TEXTO ÁUREO
"Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido
de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para
ensinar." (1 Tm 3.2)
VERDADE PRÁTICA
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: 1 Timóteo 3.1-4,8-13
Os pastores e os diáconos são líderes, escolhidos por Deus,
através do ministério, para cuidarem do serviço cristão na igreja local.
INTRODUÇÃO
Depois de tratar da correta postura de homens e mulheres no
culto público, Paulo passa a falar sobre as qualificações da liderança da
igreja. Em 1Tm 3:1-13, o apóstolo aborda os predicados dos bispos ou pastores e
do diácono.
"QUEM DESEJA O EPISCOPADO
Excelente obra deseja". Paulo diz que aqueles que aspiram
ao episcopado excelente obra almejam (1Tm 3:1). Mas também é um trabalho árduo.
Não é uma obra para gente preguiçosa, mas uma obra que exige todo esforço, todo
empenho e todo zelo. As demandas internas e externas do rebanho são exaustivas,
entre elas o cuidado para com as pessoas do rebanho, visita a enfermos,
questões relacionadas a administração eclesiástica e o constante desafio de se
dedicar à oração e ao ensino da Palavra de Deus. Diz o Rev. Hernandes Dias
Lopes, em seu livro “De: Pastor A: Pastor”, que “ser ministro é viver
constantemente sob pressão. O ministério é uma arena de lutas contra o poder
das trevas e contra o poder da carne. Não há ministério sem lágrimas. Ser
pastor é cruzar um deserto escaldante, em vez de pisar os tapetes aveludados da
fama. Ser pastor é a arte de engolir sapos e vomitar diamantes. Ser pastor é
estar disposto a investir a vida na vida dos outros sem receber o devido
reconhecimento. Ser pastor é amar sem esperar a recompensa, é dar sem esperar
receber de volta. Ser pastor é saber que o nosso galardão não nos é dado aqui,
mas no céu”.
É bom ressaltar, ainda, que o episcopado não é uma
plataforma de privilégios, mas um campo de trabalho árduo. É um chamado para o
serviço, e não para o estrelato. O episcopado é mais serviço e menos status. É
trabalho, mais do que honra. É dedicação da vida, do tempo, dos talentos e dos
dons a Deus e a Seu povo.
A chamada. Segundo Hernandes Dias Lopes, o episcopado, do
ponto de vista divino, é um chamado, uma vocação, um ministério concedido pelo
próprio Espírito Santo. Do ponto de vista humano, o episcopado pode ser
desejado com legitimidade. O chamado divino, mediante a convicção interna,
referendada pelo testemunho externo, atesta a legitimidade do ministério.
Ninguém deve exercer a liderança sem ter convicção de que este é um chamado de
Deus; por outro lado, ninguém deve fazê-lo sem uma profunda aspiração. Nenhuma
pessoa deve exercer a liderança espiritual da igreja por constrangimento (1Pe
5:2).
Concordo com pr. Elinaldo Renovato quando diz que '...o
episcopado não deve ser fruto de acordos e arranjos ministeriais, por amizade,
família ou condição social ou financeira. Deve ser resultado de um
relacionamento sério com Deus, o dono da obra. Paulo foi chamado desde o ventre
(Gl 1:15). Nem todos são chamados assim. Mas quem é chamado, não só tem a
convicção da chamada, mas apresenta um perfil que agrada a Deus. Não há uma
única forma da chamada.
O preparo. O preparo de um pastor é contínuo, não termina
quando conclui um seminário teológico, mas se dá durante toda a sua jornada. No Novo Testamento vemos que os apóstolos foram chamados, mas só foram enviados
após algum tempo de aprendizado com Jesus (Mc 6:7; Mt 10:16; Lc 10:1). O
exemplo de Paulo também é bem significativo. Ele foi chamado por Jesus, já
possuía o conhecimento das Escrituras Sagradas, pois teve como professor o
grande mestre Gamaliel (At 22:3), mas partiu para a Arábia e ali ficou três
anos se preparando para exercer ser ministério junto aos gentios (Gl 1:17,18).
