Postarei
para a edificação do povo de Deus uma série de estudos bíblicos sobre o
risco do calvinismo exacerbado, no que concerne a soteriologia bíblica. Claro
que não concordo com Armínio em 100% nem com Calvino na mesma proporção, mas
acredito que a interpretação arminiana no que concerne a salvação, eleição,
predestinação e depravação total da raça humana é mais bíblica e aceitável do
que a calvinista.
Apreciem e tirem suas conclusões.
Esse estudo não é de minha autoria, por isso estou citando as devidas fontes,
como sinal de respeito aos autores.
João Augusto
de Oliveira
Introdução
Minha esposa
e eu éramos Calvinistas (ou “reformados”, como gostávamos de dizer), e queríamos que nossos filhos
crescessem assim. Participávamos de uma
igreja calvinista e ensinávamos teologia reformada para os nossos filhos. Entretanto, a partir de 2012, começamos a
ficar progressivamente desconfortáveis com os princípios doutrinários
principais desta perspectiva.
Nós ainda
respeitamos o calvinismo, e espero que possamos preservar muitos de seus pontos
fortes na nossa vida familiar. Entretanto, viemos a crer que a teologia reformada é
baseada em fundamentos não bíblicos, os quais ela adiciona ao evangelho, e que,
inadvertidamente, abraça uma série de crenças heterodoxas. Na
série de posts que se seguem, vou identificar cinco bases defectíveis do
calvinismo.
Antes de
iniciar uma discussão sobre os cinco pontos onde o calvinismo é insuficiente, é importante esclarecer que eu estou falando
aqui de “Calvinismo” ao invés
dos ensinamentos específicos do próprio João Calvino. É importante preservar essa distinção, uma vez que é questão de debate se Calvino era
mesmo um calvinista. No entanto, eu acredito que há boas razões para afirmar
alguma continuidade entre o ensino de Calvino e os tipos de ideias que serão criticadas, mas isso é em última
instância uma questão histórica que está além do escopo desta discussão.
Os 5 pontos que serão explorados são os
seguintes:
O Calvinismo
apresenta uma Bíblia desistoricizada(signi-fica deixar de lado a preocupação
com o caráter histórico do texto e não levar em
conta as influências do momento
histórico sobre o autor do texto).
O Calvinismo
destrói a justiça de Deus
O Calvinismo
desloca Deus da nossa experiência Dele
O Calvinismo
ensina a heresia do monergismo
O Calvinismo
apresenta uma Cristologia deformada
Para este
primeiro ponto de discussão, vou sugerir que a abordagem calvinista da
Escritura é radicalmente desconectada do contexto histórico em que a Bíblia foi
escrita.
Uma Bíblia Desistoricizada(significa
deixar de lado a preocupação com o caráter histórico do texto e não levar em
conta as influências do momento
histórico sobre o autor do texto)
Na segunda
metade do século XX. ocorreram grandes avanços em nossa compreensão do judaísmo
do primeiro século, em grande parte como resultado da descoberta dos
Manuscritos do Mar Morto e todo o conhecimento que este gerou. Estas
descobertas deram-nos uma apreciação muito melhor para os tipos de debates
teológicos que eram percolados na época do apóstolo Paulo. Isso significa que
nós estamos em uma posição melhor para reconstruir cuidadosamente os tipos de
argumentos que os opositores judeus de Paulo provavelmente vieram a fazer
contra o evangelho de Cristo.
Quando nos
envolvemos com este conhecimento, ele começa a tornar cada vez mais evidente
que os debates padrões entre calvinistas e não-calvinistas sobre temas como
predestinação e depravação total simplesmente não apareceram em parte alguma na
tela do radar nos dias de Paulo.
Quando
paramos de ler Paulo à luz de debates posteriores entre Agostinho e os
Pelagianos ou entre Calvinistas e Arminianos — mas, em
vez disso, lemos Paulo à luz do que os historiadores agora sabem sobre Judaísmo
do Segundo Templo — torna-se claro que, na maioria das
passagens consideradas como textos-prova padrões calvinistas, Paulo estava na
verdade abordando as relações judeus/gentios, e outros assuntos relacionados.
Da mesma forma, muitas das passagens que nós imediatamente assumimos tratarem sobre
questões de salvação individual, na verdade, tinham uma nuance mais da aliança,
e isso inclui a maior parte do arsenal de passagens favoritas dos calvinistas.
Tudo isso surge quando nós cuidadosamente reconstruímos o contexto histórico de
Paulo à luz do que os historiadores agora sabem sobre o Judaísmo do primeiro
século.
O Calvinismo
destrói a Justiça de Deus
“Que o Senhor te amaldiçoe e te abandone. Que o Senhor te
mantenha nas trevas e te dê apenas julgamento, sem graça. Que o Senhor vire as
costas para você e remova Sua paz de você para sempre.”
Estas palavras, extraídas de um vídeo popular de RC Sproul, revelam
duramente o lado sombrio do conceito de justiça do calvinista, o qual eu
gostaria de explorar neste post.
