Texto
Áureo
“Pela fé, Noé, divinamente
avisado das coisas que ainda não se viam, temeu, para salvação da sua família,
preparou a arca (Hb 11.7)
Verdade
Prática
Apesar da corrupção generalizada do mundo atual, é possível manter
nossa família nos padrões da Palavra de Deus.
LEITURA
BÍBLICA
Gênesis 6: 5-7,17 = Gênesis
7.1-12
INTRODUÇÃO
Diante
de uma sociedade perversa e corrompida, Noé achou graça diante de Deus, e foi
escolhido juntamente com sua família para se tornar o salvador de seu tempo.
Sua missão era construir uma arca, anunciar um dilúvio, e preparar-se para o
dia final.
1.
NOÉ, O MILAGRE DE LIVRAMENTO
Nos
dias de Noé a corrupção humana chegou a tal ponto que o Senhor se entristeceu
de ter feito o homem (Gn 6.6). Salvar os justos e reiniciar uma nova
civilização foi o único meio que Deus encontrou para aquele mundo imperdoável.
A
Bíblia não relata os detalhes dos primeiros 500 anos da vida de Noé, mas alguns
fatos ficam evidentes. Ele viveu numa circunstância difícil, um período da
história em que quase todas as pessoas se dedicavam ao pecado. As pessoas eram
carnais, totalmente rebeldes contra seu Criador (Gn 6:1-3). Noé foi casado e
pai de três filhos, Sem, Cam e Jafé, que também se casaram (Gn7:13). O fato
mais importante sobre a vida de Noé não vem da perspectiva humana de algum
momento de importância histórica. O que mais importa é a avaliação de Deus da
vida deste homem: “Eis a história de Noé. Noé era homem justo e íntegro entre
os seus contemporâneos; Noé andava com Deus” (Gn 6:9).
1.1.
A corrupção generalizada daqueles dias
A
época de Noé foi marcada por grandes avanços, o que contraria o pensamento de
muitos que veem aquela civilização como primitiva e recém-saída das “cavernas”.
Havia trabalhos como o cultivo de sementes e armazenamento de colheitas, e o
pastoreio de vários tipos de animais eram coisas comuns. Porém veio a
construção de grandes cidades, a descoberta da metalurgia, a música e a ciência
da guerra, pois havia famosos valentes da antiguidade (Gn 6.4b).
Estes
tais são responsáveis pela grande corrupção, pois a mistura da linhagem piedosa
com a impiedosa levou a corrupção que houve naquele período. Deus criou o homem
bom e perfeito, isso significa que ele trouxe uma lei em seu coração, mas o
pecado se incrustou de tal forma na vida humana que Deus não teve outro jeito a
não ser destruir aquela sociedade impiedosa (Gn 6.5-7).
1.2.
O Juízo de Deus para o fim daquela sociedade
Toda
terra foi invadida por uma onda de maldade tão grande que incomodou os céus. A
alma humana ficou tão contaminada que tudo quanto pensava refletia egoísmo,
violência desmedida e desprezo às coisas de Deus. Cremos que Deus não permitiu
que tais coisas continuassem, porque certamente iriam comprometer o plano
messiânico da redenção, aliás, esse era o verdadeiro propósito de Satanás,
impedir a vinda do Messias. A maldade foi tanta que até mesmo os animais foram
afetados, por isso, disse Deus: “Destruirei o homem que criei de sobre a face
da terra, desde o homem até ao animal, até o réptil, e até a ave dos céus” (Gn
6.7). Então, o fim daquela geração foi marcado pelo juízo Divino através de um
dilúvio universal que seria o único remédio para aquela situação.
1.3.
Noé, o homem com quem Deus contou
De
toda aquela geração, o único justo encontrado por Deus foi Noé (Ez 14.14). Ao
contrário de Moisés, Elias e do Senhor Jesus, Noé não fez milagres, ele foi o
milagre em pessoa. Numa época em que a inversão de valores se tornou comum, o
certo era errado, e qualquer que fizesse o contrário era humilhado e
ridicularizado, podemos dizer que Noé foi um milagre por inteiro (Gn 6.9). Deus
pôde contar com esse homem, ele não falhou, foi honrado o suficiente para ir
contra a correnteza da maldade, perseverando em fazer a vontade de Deus.
Àqueles que defendem que a linhagem de Sete era santa, veem aqui um fator
crítico, visto que ela também se perdeu em meio à corrupção. Noé, porém,
conservava a sua piedade e integridade, influenciava a sua família, tornando-se
assim, um milagre extraordinário de liderança (Gn 6.8).
