TEXTO ÁUREO
“Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas
ovelhas”
(Jo 10.11).
VERDADE PRÁTICA
Por meio do ministério pastoral, conduzimos as ovelhas ao
Supremo Pastor, Jesus Cristo.
INTRODUÇÃO:
De todos os ofícios do ministério cristão, o
Pastorado é o mais conhecido em nossos dias. Não raro, o título é dado até
mesmo aos ministros em diferentes funções ministeriais. A profissão é tão
honrosa, que o Antigo Testamento frequentemente atribui a Deus o título de
Pastor de Israel - Jr 23.4; SI 23.1; SI 80.1.
I – A PALAVRA PASTOR:
O vocábulo originalmente aplicado a um guardador de
ovelhas significa apascentador, guia, protetor (Is 40.11).
Estas definições correspondem às várias fases das
atribuições e deveres do Pastor. Como no caso dos demais ministérios,
encontramos em Jesus o grande exemplo de Pastor.
II – JESUS, O BOM PASTOR:
Jesus pode ser considerado o maior exemplo de
verdadeiro Pastor. Deus o constituiu o nosso Pastor. Neste ofício, Ele se
distingue por vários qualificativos da maior importância, os quais são:
(1) – O BOM PASTOR – O capítulo dez de João registra
várias qualidades do Bom Pastor. Jesus como o Bom Pastor é o contraste do falso
Pastor, representado por três caracteres:
(1.1) - O ladrão - que vem para roubar, matar e
destruir;
(1.2) - O
mercenário - que abandona o rebanho e foge; e
(1.3) – O
lobo - que arrebata e dispersa.
O Bom Pastor que dá a vida pelas ovelhas é o grande
contraste com estes caracteres, que simbolizam aqueles que só buscam os seus
próprios interesses. Que buscam alimentar-se e não alimentar o rebanho. São as
seguintes as qualidades do Bom Pastor:
(A) – DÁ A VIDA PELAS OVELHAS - Nos tempos bíblicos
era comum o bom Pastor expor a sua vida na luta contra as feras que assaltavam
o rebanho. Jesus, para proteger as suas ovelhas do "ladrão que vem para
matar, roubar e destruir", deu a sua vida por nós, que "somos rebanho
do seu Pastoreio" (Sl 100.3). Ele deu a sua vida por nós, para que
tenhamos vida e vida com abundância, vida eterna;
(B) – CONHECE AS SUAS OVELHAS - Jo 10.14 - Julgamos
quase impossível conhecer as ovelhas do nosso rebanho, quando o seu número sobe
a milhares. As ovelhas do rebanho do Bom Pastor são milhões de milhões. E, como
é maravilhoso, Ele as conhece pelos nomes. Conhece também "os lobos com
pele de ovelhas". Conhece as que sofrem e conforta as fracas.
(C) - GUIA AS
SUAS OVELHAS - Jo 10.3-4 - O Pastor à frente do rebanho era a garantia de ser
conduzido aos bons pastos e de preservá-lo da emboscada das feras. Era um
costume de tempos remotos. Era o motivo da expressão confiante de Davi, com a
sua própria experiência de Pastor – Sl 23 - Não deve ser menor a nossa
confiança em nosso Bom Pastor.
(2) – PASTOR E BISPO DAS NOSSAS ALMAS – I Pe 2.25 –
Significa o Pastor que tem verdadeiro cuidado de nossas almas, que as busca,
alimenta e sustenta; que ama as suas ovelhas e as protege “sem tosquenejar”.
Como bispo de nossas almas, Ele as supervisiona, dirigindo-as sábia e
convenientemente. Guia-nos com segurança em toda a nossa peregrinação neste
mundo de perigos espirituais.
O cuidado que Cristo tem de nós, como Pastor e Bispo
de nossas almas, pode ser expresso nestas palavras – Sl 32.8
(3) – GRANDE PASTOR DAS OVELHAS – Hb 13.20 –
Qualquer Pastor de ovelhas, em circunstâncias difíceis, poderá ver o seu
rebanho emagrecer, enfraquecer ou morrer por falta de pastagem. O Grande Pastor
das ovelhas diz: "...Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará e sairá
e achará pastagem" - Jo 10.9 -. Dele podemos dizer confiantes: "O
Senhor é o meu Pastor, nada me faltará" – Sl 23.1.