A maioria
dos calvinistas supralapsarianos (e um bom número de não-supralapsarianos ) vai
concordar com Herman Hoeksema que “A reprovação existe
a fim de que a eleição possa ser realizada. A reprovação é necessária para
trazer os eleitos à glória que Deus, em Seu infinito amor, designou para eles …” A ideia aqui é que Deus não poderia ter propriamente salvo
os eleitos, e muito menos demonstrado Sua justiça a eles, sem ter um grupo de
pessoas com o qual Ele pudesse ficar irado por toda a eternidade.
Imagine um
oleiro que trabalhou continuamente até criar uma série de belíssimos vasos
moldados com excelência. Mas ele não está satisfeito com isso —
ele também deve construir uma segunda classe de vasos a fim de quebrá-los em
uma centena de pedaços. Isso prova a todos que ele tem força. O Deus do calvinismo
é como este oleiro; Ele deve ter duas classes de pessoas: um grupo para o qual
demonstrar Seu amor e misericórdia, e outro grupo para o qual mostrar a Sua ira
e ódio ao pecado.
No fim das
contas, isso equivale a dizer que Deus odeia tanto o pecado, que quis que o
mesmo entrasse em Sua criação eternamente para que pudesse puni-lo para todo
sempre. Mas considere cuidadosamente o que isso realmente significa. Por causa
de Seu imenso ódio contra o pecado, Ele deve criar o pecado, o qual deve
existir eternamente nas pessoas que Ele está eternamente a punir.
De acordo
com essa teoria, se Deus tivesse optado por impedir a existência do mal
prioritariamente, isso seria pior do que a perpetuação interminável do mal em
um inferno eterno, visto que não haveria nenhuma outra maneira de nós sabermos
que Deus é justo (para o calvinista nós não temos como saber que Deus é justo a
menos que Ele tenha algo com o qual possa estar irado). Assim, isso resume-se a
dizer que Deus odeia tanto o mal que deve garantir a sua existência eterna.
O problema é
que essa ideia de justiça é derivada da filosofia para o interior da Bíblia.
Ela vem da noção filosófica de que Deus é absolutamente simples na Sua
divindade. Depois de aceitar a premissa de que Deus é uma essência
absolutamente simples, o resto do argumento prossegue da seguinte forma (pelo
menos da forma que ele foi representado a mim por amigos calvinistas) :
1- Uma vez
que Deus é simples, Seus atributos não são divisíveis, como somente objetos
compostos — e não objetos simples — podem ser divididos;
2- Desde que
os atributos de Deus não são divisíveis, Ele deve estar sempre expressando
todos os aspectos de Seu caráter em todos os momentos;
3- Justiça e
ódio ao pecado são aspectos essenciais do caráter de Deus;
4- Portanto,
Deus deve expressar continuamente e eternamente a Sua justiça e ódio contra o
pecado, a fim de ser absolutamente simples e, portanto, ser verdadeiramente Deus.
(Quanto à importância
da ira de Deus contra o pecado ser eterna uma vez que a simplicidade divina é
posta, consulte os artigos em Choosing Hats: ‘Propitiation,
Wrath and Substitution’ and ‘A
Further Example of the Importance of Divine Simplicity')
A maioria
dos calvinistas que defendem essas ideias não percebem que elas têm sua origem
na filosofia grega e não na Bíblia, e assim eles ingenuamente pensam que o
pacote completo pode ser inferido a partir de alguns versos como Romanos 9:22.
Eles não conseguem perceber que a sua filosofia na verdade está criando uma
lente pela qual eles leem Paulo.
O ponto 4
(quatro) só se aplicado em termos de eternidade que se estende em direção ao
futuro, mas se a lógica da argumentação acima for totalmente aceita, seria
necessário que a ira de Deus contra o mal também fosse estendida ao passado, e
que, portanto, o mal sempre tivesse existido a fim de Deus possuir um objeto
contra o qual mostrar a Sua ira. Se um calvinista anular a necessidade do mal
estar presente ao longo da eternidade passada
invocando a noção de que Deus está fora do tempo, então, logicamente, essa
noção também poderia ser invocada para anular a necessidade de o mal estar
presente pela eternidade.
Como já
mencionado, esta teoria diz que Deus odeia tanto o mal que deve garantir a sua
perpetuação eterna, pois se em um trilhão de anos, a partir desse momento,
houvesse apenas um milésimo de segundo em que Deus não tenha um grupo de
pecadores contra o qual estar irado, então isso seria trágico a medida que uma
parte integral de Seu caráter (justiça) seria incapaz de ser expressa.
Como Douglas
Wilson postou certa vez em seu blog:
"Em um
mundo sem pecado, dois dos mais gloriosos atributos de Deus — Sua justiça e Sua misericórdia — não
seriam exibidos. Isso, obviamente, seria horrível… Em
um mundo sem pecado e mal, pelo menos dois dos atributos de Deus não seriam
revelados e manifestos, os quais são ira e misericórdia. Uma vez que isso é
obviamente intolerável, Deus determinou controlar nossos interesses da maneira
que Ele fez"
.