Jesus
nos alertou sobre os dias de Noé, e o que antecede sua vinda é a corrupção
generalizada, crise de integridade, sodomia, e profanação a tudo o que se
considera sagrado. Noé não se intimidou, começo e terminou, não teve medo de
testemunhar a verdade em meio à corrupção. De igual modo, o Senhor conta com os
justos, somente eles podem brilhar em meio às trevas (Fp 2.15).
Quando
Deus escolheu exemplos de fé para ensinar o povo de Judá no sexto século a.C.,
um dos três nomes que ele usou foi o de Noé (Ezequiel 14:12-20). Ele como
Daniel e Jó, se destacou por sua coragem de fazer a vontade de Deus no meio de
uma geração especialmente perversa e rebelde. Vamos ver algumas lições
importantes da vida de Noé. A Bíblia relata poucas informações da primeira metade
da vida de Noé. Mas, certamente, a importância deste homem na segunda metade da
vida foi baseada na sua fidelidade a Deus durante os primeiros séculos de vida.
É isso mesmo – séculos de fidelidade antes de ser chamado por Deus para sua
missão mais importante. Naquela época, pessoas viviam muito mais do que hoje. O
avô de Noé viveu na terra mais do que qualquer outro homem no registro bíblico
– 969 anos (5:27). O próprio Noé atingiu a idade impressionante de 950 anos
(9:29).
2.
OS TRABALHOS DE NOÉ EM PROL DA SALVAÇÃO
Não
devemos pensar que somente a justiça de Noé lhe salvaria juntamente com sua
família. Sua fé deveria ser acrescida de obras, ou seja, ele precisava
trabalhar por sua salvação e garantir a vida de tudo quanto Deus lhe confiou
(Hb 11.7; Tg 2.14-18).
2.1. Noé recebe instruções
Noé
jamais coxeou entre dois pensamentos, ele sempre esteve atento ao que Deus lhe
falou, e trabalhou para que a vontade de Deus se cumprisse, renunciando aos
seus prazeres e se tornando inimigo dos malfeitores (Tg 4.4). O registro do
Gênesis é tão impressionante que demonstra que Noé foi capaz de ouvir não
apenas a voz de Deus, mas também foi hábil em atendê-lo. Noé ouviu da parte de
Deus instruções precisas de como construir uma arca capaz de salvar a sua
família, animais e algum outro humano que estivesse disposto a crer nesse tipo
de salvação.
Para
ouvir a voz de Deus devemos, primeiramente, sufocar outras vozes como: a voz do
nosso coração que sempre gosta de se acomodar ao peado; as vozes da sociedade
afastada de Deus. Essas vozes contrárias à vontade de Cristo ganham o mundo,
porém, perdem a eterna salvação (Mc 8.36).
Será
que isso vale à pena? Claro que não! Por isso, quem tem ouvidos ouça o que
Cristo diz às igrejas, porque hoje vivemos os dias proféticos anunciados por
Jesus (Mt 24. 37-39). Eis adiante de nós o grande exemplo de Noé e das Palavras
do Senhor Jesus com uma severa advertência. Ser fiel a Deus de modo integral.
2.2.
Noé executa diligentemente às ordens de Deus
Noé
recebeu ordens cuja obediência representava: a salvação da raça humana; a de
diversos animais e também do plano Divino em relação ao Messias. Essa salvação
consistiu em obedecer a detalhes minuciosos da construção da arca como: o
acolhimento dos animais; a provisão de viveres para sua família e animais, e
por fim, a ordem de Deus para entrar na arca (Gn6.22;7.5). Embora fosse Noé o
construtor da arca, a salvação foi um ato da Graça Divina que se consolidou
através de sua completa submissão (Gn 6.8).
E aqui cumpre ressaltar essa diligência que é
tão aclamada pelo Senhor no Sermão Profético: cinco virgens prudentes; dos três
servos, somente dois foram fiéis em relação aos talentos a eles confiados pelo
Senhor; e finalmente, as nações fiéis que serão tratadas como ovelhas na sua
vinda (Mt 25.1-46).
A
história de Noé não termina com esta avaliação positiva pela parte de Deus. Ele
provou a sua fé, cumprindo uma tarefa fenomenal. Deus ordenou que ele
construísse uma arca de aproximadamente 130 metros de comprimento – certamente
o maior navio da antiguidade. Dá para imaginar as atitudes de outras pessoas
enquanto este “louco” construía seu navio em terra seca, longe de qualquer mar.
As pessoas do mundo podem nos tratar como loucos quando insistimos em fazer a
vontade de Deus. Os servos de Deus não têm lugar neste mundo.Enquanto Noé
recusou seguir o caminho do mundo, ele foi muito atento à vontade de Deus.
