TEXTO ÁUREO
“Agora, pois, eu, Nabucodonosor, louvo, e exalto,
e glorifico ao Rei dos céus; porque todas as suas obras são verdades; e os seus
caminhos, juízo, e pode humilhar aos que andam na soberba” (Dn 4.3 7).
VERDADE PRÁTICA :
A
soberba e o pecado que mais afronta a a soberania divina.
LEITURA BÍBLICA = Daniel 4.10-18
INTRODUÇÃO
O princípio e o final deste capítulo levam-nos a ter a
esperança de que Nabucodonosor tenha sido um monumento ao poder da graça
divina, e às riquezas da misericórdia celeste. Após ser curado de sua loucura,
difundiu amplamente e escreveu para as gerações futuras o modo como Deus o
havia humilhado de modo justo e, por sua graça o havia restaurado. Quando o
pecador volta a si, procurará o bem-estar dos demais, dando a conhecer a
prodigiosa misericórdia de Deus.
Antes de Daniel relatar os juízos divinos contra ele por
causa de seu orgulho, Nabucodonosor falou das advertências que teve em um sonho
ou visão. Daniel explicou-lhe o seu significado. A pessoa representada seria
despojada de toda honra e privada do uso da razão pelo espaço de sete anos.
Este é certamente o mais doloroso de todos os juízos temporais. Qualquer que
seja a aflição exterior que Deus permita nos alcançar temos motivos para
suportá-la pacientemente e estar agradecidos de Ele permitir que utilizemos a
nossa mente de um modo são, e que coloque a nossa consciência em paz. Porém se
o Senhor considerar adequado impedir por tais meios que um pecador cometa
múltiplos delitos, ou que um crente desonre o seu nome, até a prevenção mais
espantosa seria preferível à má conduta.
A PROVA DA SOBERANIA DIVINA
4: 1-3 - Este capítulo está na forma de uma proclamação do
rei para todo o mundo. A lição que Nabucodonosor aprendeu de sua experiência é
resumida agora, depois que sua arrogância se foi, só então a maneira pela qual
ele foi humilhado é explicada. Nabucodonosor fala da grandeza de Deus e da sua
capacidade de fazer com que os homens orgulhosos se humilhem (Jeremias 27:4-6)
e também reconhece a permanência do reino de Deus (Salmo 145: 13).
Atribuição de Louvor ao Deus Altíssimo (4.1-3)
O quarto capítulo
de Daniel tem sido descrito ·como o documento governamental mais marcante dos
tempos antigos. Iniciando com a inscrição Nabucodonosor, rei (1), esse
documento falava com autoridade imperial a todos os povos, nações e línguas.
Sem expressar vergonha ou apresentar desculpas, essa proclamação exaltava a
Deus, o Altíssimo(2). Poucos líderes mundiais em qualquer época têm sobrepujado
Nabucodonosor em dar glória a Deus ou em expressar de forma correta seu sublime
caráter. Esse capítulo bem poderia ser chamado de "Teodicéia do
Imperador" - uma vindicação sublime dos julgamentos de Deus e sua justiça.
Como são grandes os seus sinais, como são poderosas as suas maravilhas!
O seu reino é um reino eterno; o seu domínio dura de geração
em geração (3, NVI).
2. Nabucodonosor fala de seu sonho, 4:4-18.
4:4-7 - Este sonho difere daquele do capítulo 2 porque
Nabucodonosor o conta aos sábios, mas nem assim eles conseguem dar a
interpretação.
4:8-9 - Nabucodonosor não tinha sido completamente curado do
politeísmo, mas parece reconhecer o Deus de Daniel como o maioral. Depois que
seus próprios sábios fracassam na interpretação, ele chama por Daniel.
4: 1 0-12 - Ele sonhou com uma árvore forte e grande que
estava num lugar proeminente e cujos galhos atingiam os confins da terra. Era
agradável de se olhar, seu fruto era bom de se comer, e sua sombra dava
proteção às bestas do campo e às aves do ar.
4:13-14 - Um "vigilante" (anjo), "um santo
que descia do céu" veio. Ele mandou que a árvore fosse abatida, os galhos
e as folhas cortados, e seu fruto espalhado.