Ante a notoriedade que havia alcançado como perseguidor dos
cristãos, ele não foi bem aceito entre os cristãos de Jerusalém. A perseguição
tomou grandes proporções e o apóstolo acabou sendo enviado de volta para sua
terra natal (At 9:30). De retorno a Tarso, Paulo ali não ficou. Dizem as
Escrituras que partiu para a Arábia, como também retornou a Damasco (Gl 1:17),
esteve quinze dias em Jerusalém (Gl 1:18), bem como esteve em partes da Síria e
da Cilícia (Gl 1:20), fazendo, porém, de Tarso a sua “base”, já que ali estava
a sua família. Ali teve mais tempo para refletir e meditar nas Escrituras
Sagradas, tendo sido, no nosso modesto entendimento, neste período que o
apóstolo alicerçou a sua fé, que teve a correta compreensão do significado de
servir a Deus e de crer em Jesus como único e suficiente Senhor e Salvador,
retomando, assim, em Tarso, a sua rotina de estudos, só que agora não só de
filosofia e de direito, mas das Escrituras à luz de todo o conhecimento que
havia adquirido ao longo dos anos. Após dez anos, Paulo foi enviado pelo
Espírito Santo para realizar a obra missionária efetivando o seu apostolado.
Portanto, Deus chama, porém, o preparo cabe aos seus servos.
QUALIFICAÇÕES E ATRIBUIÇÕES DOS PASTORES (3:1-7)
Atribuições dos pastores (1Tm 3:1-7). Os que almejam o
serviço do pastorado precisam compreender as qualificações ou atribuições que
tal atividade exige. O líder e a igreja local precisam ver no aspirante ao
ministério as qualificações exigidas na Palavra de Deus. No texto de 1Tm 3:1-7
o apóstolo Paulo apresenta uma lista de 15 qualificações exigidas para um homem
ocupar o presbiterato ou o pastorado da igreja, e apenas uma se refere à
habilidade de ensino. Observe que a maioria são qualificações morais e apenas uma
está relacionada à habilidade intelectual. Na verdade, os requisitos para
ocupar uma posição de liderança na igreja exigem mais excelência moral do que
intelectual. As qualificações estão relacionadas com a personalidade, o caráter
e o temperamento da pessoa. São uma espécie de catálogo de virtudes em
contraposição ao catálogo de vícios descritos em 2Timóteo 3:2-5. No texto de
1Timóteo 3:1-7, vemos algumas qualificações, que podem ser resumidas num
conjunto de indicações, que por sua vez podem ser divididas em três grupos:
1.1. Qualificações espirituais e ministeriais.
a) A primeira qualificação, como não poderia deixar de ser,
é ter uma vida irrepreensível (1Tm 3:2). O retrato que Paulo traça do bispo é
emoldurado pela irrepreensibilidade. John Stott corretamente diz que isso não
quer dizer que os candidatos teriam de ser totalmente isentos de falhas e
defeitos, pois nesse caso todos seriam desqualificados. A palavra empregada é
anenkletos – “sem culpa, não passível de acusação” – e não anômos – “sem mácula”.
O pastor ou presbítero não pode deixar brechas no seu escudo moral. Seu ofício
é público e sua reputação pública precisa ser inquestionável.
b) Ser apto para ensinar (1Tm 3:2). Uma das tarefas mais
importantes e essenciais de qualquer líder de igreja é ensinar as Escrituras
aos membros da congregação. O pastor deve entender e ser capaz de transmitir as
verdades profundas das Escrituras, como também lidar com aqueles falsos
pregadores ou ensinadores que as tratam de maneira inadequada.
c) Ter bom testemunho diante da igreja e dos descrentes (1Tm
3:7). O pastor é um homem que deve ter bom testemunho na comunidade. Aqueles
que estão de fora é uma referência aos não-cristãos. Sem esse bom testemunho,
ele se torna sujeito às acusações dos homens e opróbrio do diabo. Essas
acusações podem vir tanto de cristãos como de não-cristãos. Quando Satanás
captura homens em sua armadilha, ele os aprisiona para ridicularizar,
escarnecer e desprezar.
d) Não deve ser neófito, inexperiente (1Tm 3:6). A
maturidade espiritual é essencial para o exercício episcopal. Os novos
convertidos podem tornar parte no ministério de Deus, mas não devem ser
colocados em posições de liderança até que sejam firmemente enraizados na sua
fé, com um modo de vida solidamente cristão e um conhecimento da Palavra de
Deus. De outra forma, o novo crente, “ensoberbecendo-se, cairá na condenação do
diabo”. O orgulho pode tornar aqueles que são imaturos suscetíveis à influência
de pessoas inescrupulosas. A imaturidade é o portal da soberba, e a soberba é o
solo escorregadio onde o diabo derruba muitos líderes.