Quando Deus mandou fazer a arca, Noé obedeceu: “Assim fez Noé, consoante a tudo
o que Deus lhe ordenara” (6:22). Por esta fé obediente, ele é usado como
exemplo ao longo da história bíblica. O autor de Hebreus resumiu a história da
fé de Noé: “Pela fé, Noé, divinamente instruído acerca de acontecimentos que
ainda não se viam e sendo temente a Deus, aparelhou uma arca para a salvação de
sua casa; pela qual condenou o mundo e se tornou herdeiro da justiça que vem da
fé” (Hebreus 11:7).
2.3.
Noé o pregoeiro da justiça
Entre
vários aspectos da integridade de Noé em seus dias, a Escritura o declara como
pregoeiro da justiça (2Pd 2.5). Ele denunciava que Deus iria trazer o dilúvio
sobre aquele mundo, e sobre todos aqueles que desprezassem a oportunidade. Isso
se daria porque, de acordo com as palavras de Jesus os homens comiam, bebiam,
casavam e se davam em casamento, o que traduz com perfeição a palavra: “impio”
ou irreligioso. A postura de Noé como pregador indica a nossa responsabilidade
e compromisso em anunciar o juízo de Deus (2Tm 4.1-5).
Explique
aos seus alunos(as) que assim como a arca livrou a família de Noé, e as
criaturas que nela estava. Da mesma forma, a morte de Cristo irá libertar a
criação da escravidão do pecado (Rm 8.18-23).
Além
de fazer a arca, Noé pregou a palavra de Deus (2 Pedro 2:5). Talvez as
tendências dos homens de medir o sucesso de um líder religioso pelo tamanho de
uma igreja rejeitariam um pregador como Noé. Apenas sete pessoas – a própria
família – deram importância à mensagem que ele pregou. Devemos lembrar que Deus
não mede o sucesso por padrões humanos.
3. NOÉ E O VALOR DA SALVAÇÃO ALCANÇADA POR ELE
A arca é uma imagem luminosa de nossa salvação
em Cristo (1pd 3.18-22). Jesus falou que muitos estariam desatentos para esse
evento, e que Ele viria de forma inesperada, como um ladrão. Noé já estava na
arca quando veio o dilúvio, e nós onde estaremos? Será que sabemos o valor
desse dia?
3.1.
Noé o valor do livramento
Assim
que vieram as águas do dilúvio Noé e sua família estavam seguros dento da arca.
A arca foi o lugar idealizado por Deus para o escape na hora do juízo. Noé
alcançou essa grandiosa salvação através da sua fé, ele vivia numa terra árida
e seca onde a chuva parecia ser uma piada de mau gosto. Enquanto todos viviam
despreocupados e zombando, veio o dilúvio e consumiu a todos. O mais
interessante é que a mesma arca que livra também condena. O tempo se aproxima,
Jesus está às portas, e devemos estar atentos porque como as virgens, muitos
estão com as lamparinas apagando e dormem acomodados desperdiçando a
oportunidade de comprar azeite (Mt 25.7-10).
Devemos
correr enquanto é tempo para que não nos suceda o que aconteceu com a geração
de Noé. Quando deram por si, a porta já havia se fechado, e de igualmente modo,
as virgens néscias também ficaram de fora (Lc 21.18).
3.2.
O valor da cura
A
salvação das águas do dilúvio significou a eliminação de toda uma civilização.
Se fosse nos dias de hoje seria a eliminação de oito bilhões de pessoas, e aí
muitos pensam: Como Deus foi capaz de condenar tantos assim? Seriam todos
culpados de fato? Não podemos jamais esquecer que Deus é amor, mas também é
justiça e juízo (Dt 4.24; Hb 12.29). No modo de Deus agir, as águas do dilúvio
lavaria a humanidade, que totalmente suja pelo pecado, apenas manchava o mundo
que Ele criou. Todavia, em meio à sujeira, havia no bom sentido da palavra,
alguém para ser aproveitado no começo de uma nova história. Desse modo, Deus,
usando de misericórdia deu a Noé um mundo novo e totalmente limpo por causa de
sua justiça. O mesmo ele fará conosco, Sua Igreja. Ele purificará esse mundo
perverso e nos entregará um novo céu e uma nova terra (Ap 21.1,4-7).
A
história de Noé não termina com esta avaliação positiva pela parte de Deus. Ele
provou a sua fé, cumprindo uma tarefa fenomenal. Deus ordenou que ele
construísse uma arca de aproximadamente 130 metros de comprimento – certamente
o maior navio da antiguidade. Dá para imaginar as atitudes de outras pessoas
enquanto este “louco” construía seu navio em terra seca, longe de qualquer mar.
As pessoas do mundo podem nos tratar como loucos quando insistimos em fazer a
vontade de Deus. Os servos de Deus não têm lugar neste mundo.Enquanto Noé
recusou seguir o caminho do mundo, ele foi muito atento à vontade de Deus.