Jonathan
Edwards expressou uma ideia semelhante quando escreveu:
"É algo
apropriado e excelente que a infinita glória de Deus resplandeça; e pela mesma
razão, é apropriado que o brilho da glória de Deus seja completo; isto é, que
todas as partes de Sua glória devam resplandecer, que cada beleza deva ser
proporcionalmente fulgurante, a fim de que aquele que olha tenha uma noção
adequada de Deus. Não é apropriado que uma glória deva ser excessivamente
manifesta , e outra não…Assim, é necessário que a
aterradora majestade de Deus, Sua autoridade e terrível grandeza, justiça e
santidade devam ser manifestas. Mas não poderia ser assim , a menos que o
pecado e a condenação tivessem sido decretados; ou o fulgor da glória de Deus
seria por demais imperfeito, tanto porque essas partes da glória divina não
resplandeceriam tanto quanto as outras, e também porque a glória de Sua
bondade, amor, e santidade seria apática sem elas; não, elas ilustrariam de
forma pobre Seu fulgor. Se não for certo que Deus deveria decretar e permitir e
punir o pecado, não poderia haver nenhuma manifestação da santidade de Deus pelo
ódio ao pecado; ou em, pela Sua providência, preferir a piedade [em lugar do
pecado]. Não haveria nenhuma manifestação da graça de Deus ou verdadeira
bondade, se não houvesse pecado a ser perdoado, ou miséria a ser revertida. Por
mais felicidade que ele concedesse, a Sua bondade não seria mais estimada ou
admirada…Assim, o mal é necessário, para felicidade
maior da criatura, e a perfeição da manifestação de Deus, para a qual ele fez o
mundo; porque a felicidade da criatura consiste no conhecimento de Deus, e no
senso de Seu amor. E se o conhecimento Dele é imperfeito, a alegria da criatura
deve ser proporcionalmente imperfeita"
.
A mesma
noção está presente nas obras de Santo Agostinho:
"… se tudo tivesse permanecido condenado à punição exigida
pela justa condenação, então a graça misericordiosa de Deus não teria sido
vista em ação em ninguém, por outro lado, se tudo tivesse sido transferido das
trevas para a Luz, a verdade da vingança de Deus não se faria evidente. —City of God 21.11.
Agostinho
defende este ponto de vista comparando-o à beleza da antítese que encontramos
na literatura:
"O
futuro estado mal [do homem] … enriquece o curso da
história do mundo pelo tipo de antítese que dá beleza a um poema. A antítese’ fornece a
mais atraente imagem nas composições literárias … A
contrariedade dos opostos dá uma beleza adicional ao discurso; e da mesma forma
há uma beleza na composição da história do mundo, decorrente da antítese dos
opostos — uma espécie de eloquência nos
eventos, em vez de nas palavras." — City
of God 11.17.
Curiosamente,
Agostinho inconscientemente importou essa ideia para dentro da
teologia cristã a partir de sua base maniqueísta, a qual foi retomada e mais
sistematizada pelos reformadores. Nós percebemos o quão comprometida é a teoria
de Agostinho sobre o mal com sua base maniqueísta na seguinte citação,' onde o
bem e o mal criam uma antítese necessária para manter o equilíbrio do universo':
"E
assim, os males, os quais Deus não ama, não estão separados da ordem.
Entretanto, Ele ama a própria ordem. Ele tem prazer exatamente nisso: amar as
coisas boas, e não amar as coisas más — e isto em
si mesmo é algo da magnífica ordem e do arranjo divino. E porque este arranjo ordenado
mantém a harmonia do universo por este exato contraste, segue-se que as coisas
más devem necessariamente existir. Desta forma, a beleza de todas as coisas é
de tal forma configurada, por assim dizer, a partir de antíteses , ou
seja, a partir de opostos: isto é agradável a nós, mesmo no discurso".
Não é
suficientemente bom criticar tais ideias apenas por causa de suas origens
pagãs, embora o fato dessas teorias possuírem suas raízes nos pilares da
filosofia e do Maniqueísmo devesse deixar qualquer Calvinista inquieto.
O problema
com essas conjecturas é que elas essencialmente afirmam que Deus exige um
oposto (antítese) para que Ele seja bom, ou pelo menos para que Sua bondade
seja completamente realizada e manifestada. Elas nos obrigam a afirmar (pelo
menos se formos coerentes), que por toda a eternidade, a bondade e justiça
inerentes à Santíssima Trindade sempre foram incompletas, porque foi necessário
o aparecimento do mal para que todas as potências não manifestadas na Divindade
pudessem finalmente ser realizadas.
Esta
implicação é clara na excelente obra de John Piper 'Desiring God' e também em sua menos
excelente 'The Pleasures of God'. Piper sugere que a dor, o mal e a miséria de
alguns são uma pré-condição necessária para a crescente satisfação dos santos.
Isso parece deixar-nos com uma espécie de dualismo, visto que torna Deus
eternamente dependente do mal. Novamente, se levado à sua conclusão lógica,
isso implicaria que o mal deve ser tão eterno quanto a Santíssima Trindade.