4: 15-16 - Mas o tronco foi deixado, amarrado com uma faixa
de ferro e bronze. A árvore representava uma pessoa que teria seu coração de
homem trocado por um de um animal até que sete períodos de tempo passassem. A
extensão dos "tempos" não pode ser determinada, se refere a semanas,
meses ou anos, ou mesmo estações dentro do ano. O ensinamento mais claro é que
se refere a um tempo completo, um período de tempo plenamente determinado,
conhecido por Deus e intencionalmente começado e terminado por Deus (veja
4:25,32; 5:21).
4: 17 -18 - O propósito a ser conseguido por isto é, então,
declarado: "o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens; e o dá a
quem quer" (veja 2:21; 4:17, 25, 32; 5:21; Jeremias 27:4-8).
Um Sonho Perturbador (4.4-18)
Não há uma
indicação clara acerca do período no reinado de Nabucodonosor em que essa
experiência humilde e esclarecedora veio a ele. Keil sugere que ela ocorreu
"no período final do seu reinado, depois de ter participado de muitas
guerras para a fundação e estabelecimento do seu império mundial, mas também,
após concluir a maior parte das suas construções esplêndidas". Não havia
nada em seu ambiente que trouxesse profunda satisfação ao rei. Ele havia
varrido o mundo com suas conquistas. Ele tinha sido altamente bem-sucedido como
projetista e construtor, tanto na Babilônia como em todo seu vasto império.
Agora, em casa, estava sossegado [...] e florescente no seu palácio (4). Mas
sua paz e satisfação foram quebradas por um sonho que o perturbou profundamente.
Como ele havia feito anteriormente em uma ocasião semelhante, convocou todos os
sábios de Babilônia (6). Mas, apesar de toda sua sabedoria e ostentação eles
não fizeram saber (7) o mistério ao rei. Não está inteiramente claro se Daniel
foi chamado nessa primeira convocação.
Talvez ele tenha sido propositadamente excluído pelo rei até
que a maioria dos sábios tivesse a oportunidade de provar o que eles eram
capazes de fazer. Mas, por fim, entrou na minha presença Daniel (8). Dele, o
rei testificou: eu sei que há em ti o espírito dos deuses santos (9). O rei
tinha visto em seu sonho uma árvore (10) que crescia cada vez mais de maneira
que a sua altura chegava até ao céu (11) e parecia cobrir toda a terra. Sua
folhagem era tão formosa e o fruto tão abundante que provia alimento e sombra
para todos (12) - homens, aves e animais do campo. Então, um ser celestial
chamado de vigia, um santo (13) apareceu e quebrou o silêncio com uma ordem
poderosa: Derribai a árvore, e cortai·lhe
os ramos, e sacudi as suas folhas, e espalhai o seu fruto (14).
O mensageiro celestial continuou a mostrar detalhes
específicos do sonho amedrontador, o qual soava como um presságio de
julgamento. E, na verdade, era um julgamento, mas um julgamento temperado com
misericórdia. Porque Nabucodonosor estava em rota de colisão, mas Deus seria
fiel a ele.
Keil sugere que é possível que na identificação do rei do
decreto dos vigiadores (17) haja uma alusão à antiga teologia babilônica. Na
hierarquia das deidades havia trinta deuses conselheiros servindo cinco grandes
deuses planetários. Quinze deles eram encarregados pelo mundo superior e quinze
pelo mundo inferior. A cada dez dias um mensageiro de cada conselho visitava o
outro mundo e trazia uma palavra. Mas, independentemente da limitação teológica
que Nabucodonosor tivesse tido, ele veio a conhecer um Deus superior, o
Altíssimo, que tem domínio sobre os reinos dos homens.
A Interpretação do Sonho, 4: 19-27.
4: 19 - Daniel ficou perturbado por algum tempo, pois
preferia que a interpretação se aplicasse aos inimigos do rei antes que ao
próprio Nabucodonosor. Mas este encorajou-o a falar.
4: 20-22 - Daniel explicou que a árvore representava a
grandeza do reino babilônio, particularmente o próprio Nabucodonosor, que
dominava com orgulho e arrogância.
4: 23-25 - Por um tempo determinado o rei seria retirado
dentre os homens, e viveria entre o gado do campo, molhado pelo orvalho do céu,
e comeria a erva do campo "até que conheças que o Altíssimo tem domínio
sobre o reino dos homens" (veja Provérbios 14:34; 16:12; Salmo 9:17).