Quando Deus mandou fazer a arca, Noé obedeceu: “Assim fez Noé, consoante a tudo
o que Deus lhe ordenara” (6:22). Por esta fé obediente, ele é usado como exemplo
ao longo da história bíblica. O autor de Hebreus resumiu a história da fé de
Noé: “Pela fé, Noé, divinamente instruído acerca de acontecimentos que ainda
não se viam e sendo temente a Deus, aparelhou uma arca para a salvação de sua
casa; pela qual condenou o mundo e se tornou herdeiro da justiça que vem da fé”
(Hebreus 11:7).
3.3.
O valor eterno
Jamais
devemos pensar no dilúvio como um mero evento natural, mas uma intervenção
divina com propósitos eternos. Alguns cientistas atribuem ao dilúvio meras
causas naturais removendo consequentemente a intencionalidade divina. Ao salvar
Noé e sua família Deus estava recomeçando a humanidade inteira, pois por ela
repovoaria o mundo. Foi através de Noé e de Sem, que Deus estabeleceu a
linhagem pela qual viria o Messias (Lc 3.36). Fica nítido que a corrupção geral
humana foi uma tentativa de Satanás frustrar a vinda do Messias. O dilúvio foi,
portanto, a reação Divina para manter a sua palavra e seu plano de salvação,
nisto reside o eterno valor da salvação. A justiça de Deus trouxe o dilúvio e
também não poupou os anjos que se rebelaram contra Deus. Assim, Deus os prendeu
em prisões reservando-os para o juízo final (2Pd 2.4-5).
Quando
as trombetas anunciarem a vinda gloriosa do Senhor para Sua igreja, somente os
salvos ouvirão. Não haverá mais tempo para se aprontar, e esse dia será de
grandes surpresas. Devemos vigiar enquanto é dia, pois a noite virá e não
haverá mais tempo para o arrependimento (Mt 24.42).
O
que separou Noé dos outros homens da sua época? O fato que ele foi separado –
santificado – diferente da maioria. Ele teve coragem e, mais importante, teve
fé para fazer a vontade de Deus quando outros se rebelaram. Ele não foi
conduzido pelos outros, pois seguia a vontade de Deus em cada passo de sua
vida. Não era perfeito, mas era um homem justo e íntegro, usado e amado por
Deus.
CONCLUSÃO
O
dilúvio foi o antídoto para cura a perversão da humanidade. Durante cento e
vinte anos ele trabalhou para garantir a salvação da raça humana, representada
apenas por oito pessoas. Noé foi o milagre de Deus para aqueles últimos dias.
Deus quer que façamos o mesmo em nosso tempo.
Subsídio para o Professor
Introdução
O
Dilúvio não foi apenas o maior desastre natural do planeta. Em termos
teológicos, a grande inundação manifestou, paradoxalmente, a longanimidade e o
amor de Deus. Apesar da corrupção irrefreável da raça humana, o Senhor ainda
concedeu um longo tempo para que todos, arrependendo-se de seus pecados e
maldades, viessem a escapar ao juízo que se avizinhava. Infelizmente, até mesmo
a linhagem de Sete, apesar de um passado de fé, piedade e de boas obras, acabou
por rejeitar-lhe a graça salvadora. A punição divina era inevitável. Toda a
primeira civilização estava prestes a desaparecer da superfície do planeta.
Em
meio àquela geração, Noé destacava-se por um amor alto e incondicional a Deus.
Jamais se conformando com o mundo, navegou contra todas as correntes da
maldade, da violência, da devassidão e do antiteísmo. E, assim, logrou
sobreviver ao desastre anunciado. Juntamente com a sua família, daria início a
uma nova civilização, que haveria de proporcionar as condições necessárias à
redenção da espécie humana, Devido à sua fé, Noé trouxe salvação à sua família.
Que o seu testemunho inspire-nos a levar nossos filhos e netos a um encontro
experimental com o Senhor Jesus. Caso contrário, seremos subvertidos com este
mundo que subjaz num sistema maligno e antagônico a Deus.
1.
A PIEDOSA GERAÇÃO DE NOÉ
Noé procede de uma linhagem de homens santos,
justos e corajosos. Entre seus antepassados, há inclusive dois profetas; todos
inclusos r. genealogia de Cristo. E, nessa tradição, foi ele rigorosamente
educado, 1
1.
A linhagem de Sete. Noé pertencia à família de Sete, nascimento consola o
coração de Eva: “Deus me concedeu outro descendente em lugar de Abel, que Caim
matara” (Gn 4.25). Mas como educar o novo filho? Ela certamente temia a
influência de Caim, que tanto poderia tirar-lhe a vida como arrastá-lo à
apostasia. Mas, pelos versículos seguintes, inferimos que Sete foi criado com
primor e desvelo.
