Texto Áureo
‘E o mesmo Deus de paz vos
santifique em tudo; e toda o vosso espírito, e alma, e carpo sejam plenamente
conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus
Crista.” (1 Ts 5.23.
Verdade Prática
Com relação à volta de Jesus,
só há dais tipos de crentes: os que serão arrebatadas e os que ficarão.
Leitura Bíblica
Mateus 24: 42-46
INTRODUÇÃO
Durante este trimestre, tivemos a oportunidade de
constatar, pelas Sagradas Escrituras, que é chegado o momento de Cristo vir
arrebatar a sua Igreja. Não sabemos se virá Ele na primeira vigília, se
aparecerá na segunda ou na terceira, ou se haverá de romper os céus aos
primeiros clarões da alva. De uma coisa, porém, estejamos certos: Jesus breve
virá! Estará você preparado para este dia e hora?
Muitos serão surpreendidos pela vinda do Senhor. Embriagados
pelas ânsias desta vida teimam em viver como se a vinda de Jesus fosse a mais
remota das hipóteses. À semelhança daqueles escarnece- dores referidos pelo
apóstolo Pedro, perguntam: “Onde está a promessa da sua vinda?” O que tais
crentes não sabem é que já estamos em plena era escatológica; vivemos os
últimos dias desta dispensação.
Estarás tu vigiando, quando Jesus voltar?
1. O QUE SIGNIFICA VIGIAR
Vigiar é um dos verbos mais conhecidos nos arraiais
evangélicos. Leva-nos esta palavra a uma ordem expressa e urgente de Nosso
Senhor Jesus Cristo: “Vigiai, pois, porque não sabeis o Dia nem a hora em que o
Filho do Homem há de vir” (Mt 25.13). Tal mandamento, deu-nos Ele pouco antes
do início de sua paixão, morte e ressurreição. O que significa, porém, vigiar?
1. Definição. Este vocábulo significa: observar
atentamente, tomar cuidado, estar acordado, velar com toda atenção, postar-se
como sentinela, precaver-se. Ë uma palavra rica em significados. Quando Cristo
a usou, sabia Ele perfeitamente que os seus servos, nestes tempos difíceis e
trabalhosos, teriam de munir-se de todos os cuidados possíveis, a fim de não
serem subvertidos pelos acontecimentos que haveriam de preceder o soar da
última trombeta.
2. Conceituação teológica. “Vigiar, no original, é um
verbo mui sugestivo; significa estar sóbrio e manter a mente limpa. Nestes dias
de intensa fúria das forças do mal, conservemos nossas mentes em contínuo
equilíbrio para que não percamos de vista a vinda de Cristo. Como, porém,
manter o equilíbrio em meio a tantas pressões? Através da oração e súplica.
Quanto mais buscarmos a face de Deus, mais aptos estaremos para resistir ao
período derradeiro da Igreja na terra. (Dicionário de Escatologia Bíblica,
1998, p.177, CPAD).
Diante do exposto, a pergunta não pode ser ignorada: Estamos
realmente vigiando? Ou, simplesmente, estamos a brincar de crentes, como se
este mundo, que jaz no maligno, fosse um imenso parque de diversões? Irmão, não
estamos num parque de diversões; encontramo-nos num campo de batalha, onde nos
defrontamos com um inimigo cruel e astuto. Mas nós haveremos de vencê-lo
através do sangue do Cordeiro.
A parábola das dez virgens (Mt 25.1-13). Esta
parábola baseia-se na prática adotada para a cerimônia de casamento nos tempos
de Jesus. Naquela época os casamentos eram usualmente festejados na casa do
noivo ou na casa de seus pais. Antes do início da cerimônia, o noivo deveria ir
à casa da noiva para trazê-la em cortejo até a sua própria casa, onde o
casamento seria celebrado. O cenário da parábola é o seguinte: dez virgens
aguardavam no caminho o momento de acender suas lamparinas pura seguirem o
cortejo até a casa do noivo, onde seria celebrada a festa de casamento.