4: 26-27 - Foi deixado o tronco que o assegurava de que
voltaria a reinar depois de ter sido humilhado. Contudo, Daniel insiste com o
rei para que se arrependa e assim prolongue sua prosperidade.
A Interpretação de Daniel (4.19-27)
Quando os filósofos e cientistas pagãos da corte desistiram
de interpretar o sonho e estavam em completa confusão, Daniel foi introduzido e
saudado pelo rei com deferência respeitosa, reveladora de sua alta estima por
esse servo de Deus. Tu podes; pois há em ti o espírito dos deuses santos (18),
disse o rei. Mas Daniel, quando ouviu o sonho, foi dominado por um grande
espanto e ficou sem falar durante uma hora. Então, encorajado pelo rei, ele
expressou o motivo do seu espanto: Senhor meu, o sonho seja contra os que te
têm ódio, e a sua interpretação, para os teus inimigos (19).
A enorme árvore era, na verdade, o próprio rei. Seu
crescimento e força estupenda apresentavam um quadro exato do seu grande poder.
A tua grandeza cresceu e chegou até ao céu, e o teu domínio, até à extremidade
da terra (22). Mas o resultado trágico era que essa grandeza estava com os dias
contados. O rei, conhecido em toda a terra pela sua capacidade, perderia a
razão e se arrastaria pelo chão como um animal do campo. Ele, que era honrado
como o maior entre os seres humanos, perderia sua condição de humano e se
tornaria como um boi que se alimenta de ervas. Até que passem sobre ele sete
tempos (23) indicava sete anos de insanidade para o rei.
Mas no meio desse presságio chocante de julgamento, que para
o rei deve ter soado mais terrível do que a morte, veio a garantia da infinita
fidelidade e misericórdia de Deus.
Embora a árvore fosse cortada, o tronco (23;
"toco", NVI) foi deixado para revi ver e crescer novamente. Além
disso, ele foi cercado de cadeias de ferro e de bronze, um símbolo da firmeza e
constância da promessa de Deus de sobrevivência e restauração. No final da sua
interpretação, Daniel estava parado diante do rei rogando para que ele se
arrependesse dos seus pecados de injustiça e opressão, a fim de que Deus
prolongasse a sua tranqüilidade (27).
O Cumprimento do Sonho, 4:28-37.
4: 28-30 - Ou o sonho logo foi esquecido por Nabucodonosor
ou foi negligenciado, porque doze meses mais tarde estava vangloriando-se com
sua grandeza e com o que tinha feito.
4: 31-33 - Uma voz do céu declara o início do cumprimento do
sonho. Nabucodonosor tomou a forma que é diagnosticada pelos médicos como
licantropia, quando o paciente sofredor se imagina transformado em um animal.
Ainda que sejam levantadas objeções contra a historicidade deste relato, pode
primeiro ser argumentado que os registros do reinado de Nabucodonosor contêm
muitas falhas em pormenores. Mas há citações de escritores deste período que
não deixam suspeita da possibilidade que, próximo ao fim do reinado dele, houve
um período de tempo no qual ele sofreu de doença mental.
Cumprimento e Destronização (4.28-33)
A falha de Nabucodonosor em prestar atenção e voltar-se para
Deus por meio de um arrependimento genuíno é um reflexo ilustrativo da fraqueza
e perversidade humanas. Doze meses (29) se passaram e a visão apavorante
desvaneceu-se. Talvez a visão não viesse a se tornar realidade. Certo dia, em um momento de glorificação
própria, o rei começou a se exultar pelas suas grandes realizações. Enquanto
caminhava pelo "terraço do palácio real" (NVI), debaixo dos seus pés
estava o edifício mais esplêndido que a Babilônia já tinha visto, adornado em ouro com ladrilhos
lustrosos de cores brilhantes.
Próximo do palácio ficava a montanha artificial e os mágicos
jardins suspensos construídos para a sua rainha das montanhas da Média. Esta
era a grande Babilônia (30). De uma pequena cidade dê um lado do rio Eufrates o
rei havia dobrado sua área para os dois lados do rio. Ele a havia enchido com
novas construções e templos com uma arquitetura distinta. Ele a havia cercado
com muros conhecidos pela sua altura e largura. Parelhas de carruagens podiam
correr lado a lado sobre esses muros. Cerca de 210 quilômetros desses me
cercavam a cidade. Cem aberturas, com portões de bronze, controlavam o acesso à
cidade.