Por outro
lado, se os membros da Trindade são completamente auto-suficientes e poderiam
apreciar plenamente a sua própria justiça independente da criação, então,
presumivelmente, também seria possível para os filhos redimidos e glorificados
de Deus apreciar a bondade e a justiça de Deus independente da existência do
mal, a menos que possamos produzir um primeiro argumento a priori contrário (o
que, é claro, nenhum professor de Agostinho a John Piper foi capaz de fazer).
Se o mal é
necessário para que a bondade de Deus seja manifestada, e se a manifestação de
tal bondade é uma parte crucial do que significa para Deus ser Senhor (visto
que, de outra forma, o ódio de Deus pelo pecado não poderia encontrar um
escape), então segue-se que a criação é necessária para Deus ser Deus, como a
própria criação é uma pré-condição para o mal. Nesse caso, Deus não seria Deus
antes da criação. Logo, a criação não é um excesso da abundância de Deus, mas
algo que era necessário a realização de um determinado aspecto de Seu caráter.
Essas terras são incomodamente próximas daquilo que alguns Arianos propuseram.
Eu sei que foram os Arianos quem afirmaram que '...para Deus ser Deus, Ele deve
eternamente ser o Senhor sobre algo; logo,
o Filho deve ser eternamente subordinado à autoridade de Deus o Pai'. Uma lógica
semelhante está por trás de muita especulação calvinista.
Por causa
disso, minha esposa e eu percebemos que é melhor simplesmente dizer que é um
mistério o porquê Deus permitiria o mal, em vez de tentar dar uma explicação
filosófica problemática como a dos Calvinistas. O mal certamente existe, então
deve haver alguma explicação para ele que não comprometa os atributos de Deus,
visto que termos como bondade, justiça e amor não podem ter nenhum significado
à parte de Deus. Sabemos pela Bíblia que Deus permite o mal a fim de extrair o
bem dele, mas isso é tudo que sabemos. Se tentarmos preencher as lacunas de
nosso entendimento com a explicação Agostiniana/Calvinista somos forçados a
acreditar que o amor de Deus, a graça, a bondade, etc., só são inteligíveis em
um mundo marcado pelo mal. Em um nível puramente prático, isso não faz sentido.
Eu não preciso ir até o aterro e contemplar o lixo lá a fim de reconhecer a
beleza da natureza. Eu não preciso me alimentar de frutas em putrefação e pão
podre a fim de desfrutar de costeletas de cordeiro. Da mesma forma, tenho
certeza de que as pessoas da Santíssima Trindade eram plenamente capazes de
apreciar o amor uns do outros antes do advento do mal.
Novamente,
eu não posso dar uma explicação alternativa sobre o motivo pelo qual um Deus
que é todo-poderoso, onisciente e completamente bom permitiria a existência do
mal. Enquanto sabemos pelas escrituras que o Senhor permite o mal a fim de
extrair bem dele, não sabemos, em última análise, por que Ele escolhe
demorar-se enquanto Seu povo sofre perseguição ou por que Ele permite ao ímpio
prosperar. Este é um mistério para nós, assim como era um mistério para os
salmistas ou para o paciente Jó. Nós simplesmente não sabemos como Deus pode
ser o Sumo bem, onisciente e todo-poderoso, e ainda assim o mal possa existir.
Esta não é apenas uma questão filosófica profunda, mas é também uma questão
existencial real — especialmente para os cristãos que
foram vítimas de crueldade e injustiça.
O problema
com o Calvinismo é que sua busca pela clareza racionalista acaba com esse
mistério necessário. O Calvinismo afirma que o mal existe porque Deus deseja
que ele esteja lá — fim da história. Como Calvino
coloca em suas Institutas da Religião Cristã, “Eu digo,
com Agostinho, que o Senhor criou aqueles que, como certamente sabia de
antemão, iriam para a perdição, e o fez porque assim quis.”,
enquanto mais tarde Calvino estende essa ideia para seu corolário consistente,
o qual é que “o homem, pelo justo impulso de Deus, faz
o que é injusto.” Em outras palavras, de acordo com
Calvino, o pecador peca porque Deus impele-o a fazê-lo.
Calvino
trouxe este mesmo tema mais tarde, quando escreveu:
"o
homem cai porque assim o ordenou a providência de Deus …
que foi pela vontade de Deus que todos os filhos de Adão caíram nesta miserável
condição em que ora se acham envolvidos …". Nem
deve parecer absurdo o que digo: Deus não só viu de antemão a queda do primeiro
homem e nela a ruína de sua posteridade, mas também por seu próprio prazer a
ordenou".
Deus, por
Seu próprio prazer, ordenou o mal?
Estas são
palavras difíceis, especialmente porque elas parecem envolver diretamente a
Deus em toda a maldade do mundo. Elas facilmente resolvem o problema do mal,
mas fazem isso às custas de outro ensinamento bíblico. Por exemplo, o Salmo
5:5. Na Septuaginta — o texto do Antigo
Testamento citado por escritores do Novo Testamento e o texto canônico da
antiga Igreja — Salmo 5:4 lê: "Tu não és
um Deus que tenha prazer (Thelon) na injustiça (anomian).”