Cinco moças, chamadas insensatas, tomaram suas
lâmpadas, mas esqueceram-se do azeite de reserva. As outras cinco, prudentes
que eram, levaram consigo azeite suficiente em suas vasilhas. O azeite era o
único material necessário para assegurar o sucesso do cortejo, urna vez que o
evento ocorreu à noite. A parábola diz que o noivo, por razão desconhecida,
demorou-se. Cansando-se de esperá-lo, todas elas acabaram cochilando e
dormindo. À meia-noite ouviu-se um grito: “Aí vem o noivo !“. Então elas
acordaram para prepararem suas lâmpadas. As insensatas, por estarem quase sem
azeite, correram para o armazém mais próximo para adquiri-lo. Mas infelizmente,
enquanto estavam fora, o noivo chegou, conduziu o cortejo ao banquete “e
fechou-se a porta”.
A intenção do Senhor em proferir esta parábola é a de
encorajar seus discípulos a manterem-se vigilantes concernente a sua volta.
Trata-se de uma advertência profética à igreja dos últimos tempos. Devemos não
somente esperar o retorno de Jesus, mas também estar em condições de recebê-lo.
A segunda vinda de Cristo é um acontecimento universal, e somente salvar-se-ão
desta “geração perversa” aqueles que estiverem preparados.
II. OLHAI, VIGIAI E ORAI
Ao transcrever o Sermão Profético de Nosso Senhor, o
evangelista Marcos registra uma ênfase que todos deveríamos levar em
consideração: “Olhai, vigiai e orai, porque não sabeis quando chegará o tempo”
(Mc 13.33). Vejamos, a seguir, o por quê da ênfase que Jesus empregou nesta
ordem escatológica.
1. Olhai. Este imperativo leva o crente a olhar
para todos os acontecimentos que, nestes últimos dias, estão marcando a Igreja
de Cristo e a História Universal, vemos que a Igreja vem sendo atacada por uma
onda inédita de heresias, apostasias. Na terceira, realçamos os sinais
mencionados pelo Senhor em seu Sermão Profético.
Por conseguinte, “quando essas coisas começarem a acontecer,
olhai para cima e levantai a vossa cabeça, porque a vossa redenção está próxima”
(Lc 21.28). Contemplemos os sinais não com espanto e medo; contemplemo-los com
pleno regozijo; afinal, estão eles a assinalar-nos de que breve Jesus voltará.
2. Vigiai. Como já vimos acima, o vigiar diz respeito
á nossa conduta e ao nosso andar corno discípulos de Cristo Jesus. Os que não
vigiam, estão a agir como aqueles servos das parábolas do Senhor. Um resolveu
enterrar o talento; outro pós-se a espancar os conservos; as néscias dormiram
sem se aperceberem de azeite. E, assim, quando o Senhor voltou, encontrou todos
desprevenidos. Está você vigiando? Ou acha que Jesus nunca nos chamará a
prestar contas?
Nada há neste mundo que ofusque mais a visão do retorno de
Jesus do que os cuidados com esta vida: o lar, os projetos para o futuro, as
responsabilidades no trabalho, as dificuldades financeiras etc. Assim sendo,
nosso Senhor recomendou-nos de antemão a cautela nesse particular, a fim de
que, ao voltar, não nos encontre mergulhados em preocupações terrenas,
despreparados para o encontro com Ele. A expectativa da volta de Cristo deve
inspirar-nos e motivar-nos a uma vida de prontidão; reta e produtiva diante do
Senhor. Sua Palavra nos exorta a trabalhar enquanto é dia. Quando Ele voltar
deverá nos achar “imaculados e irrepreensíveis em paz” (v.14).
3. Orai. Como viver sem oração num mundo que,
declaradamente, jaz no maligno? O apóstolo Paulo, ao discorrer sobre estes dias
aos irmãos de Tessalônica, exortou-os: “Oral cem cessar” (lTs 5.17). Oremos,
pois, em todo o tempo, a fim de que o Senhor nos leve a viver de vitória em
vitória.