Do lado de fora dos muros ficava um reservatório de cerca de
220 quilômetros dê circunferência, conservando e controlando as águas do
Eufrates. Canais para navegação e irrigação cobriam toda a área. Diques e
represas alinhavam o Eufrates até o mar diversos quebra-mares tornavam o Golfo
Pérsico seguro para a navegação.
Com esse tipo de visão enchendo a sua mente, podemos
imaginar a soberba do rei.
Aquele que já tinha tudo glorificou-se a si mesmo: Não é
esta a grande Babilônia que eu edifiquei [...] para glória da minha
magnificência? (30). Inflado de amor-proprio, a ponto de explodir, ele ruiu em
um abismo de trevas espirituais e mentais. O interlúdio de insanidade de
Nabucodonosor aqui relatado não é conhecido em nenhuma outra fonte, como bem
podemos entender. Qualquer referência a esse fato nas fontes babilônicas seria
cuidadosamente apagada depois que o rei recuperou a sua Sanidade e posição. O orgulho
extremo do monarca foi castigado por meio de um julgamento fulminante e
humilhante. A forma específica de demência que atingiu o rei Nabucodonosor é
conhecida como licantropia.
Louvor de Nabucodonosor a Deus, 4:34-37.
4: 34-35 - Nabucodonosor recuperou a razão e louvou o poder
de Deus e sua autoridade sobre toda a terra.
4: 36-37 - Quando sua razão retomou, seus administradores
começaram a consultá-lo novamente. Se Nabucodonosor converteu-se a Jeová ou
não, é duvidoso, mas ele aprendeu uma lição de que todos os governantes
precisam hoje em dia: Deus domina sobre o reino dos homens e é capaz de
rebaixar os orgulhosos.
Restauração (4.34-37)
Esse capítulo encerra de maneira apropriada a narração do
rei acerca da sua recuperação e sua declaração de louvor ao Deus Altíssimo.
Como Deus havia prometido, seu reino foi preservado. Seu ministério de
conselheiros, do qual Daniel provavelmente fazia parte, administrou o reino
durante os "sete tempos" (32) da incapacidade do rei. Se esses sete
tempos representavam sete anos, como a maioria dos comentaristas interpreta,
isso mostra algo da consideração e estima que os subordinados do rei tinham por
ele. -= como a providência fiel de Deus em inclinar os seus corações nesse
sentido.
Talvez alguns se perguntem: Por que Deus permitiu a
restauração? Ou, então: L que Deus garantiu essa restauração a um autocrata tão
egocêntrico como Nabucodonosor Não foi para que Deus pudesse revelar a sua
glória por meio desse homem?
Deus tinha planejado essa experiência como uma disciplina
especial de aprendizado para Nabucodonosor. Seu propósito especial era, nas
palavras de Daniel: até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino
dos homens e o dá a quem quer (25). E nós lemos que a recuperação ocorreu
quando eu, Nabucodonosor, levantei os meus olhos ao céu (34).
O rei tinha aprendido bem a sua lição. Tudo que sabia acerca
de Deus até então, muito ou pouco, ele agora expressa por meio de um louvor
profundo. A natureza do Deus Altíssimo distingue-se em claro contraste ao
paganismo e superstição daqueles dias.
Nesse texto vemos revelados:
1) A eternidade de Deus - ao que vive para sempre (34).
2) Sua soberania - cujo domínio é um domínio sempiterno, e
cujo reino é de geração em geração.
3) Sua onipresença - segundo a sua vontade, ele opera com o
exército do céu e os moradores da terra (35).
4) Sua onipotência - não há quem possa estorvar a sua mão e
lhe diga: Que fazes? 5) Sua justiça - "Porque tudo o que ele faz é certo,
e todos os seus caminhos são justos" (37, NVI).
