21 maio 2017

07 MOTIVOS PELOS QUAIS NÃO DEVERÍAMOS FAZER CAMPANHAS DE MILAGRES

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O movimento pentecostal brasileiro já é centenário. Uma análise histórica da práxis dos pentecostais, contudo, vai mostrar que muito pouco do pentecostalismo clássico ainda pode ser encontrado nas igrejas brasileiras. A maior prova disso é a facilidade com que as práticas e doutrinas neopentecostais são assimiladas pelo povo, sem reflexão ou critério.

Por exemplo, você percebeu como as “campanhas” em busca de milagres infestaram nossas programações? Nossas igrejas começaram a utilizar convites, faixas e banners convidando para 'sete sextas-feiras da restauração',' oito semanas do renovo' ou 'campanha dos sete mergulhos no Jordão'. Esse tipo de movimento espiritual, embora se apresente com fins nobres, é uma grave perversão do propósito de Deus para a Igreja e da revelação que encontramos no evangelho. 

Quero apresentar pelo menos 07 motivos pelos quais os cristãos não deveriam realizar campanhas de milagres:

  • Campanhas pragmatizam e sistematizam o sagrado. Ao determinarmos que a participação em uma série de cultos tematizados irá produzir algum efeito ou trazer algum benefício para o fiel ou um infiel, estamos sorrateiramente desafiando a soberania de Deus,  ao tentarmos força-Lo a fazer algo que Ele pode simplesmente não querer fazer. O homem não determina o que Deus faz! As campanhas tornam o culto não aquilo que eu ofereço a Deus, mas aquilo que Ele pode fazer por mim.

  • Campanhas pervertem a percepção dos crentes sobre Deus. O Pai Celestial é um Ser pessoal que se relaciona conosco de modo íntimo e amoroso. Ele não é uma divindade que espera um sacrifício ou penitência para nos dar algo que precisamos. Ele é um Pai que nos ama! Expressões como “não pode quebrar a campanha” ou “se você não fizer certo não irá receber a benção” reduzem o Criador a uma mera divindade pagã, impessoal e inflexível. Os crentes passam a olhar para Deus de modo incorreto, se relacionando com Ele de modo meritório e não por Sua graça e misericórdia.

  • Campanhas reduzem o cristianismo a uma experiência de causa e consequência.' Vamos fazer isso para receber aquilo'.' Quer um emprego novo? Sete quintas-feiras'.' Quer renovo para a sua vida? Sete sextas-feiras'.' Quer um milagre? Sete noites no monte'.'
  • Você consegue perceber como isso transtorna a compreensão da maior dádiva que encontramos no evangelho, que é a possibilidade de vivermos uma vida de intimidade e comunhão com Deus baseada na fé em Jesus? O cristianismo deixa de ser RELACIONAMENTO e passa a ser MERECIMENTO. O cristão passa a se concentrar em suas necessidades individuais e não no bem estar da comunidade.

  • Campanhas geram cristãos frustrados. Deus não toma conselho com homens e não Se dobra aos nossos caprichos. Ele fará apenas o que determinou, e não há campanha, oração de fé ou propósito de homens que possa mudar isso. Quantos crentes não fizeram dezenas de campanhas sem receber nada do que foi prometido? Não seria mais prudente ensinarmos a Igreja a respeito da soberania e providência de Deus, que nos dará o necessário unicamente por Sua graça e misericórdia?

  • Campanhas não fazem parte do legado histórico do cristianismo. Jesus não convidou Seus discípulos a fazerem campanhas. Os apóstolos também não. Os pais da Igreja também não. Os reformadores também não. Deveríamos fazer algo que não tem lastro histórico em nossa fé? Não!

  • Campanhas não promovem os benefícios que ela se propõe. Algumas pessoas afirmam que as campanhas incentivam os crentes a orar e a frequentar os cultos. Não é isso que vejo. Na verdade, se formos honestos com a nossa fé, se precisarmos de algo mais além de Cristo para congregarmos e buscarmos a Deus, precisamos com muita humildade rever o nosso cristianismo. Se a morte de Cristo não é suficiente para me inspirar a piedade, provavelmente ainda não nasci de novo e necessito de conversão. A maior parte dos “campanheiros” deixa de orar e cultuar assim que as campanhas acabam.

  • Campanhas costumam nos inclinar para a idolatria. É comum nas campanhas a utilização de símbolos e figuras, como “a rosa ungida”, os “sete mergulhos no Jordão”, o “óleo ungido”, e outros. Além disso ser claramente uma forma de idolatria, poderá levar os crentes mais simples a acreditarem que esses ícones possuem alguma forma de poder ou coisa parecida. Deus não divide a glória dEle com nada e com ninguém.

Deixo o meu incentivo para que os pentecostais piedosos revejam sua postura com esse tipo de prática e voltem a confiar que “aquele que em nós começou a boa obra não vai parar” (Fp 1.6) e que “vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes” (Mt 6.8). O Pai Celestial está cuidando de você! Não se dobre ao falso evangelho!  Não traga essa infeliz novidade para a igreja que você congrega.

Viva vencendo com simplicidade: apenas com o evangelho de Jesus!!!

Abraços.

Seu irmão menor.


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