III. VICIAI EM SANTIDADE
A doutrina da santificação vem sendo esquecida em muitos de
nossos púlpitos. Na procura insana por aquilo que se convencionou chamar de
politicamente correto, substituiu- se a teologia da santificação por um ensino
de auto-ajuda e triunfalista. A grande proeza destes dias selvagens não é o ser
santo, mas o triunfar na profissão e prosperar materialmente, como se estas
fossem o parâmetro exigido por Deus para herdarmos a vida eterna. Todavia, a
Palavra de Deus não deixa qualquer dúvida quanto às reivindicações divinas:
“Portanto, santificai-vos e sede santos, pois eu sou o Senhor, vosso Deus” (Lv
20.7).
No Apocalipse, deixa-nos o evangelista uma exortação que
jamais deveria ser esquecida por aqueles que lutam por viver a eternidade ao
lado de Cristo: “Quem é injusto faça injustiça ainda; e quem está sujo suje-se
ainda; e quem é justo faça justiça ainda; e quem é santo seja santificado
ainda”(Ap 22.1 1).
É chegado o momento de os santos mostrarem-se cada vez mais
santos. Não há dúvida de que, nestes últimos dias, presenciaremos o surgimento
de uma geração que, amorosa e sacrificialmente, tudo fará para honrar o
Cordeiro de Deus através de uma vida irrepreensível e piedosa: “Esta é a
geração daqueles que buscam, daqueles que buscam a tua face, ó Deus de Jacó”(SI 24.6). Infelizmente, o número dos abomináveis aumentará de forma
assustadora, e tudo farão para trazer o mundo para a Igreja. Tem você vigiado
em santidade? Tem buscado ao Senhor de todo o seu coração? Sem a santificação,
ninguém verá o Senhor(Hb 12.14).
CONCLUSÃO
Querido irmão, breve Jesus voltará! Busquemos, pois, ter uma
vida irrepreensível diante Daquele que, em breve, virá buscar-nos. Não podemos
agir de maneira displicente como se fôssemos viver, neste mundo, por alongados
dias. Aqui não é a nossa pátria. Somos peregrinos E, assim, andando e
chorando, caminhemos em direção da cidade, cujo Arquiteto e Construtor é o
Senhor Jesus.
SUBSÍDIO PARA O PROFESSOR
“E o mesmo Deus de paz avos santifique em tudo; e todo
o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis
para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”(1 Ts 5.2 3).
Como não sabemos o dia da volta de Jesus para arrebatar
a Sua Igreja, é indispensável estarmos preparados para aquele grande
acontecimento, como se ele viesse a ocorrer hoje, agora. Infelizmente, na
prática, há muitos cristãos que não estão preparados para subir com a Igreja,
na volta do Senhor. Assim como as “virgens loucas”, de Mateus 25, estão
descuidados, não têm reserva espiritual, negligenciam o seu testemunho e alguns
escandalizam o nome do evangelho. No entanto, a volta de Jesus será repentina,
como a vinda de um ladrão para assaltar uma residência. Não há hora marcada,
não há dia conhecido. A surpresa é o fator preponderante. Por isso, a
santificação é requisito fundamental para o encontro com o Senhor nos ares, em
sua volta(1 Ts 5.23).
Jesus usou outras metáforas para demonstrar a surpresa
de Sua volta. Aludiu aos dias de Noé, quando os homens de sua época não estavam
nem um pouco interessados em saber o que aconteceria, anos depois, quando o
patriarca lhes alertava para a catástrofe hídrica que destruiria a humanidade
de então. Alertou que Sua vinda seria como nos dias de Ló, acrescentando apenas
alguns poucos detalhes que diferenciavam uns dos outros.
Nos dias de Noé: “Porquanto, assim como, nos dias
anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao
dia em que Noé entrou na arca”(Mt 24.38). “Como também da mesma maneira
aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e
edificavam” (Lc 17.28). Eles pensavam em tudo, menos em santidade. Só olhavam
para as coisas da terra, e se esqueciam de olhar para cima(Cl 3.2).
Qual a diferença entre os dias de Noé e os dias de Ló?
Nos primeiros, havia vida social normal, incluindo o casamento entre as
pessoas; havia agricultura, pois “comiam, bebiam”. Nos dias de Ló, as
atividades eram semelhantes, mas não se fala em casamento. Coincide com o
relato de Gênesis 19. Em Gênesis 19.4,5, ficou registrado que os homens de
Sodoma eram praticantes da homossexualidade.