Para ser
justo com Calvino, ele foi capaz de manter certo grau de equilíbrio dialético
que estaria faltando em seus seguidores. É por isso que a minha crítica ao
Calvinismo reconhece que o Calvinismo é maior do que simplesmente os
ensinamentos de João Calvino. Eu me convenci disso quando a nossa antiga igreja
realizou um acampamento para a família e convidou RC Sproul, Jr. para falar. O
Sproul mais jovem levou os ensinamentos de Calvino a tal extremo, indo ainda
mais longe do que seu pai — quanto mais ao próprio
Calvino. Por exemplo, Sproul deleitou-se ao descrever em detalhes o quanto Deus
desejou que o pecado acontecesse, e a maneira como Deus forçou o diabo a pecar
semelhante a um homem operando controle remoto. Em seu livro 'Almighty Over All',
Sproul desenvolve este ponto, escrevendo : “Eu estou
sugerindo que ele [Deus] criou o pecado … Onde, devo
perguntar, a lei de Deus proíbe a criação do mal? Eu sugeriria que essa proibição
simplesmente não existe".
Isto leva ao
que eu considero ser uma banalização do mal.
R. C. Sproul
Jr. postou um status no Facebook dizendo'... que uma vez que Deus é soberano,
mesmo aquelas coisas que não são como deveriam ser, são exatamente como
deveriam ser'. Ele prosseguiu dizendo que,'... em última análise, não existem
coisas “más”, uma vez que Deus
é completamente soberano. Agora, se isso significa que mesmo as coisas más
cooperam, em última análise, para o bem, então eu não tenho nenhum problema.
Mas há uma grande diferença entre dizer, por um lado, que Deus extrai o bem do
mal, e, por outro lado, dizer que visto que Deus é o Autor de todas as coisas,
o mal não é muito ruim (ou que tudo que acontece deveria acontecer).
Se, conforme
Sproul sustenta, Deus é o Autor do mal, então teríamos de dizer que Ele promove
a maldade no coração das pessoas. Mas se assim for, então Deus é pecador pelas
definições bíblicas do pecado e do mal. Considere que, em Provérbios, aqueles
que incitam e seduzem ao mal (como os amigos do tolo ou a prostituta) são tão
moralmente culpados quanto o homem simples que foi vítima dessas tentações. Tiago
diz que Deus não nos tenta, mas se Deus é o autor do mal, então Ele está
fazendo muito mais do que simplesmente nos tentar: Ele está promovendo o mal em
nossos corações e incitando-nos a pecar.
Neste
esquema , as palavras “Deus é bom”
não são mais inteligíveis, a medida que Deus está violando Sua própria
auto-revelação do significado de “bondade”. Consequentemente, se Deus realmente é o princípio ativo
por trás da semente da mulher e da semente da serpente, então, teríamos de
concluir que as categorias bíblicas usadas para descrever Deus são, em última
análise, não-descritivas. Ademais, isso faria da antítese que encontramos ao
longo dos Salmos de guerra uma zombaria, se Deus for a força causal por trás de
ambos os lados.
Além disso,
se Deus é o Autor do mal, então teríamos de concluir que, assim como a bondade,
o mal é uma parte intrínseca do caráter de Deus. Mas nesse caso, ficamos sem um
padrão para distinguir entre o bem e o mal. Logo, usar o caráter de Deus como
padrão seria semelhante ao usar uma fita métrica na qual as escalas em
polegadas e centímetros estão todas misturados. Deus só pode ser o padrão para
a distinção entre o bem e o mal se o primeiro, e não o último, for fundamental
para o Seu caráter.
Isto tem
implicações pastorais quando se lida com pessoas que foram vítimas de
sofrimento ou abuso. Alguns calvinistas extremados vão enfrentar a dor humana
com as palavras do famoso hino de Rodigast: “What ‘er my God ordains is right (O que meu Deus ordena está
correto). Sua abordagem é: “Isso está acontecendo;
portanto, Deus ordenou isso; portanto, deve estar correto. Felizmente, a igreja calvinista que
participamos não era tão reducionista, mas o mesmo não pode ser dito de muitos
outros. Por exemplo, o Dr. Morton H. Smith, um dos fundadores do PCA, gostava
de pregar para suas congregações que, quando confrontados com o mal ou o
infortúnio, a única resposta apropriada é: “Eu não
teria nenhuma outra maneira.”
É verdade
que eu examinei, na maioria dos casos, certas representações
extremas/supralapsarianas do calvinismo. Mas, mesmo na teologia reformada mais
moderada, vemos uma distorção do ensino real da Bíblia sobre o tema da justiça.
Tanto no Antigo como no Novo Testamento, vemos que a justiça realmente não
trata sobre Deus punir o pecado como um fim em si mesmo; a justiça versa mais
sobre Deus endireitar as coisas. Por certo, quando Deus endireita as coisas,
isso envolve julgamento contra o pecado, mas a Bíblia tende a colocar essa
justiça dentro do contexto de Sua fidelidade à aliança com o Seu povo, de uma
forma que muitas vezes falta ao pensamento calvinista sistemático.
