoção de filhos, “… antes da fundação do mundo […] e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo […]”; portanto, antes da existência do homem. Isso exclui qualquer mérito humano e somente revela a graça infinita de Deus que é condicional.

A adoção no tempo presente
Há bênçãos desfrutadas já nesta vida, decorrentes da adoção, como:

(a) o nosso nome de família: “chamados filhos de Deus” (1Jo 3.1; Ef 3.14,15);

(b) o testemunho do Espírito Santo em nosso interior, de que somos filhos de Deus (Rm 8.16);

(c) o recebimento do Espírito Santo (Rm 8.15; Lc 11.11-13);)

(d) a disciplina da parte de Deus como seus filhos: “Se estais sem disciplina […] sois então bastardos, e não filhos” (Hb 12.8; 6-11);

(e) a nossa herança celestial, declarada e garantida por Deus (Rm 8.17);

(f) Por meio da adoção, os nossos nomes foram registrados no livro da vida do Cordeiro (Lc 10.20; Fp 4.3; Ap 17.8; 3.5; 13.8; 20.12,15; 21.27).

A adoção no tempo futuro
Paulo traz à mente do povo de Deus, que sua relação com Deus agora em Cristo, é totalmente diferenciada. Não mais escravos, mas filhos. Em Romanos 8.23, vemos que os nossos privilégios quanto à adoção de filhos de Deus têm ainda um lado futuro: “… gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo”. Isso se dará na vinda de Jesus para levar a sua Igreja, o que nos mostra que a adoção de filhos se concretizará de maneira plena no futuro com o arrebatamento da Igreja. “Vede quão grande caridade nos tem concedido o Pai: que fôssemos chamados filhos de Deus […]. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque como é o veremos […]” (1Jo 3.1-3).

IV - O QUE NÃO É A ADOÇÃO

 A adoção não é regeneração

A adoção lida com a nossa mudança de posição pois éramos por natureza “filhos da ira” (Ef 2.3) e “filhos do diabo” (1Jo 3.10); nossa posição era de alienação e condenação.

Devido à remoção do pecado e à obra meritória de Cristo nossa posição muda, de modo que agora somos chamados filhos de Deus. O filho adotivo retém a natureza de seus pais biológicos; ele não assume a natureza de pai adotivo. Mas Deus, na regeneração, permite que seus filhos, “nascidos de novo”, se tornem participantes da sua natureza santa e amorosa, como seu Pai celestial (2Pd 1.4). Deus fez o que nenhum pai ou mãe humanos podem fazer quando adotam uma criança que é mudar a personalidade e a natureza da criança que adotaram de modo que sejam semelhantes às deles. Os judeus contemporâneos de Jesus alegaram ser filhos de Deus, porém, suas atitudes não demonstravam essa condição de filhos de Deus; por isso, Jesus chamou-os de “filhos do diabo” (Jo 8.41-44) (BRUNELLI, 2016, p. 369).

Adoção não é justificação
A justificação lida com a nossa mudança de estado pois estávamos por natureza “condenados” e agora somos “livres” pois recebemos o perdão e a reconciliação com Deus. Por isso, a adoção é uma bênção que nos leva da sala do tribunal para o seio da família (2Sm 9.11). Concebe-se a justificação em termos da lei, a adoção, em termos do amor. A justificação vê Deus como juiz, a adoção, como um pai (Rm 8.14, Ef 1.5). As Escrituras deixam claro que uma coisa é ser “julgado justo” (justificação), e outra é ser “colocado entre os filhos de Deus” (adoção). A justificação envolve uma relação judicial; a adoção, uma relação pessoal. O fato de um juiz pronunciar a sentença de “não culpado” não o compromete a levar o acusado para sua casa e conceder-lhe todos privilégios de filho. Uma coisa é Deus nos aceitar como Juiz, outra, aceitar-nos como Pai (BRUNELLI, 2016, p. 369).

A adoção não é santificação
A santificação lida com a nossa mudança de natureza pois éramos por natureza “impuros” e agora somos “santos” (Jo 1.12; Rm 8.17). “Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.48).Paulo também disse: “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados” (Ef 5.1). Trata-se simplesmente do filho de Deus ter os sinais característicos; fiel ao seu Pai, ao seu Salvador e a si próprio. A responsabilidade de viver no status de filho, temos que viver como família de Deus. Por isto Jesus afirmou: “Sede perfeitos como perfeito é vosso Pai” (Mt 5.48). Somos convidados a viver este novo estilo de vida: “Como filhos da obediência não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente” (1Pd 1.14). Devemos ter compromisso com o funcionamento da nova família: “Vivei de modo digno da vocação a que fostes chamados” (Ef 4.1).

Para isso Paulo nos adverte: “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados […]” (Ef 5.1,2 ver 1Pd 1.14-16; Mt 5.16). Por isso que Paulo ainda diz: “[…] para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta […]” (Fp 2.14-16). Nesta atitude de honrar e glorificar o Pai é que somos reconhecidos como seus filhos: “Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: todo aquele que não pratica justiça não procede de Deus […]” (1Jo 3.10 ver 1Pd 2.11,12).

CONCLUSÃO

A doutrina da adoção nos mostra que somos filhos de Deus e que um dia fomos aceitos por Ele por causa do Seu grande amor. Foi a obra de Cristo na cruz que tornou esse processo de adoção possível. Agora, nos tornamos herdeiros de todas as coisas juntamente com Cristo Jesus.

Aqueles que fazem parte da família de DEUS participam de um amor e solicitudes especiais uns para com os outros. É exatamente este amor que comprova a realidade da nossa adoção como filhos de DEUS. "Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte" (1 Jo 3.14). "Nisto conhecerão todos que sois meus "discípulos, se tiverdes amor uns aos outros" (Jo 13.35).

Usufruam o máximo da maravilhosa Lição desse domingo.

Deus os abençoe em Cristo Jesus.

Viva vencendo!!!

Seu irmão menor.

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