Queriam “conhecer”, ou ter relações com os visitantes
que foram tirar Ló, imaginando que seriam apenas homens comuns. Diante da
maldade excessiva daquelas cidades, Deus tirou Ló de lá, repentinamente, sem
que os habitantes soubessem, e mandou um fogo dos céus que destruiu a todos. A
pecaminosidade e a corrupção alcançaram níveis além do suportável pelo Deus
sumamente santo.
Assim, uma característica comum ao que aconteceu com os
povos antediluvianos e os de Sodoma e Gomorra foi a surpresa com que foram
alcançados pelas respectivas tragédias. Jesus alertou que, na Sua volta para
buscar a Igreja, também as pessoas, no mundo, serão tomadas de surpresa. Jesus
virá num dia e numa hora que ninguém sabe(Mt 24.36). Dessa forma, é
indispensável que os cristãos estejam preparados, sabendo como esperar a volta
do Senhor Jesus. E estar preparado é estar em santidade e em santificação, que
é o processo continuo da separação do mal.
I— ATITUDES CORRETAS ANTE A VOLTA DO SENHOR
A primeira fase da volta de Jesus para buscar a Sua
Igreja, integrada pelos crentes fiéis e santos, será tão repentina que não
haverá tempo para ninguém preparar-se de última hora. Os meios de comunicação
antigos e os mais modernos não terão oportunidade para anunciar a iminência da
volta de Cristo. Essa premência e surpresa do arrebatamento dos salvos já foi
anunciada há muitos séculos, e estão bem claras nas Escrituras.
Diante dessa realidade profética e real, o cristão
verdadeiro, que tem consciência do que é ser salvo para ir para o céu, onde
Cristo está(Jo 14.3), deve viver num estilo de vida e conduta de quem está
esperando Seu Senhor a qualquer momento.
1. Esperar com Vigilância
Quem espera a volta de Jesus a qualquer momento precisa
estar vigilante, tanto ao que acontece ao seu redor, como dentro de si próprio.
Os sinais exteriores da volta iminente de Jesus já
foram resumidos no capítulo anterior, e estão se cumprindo na História de
maneira infalível, pois as palavras de Jesus não passarão(Mt 24.3 5). Porém, o
crente em Jesus deve vigiar o que se passa no “ambiente” interior de seu ser,
do seu coração. Os acontecimentos proféticos hão de cumprir-se
independentemente da vontade dos homens sem Deus ou mesmo dos crentes fiéis.
Mas o que acontece no interior de cada pessoa depende de si, de suas atitudes
mentais, de seus sentimentos e emoções, ou “do coração”. O Dicionário Houaiss
diz que vigilância é “1.Ato ou efeito de vigiar(-se); 2. Estado de quem vigia;
3. Precaução; 4. Cuidado, atenção desvelada” (grifo nosso). A partícula se
indica a vigilância de si mesmo.
A maioria absoluta dos crentes que ficarão para trás na
volta de Jesus deixará de ir para os céus por causa de suas atitudes erradas, de
sua conduta em desacordo com a vontade Deus, expressa em Sua Palavra. Jesus
alertou quanto a isso e exortou os discípulos a serem vigilantes: “Vigiai,
pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor”(Mt 24.42).
Ele também ensinou sobre a natureza tendente ao
pecado que está dentro de cada um: “Porque do coração procedem os maus
pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e
blasfêmias”(Mt 15.19; Mc 7.21).
Todos esses pecados começam no interior do homem.
Satanás conhece bem essa realidade, desde que tentou o homem no Éden e viu que
o ser criado era suscetível de deixar de ouvir a voz de Deus e ouvir a
tentação.
Para não cair em tentação, e ficar para trás na volta
de Jesus, só existe uma receita, dada por Jesus(Mt 26.41). Somente com oração,
muitas vezes reforçada pela prática do jejum, é que podemos vencer as
concupiscências da carne. E evidente que a maioria dos crentes, hoje, não gosta
de orar. As jovens consideradas loucas em Mateus 25 ficaram de fora da festa
nupcial porque não vigiaram, deixando faltar o azeite em suas vasilhas. Nos
dias presentes, há muitos evangélicos negligentes. Mas Jesus mandou vigiar
constantemente, pois não sabemos a hora em que Ele há de vir. “Sabei, porém,
isto: se o pai de família soubesse a que hora havia de vir o ladrão, vigiaria e
não deixaria minar a sua casa” (Lc 12.39).