A
mesma educação buscou Sete repassar aos seus descendentes que, segundo
depreendemos de sua genealogia, que também é a de Cristo, vieram a destacar-se
pela nobreza e virtude.
2.
Uma linhagem ilustre. Já homem feito e bem formado, Sete gera um filho, que
haveria de levar-lhe a família a uma comunhão mais íntima com Deus. Eis o que
registra o autor sagrado: “A Sete nasceu-lhe também um filho, ao qual pôs o
nome de Enos; dai se começou a invocar o nome do Senhor” (Gn 4.26). O que tinha
Enos de especial? Pelo significado de seu nome, inferimos tratar-se de uma
pessoa frágil e enfermiça, Por isso, muitas orações devem ter sido endereçadas
a Deus em seu favor.
Enos,
cujo nome em hebraico significa “mortal”, é fortalecido por Deus. Faz-se homem,
casa e também gera um filho a quem dá o nome de Cainã. No transcorrer de sua
longa existência, Enos é agraciado com outros filhos e filhas, vindo a morrer
com 905 anos (Gn 5,11). A doença na infância não lhe tolheu a velhice, nem
longevidade.
Da
linhagem de Sete era também Enoque. Por sua curtíssima biografia, concluímos
ter sido ele uma poderosa testemunha de Deus entre os seus contemporâneos. De
seu ministério, temos este sumário: “Andou Enoque com Deus, e, depois que gerou
a Metusalem, viveu trezentos anos; e teve filhos e filhas. Todos os dias de
Enoque foram trezentos e sessenta e cinco anos. Andou Enoque tom Deus e já não
era, porque Deus o tomou para si” (Gn 5.22-24).
Enoque
não se limitou a uma biografia particular; teve ainda um ministério público de
grande influência e poder no período antediluviano, conforme revela Judas,
irmão de Tiago: “Quanto a estes foi que também profetizou Enoque, o sétimo
depois de Adão, dizendo: Eis que veio o Senhor entre suas santas miríades, para
exercer juízo contra todos (‘para fazer convictos todos os ímpios, acerca de
todas as obras ímpias que impiamente praticaram e acerca de todas as palavras
insolentes que impios pecadores proferiram contra ele” (Jd 14.15).
Aos
65 anos, Enoque gerou o mais longevo dos homens: Metusalém, pai de Lameque e
avô de Noé (Gn 5.25-28). Estes três homens foram os responsáveis pela formação
espiritual, moral e ética de Noé.
3.
Um homem educado no temor a Deus. Mui provavelmente, Noé não chegou a conhecer
Enoque, seu bisavô. Mas chegou a desfrutar de uma longa convivência com o avô,
Metusalém. E, deste, muito ouvira daquele que, por sua piedade, fora um dia
arrebatado por Deus. O relato, que lhe repetiria o pai, Lameque, muito o
inspirou e fortaleceu-o no exercício do ministério divino como pregoeiro da
justiça. Não confundamos este Lameque com aquele notório descendente de Caim,
que levou o mundo à ruína.
O
pai de Noé também era profeta. E o que inferimos de sua declaração quando do
nascimento do filho. Ao olhar a criança dada à luz num mundo de trevas,
inspira-se divinamente: “Este nos consolará dos nossos trabalhos e das fadigas
de nossas mãos, nesta terra que o Senhor amaldiçoou” (Gn 5,29).
Educado
por homens piedosos e justos, tornou-se Noé justo e piedoso. Estava ele pronto,
agora, a ouvir a palavra de Deus referente ao juízo que haveria de recair sobre
toda a terra. Observemos que Noé e seus antepassados, remontando a Sete e a
Adão, acham-se na genealogia que Lucas traçou de nosso Senhor Jesus Cristo (Lc
3.37,38).
II.
O ANÚNCIO DO DILÚVIO
Se
levarmos em consideração a cronologia tradicional, ainda não se haviam passado
dois mil anos, quando Deus, ao iniciar a feitura dos céus e da terra,
declarara: “Haja luz” (On 1.3). Era chegado o momento, porém, de o Criador
desfazer o que fizera naquele princípio jubiloso de Gênesis.
1. O anúncio do Dilúvio. Ao justo e piedoso
Noé, o Senhor anuncia o fim da primeira civilização humana. De início, era sua
intenção destruir o que construira naqueles seis dias que, tendo início com a
luz, culminou na criação da mulher (Gn 6,7). Mas, posto que Noé achara graça
diante de si, limita-se a destruir aquela humanidade, a fim de preservar a
espécie humana através do patriarca. Dessa forma, o Senhor revela a Noé a morte
de uma civilização e o renascimento de outra: “Resolvi dar cabo de toda carne,
porque a terra está cheia da violência dos homens; eis que os farei perecer
juntamente com a terra. Faze uma arca de tábuas de cipreste; nela farás
compartimentos e a calafetarás com betume por dentro e por fora” (Gn 6.13,14).