1.2. Qualificações familiares
Ser irrepreensível como líder
de sua família (1Tm 3:2,4; Tt 1:6). Nesta área, ele precisa ser irrepreensível
em dois pontos vitais:
a) Marido de uma só mulher. “Marido de uma só mulher” quer
dizer marido fiel à sua esposa, ou seja, um homem livre de qualquer suspeita
quanto à sua relação matrimonial, íntegro em sua conduta conjugal. Ele não pode
ser um homem adúltero, mantendo relacionamentos extraconjugais; nem polígamo,
casando-se com várias mulheres. Ele deve amar sua esposa “como Cristo amou a
Igreja e a si mesmo se entregou por ela” (Ef 5:25).
b) Irrepreensível como pai. O pastor precisa ser o sacerdote
do seu lar, o líder espiritual da sua família. Deve criar seus filhos na
disciplina e admoestação do Senhor. Embora um pai não possa determinar a
salvação de seus filhos, pode preparar o caminho do Senhor por intermédio da
instrução da Palavra, da amorosa disciplina. Se o pastor 'não sabe governar a
própria casa, como poderá governar a igreja de Deus?', pergunta o apóstolo Paulo
(1Tm 3:4,5). Obviamente isso se aplica aos filhos que vivem com a família sob a
autoridade do pai.
1.3. Qualificações morais
“Convém, pois, que o bispo seja
[…] honesto, hospitaleiro …não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de
torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento” (1Tm 3:2,3).
a) Ser honesto, sincero, autêntico (3:2). A honestidade é
indispensável ao líder, que deve se credenciar, como nenhum outro, para habitar
no tabernáculo de Deus (cf. Sl:15).
b) Hospitalero (acolhedor), sabendo tratar bem as pessoas
(3:2). A hospitalidade na igreja primitiva era uma necessidade vital para o
avanço missionário da igreja. As hospedarias eram excessivamente caras,
sofrivelmente sujas e notoriamente imorais. Sem hospitalidade os missionários
itinerantes teriam sua atividade estancada. E mais, nos primeiros dois séculos
da era cristã não havia templos, por isso, as igrejas reuniam-se em casas (Rm
16:5; 1Co 16:19; Fm 2). Hoje, esta prática está em desuso. As circunstâncias
exigem que os pregadores itinerantes se hospedem em pousadas ou hotéis, e não
mais em residências. Não por falta da liberalidade de irmãos, mas porque as
circunstâncias favorecem a essa práxis. Todavia, quando a hospitalidade for
estritamente necessária, a recomendação é clara: “Seja constante o amor
fraternal. Não negligencieis a hospitalidade” (Hb 13:1,2).
c) Não dado ao vinho – não usuário de bebidas alcoólicas
(3:3). Um pastor não pode ser um beberrão. A embriaguez não combina com o
ministério do pastoreio. O mesmo apóstolo que orientou Timóteo a beber um pouco
de vinho por motivos terapêuticos (1Tm 5:23) agora declara que um pastor dado
ao vinho não está apto para a liderança da igreja de Deus. Aliás, o obreiro
deve ser pessoa que não se deixe dominar por qualquer vício, seja ele qual for,
pois não pode, como qualquer crente, deixar-se dominar por coisa alguma (cf.
1Co 6:12).
d) Não espancador, ou seja, não violento, agressivo (3:3).
Um pastor busca as ovelhas para apascentá–las, e não para golpeá-las. Um pastor
não pode agredir as pessoas com palavras e atitudes. Não pode ser rude com as
ovelhas. O pastor é alguém que atrai as pessoas por sua doçura e graça. As
pessoas correm para ele na hora da aflição. Uma pessoa violenta agride, humilha
e machuca os outros.
e) Não ser contencioso, briguento (3:2; 2Tm 2:24). Ele não
insiste em seus próprios direitos, mas tem temperamento constante e agradável.
f) Ser sóbrio (3:2). Isto significa que a vida do pastor
deve estar marcada pela moderação, por limites, sem nada extremo ou excessivo,
com ausência de extravagâncias.
g) Deve ser simples, moderado (3:3). Em seu trabalho na
igreja, o pastor precisa de graça, paciência e de espírito manso e conciliador.
h) Não ser ganancioso ou avarento, ou seja, amante do
dinheiro (3:3; 6:5-10). O pastor deve ter uma atitude adequada para lidar com
as finanças da igreja. Isto afeta o uso ético dos fundos da igreja e a
administração de programas apropriados para arrecadação de dinheiro. Muitos
possíveis líderes combinam o amor ao dinheiro com uma natureza contenciosa e
acabam brigando na igreja por causa de assuntos financeiros. Uma pessoa assim
não deve ser escolhida para liderar.