2. Viver na Unção do Espírito Santo
Na parábola das Dez Virgens(Mt 25), vemos a
necessidade do azeite, que simboliza a presença do Espírito Santo, para esperar
“o Noivo”. Somente as “virgens prudentes”, que tinham azeite em suas vasilhas,
e também reservas por precaução, puderam entrar com o noivo para as bodas. As
“insensatas” ou imprudentes “ainda” foram comprar azeite, e se atrasaram para
as bodas “E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo, e as que escavam
preparadas entraram com Ele para as bodas, e fechou-se a porta”(Mt 25.10).
A parábola retrata um casamento oriental, em que,
durante uma semana, havia as bodas. As dez virgens representam os crentes em
geral. As prudentes representam os crentes que estão esperando a volta de
Jesus, na comunhão do Espírito Santo, sentindo a Sua presença, tipificada pelo
azeite. As virgens “loucas” não são débeis mentais, mas crentes que, ao longo
dos anos, se descuidam, e deixam de buscar a presença de Deus e de Seu
Espírito. Notemos que a diferença fundamental entre as prudentes e as loucas
era o que elas tinham quanto à provisão do azeite. Nas igrejas em geral, há um
esfriamento quanto à busca do batismo com o Espírito Santo, que corresponde à
“reserva” indispensável para esperar com segurança a volta de Jesus.
Quando o crente aceita a Cristo, já tem o Espírito
Santo habitando com ele, “habita convosco”, mas Jesus prometeu: “estará em vós”( Jo 14.17). Os discípulos já eram salvos, mas ainda precisavam ser “revestidos
de poder”(Lc 24.49).
E esse revestimento especial, distinto da salvação, começou
a acontecer e a estará disposição dos salvos, quando da descida do Espírito
Santo, como Jesus prometeu(At 1.8; 2.1-13). Sem a presença do Espírito Santo,
no crente, e na sua vida, é impossível esperar a vinda de Jesus de forma
correta. Precisamos 'ser cheios do Espírito'(Ef 5.18; At 13.52); 'andar em
Espírito'(Rm 8.1; GI 5.19); ser 'guiados pelo Espírito'(Rm 8.14); ser 'templo do
Espírito Santo'(1 Co 6.19). Sem a unção do Espírito Santo, nos dias presentes,
é impossível viver a Palavra de Deus, obedecer ao Senhor e estar pronto para o
arrebatamento.
3. Viver com Santidade
Santidade é uma palavra esquecida por muitos pastores.
Para agradar a todos, numa atitude demagógica, muitos deixam de ministrar a
doutrina da santificação, principalmente para a juventude. Há igrejas que
inventaram as “boates-templo” para atrair jovens para um ambiente parecido com
os locais de reunião de jovens para namorar, beber, marcar encontros, etc.,
mesmo que em tais “boates evangélicas” não haja bebidas alcoólicas. Há igrejas
que usam estruturas de luta-livre, de artes marciais e até de ‘rodeios”, com
animais dentro dos templos, para atrair os jovens!
No tempo de Jesus e no de Paulo já havia os Jogos
Olímpicos, com diversas modalidades, mas nem Cristo nem Paulo, nem de longe,
sugeriram tais aberrações para atrair pessoas para o evangelho.
O evangelho do entretenimento tem suplantado o
evangelho do sofrimento por Cristo. Mas sem santificação “ninguém verá o
Senhor”(Hb 12.14). Ser santo é ser separado, consagrado para Deus. O apóstolo
Pedro nos exorta a sermos 'obedientes e santos em toda a nossa maneira de viver'(1 Pe 1.13-15).
Santidade pressupõe irrepreensibilidade. Paulo exortou:
“E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma,
e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso
Senhor Jesus Cristo”(1 Ts 5.23). Quando falamos de santificação não queremos
passar a ideia do legalismo e do fanatismo de algumas denominações, de forma
alguma. Para ser santo, um servo ou uma serva de Deus não precisa tornar-se um
eremita ou um monge medieval, que se isolavam das cidades, para “não se
contaminar com o mundo”.