Aplicações para os Dias de Hoje:
1. Daniel 4: 17,25,32: Deus domina o reino dos homens (veja
Daniel 2:21,37; 5:21). Isto é claramente ensinado através de todos os
diferentes períodos da história do Velho Testamento (Isaías 10:5-16,25-27;
Habacuque 1 :5-11; Jeremias 51; Isaías 44:28 - 45: 7). Do mesmo modo, o Novo
Testamento declara que Jesus Cristo é "Soberano dos reis da terra"
(Apocalipse 1 :5; 17:14; Efésios 1:20-23).
2. Daniel 4: 30-32: O orgulho vai adiante da queda (Provérbios
16:18; Obadias 3:4; 1 Coríntios 10:12; DanieI5:18-20; 1 Pedro 5:5-7).
LIÇÃO QUE A HISTÓRIA NOS DEIXA
Exemplos negativos de pessoas que se tornaram soberbas
A Bíblia não conta apenas as vitórias e conquistas dos
homens, nas revela suas fraquezas e derrotas para que se aprenda lições que
envolvem nossas relações com Deus e com as pessoas.
Nabucodonosor é o grande exemplo do perigo da arrogância.
Ior esta causa ele perdeu seu trono e seu reino.A soberba é um dos pecados do
espírito humano que afeta diretamente a soberania de Deus. Por causa da sua arrogância contra o
Cetro do Deus Altíssimo, Nabucodonosor, assim como a árvore do sonho, foi
cortado até a raiz (v. 18 ). A profecia cumpriu—se integralmente na vida de
Nabucodonosor, e ele, depois de humilhado, perdeu a capacidade moral de pensar
e decidir porque seu coração foi mudado, de “coração de homem”(v.16) para “um
coração de animal”. “A punição levaria sete tempos” (v. 16).
Na linguagem bíblica, sete tempos equivalem a sete anos em
que o monarca da Babilônia estaria agindo como um animal do campo em total
demência racional. A estupidez da experiência amarga de Nabucodonosor foi
demonstrada por uma licantropia, ou seja, ele foi dominado por uma insanidade
sem precedente. Passou a agir como um animal do campo, tendo o seu corpo
molhado pelo orvalho do céu e com um comportamento irracional, comendo a erva
do campo (Dn 4.25). Esse estado de decadência do rei foi resultado de sua soberba
que o levou a perder o reino e o trono e a Babilônia esteve em decadência
política.
O Rei Herodes é outro personagem que se destaca na Bíblia
por sua soberba. Ele era neto de Herodes, o Grande, e seu nome era Agripa 1 que
governou a Palestina nos anos 37-44 d.C., mas foi o imperador de Roma que lhe
deu o título de rei sobre Israel. Ele não gozava de aprovação entre os judeus,
porque era um homem altivo, presunçoso e teve um fim triste para a sua
história. Em Atos dos Apóstolos está registrado que ele mandou matar Tiago,
irmão de João, um dos apóstolos de Jesus Cristo para ganhar o coração de judeus
inimigos dos cristãos naqueles primeiros dias da Igreja (At 12.1,2). Depois,
percebendo que isto agradaria os judeus que não o recebiam bem, mandou prender
outros cristãos e, principalmente Pedro, mandando—o para a prisão (At 12.3-1 1)
quando foi libertado pelo anjo do Senhor de modo excepcional. Herodes não
conseguiu matar Pedro. Mais tarde, a soberba de Herodes lhe rendeu desprezo do
próprio povo (At 12.21,22).
Para que todos entendessem que Deus não aceita que se zombe
da sua soberania e justiça, enviou o seu anjo que feriu-o...,porque não deu
glória a Deus e, comido de bichos, expirou” (At 12.23). Ninguém usurpa a glória
que só pertence a Deus, a glória de sua soberania.
O Rei Saul é outro exemplo negativo do significado da
soberba. Foi o primeiro rei de Israel. Saul começou bem o seu reinado, até que
se deixou dominar por inveja, ciúmes e, então, começou a agir irracionalmente.
A presunção de se achar superior a tudo, o levou a agir com atitudes
arbitrárias dentro do Palácio e nos assuntos do reino. Foram atitudes que
feriam princípios morais, políticos e espirituais de Israel.
Sua arrogância o fez praticar ações que não competiam à sua
alçada e, por isso, foi lhe tirado a graça de Deus na sua vida. Então passou a
agir irrefletidamente dominado pela soberba que fez Deus rejeitá-lo, porque sua
desobediência era fruto da soberba (1 Sm9.26; 10.1; 15.2,3,9; 15:23).