Em
seguida, o Senhor explica ao seu fiel e humilde servo de que forma destruirá o
mundo de Lameque: “Porque estou para derramar águas em dilúvio sobre a terra
para consumir toda carne em que há fôlego devida debaixo dos céus; tudo o que
há na terra perecerá” (Gn 6.17).
Para quem nunca vira uma tempestade, o anúncio
do Dilúvio deve ter causado estranheza e interrogações. Noé, porém, compreende
que o mundo de Lameque já havia rompido todos os diques da longanimidade
divina. Persistisse este por mais alguns séculos, e já não restaria qualquer
esperança á família humana. Era imperioso, pois, destruir a raça para salvar a
espécie. Ele sabia também que o cataclismo acabaria com um mundo ecologicamente
perfeito, com uma civilização já bem adiantada, com uma cultura admirável e com
uma sociedade administrativa e politicamente complexa. Um novo mundo, porém,
haveria de se erguer sob os detritos e lama do mundo lamequiano.
2.
A destruição do mundo. O mundo ainda não tinha dois milênios, mas seria completamente
destruído. Sua biosfera seria revolvida pelas águas do abismo e pelas chuvas
dos mais altos céus, O planeta ainda era um vergel, mas estava para ser
açoitado por ondas imensas e revoltas; tsunamis estourariam em todas as costas,
litorais e praias. Da antiga civilização, apenas resquícios haveriam de sobrar.
O
Éden que, desde a queda de Adão, permanecia custodiado pelos querubins, também
haveria de ser destruído pelo Dilúvio. O paraíso já era perdido.
3.
A destruição da primeira civilização humana. Se tivermos como válida a
cronologia, segundo a qual, desde a Criação ao Dilúvio, haja transcorrido perto
de dois milênios, concluiremos que as conquistas da primeira civilização eram
nada desprezíveis.
Vinte
séculos de arte, tecnologia e conhecimento. A humanidade deixara a unidade
doméstica de Adão e Eva para complexar-se no mundo de Lameque. Havia certamente
uma estrutura política, cujo fundamento era a corrupção, a violência e o
antiteísmo.
Embora
não ignorassem a Deus, governantes e governados lutavam por impedir-lhe a
instauração do Reino. Ao mesmo tempo, buscavam estabelecer o império de
Satanás. A presença divina era forte e terrivelmente visível. Aproximando-se do
Eden, aqueles homens, mulheres e crianças viam a espada flamejante dos
querubins. Eles sabiam que a eternidade estava logo ali, na árvore da vida, bem
no centro do paraíso. Todavia, por causa do pecado de Adão, já não lhe tinham
acesso. E, caso tentassem chegar até ela, seriam destruídos pelos guardiões
celestes. O que desejavam, porém, não era a eternidade com Deus, mas a
imortalidade para se esbanjarem em seus pecados, iniquidades e grosserias. Por
isso, revoltavam-se ainda mais contra Deus. Nesse destemor e apostasia, dominaram
o planeta, fizeram uma ciência ruim e deletéria, construíram e deram-se em
construções. Todo esse progresso tornou a primeira civilização pior do que o
inferno.
4.
A destruição da sociedade adâmica. Sim, Deus teve de destruir a raça, para
salvar a espécie, porque a humanidade, exceto em Noé e sua família, já não
existia. No Dilúvio, quantas pessoas morreram? Talvez centenas de milhares. Ou,
quem sabe, milhões.
A
sociedade adâmica fez-se tão arrogante e insolente, tão inimiga de Deus e
adversária de si mesma, que, em breve, haveria de desaparecer da face da Terra.
Junto com os perversos, estava prestes a perecer dois mil anos de uma história
sintetizada num único capítulo da Bíblia Sagrada. Mas bem que poderia ser
resumida nestas palavras: nasceram, prosperaram, depravaram-se totalmente e
totalmente foram votados à destruição, por haverem rejeitado a graça divina.
III.
A CONSTRUÇÃO DO BRANDE BARCO
Dispondo
de tanto espaço e de tantas farturas, os filhos de Adão ainda não se haviam
feito ao mar. A navegação, certamente, era-lhes desconhecida, pois tudo de que
precisavam estava ali. Não havia países a serem explorados, nem culturas
estranhas a conhecer. Eles eram o único país, a única nação e a única cultura
sobre a Terra. Falando todos uma só língua, não careciam investigar o
desconhecido, pois tudo era-lhes conhecido. Por isso mesmo, menosprezaram ao
justo Noé quando este, dramaticamente, pôs-se a proclamar-lhes, na construção
da arca, o juízo de Deus.