Objeção #1: Sua crítica
sobre conceito Calvinista de justiça desaprova as conclusões da teologia
Calvinista sem na verdade apontar exatamente onde o Calvinismo erra no processo
de argumentação bíblica que o leva a essas conclusões. É insuficiente meramente
julgar as conclusões da teologia reformada censuráveis, se você não demonstrar
pelas escrituras que as premissas que levam a essas conclusões estão erradas.
Resposta à Objeção #1: Esta
objeção é facilmente respondida citando uma questão feita pelo
matemático John Byl em The Divine Challenge. Byl escreve que “se a falsidade da conclusão é mais plausível do que a
veracidade das premissas, então é racional rejeitar as premissas… A vantagem deste método de refutação é que não é preciso
identificar exatamente onde ocorreu o erro inicial.”
Esta é a abordagem que tenho tomado na minha crítica ao calvinismo. A falsidade
das conclusões calvinistas é tão evidente que não é necessário, na verdade,
mostrar onde a argumentação que conduz a essas conclusões está errada.
Objeção #2: Algumas das
implicações que você desenha a partir do conceito calvinista da justiça, tais
como o seu argumento sobre a Trindade, seria repudiada por qualquer calvinista
que se preze. Isto sugere que, mais uma vez, você está desvirtuando o
calvinismo e criando espantalhos.
Resposta à Objeção #2: Se a
objeção acima fosse verdadeira, então qualquer argumento reductio ad
absurdum seria uma espécie de representação equivocada. Por exemplo,
considere o seguinte argumento:
1- Michael
diz que P é verdadeiro.
2- Mas se P
é verdadeiro, então Q segue.
3- Q é
claramente um absurdo.
4- Portanto,
o que Michael diz sobre P não pode ser verdade.
Suponha que
você é Michael no exemplo acima, e que você discorde. Você poderia disputar a
premissa um, e dizer que eu compreendi mal. Ou você poderia disputar a premissa
dois argumentando que Q não decorre P. Ou, você poderia disputar a premissa
três e argumentar que Q não é um absurdo. Em todos esses casos, a conclusão na
premissa quatro deixaria de seguir, mas em apenas um caso (o primeiro) você
poderia afirmar que eu não entendi você; ou seja, somente contestando o meu
argumento e afirmando que a premissa um é falsa, você seria capaz de
legitimamente alegar que eu lhe compreendi equivocadamente. Mesmo se você
protestasse fortemente contra a premissa dois e discordasse veementemente que Q
segue de P, você ainda não poderia legitimamente argumentar que eu distorci sua
declaração, a menos que eu alegasse que você também expôs Q como uma implicação
de P.
Seja P a
defesa da ideia calvinista de que Deus deve ter um grupo de pessoas com o qual
Ele esteja eternamente irado, a fim de demonstrar a Sua justiça; e seja Q a
defesa de algumas das implicações que eu invoquei. Aqui está a falha: mesmo se
eu estiver errado que Q decorre P, isso por si só não é suficiente para provar
que eu distorci a posição calvinista, a menos que eu também alegasse que eles
também afirmaram esta implicação. Mas em nenhum lugar da argumentação acima eu
aleguei que os calvinistas afirmam a implicação que eu expus, e justamente por
isso, não pode ser legitimamente argumentado que eu não compreendi.
Parte 3: O
Calvinismo desloca Deus da nossa experiência Dele
Na parte 2
desta série vimos que o Calvinismo afirma essencialmente que o caráter de Deus
tem dois lados, um lado que tem prazer em mostrar misericórdia e um lado que se
deleita em punir o pecado. Ambos os lados devem ser manifestados. Ao redimir os
eleitos, o amor e a misericórdia de Deus são demonstrados. Mas para que a ira
do Pai seja completamente apaziguada e esqueçamos o quanto Ele odeia o pecado,
Ele precisa ter um outro grupo sobre o qual Seu ódio pelo pecado possa ser
expresso.
O nosso
comentário anterior olhou para os problemas teológicos dessa ideia. Neste, eu gostaria de olhar para os problemas
existenciais que surgem a partir dela, os quais eu mesmo experimentei como um
calvinista.
Descobri
progressivamente que era impossível ter um relacionamento com o Deus do
Calvinismo, ou pelo menos ter uma relação positiva com um Deus assim. Eu sempre
me senti como o escritor grego Xenofonte, o qual registrou que havia sido
socorrido por Zeus em sua autoridade de deus da segurança e rei dos deuses,
mas, tinha então caído em desgraça com Zeus na sua qualidade de deus da
propiciação. Da mesma forma, o Calvinismo ensina que Deus tem dois conjuntos de
atributos independentes, os quais devem ser ambos expressos, a fim de que Deus
possa ser completamente Ele mesmo – atributos
que são a antítese um do outro. Nossa tarefa é, presumivelmente, estar daquele
lado de Deus que precisa expressar amor e, então, ser gratos por não sermos um
alvo do outro lado de Deus, aquele que precisa expressar Seu ódio ao pecado,
assim como Xenofonte tinha que chegar do lado de Zeus como deus da segurança, e
não como deus da propiciação.