A soberba é como vírus contagiante
A soberba é o orgulho excessivo que uma pessoa demonstra e
não tem nenhum senso de autocrítica. A soberba é como uma doença contagiosa que
se aloja no coração do homem e ele perde a capacidade de admitir que para viver
no mundo dos homens ele precisa lembrar que o outro existe. A falta do senso de
autocrítica o faz agir irracionalmente (Si i0l.5;2 Cr26.16).A soberba é
contagiosa porque contamina todo o homem (Mc 7.21-23). A Bíblia nos mostra que
a soberba torna os olhos altivos (Pv 21 .4) e cega a vista (1 Tm 3.6; 6.4).
A soberba foi o pecado de Lúcifer
A história de Lúcifer infere-se em dois textos proféticos de
Isaías e Ezequiel nos quais, encontramos em linguagem metafórica, a história
literal da queda de Lúcifer, perdendo sua posição na presença de Deus. Ele é
identificado na Bíblia corno Diabo, Satanás (Is 14.13-16; Ez 28.14,16). Essas
duas escrituras revelam que Lúcifer perdeu seu status celestial na presença de
Deus por causa da sua soberba. Por isso, a soberba é um pecado do espírito
humano, que afeta diretamente as relações verticais do homem com Deus.
Subsidio para o Professor
I - INTRODUÇÃO:
Diz a Bíblia: "Caiu a coroa da nossa cabeça; ai de nós
porque pecamos" (Lm 5.16). Veremos nesta lição alguns exemplos de pessoas,
mencionadas nas Escrituras, que perderam a sua coroa. Começamos pelo caso do
rei Nabucodonosor.
II - O EXEMPLO DO REI NABUCODONOSOR:
Dn 4 - O rei Nabucodonosor teve um sonho que muito o
perturbou (v.5). Fez chegar a sua presença os magos, astrólogos, caldeus e
adivinhadores, mas ninguém conseguiu interpretar a revelação (v.7). Finalmente,
foi convocado Daniel, e este, ao ouvir do rei o relato, ficou perturbado, e
disse: "O sonho seja contra os que te têm ódio, e a sua interpretação para
os teus inimigos" (v. 19).
(1) - A interpretação de Daniel:
(a) - No sonho, o rei viu uma grande árvore cuja altura
chegava até o céu, observada por todos os povos, cujas folhas eram formosas, e
cujo fruto abundante. Ela representava o rei Nabucodonosor, que cresceu e se
fez forte, e estendeu o seu domínio até as extremidades da Terra.
(b) - No sonho, foi visto um vigia, um santo, que descia do
Céu, e dizia: "Cortai a árvore, e destruí-a, mas o tronco com as suas
raízes deixai na terra, e com cadeias de ferro e de bronze, na erva do campo; e
seja molhado do orvalho do céu,e a sua porção seja com os animais do campo, até
que passem sobre ele sete tempos" (v.23).
(c) - Daniel aproveitou a oportunidade, para, amorosamente,
aconselhar o rei a levar a sério o aviso de Deus, através do sonho. Livrasse-se
também dos seus pecados, e usasse de misericórdia para com os pobres (v.27).
(2) - O cumprimento do sonho do rei - Ao fim de doze meses,
no dia em que o rei passeava em seu palácio, ele disse: "Não é esta a
grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com a força do meu poder, e
para glória da minha magnificência? (vv.29,30).
No mesmo momento, ouviu-se uma voz do céu: "A ti se
diz, ó rei Nabucodonosor: passou de ti o reino. Serás tirado de entre os
homens, e a tua morada será com os animais do campo; far-te-ão comer erva como
os bois, e passar-se-ão sete tempos sobre ti, até que conheças que o Altíssimo
tem domínio sobre os reinos dos homens, e os dá a quem quer" (w.31,32).
A palavra teve cumprimento imediato. Nabucodonosor morou com
os animais, comeu erva como boi, e seu corpo foi molhado pelo orvalho.