Santificação é uma necessidade imperiosa de separação
de tudo o que a Bíblia condena.
4. Esperando com Amor
Os crentes que subirão ao encontro do Senhor serão Seus
discípulos fiéis e verdadeiros. Já vimos que a “marca registrada” do cristão
não é o nome da denominação, nem o nome de família, nem o cargo que ocupa na
igreja local, mas o amor de Deus no coração e na prática diária. Jesus disse:
“Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a
vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois
meus discípulos, se vos amaras uns aos outros”(Jo 13.34,35).
Esta é uma verdade neotestamentária, pouco notada por grande parte dos
evangélicos, inclusive por pastores de grandes igrejas.
Os verdadeiros cristãos, que esperam a volta de Jesus,
não são identificados pelo nome ou razão social da denominação, do ministério
ou da igreja. O Senhor Jesus, num de Seus discursos, em presença dos Seus
discípulos lhes apresentou “um novo mandamento”, por assim dizer, o “décimo
primeiro mandamento”, que eles não tinham em mente. Conheciam bem os Dez
Mandamentos da Lei de Moisés, que também era a Lei de Deus.
Ele ressaltou o valor desse “novo mandamento”, que o
dever de os Seus servos amarem uns aos outros, da mesma forma como Ele nos
amou. Essa é a identidade do verdadeiro cristão, preparado para subir no arrebatamento
— ter amor pelos seus irmãos em Cristo. E característica ou a marca distintiva
do verdadeiros discípulos de Jesus ter amor pelos irmãos.
Nesse quesito, ou requisito, como estão os crentes no
século XXI? Tomemos o exemplo de nosso Brasil. O evangelho tem um crescimento
numérico extraordinário.
São milhares de igrejas e milhões de crentes, numa
dimensão que, segundo estatísticas com projeções do IBGE, em 2014, os
evangélicos seriam 25% da população (em torno de 52 milhões de pessoas). No
entanto, são evidentes as divergências, as competições e as discordâncias entre
igrejas históricas e as chamadas neopentecostais. Não só em termos doutrinários,
mas, também em termos comportamentais. Há líderes de grandes igrejas, que, em
programas de televisão, abertamente criticam outras igrejas e outros pastores.
Isso é falta de ética, e também falta de amor. Atitudes que em nada glorificam
a Deus(cf. 1 Co 10.31). Mais triste é ver obreiros que não conseguem sequer
saudarem-se com a paz do Senhor. Como estarão esses na vinda de Jesus?
Se pudéssemos perguntar ao apóstolo João como estarão
os crentes que não têm amor a seus irmãos, o que ele nos responderia? Vejamos:
“Aquele que diz que está na luz e aborrece a seu irmão até agora está em
trevas”(1 Jo 2.9). Isto é, quem aborrece a seu irmão, mesmo que esteja numa
igreja há muitos anos, nasceu nela, é obreiro, prega bem, canta bem, etc.,
simplesmente “está em trevas”, ou seja, não é salvo.
Acreditamos que, ampliando sua resposta sobre os que
não vivem em amor e aborrecem seus irmãos, João nos acrescentaria: “E tem mais,
é muito perigoso não amar o irmão por que ‘aquele que aborrece a seu irmão está
em trevas, e anda em trevas, e não sabe para onde deva ir; porque as trevas lhe
cegaram os olhos”(1 jo 2.11).
II - ATITUDES ERRÔNEAS DIANTE DA VINDA DE
JESUS
NO ARREBATAMENTO
1. Ignorando a Vinda de Jesus
Em Mateus 24.48, o mau servo diz: “O meu senhor
tarde virá”, e passa a viver de modo negligente e desatento, completamente
alheio à volta de Cristo. A este, diz o Senhor: “Virá o senhor daquele servo
num dia em que o não espera e à hora em que ele não sabe, e separa-lo-á, e
destinará a sua parte com os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes”( Mt 24.50). Nestes tempos de sinais evidentes da proximidade da vinda de
Jesus, há muitos evangélicos brincando de ser crentes. Há obreiros que não mais
falam na vinda de Jesus. E negligência espiritual. Quanto aos impios, é natural
que não levem em conta as advertências da Palavra de Deus quanto à proximidade
e surpresa da volta de Jesus. Mas os cristãos não devem descuidar-se dessa
realidade espiritual tão significativa.