1.
A insólita construção. Até então, casas e abrigos eram construídos todos os
dias pelos antigos. Sabiam trabalhar a madeira, e tinham habilidade para erguer
formidáveis construções de barro. Haja vista a tecnologia que os descendentes
de Noé levaram para o novo mundo, possibilitando-lhes a edificação da torre de
Babel. Mas uma construção que viesse a flutuar era-lhes algo inusitado.
Noé,
porém, bom teólogo que era, não questionou as ordens do Senhor, que lhe dá uma
planta simples, mas bastante eficaz: “Faze uma arca de tábuas de cipreste; nela
farás compartimentos e a calafetarás com betume por dentro e por fora. Deste
modo a farás: de trezentos côvados será o comprimento; de cinquenta, a largura;
e a altura, de trinta. Farás ao seu redor uma abertura de um côvado de altura;
a porta da arca colocarás lateralmente; farás pavimentos na arca: um em baixo,
um segundo e um terceiro” (Gn 6,14-16),
2. As medidas da arca. Em medidas atuais, a
arca tinha estas dimensões: 135 metros de comprimento, 22,5 de largura e 13,5
de altura. Divida em três andares, era suficientemente espaçosa para abrigar
todas as espécies domésticas e selvagens. Neste particular, ressaltamos que
todas as espécies básicas, de fato, vieram a Noé, As variações que hoje
conhecemos provieram destas. Tomemos como o exemplo o tigre. Hoje, há o tigre
africano, o asiático e o que vive no pólo Norte. Todos eles, todavia, originaram
de um único casal (Gn 6.17). Portanto, não há nenhum absurdo ou incongruência
no Gênesis. O mesmo, aliás, aconteceria com o ser humano. Daquela família única
de oito pessoas, vieram os brancos, os negros, os amarelos e os
peles-vermelhas. Enfim, todos somos filhos de Noé.
3.
Um barco para flutuar. Construída para flutuar, a arca não tinha qualquer
utilidade à navegação. Portanto, não precisava de leme, nem de remos, mas de um
bom calado para vogar nas águas do Dilúvio.
Quanto à sua atracação, era um problema que
Deus já havia solucionado em sua infinita sabedoria e previdência. O patriarca
Noé só precisava confiar plenamente na direção divina.
IV.
O SERMÃO DRAMÁTICO DE NOÉ
Não
sabemos quanto tempo durou a pregação de Noé. Um século? Ou várias décadas? Não
importa. O fato é que toda aquela civilização teve muita oportunidade para,
arrependendo-se, voltar-se para Deus. Infelizmente, não houve uma conversão
sequer. Saturados do patriarca, fizeram-se moucos, surdos e ainda mais
impenitentes.
1.
Em palavras e atos. Destacando o juízo divino sobre a primeira civilização
humana, escreve Pedro que Deus “não poupou o mundo antigo, mas preservou a Noé,
pregador da justiça, e mais sete pessoas, quando fez vir o dilúvio sobre o
mundo de ímpios” (2 Pe 2.5).
Noé,
um pregador sem púlpito. Mas nem por isso deixou de proclamar o juízo divino.
Talhando o grande barco num lugar seco, longe dos rios Tigre e Eufrates,
pregava ele, dramaticamente, os últimos dias daquele mundo. E, dramaticamente,
anunciava o castigo divino sobre os seus contemporâneos. Estes, por seu turno,
contando seus dias não em décadas, mas em séculos, supunham que julgamento
algum lhes adviria. Por isso, brincaram com o tempo, e acabaram por se perder
numa eternidade sem Deus.
Noé
pregava com palavras. Sua proclamação mais forte, porém, dava--se no âmbito do
testemunho pessoal, no ordenamento de sua família e no trabalho da arca, O que
lhe faltava em palavras, sobejava-lhe no sobe e desce do martelo, no vaivém da
serra, no empurrar do formão e nos encaixes da madeira. Acredito que Salomão
tinha em mente o ministério de Noé, quando compôs estas sapiências: “As
palavras dos sábios são como aguilhões, e como pregos bem fixados as sentenças
coligidas, dadas pelo único Pastor” (Ec 12.11).
2.
