05 julho 2017

A PARÁBOLA DO GARIMPEIRO


Ler, estudar e meditar na Palavra de Deus é semelhante ao garimpeiro diligente que atravessa o rio para laborar nas terras que dão ouro puro. Do nascer ao pôr-do-sol, o trabalhador humilde de espírito deixava sua família para conseguir o pão de cada dia. Chegando ao porto desejado, com fome e sede de justiça, o manso de espírito começou a cavar a terra em busca de sua herança permanente. Percebendo que na superfície do solo não haveria pepitas de ouro, o garimpeiro diligente renegou a trabalhar com mão remissa, militando contra a preguiça que o assolava diariamente. Mesmo em angústias e dificuldades, o diligente garimpeiro não desistia de cada vez mais cavar a terra com profundidade em sua busca pelo ouro. Cada vez que procurava com profundidade desbravar a terra, mais ouro puro encontrava. 
Utilizando a bateia, sua ferramenta de labor, o trabalhador fazia da rotina o seu prazer de todo o dia, separando a impureza da preciosidade. Com alegria e contentamento, pelo fruto de sua perseverança, cada pepita de ouro era colhida por graça. Como bem-aventurança de sua luta diária, tal homem veio a enriquecer.  Em contraste, seus companheiros de garimpo, com os braços em repouso e vencidos pela ociosidade, abandonaram aquela terra devido à dificuldade. Assim “sobreveio a eles, a pobreza como um ladrão, e a necessidade como um homem armado” (Pv 6.11). Tais homens não construíram alicerces sólidos para edificarem suas casas, nem no presente e nem para o futuro, porque foram encontrados em grande miséria.

Temeroso em ser achado num antigo provérbio que diz: “o que se ajunta a vadios se fartará de pobreza” (Pv 28.19), o garimpeiro diligente seguiu o conselho da Sabedoria continuando a cuidar de seu solo. No inverno e no verão, na adversidade e na bonança, os anos se passaram e o fiel trabalhador continuou em sua rotina. 
Juntou riquezas insondáveis, eternas e cheia de glória, tanto pra si mesmo quanto para suprimento de toda a sua família. 
Seu galardão foi tão grande, que sua benção transbordou para todos os seus amigos íntimos. Toda a vizinhança foi ricamente abençoada, pois quanto mais rico ficava, mais entendia que “Mais bem-aventurado é dar do que receber” (At 20.35). 

O garimpeiro diligente terminou sua vida bem, pois fez para si um depósito, “tesouro inextinguível nos céus, onde não chega o ladrão, nem a traça consome”. (Lc 12.33). Abençoou e edificou vidas, foi manancial e medicina com seus lábios porque do seu coração tirava as pepitas de ouro que guardou. Durante toda a sua vida de trabalho, havia um norte no qual estava ancorada a sua alma. 

O segredo de cada garimpeiro que terminou a sua carreira de uma forma digna está alicerçado numa antiga resolução, escrita por um antigo garimpeiro que correu com sucesso a “carreira que lhe estava proposta”. Resolução esta, “gravada sobre tábuas, para que a possa ler até quem passa correndo”: “Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça não se tornou vã; antes, trabalhei, muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo.” (1Co 15.10).

Ney Junior

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