(3) - O rei entendeu que tudo aconteceu, por causa de seu
orgulho - Depois de restabelecido, Nabucodonosor declarou: "Agora eu,
Nabucodonosor, louvo, e exalço o Altíssimo, ao rei do céu; porque todas as suas
obras são verdade,e os seus caminhos juízo, e pode humilhar os que andam na
soberba" (v.37).
Ele aprendeu que Deus não aceita o orgulho, uma forma de
insubordinação contra o Senhor. Também é uma manifestação da natureza caída do
homem. A Bíblia expressa isto em Romanos 8.7: "A inclinação da carne é inimizade
contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, e nem em verdade o pode
ser".
(4) - A Bíblia dá exemplo de outros reis que caíram nesta
fraqueza:
(a) - O rei Herodes discursou, assentado no tribunal, e o
povo, que o ouvia, exclamou: "Voz de Deus, e não de homem" (At
12.21,22). Na mesma hora, um anjo o feriu, porque não deu glória a Deus, e
comido de bichos expirou (At 12.23).
(b) - O rei Uzias, soberano de Judá nos anos 757 a 697 a.C.,
era temente a Deus, e a bênção do Senhor fê-lo prosperar grandemente. Mas, após
fortificar-se, exaltou-se o seu coração, e transgrediu contra o Todo-Poderoso.
Entrou no Templo, para queimar o incenso. Foi repreendido pelo sacerdote
Azarias, porque não lhe competia aquele ofício, uma vez que era atribuição exclusiva
dos levitas. O monarca não aceitou a repreensão, e indignou-se contra o
oficiante. Na mesma hora, a lepra lhe saiu à testa e, apressadamente, saiu do
recinto sagrado. Ficou leproso até o dia da sua morte, e morou em casa separada
(2 Cr 26.3-21).
(5) - Todos devemos ter cuidado, para que o orgulho não nos
domine - A Bíblia relata a queda de Lúcifer, o querubim ungido (Ez 28.14), que
se tornou o Diabo. Ele disse em seu coração: "Subirei acima das mais altas
nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo" (Is 14.14). E, com esta mesma
arrogância, conseguiu derrubar Eva, no jardim do Éden. Satanás lhe disse:
"...sereis como Deus" (Gn 3.5). O conselho da Bíblia é válido para
todos os tempos: "Andes humildemente com teu Deus" (Mq 6.8).
III - O EXEMPLO DO REI SAUL:
Saul, benjamita de família respeitada, teve um bom início. O
profeta Samuel transmitiu-lhe a chamada de Deus para o cargo de rei, e ungiu-o
para esta função. Foi bem recebido pelo povo (l Sm 9.26; 10.1).
Logo no início de seu governo, Deus lhe ordenou que
executasse o castigo divino sobre Amaleque (l Sm 15.2,3). A ordem era destruir
tudo, mas ele poupou o melhor das ovelhas e das vacas (l Sm 15.9). O Senhor
considerou a desobediência de Saul como rebelião (l Sm 15.23). Ele foi
repreendido pelo profeta Samuel: "Porquanto tu rejeitaste a palavra do
Senhor, ele também te rejeitou a ti para que não sejas rei" (l Sm 15.23).
Logo depois, o profeta recebeu de Jeová a incumbência de
ungir Davi rei sobre Israel (l Sm 16.1).
Todos corremos o risco de tomar algo que Deus condenou ou
rejeitou. A palavra divina diz: "Saí do meio deles, e apartai-vos diz o
Senhor, e não toqueis nada imundo, e eu vos receberei" (2 Co 6.17).
Recebemos, pela salvação, uma nova natureza (2 Pe 1.4), que
só deseja aquilo aprovado por Deus. A Bíblia diz: "Porei as minhas leis em
seus corações, e as escreverei em seus entendimentos" (Hb 10.16).
O crente vitorioso é aquele que admite em sua vida o que é
aceito por Deus. E quando, por algum descuido, algo errado acontece,
imediatamente sua consciência acusa a falta cometida. Ele, então pede perdão, e
afasta-se do mal. Deste modo, a paz e a comunhão com Deus continuam
inalteradas.
Se, porém, este pronto rompimento com o erro não ocorrer, a
comunhão com o Senhor fica impedida, e a coroa corre perigo de ser perdida.