2. Escarnecendo das Profecias
O apóstolo Pedro escreveu: “sabendo primeiro isto: que
nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias
concupiscências, e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque desde que
os pais dormiram todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação”
(2 Pe 3.3,4). O apóstolo deu como resposta o ensino bíblico, que indica a
matemática de Deus quanto à contagem dos tempos, dizendo:
“Mas, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o
Senhor é como mil anos, e mil anos, como um dia”(2 Pe 3.8). Pedro envia essa
mensagem a pessoas crentes, que estão nas igrejas. Como visto, no capítulo 1,
há diversas interpretações quanto ao arrebatamento da Igreja. Há, inclusive, 'teólogos' que dizem que Jesus jamais virá nas nuvens pan buscar a sua Igreja(1
Ts 4.17), que isso é apenas urna utopia motivadora para os crentes se
comportarem de modo santo. E melhor estar preparado, e conferir os sinais
proféticos de acordo com a santa Palavra de Deus.
3. Traição e Aborrecimento
É um dos sinais da vinda do Senhor Jesus. Esse
comportamento pode levar muitos à condenação eterna. Jesus profetizou: “Nesse
tempo, muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos
outros se aborrecerão” (Mt 24.10). Qual a causa dessa traição entre os que se
dizem cristãos, no tempo da volta de Jesus? Ele responde: “E, por se
multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará”(Mt 24.12). Não há
necessidade de nenhuma pesquisa para constatar, pelas evidências diárias, na
mídia e no comportamento humano, que a iniquidade está generalizada, no mundo
todo, e com muita incidência em nosso país.
Esse aumento da iniquidade acaba influenciando o
comportamento dos crentes negligentes quanto à volta do Senhor. E muitos nem
percebem que estão aborrecendo seus irmãos, seja pelo legalismo exacerbado,
seja pela inveja, pela calúnia, seja pela maldade e carnalidade. O apóstolo
João anotou que quem aborrece a seu irmão não pode entrar no Reino de Deus:
“Qualquer que aborrece a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida
tem permanente nele a vida eterna”(1 Jo 3.15). Naturalmente, diante de Deus, quem
aborrece a seu irmão é um homicida espiritual, passível da penalidade com a
perdição, tanto quanto o homicida que tira a vida física de alguém.
III — Os DOIS TIPOS DE SERVOS
Na vinda de Jesus, haverá dois tipos de servos. Os
fiéis e os infiéis. Os que fazem a vontade de Deus e os que estão fora de Sua
vontade. Os que estão no seu lugar e os que estão fora do lugar. Os que estão
vigiando e os que estão descuidados, como na parábola das Dez Virgens. E Jesus
proferiu outra parábola, enfatizando esses dois tipos de crentes. A parábola
dos dois servos.
1. O Servo Fiel
“Quem é, pois, o servo fiel e prudente, que o Senhor
constituiu sobre a sua casa, para dar o sustento a seu tempo? Bem-aventurado
aquele servo que o Senhor, quando vier, achar servindo assim. Em verdade vos
digo que o porá sobre todos os seus bens” (Mt 24.45-47).
Essa parte da parábola, no meio do Sermão Profético de
Jesus, dá a entender que Ele se referia a servos que têm liderança, ou seja,
obreiros, pastores, dirigentes de congregação ou de trabalhos, nas igrejas
locais, que, no seu conjunto, se forem verdadeiras, formam o todo maior que
constitui a Igreja do Senhor. E que deverão prestar contas, de modo “que o
Senhor, quando vier, achar servindo assim”. “Primeiro, porque eles são
constituídos “sobre a sua casa”. Estar “sobre a casa” é ser líder, mordomo, ou
administrador dos bens de seu Senhor.
Hoje, a “casa de Deus”, ou “casa de Jesus”, pode ser
identificada como uma igreja cristã, que reúne servos ou discípulos de Jesus
num determinado lugar. Numa visão mais ampla, ser “servo fiel e prudente”
pode-se aplicar a cada crente individualmente, homem ou mulher, que espera a
volta do Senhor.