III. O DIACONATO (1Tm 3:8-13)
“Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si
uma posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus” (1Tm 3:13).
No início da Igreja, Satanás tentou impedir o seu avanço em
pelo menos três táticas: primeiro, ele tentou suprimir a igreja por meio da
perseguição – pela força das autoridades judaicas (Atos 4);segundo, tentou
corrompê-la com a hipocrisia – através do casal Ananias e Safira (Atos
5);terceiro, ele promoveu dissensões internas (Atos 6:1) – ele tentou distrair
seus líderes da oração e da pregação através de algumas viúvas murmuradoras,
para expor a igreja a erros e ao mal. Se Satanás tivesse obtido sucesso em
qualquer uma dessas tentativas, a nova comunidade de Jesus teria sido
aniquilada em sua infância. Todavia, os apóstolos estavam alertas o suficiente
para detectar “as ciladas do diabo”. Eles resolveram, então, designar “homens
de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria”, para que cuidassem
do sustento da igreja e do cuidado com os pobres, liberando os apóstolos para
dedicação exclusiva a oração e ao ensino da Palavra de Deus. E assim, “crescia
a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos
discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé” (Atos 6:7).
Os diáconos. A palavra “diácono” significa “aquele que
serve”. O diácono – diákonos – é o servo que coopera com aqueles que se dedicam
à oração e ao ministério da Palavra. Os primeiros diáconos foram nomeados
assistentes dos apóstolos (At 6:1-7). Há dois ministérios na Igreja: a diaconia
das mesas (At 6:2,3) – ação social – e a diaconia da Palavra – a pregação do
Evangelho. O ministério das mesas não substitui o ministério da Palavra, nem o
ministério da Palavra dispensa o ministério das mesas. Nenhum dos dois
ministérios é superior ao outro. Ambos são ministérios cristãos que exigem
pessoas espirituais, cheias do Espírito Santo, para exercê-los. A única
diferença está na forma que cada ministério assume, exigindo dons e chamados
diferentes.
Chamado para servir. Assim como os pastores, aqueles que
almejam o diaconato precisam ter o desejo de servir a Deus e aos irmãos. Como
foi dito acima, a obra dos doze apóstolos e a obra dos sete diáconos são
igualmente chamados de diakonia (At 6:1,4 – “ministério” ou “serviço”). A
primeira é o “ministério da Palavra” (At 6:4) ou o trabalho pastoral; a
segunda, o “ministério junto às mesas” (At 6:2) ou o trabalho social. Ambos são
ministérios cristãos, ou seja, meios de servir a Deus e ao seu povo.
Qualificações. As qualificações do diácono são semelhantes
às dos pastores (cf. 1Tm 3 e Tito 1). Contudo, sua função é provavelmente um
pouco diferente, uma vez que o diácono executa algumas das tarefas mais
práticas da administração e manutenção de uma igreja. Vejamos algumas
qualificações do diácono à luz de 1Tm 3:8-10.
3.1. Ter caráter Moral (1Tm 3:8 – ARA)
“Semelhantemente,
quanto a diáconos, é necessário que sejam respeitáveis, de uma só palavra, não
inclinados a muito vinho, não cobiçosos de sórdida ganância”.
O rev. Hernandes Dias Lopes, analisando o caráter moral dos
diáconos, diz que eles devem ser:
a) respeitáveis (3:8a). Os diáconos precisam ser dignos de
respeito, ter caráter impoluto, vida irrepreensível e conduta ilibada.
b) de uma só palavra (3:8b). Os diáconos precisam ser
verdadeiros, íntegros em suas palavras e consistentes em sua vida. Não devem
ser boateiros dados a mexericos. Não dizem uma coisa aqui e outra acolá. Não
devem ser maledicentes nem jogam uma pessoa contra a outra. Suas palavras têm
peso. Eles são absolutamente confiáveis no que dizem.
c) não inclinados a muito vinho (3:8c). Os diáconos devem
ser cheios do Espírito Santo (At 6:3), e não cheios de vinho (Ef 5:18). Quem é
governado pelo álcool não pode administrar a casa de Deus.
d) não cobiçosos de sórdida ganância (3:8d). Os diáconos
lidam com as ofertas do povo de Deus e administram os recursos financeiros da
igreja na assistência aos necessitados. Não podem ser como o Judas Iscariotes
que roubava a bolsa (cf João 12:6). Não podem cobiçar o que devem repartir. Não
podem desejar para si o que devem entregar para os outros.