O mais zeloso e mais corajoso Pastor poderia ver uma
ovelha perecer num assalto de uma alcateia de lobos famintos. O Grande Pastor
das ovelhas afirma em relação aos que o seguem: "Jamais perecerão,
eternamente, e ninguém as arrebatará de minha mão" (Jo 10.28b).
As limitações de um Pastor de ovelhas, em alusão,
tipificam as limitações dos Pastores de almas em todos os tempos. O Grande
Pastor das ovelhas não está sujeito a nenhuma limitação. Suas possibilidades
são infinitas. Seu cuidado é eterno!
(4) – O SUPREMO PASTOR – I Pe 5.4 – Supremo Pastor
ou Sumo Pastor significa um Pastor superior a todos os demais Pastores. Cristo
é o Pastor dos Pastores, pois esses são também parte do Rebanho do seu
Pastoreio. Isto significa que nenhum Pastor é senhor absoluto do rebanho,
"como dominador dos que lhe foram confiados" e também que nenhum fiel
Pastor está abandonado. O cuidado que Cristo tem dos crentes fiéis, tem também
do Pastor que lhe é subalterno, na proporção de sua grande tarefa.
A supremacia de Cristo como Pastor está relacionada
com o seu aparecimento, quando será julgado o mérito do trabalho de todos os
Pastores subalternos. Aqueles que forem encontrados fiéis no cumprimento dos
seus deveres, receberão do Supremo Pastor, a "incorruptível coroa de
glória".
Assim, pelo exposto, vemos em Jesus, o Pastor, um
modelo que jamais será atingido por qualquer Pastor, mesmo da mais alta
dignidade, pois Ele é o Bom Pastor, o Pastor e Bispo de nossas almas, o Grande
Pastor e o Supremo Pastor. Só a Ele cabe estas distinções. A Ele a glória
eternamente! Amém.
III – O DOM DE PASTOR:
Como já dissemos antes, os títulos às vezes
correspondem aos dons ministeriais, e estes se revelam na prática e na função
dignas da aprovação de Deus. Os dons espirituais devem determinar o ministério
e este evidenciá-lo pelo seu caráter eficiente e pelas qualidades virtuosas dos
que os possuem.
O Pastorado eficiente é um dom de Cristo. Não
depende de curso especial, nem é produto de treinamento. Cristo o deu à sua
Igreja (Ef 4.11). Não pode ser substituído por nenhuma preparação intelectual.
A instrução pode ser importante no exercício do ministério Pastoral, mas, não
há dúvida de que este, para ser proveitoso, para ser uma verdadeira bênção para
a Igreja, necessita ser um dom vindo do Alto (Tg 1.17).
Os dons ministeriais tanto habilitam e capacitam
para o trabalho, como impulsionam a realizá-lo zelosamente. Disto se conclui
que o ministro, cujo trabalho é infrutífero, é assinalado por constantes
fracassos, possuía apenas o título e não o dom. O evangelista que não tem
mensagem e não ganha almas recebeu um título inadequado. O Pastor que com pouco
tempo no Pastorado de uma Igreja não pode mais ser tolerado pelos desacertos ou
imprudências, demonstra a ausência do importante dom do Espírito para este
ministério.
Não é o título que atrai o dom ministerial, pelo
contrário, o título deve corresponder ao dom ministerial em evidência. O dom
ministerial de Pastor se qualifica por diversas virtudes, exigidas para este
ofício. É como disse alguém: "O trabalho do Senhor requer todas as boas
qualidades que o homem possa ter". O homem consciente disto, o homem
convicto da chamada de Deus, não aceitará o ministério, animado pelas honras
que dele lhe advirão. Ao contrário, deverá sentir o peso da responsabilidade a
ponto de exclamar como Moisés: "Quem sou eu?..." ou como Isaías:
"Ai de mim..."
O dom divino de Pastor deve evidenciar-se também por
um caráter disciplinado e uma personalidade normal, em virtude da complexidade
de sua função, nas relações com pessoas de ambos os sexos, de diferentes
condições sociais (l Tm 5.1,2).
Se às vezes o Pastor precisa ser inflexível em suas
atitudes, outras tantas tem que ser condescendente, especialmente com os mais
humildes, os tímidos ou que se consideram desprezíveis.