Esse “servo fiel e prudente” são os líderes ou
pastores, que atuam na obra do Senhor com fidelidade e amor.
Em segundo lugar, o texto diz que esse servo, elogiado
pelo seu senhor, é constituído “para dar o sustento a seu tempo” sobre a sua
casa, ou seja, aos que vivem e trabalham na “casa do Senhor”. Os pastores das
igrejas, sejam quais forem elas, pequenas, médias ou grandes, devem ser
realmente apascentadores do rebanho de Jesus. As ovelhas não lhes pertencem.
Todo pastor cristão pastoreia ovelhas que não lhes pertencem. E um dia haverão
de prestar contas de como as trataram como ovelhas do Senhor. Nesse
aspecto, é o apóstolo Pedro quem melhor traduz como deve ser o comportamento
dos pastores, como servos fiéis e prudentes: “Aos presbíteros que estão entre
vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições
de Cristo, e participante da glória que se há de revelar: apascentai o rebanho
de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas
voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo
domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho. E, quando
aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória. (1 Pe
5.14).
Essas são as qualidades que devem identificar um “servo
fiel e prudente” constituído para cuidar da casa do Senhor. Dando o alimento ao
“rebanho de Deus”, agindo, nesse cuidado, sem autoritarismo; trabalhando sem
“torpe ganância”, como tantos têm aparecido, em noticiários na mídia, apropriando-se
de dinheiros das ofertas e dízimos das igrejas. A cobiça e a ganância têm
tornado muitos obreiros em ladrões e corruptos no meio evangélico, causando
escândalos ao bom nome do evangelho (Mt 18.7). Ao servo “fiel e prudente”, que
lidera a obra do Senhor, está reservado um galardão especial, não concedido a
nenhum outro tipo de servo: “a incorruptível coroa de gloria –
2. O Mau Servo
“Porém, se aquele mau servo disser consigo: O meu
senhor tarde virá, e começar a espancar os seus conservos, e a comer, e a beber
com os bêbados, virá o senhor daquele servo num dia em que o não espera e à
hora em que ele não sabe, e separá-lo-á, e destinará a sua parte com os
hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes” (Mt 25.48-51). Nesse ponto,
na parábola dos dois servos, parece que Jesus quis mesmo exagerar nas
qualidades negativas do mau servo.
Se, no caso do “servo fiel e prudente”, pudemos
relacionar com os obreiros fiéis, sobre as igrejas cristãs, nesse caso do “mau
servo” não é fácil fazer a correlação dessas péssimas qualidades com os líderes
da obra do Senhor. Admitimos que há maus servos, ou maus obreiros, à frente de
igrejas, como dirigentes, bispos, presbíteros ou pastores. Mas entendemos que
são exceções.
Certamente, tais qualidades não recomendáveis para um
servo ou serva de Deus aplicam-se bem a todos os crentes, que estão esperando a
volta de Jesus. A exemplo das “virgens loucas”, de Mateus 25, o “mau servo”
racionaliza, em função do tempo de crente, ou da história da igreja, ao longo
dos séculos, e diz: “O meu senhor tarde virá”. Tal raciocínio leva o crente a
se descuidar, e negligenciar sua fé e sua conduta, O que é muito perigoso.
Facilmente, esse tipo de pensamento leva o crente a cair em tentação, visto
que, descuidado, se esquece de orar e de vigiar como Jesus exortou em Mateus
26.41.
Há muitos que começam a carreira cristã, mas não a
terminam. Em Mateus 24.45, o Senhor destaca a qualidade de fidelidade e
prudência do servo que estará esperando a Sua vinda. Essas características
devem fazer parte da vida dos que entendem que estamos vivendo a geração da
última hora, da geração que verá e fará parte do arrebatamento da Igreja. “Quem
é, pois, o servo fiel e prudente, que o Senhor constituiu sobre a sua casa,
para dar o sustento a seu tempo?”.
Viva vencendo, aguardando com vigilância e sobriedade o aparecimento de Jesus para nos buscar!!!
Abraços.
Seu irmão menor.
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