3.2) Ter caráter espiritual (1Tm 3:9,10)
“Guardando o
mistério da fé em uma pura consciência. E também estes sejam primeiro provados,
depois sirvam, se forem irrepreensíveis”.
a) Íntegros na teologia da vida (3:9) – “Guardando o
mistério da fé em uma pura consciência”.Aqui, o termo “mistério” significa
“verdades outrora ocultas, mas agora reveladas por Deus”. Os diáconos precisam
compreender a doutrina cristã, crer na doutrina cristã e viver a doutrina
cristã. Sua vida, sua família e seu ministério precisam ser pautados pela
Palavra de Deus.
b) provados e experimentados (Atos 6:10; 3:10). Atos 6:10
diz que os diáconos devem ser primeiramente provados. Isso significa que eles
devem ser observados por algum tempo e talvez ganhar pequenas responsabilidades
na igreja local. Depois de provarem ser confiáveis e fiéis, então podem receber
responsabilidades maiores. Depois, exerçam o diaconato; ou simplesmente
“sirvam” (1Tm 3:10 – ARC). Assim como no caso dos presbíteros, o destaque não é
o cargo eclesiástico, mas o serviço para o Senhor e seu povo. Em qualquer lugar
em que um homem for irrepreensível em sua vida pessoal e pública, terá
permissão para servir como diácono (1Tm 3:10 – ARA).
3.3) Ter caráter familiar (1Tm 3:12) – “Os diáconos sejam
maridos de uma mulher e governem bem seus filhos e suas próprias casas”.
É satisfatório dizer que, como os pastores, os diáconos não
devem ter nenhuma reprovação em sua vida conjugal. Eles devem governar bem seus
filhos e a própria casa. Não conseguir isso é um defeito de caráter do cristão,
segundo o Novo Testamento. Isso não significa que os homens devem ser déspotas
e mandões, mas que seus filhos devem ser obedientes e testemunhem a verdade.
SERVIÇO – RAZÃO DE SER DO MINISTÉRIO
A razão de ser do ministério é servir. Servir como Jesus
serviu; servir como Paulo e Timóteo serviram. Aliás, todo cristão é chamado
para ser servo de Deus. Como tal, sua atividade e missão deve ser contribuir
com sua vida, seu testemunho e seu serviço para o engrandecimento do Reino de
Deus.
O exemplo do Mestre. Paulo diz que Jesus assumiu a forma de
servo, mais que isso, a forma de “escravo”.
“… sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual
a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se
semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo,
sendo obediente até à morte e morte de cruz” (Fp 2:6-8).
A expressão “tomando a forma de servo“, “significa aparecer
em uma condição humilde e desprezível”. Em sua forma de servo, Jesus demonstrou Seu caráter e Sua personalidade, dando exemplo de humildade, quando, na véspera
de Sua crucificação, tomou uma toalha e uma bacia com água e lavou os pés dos
discípulos (João 13:4,5).
É bom enfatizar que o objetivo de Jesus Cristo nunca foi a
de estabelecer uma hierarquia de poder temporal para a Sua igreja, mas a de
serviço, conforme demonstra Sua resposta aos filhos de Zebedeu: “mas entre vós
não será assim; antes, qualquer que, entre vós, quiser ser grande será vosso
serviçal. E qualquer que, dentre vós, quiser ser o primeiro será servo de
todos. Porque o Filho do Homem também não veio para ser servido, mas para
servir e dar a Sua vida em resgate de muitos” (Mc 10:43-45).