IV - O EXEMPLO DA RAINHA VASTI:
Assuero, rei persa sobre 127 províncias, convocou todos os
príncipes e os maiorais do seu reino, para, por um período de cento e oitenta
dias, exibir as riquezas de sua glória (Et l.3,4).
No final daquele período, deu um banquete com uma semana de
duração e, no último dia, ordenou que a rainha Vasti viesse a sua na presença,
para mostrar a todos a sua formosura (Et 1.10,11).
Ela, porém, recusou-se a comparecer. O motivo da rejeição
não está na Bíblia.
O soberano sentiu-se muito humilhado perante seus súditos.
Receoso de que o exemplo de Vasti fosse seguido em todo o vasto império, o rei,
após ouvir seus conselheiros, decretou que ela não mais fosse rainha, e que,
para seu lugar, fosse escolhida uma outra jovem (Et 1.13-19).
A rainha perdeu sua coroa, por ter desobedecido ao seu
esposo. Se a desobediência a um rei terrestre trouxe tão sérias consequências,
quanto mais, se não atendermos ao Rei dos reis e Senhor dos senhores! "É
melhor obedecer do que sacrificar" (l Sm l5.22).
queles que foram resgatados pelo sangue de Cristo, purificam
as suas almas na submissão à verdade. A operação do Espírito nas nossas vidas
está vinculada à obediência (At 5.32).
Ajude-nos o Senhor a sempre vivermos cm sujeição a Cristo (2
Co 10.5), para garantimos assim a nossa coroa.
V - "GUARDA O QUE TENS, PARA QUE NINGUÉM TOME A TUA
COROA":
O mais precioso que o crente tem para guardar é a salvação.
É Jesus em nós: "Cristo vive em mim" (Gl 2.20); "Cristo em nós,
esperança da glória" (Cl 1.27). E, para esta comunhão com o Filho, somos
chamados por Deus, que é fiel (l Co 1.9).
Quatro forças querem nos derrubar, mas podemos vencê-las por
Jesus Cristo:
(a) - O pecado - "O pecado jaz à porta, para ti é o seu
desejo, e tu sobre ele dominarás" (Gn 4.7). Somos participantes da vitória
de Jesus sobre o pecado (Rm 6.3-5). Por isso, "não reine o pecado em vosso
corpo mortal" (Rm 6.12). Ele não terá domínio sobre nós, pois
que estamos debaixo da graça (Rm 6.14).
(b) - A carne - É a nossa velha natureza da qual nos
despimos no ato da nossa conversão (Ef 4.22). Pela salvação, o Espírito passa a
habitar em nós (l Co 6.19). Se andarmos em Espírito, não cumpriremos as
concupiscências da carne (Gl 5.16).
(c) - O mundo - Precisa ser dominado em nós (l Jo 2.15-17).
Pela salvação, o mundo fica crucificado para nós, e todos para ele (Gl 6.14).
Quando o vencemos, acontece o que diz a Bíblia: "Tornem-se eles para ti,
mas não voltes tu para eles" (Jr 15.19).
(d) - O Diabo - Precisa ser dominado pelo crente. Jesus já
venceu o Diabo (Cl 2.15). Cristo nos dá a sua vitória (l Co 15.57). Pela fé em
Jesus, lhe resistimos e ele foge de nós (l Pe 5.9; Tg 4.7). O nome de Jesus faz
com que os demônios se nos sujeitem (Lc 10.17).
vitória sobre estes
quatro inimigos não é mérito nosso. Somos fracos, mas em Cristo somos mais do
que vencedores (Rm 8.37).
VI - CONCLUSÃO
Jamais esqueçamos que a humildade é uma virtude
imprescindível na vida do cristão. Se desejamos viver vitoriosamente, tenhamos
muito cuidado, para não sermos contagiados pelo orgulho, que tem levado muitos
à queda, pois Deus abate os soberbos e eleva os humildes.
Que Deus nos livre da soberba! Que passemos a passos largos dela. Que não a tenhamos em nossa companhia, em nossa vida, em nossa casa e em nenhum lugar, inclusive dentro do coração.
Ela é uma praga que, depois de derrotar o proprio Satanás, continua derrotando pessoas várias, inclusive, muitos crentes em Jesus.
Salvai-vos!!!
Abraços.
Viva vencendo esse sentimento carnal e maligno que domina ate matar por completo!!!
Seu irmão menor.
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