Ora, estes
são os problemas existenciais que me confrontaram: eu posso 'seguir a maré' e
adorar um Deus assim e posso tentar estar sob o olhar de Seu lado bom; e posso
reconhecer que, embora dê a impressão de que Ele deve ser bom, visto que
palavras como bondade, justiça e amor não têm nenhum significado aparte de Deus
como o padrão último, todavia, em nível experiencial, eu não sei como amar um
Deus assim ou sentir outra coisa senão horror ao contemplá-Lo. Isso não faz de
tal ideia falsa (que talvez Deus realmente seja assim), mas fez com que ela se
tornasse existencialmente problemática para mim.
A distinção
entre as vontades prescritiva e decretiva de Deus (que Calvino herdou de
teólogos católicos medievais tardios) é fundamental para qualquer discussão de
tais assuntos. Vontade prescritiva de Deus é o que Deus ordena [prescreve],
enquanto que a vontade decretiva de Deus é o que Ele faz, faz acontecer. Assim,
no que diz respeito à vontade prescritiva de Deus, Ele não quer que ninguém
cometa adultério; mas no que diz respeito à Sua vontade decretiva, todos os
dias Ele deseja que milhares de pessoas sejam infiéis a seus cônjuges.
Alguns
calvinistas vão além ao afirmar que a vontade prescritiva de Deus inclui aquilo
que Deus quer que aconteça, enquanto que Sua vontade decretiva inclui muitas
coisas que Deus não quer que aconteçam, embora Ele ainda as deseje. Outros
calvinistas dirão que Deus nem mesmo quer que Sua vontade prescritiva aconteça,
embora Ele use uma linguagem nas Escrituras que sugere o contrário.
A vontade
decretiva de Deus é as vezes referida como a “vontade
secreta” de Deus. Mas é enganoso chamar a vontade
decretiva de Deus de “secreta”,
visto que os calvinistas afirmam saber muito sobre ela. Por exemplo, eles
afirmam saber que tudo o que já aconteceu na história da humanidade aconteceu
por causa da vontade decretiva de Deus.
A partir
destes dois modos de vontade, emergem inúmeras outras justaposições, as
quais Hans Boersma prestativamente articulou:
"Enquanto
a vontade revelada de Deus é comum (com Deus querendo que todos sigam a Sua
lei), a Sua vontade secreta diz respeito aos resultados das vidas de indivíduos
específicos. Embora a pregação externa da Palavra se estende a muitos (embora
não a todos), o trabalho interior do Espírito é limitado àqueles que foram
escolhidos desde a eternidade. Embora o chamado externo apenas leve a uma
adoção geral e assim permanece impessoal, a adoção através do dom da fé
significa uma união íntima e mística com Cristo. Finalmente, enquanto a
pregação da vontade revelada de Deus é sempre acompanhada pela exigência de fé,
a vontade eletiva de Deus é incondicional e absolutamente certa, de modo que
todos àqueles a quem foi concedida a graça especial do Espírito de Deus
perseverarão até o fim".
Esta
dicotomia fundamental entre dois modos da vontade de Deus forçou Calvino a
levar em oposição a teleologia que é normativa para um objeto, e a teleologia
que Deus no final das contas quer para ele. Mas eu estou me adiantando e devo
definir meus termos. O telos de algo é o objetivo ou fim último para
o qual ele existe. Então, o telos de um martelo é bater [para fixar]
as coisas na parede, ao passo que o telos de uma semente é ser uma
planta adulta. Agora, o Calvinismo afirma que, com relação à vontade revelada
de Deus, o telos ou objetivo de todo e cada indivíduo inclui a união
eterna com Ele, mas no que diz respeito à Sua vontade secreta,
o telos de certos indivíduos inclui a desunião eterna com Ele. Isto
significa que, para todo aquele que não é salvo, há um telos duplo
(em um sentido, o desejo final de Deus para essas pessoas é a salvação, mas em
outro sentido é a condenação).
Novamente, o
problema que tivemos com este modelo foi mais existencial do que teológico,
embora se possa elaborar bons argumentos teológicos contra ele. O problema existencial
é que, visto que Deus Se revela à humanidade nos termos do primeiro modo (Sua
vontade revelada) enquanto Se relaciona com a humanidade nos termos do segundo
modo (Sua vontade secreta), uma descontinuidade radical é estabelecida
entre Deus como Ele é e Deus como nós O experimentamos.
Esta
descontinuidade cria uma série de dificuldades práticas quando se trata de
tentar ter um relacionamento com o Deus Calvinista, pois significa que a nossa
experiência de Deus é fundamentalmente discordante de quem Ele realmente é.
Esta
descontinuidade é diferente de simplesmente dizer (como a tradição do
cristianismo oriental faz) que há um aspecto de Deus que será para sempre
incognoscível para nós (isto é, a essência de Deus que é incognoscível e Suas
energias é que são cognoscíveis, para simplificar ao extremo). Em vez disso, o
Calvinismo diz que podemos e sabemos algumas coisas sobre como Deus é em Si
mesmo, e que isso é o oposto de como Ele Se revela ser.