O exemplo de Paulo. Paulo era um servo fiel. Ele não media
esforço para servir. Ele cuidava das ovelhas do Senhor com ternura, como uma
mãe que acarecia seus filhos – “antes, fomos brandos entre vós, como a ama que
cria seus filhos” (1Ts 2:7). A ênfase da mãe é a gentileza e a ternura. Paulo
era como uma mãe afetuosa cuidando do seu bebê. Ele demonstrou pelos seus
filhos na fé amor intenso, cuidado constante, dedicação sem reserva, paciência
triunfadora, provisão diária, afeto explícito, proteção vigilante e disciplina
amorosa. Muitos obreiros lideram o povo de Deus com truculência e rigor
despótico. São ditadores implacáveis, e não pastores amorosos. Esmagam as
ovelhas com sua autoridade auto-imposta, em vez de conduzir o rebanho com a
ternura de uma mãe. Pedro escreveu que o obreiro deve apascentar o rebanho do
Senhor “tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe
ganância” (1Pe 5:2). E por falar em ganância, atualmente há muitos falsos
obreiros que se aproveitam dos fiéis e da igreja para obter ganho financeiro.
Isso é uma vergonha! Paulo exorta a Tito e a Timóteo que um dos requisitos para
quem deseja ser pastor é não ser cobiçoso de torpe ganância (Tt 1:7; 1Tm 3:3).
O exemplo de Timóteo. Timóteo foi um dos líderes mais
destacado da igreja primitiva. Não que fosse forte em todas as áreas. Ele era
jovem, tímido e doente, mas foi cooperador de Paulo e o continuador de sua
obra. Ele era um bom exemplo do que um ministro e missionário de Deus deve ser.
Em Filipenses 2:19-23, o apóstolo Paulo nos fala de algumas características
desse importante líder espiritual: (a) um estudante zeloso e obediente à
Palavra de Deus (2Tm 3:15); (b) um servo perseverante e digno de Cristo (1Ts
3:2); (c) um homem de boa reputação (At 16:2); (d) amado e fiel (1Co 4:17); (e)
com solicitude genuína pelo próximo (Fp 2:20); (f) fidedigno (2Tm 4:9,21) e;
(g) dedicado a Paulo e ao evangelho (Fp 2:22; Rm 16:21).
Portanto, Timóteo foi um pastor exemplar, que demonstrou ter
um caráter irrepreensível. Ele cuidou da Igreja com desvelo e não teve medo de
se opor aos falsos mestres que estavam tentando seduzir os crentes em relação à
salvação pela fé em Jesus. Precisamos, urgentemente, de homens de Deus como
Timóteo. Oremos para que isso aconteça.
CONCLUSÃO
“Precisamos de pastores que amem a Deus mais do
que seu sucesso pessoal. Precisamos de pastores que se afadiguem na Palavra e
tragam alimento nutritivo para o povo. Precisamos de pastores que conheçam a
intimidade de Deus pela oração e sejam exemplo de piedade para o rebanho. Precisamos
de pastores que deem a vida pelo rebanho em vez de explorarem o rebanho.
Precisamos de pastores que tenham coragem de dizer “não” quando todos estão
dizendo “sim” e, dizer “sim”, quando a maioria diz “não”. Precisamos de
pastores que não se dobrem ao pragmatismo nem vendam sua consciência por
dinheiro ou sucesso. Precisamos de pastores fiéis e não de pastores populares.
Precisamos de homens quebrantados e não de astros ensimesmados”
(Rev. Hernandes
Dias).
RESUMINDO:
"Quinze qualificações (3.2-7).
Os versículos relacionam 15 qualidades a serem consideradas quando da seleção
de bispos. Observe que entre as qualificações, não aparece a capacitação em
seminário ou a posse de algum dom espiritual em particular. Observe o breve
esboço do caráter do bispo (3.2-7).
Irrepreensível: inteiramente fiel à
sua esposa;
Esposo de uma só mulher; inteiramente
fiel à sua mulher;
Temperante: sóbrio, solícito e
modesto;
Domínio próprio: discipulado,
moderado;
Respeitável: modesto, honrado,
bem-comportado;
Hospitaleiro: que recebe bem os
visitantes;
Apto para ensinar; capacitado a
explicar e aplicar os ensinamentos;
Não dado à embriaguez; não dado ao
vinho;
Não violento; não dado à hostilidade,
ao antagonismo;
Gentil: bondoso, razoável, de boa
família;
Não contencioso: não combativo,
inimigo de contendas;
Não avarento: preocupado com as
pessoas, não com as finanças;
Bom governante de sua família:
administra a vida familiar;
Não seja um recém-convertido: maduro
e humilde;
Reputação imaculada: admitido pelos
de fora"
Fontes:
(RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor
da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10. ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 835).
Viva vencendo no Trabalho para o Senhor!!!
Abraços.
Seu irmão menor.
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