A homilia do cipreste. Além de medicinal, o cipreste é uma excelente madeira
para ser utilizada em obras finas de marcenaria. Por isso mesmo, Deus a indicou
à construção da arca. Suas qualidades curativas, em contato com a água, haveria
de preservar a saúde de todos a bordo do grande barco, Homens e animais
estariam livres de fungos, bactérias e de outras coisas deletérias. A arca,
pois, era um lugar de vida e saúde; ninguém dali sairia enfermo. Foi no preparo
desta madeira, que Noé ia proclamando o fim de todas as coisas. Suas homilias,
que tinham as mesmas propriedades do cipreste, foram ignoradas. Nelas, estava a
cura para a sua geração que, empedernida e insolente, aprofundou-se em delitos
e pecados, até não lhe haver mais remédio. Não acontece o mesmo hoje com a
pregação do Evangelho de Cristo?
V.
O DILÚVIO INEVITÁVEL
Enfim,
a arca está pronta. O grande barco de Noé, que serviu de modelo aos petroleiros
atuais, já era realidade. Não obstante, a geração de Lameque continuava
pecando, afrontando a Deus e blasfemando de seu Espírito. Aquele evento
escatológico, figura perfeita do que há de acontecer nestes últimos dias,
continua a advertir-nos.
1.
A chegada dos animais. Embora Noé pregasse com o verbo e com as ferramentas da
marcenaria, ninguém se arrependeu para fugir às águas do Dilúvio. Se homem
algum buscou aproximar-se da arca, os animais se houveram mais sabiamente. No
momento certo, começaram eles a chegar. Dos maiores aos menores, todos
apresentaram-se a Noé. Seu apelo racional foi irracionalmente respondido. E a
loucura da pregação.
O
fato parece não ter chamado a atenção dos lamequianos, porque, naqueles dias,
os animais, mesmo os arredios e selvagens, não representavam ameaça ao ser
humano. Por isso mesmo, aquela gente pensou que Noé estava montando um parque
temático ou um grande zoológico.
Mas,
na verdade, era o epílogo de um sermão gracioso, mas urgente e terminal.
2.
Dilúvio, o julgamento universal. Tendo Noé e sua família entrado na arca,
juntamente com todos os animais, o próprio Deus encarrega-se de fechar-lhes a
porta (Gn 7.16). O Senhor enclausura o patriarca, pois em sete dias chegarão as
águas do grande dilúvio. Enquanto isso, ia o tempo fechando-se do lado de fora;
as nuvens avolumavam-se; os rios e lagos já começavam a agitar-se.
Finalmente o Dilúvio. Assim o autor sagrado
descreve a grande inundação: “No ano seiscentos da vida de Noé, aos dezessete
dias do segundo mês, nesse dia romperam-se todas as fontes do grande abismo, e
as comportas dos céus se abriram, e houve copiosa chuva sobre a terra durante
quarenta dias e quarenta noites” (Gn 7:11).
Toda
a primeira civilização humana foi destruída pelas águas do Dilúvio, Apenas Noé
e a sua família, juntamente com os animais que estavam com eles na arca,
sobreviveram. A chuva, na verdade, durou quarenta dias e quarenta noites. As
águas, todavia, prevaleceriam por mais de um ano sobre a face da Terra
(Gn8.13),
Sim, o Dilúvio atingiu todo planeta. Se um
tisunami na Asia é sentido no continente americano, o que dizer da grande
inundação que destruiu toda a primeira civilização? Literalmente, o Dilúvio
alcançou toda a terra, destruindo um habitat perfeito que o Senhor havia
preparado para um ser humano imperfeito e nada agradecido. Se o juízo divino
foi universal, universal também foi o Dilúvio.
CONCLUSÃO
O
grande projeto de Noé não era a construção da arca, mas a salvação de sua
família. Por isso, empenhou-se em conduzir seus filhos pelos caminhos de Set,
Enos e Enoque, seus piedosos ancestrais, Naquele período, era um homem contra
todo um mundo corrupto, irreconciliável e inimigo de Deus. Dessa forma, não
permitiu que nenhum de seus filhos se desencaminhasse pelas sendas de Caim e
Lameque.
Agindo piedosa, mas corajosamente, pôde salvar
a esposa, os filhos e as noras. Enfim, Noé veio a salvar a espécie humana,
Nele, o plano de salvação foi preservado e teve pleno segmento. A cultura de
Caim e Lameque, embora poderosa, foi destruída pelas águas do Dilúvio.
A
mensagem da graça divina, encerrada naquela arca, que vogava nas águas
revoltas, veio-nos através do Evangelho de Cristo. Que o nosso grande projeto,
hoje, seja a salvação de nossa família, Encaminhemos, pois, os que amamos no
caminho da graça divina.
Cuidado com os juizos de Deus que estão por vir sobre toda a terra. O Deus que não "toma o culpado por inocente", haverá de exercer Sua vingança sobre todos os ímpios que O desprezam.
Viva vencendo em santidade para não sofrer eternamente a ira de Deus!!!
Abraços.
Seu irmão menor.
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