Aqui está um
exemplo: todos os calvinistas afirmarão que durante o tempo de Jeremias, quando
as pessoas estavam sacrificando seus filhos à Moloque, isso só ocorreu porque
fazia parte de decretos eternos de Deus. No entanto, o calvinista também é
obrigado a dizer que Deus se revela tão horrorizado com tal ato que,
antropomorficamente falando, Ele pôde declarar que tal coisa nunca tinha sequer
passado pela Sua mente (Jr 19:5; 32:35; 7: 31). Onde isso nos leva? Isso nos
leva a uma descontinuidade constante entre Deus como Ele é em Si mesmo (isto é,
decretando continuamente o mal) e entre o modo pelo qual Deus acomoda-se a nós
(isto é, continuamente não desejando o mal).
Quando se
insiste nessa questão, ela nos leva a problemas existenciais que podem conduzir
uma pessoa à loucura. Os Calvinistas geralmente reconhecem isso, e é por isso
que continuamente nos incitam a separar nosso conhecimento de como
Deus realmente é, do conhecimento de com Deus adapta-Se a nós.
Na verdade, os Calvinistas freqüentemente dizem-me que não devo tentar
relacionar-me com Deus em termos daquilo que nós sabemos ser verdadeiro quanto
aos Seus decretos eternos. Por exemplo, embora saibamos que para cada coisa que
acontece nada poderia finalmente ter sido de outra forma, todavia é preciso
agir como se houvesse um elemento de contingência significativa real.
Novamente, nós sabemos que o telos de muitas pessoas é a desunião eterna com
Deus, mas temos de agir como se o telos de cada pessoa fosse a união eterna com
Ele. Outra vez, nós sabemos que Deus não ama realmente cada pessoa, mas temos
de agir como se a afirmação “Ele é um Deus bom e ama a
humanidade” se aplicasse a todos. E assim por diante.
Assim, o
Calvinismo nos obriga a constantemente suspender a crença, a fim de ter um
relacionamento com Deus. Isto é especialmente verdadeiro quando nos aproximamos
de versos como Efésios 5:1 e Mateus 5:48 sobre ser imitadores de Deus. Um
calvinista acredita que seria desastroso imitar a Deus como Ele realmente é, e
exorta-nos a somente imitá-Lo naquilo que Ele acomoda-se a nós.
Novamente,
isto não seria um problema se os calvinistas estivessem contentes em dizer que
é um mistério o modo como Deus é. O problema surge precisamente porque o
Calvinista tem a pretensão de saber sobre a chamada “vontade
secreta” de Deus, que às vezes é oposta aos modos pelos
quais Deus acomoda-se a nós.
Desta forma,
o que o Calvinismo ensina sobre Deus é radicalmente discordante da nossa
experiência Dele, e um calvinista pode ter um relacionamento significativo com
o Senhor somente suspendendo sua crença.
Por Robin Phillips
Tradução: Samuel Coutinho
Fonte: http://orthodoxyandheterodoxy.org/2014/01/21/why-i-stopped-being-a-calvinist-part-3-calvinism-dislocates-god-from-our-experience-of-him/
Tradução: Samuel Coutinho
Fonte: http://orthodoxyandheterodoxy.org/2014/01/10/why-i-stopped-being-a-calvinist-part-2-calvinism-destroys-gods-justice/
Para conhecer um pouco sobre o avanço
da teologia e suas implicações, veja os seguintes links:
Artigos:
1- A contribuição dos novos estudos
sobre Paulo para o entendimento de Romanos capítulo 9, por Daniel Gouvêa
2- Romanos e a Teologia de Paulo,
por N.T. Wright
3- Paulo em Diferentes Perspectivas,
por N.T. Wright
4- Paulo e César: uma Nova Leitura de
Romanos, por N.T. Wright
Livros:
1- A Nova Perspectiva sobre Paulo, por
James D. G. Dunn
2-
The Epistle to the Romans: A Gospel for All, por Lawrence Farley
3-
Paul and the Faithfulness of God, por N.T. Wright
4-
Paul and Palestinian Judaism: A Comparison of Patterns of Religion, por E. P.
Sanders
5-
The Climax of the Covenant: Christ and the Law in Pauline Theology, por N.T.
Wright
Robin Phillips é o autor de Saints and
Scoundrels e um editor que tem contribuído para uma série de publicações,
incluindo Salvo Magazine, Touchstone e Chuck Colson Center. Ele está
trabalhando em um Ph.D. em teologia histórica na King’s
College, Londres e blogando em Robin’s Readings and
Reflections.
Fonte:
http://orthodoxyandheterodoxy.org/2014/01/09/why-i-stopped-being-a-calvinist-part-1-calvinism-presents-a-dehistoricized-bible/
http://deusamouomundo.com/calvinismo/por-que-eu-deixei-de-ser-calvinista-part-1-calvinism-presents-a-dehistoricized-bible/
http://deusamouomundo.com/calvinismo/por-que-eu-deixei-de-ser-calvinista-parte-1-o-calvinismo-apresenta-uma-biblia-desistoricizada/
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