IV – A DUPLA FUNÇÃO DO PASTOR:
O ofício Pastoral mediante o dom consiste na divina
habilitação do ministro para governar a Igreja; na maneira correta de dirigir
reuniões, sem aquele caráter de coisa rotineira ou decorada, invariável, de uma
liturgia sem vida. Que não se prende ao formalismo e não se excede ao
fanatismo. Que não aceita mistificações estéreis e não reprime a genuína
operação do Espírito Santo, correspondente ao propósito divino de enriquecer a
sua Igreja de bênçãos abundantes, para prosperar em todos os sentidos, sem
limitações humanas. Que sabe reconhecer e utilizar os valores existentes na
Igreja e não pretende sujeitar tudo à sua própria dependência. Que sabe
orientar e instruir as decisões a serem tomadas pela assembleia, mas não
despreza as opiniões construtivas e não desconhece a liberdade da consciência
alheia. Que sabe ir ao máximo dos seus deveres e não excede ao limite dos seus
direitos.
A chama de Deus para o ofício Pastoral e a habilitação
pelo dom divino consistirá, inegavelmente, em ação produtiva e capacidade para
liderar a congregação. Não raro, há casos que deixam de ser levados ao juiz e
são submetidos ao julgamento do Pastor, em consonância com os preceitos
bíblicos de l Coríntios 6.1-6. Muito frequentemente, cabe ao Pastor apontar a
solução para problemas melindrosos, que envolvem muitas almas preciosas! Quão
grande é a responsabilidade do Pastor pelos efeitos de suas orientações e
sanções. Só o dom divino pode habilitá-lo suficientemente. Foi bem isto que
sentiu o jovem rei Salomão, quando orou: "Dá, pois, ao teu servo um
coração compreensivo para julgar o teu povo, para que prudentemente discirna
entre o bem e o mal; pois, quem poderia julgar a este grande povo?" (I Rs
3.9).
As decisões temerárias prepotentes são aspectos
negativos do dom Pastoral. Seus resultados são discórdias, tristezas e a
delimitação do conceito do próprio Pastor.
Feliz é o Pastor que nunca precisa aplicar
disciplina a quem quer que seja, por motivos pessoais. Ser-lhe-á mais
proveitoso perdoar as ofensas à sua pessoa, a exemplo do Grande Pastor – I Pe
2.23.
Em João 21.15-17, no diálogo que Jesus manteve com
Pedro, antes de sua restauração ao ofício Pastoral, o Mestre usou dois termos,
que sugerem dupla função do Pastor:
(A) – APASCENTAR - O vocábulo significa “alimentar,
dar de comer”. A linguagem é figurada e traduz o dever de doutrina, ministrar
conhecimento, dirigir no bom caminho;
(B) – PASTOREAR - O sentido de Pastorear vai além de
apascentar, incluindo tudo o que significa o ofício de Pastor, isto é, o dever
de guiar o rebanho, e não somente alimentar, mas conduzir ao pasto, ou mesmo
prover a pastagem para o rebanho. Nos tempos de seca, o Pastor precisava
encontrar erva e água para alimentar o rebanho. Era isto um tipo do Pastor de
almas, que, pela graça de Deus, deve sobrepor-se às diferentes crises que tenha
que enfrentar, em condições de sempre prover o rebanho do vital alimento, pela
orientação sadia, pela mensagem ungida, pela palavra vivificadora I Tm 4.6.
Era também dever do Pastor de ovelhas proteger do
mau tempo e dos animais ferozes (Am 3.12). Davi teve que enfrentar um leão e um
urso (l Sm 17.34,35). Estes exemplos de cuidado e coragem tipificam a
capacidade que deve possuir o Pastor para proteger o rebanho sobre "...o
qual o Espírito Santo o constituiu..." (At 20.28).
Além disto, o ofício Pastoral incluía a obrigação de
buscar e recuperar a ovelha fraca e a doente ou desviada (Ez 34.8). Esta
doutrina foi ratificada por Cristo em Lucas 15.1-7. Para tudo isto é necessário
aquele amor que Jesus enfaticamente indagou haver em Pedro (Jo 21.15-17).
É claro que não cabia e nem cabe ao Pastor conduzir
aos ombros, todo o tempo, indefinidamente, as ovelhas fracas, como alguns
supõem seja obrigação do Pastor, presumindo que a salvação de suas almas
depende mais do cuidado Pastoral do que de sua própria vontade de ir para o
Céu. A boa vontade e os cuidados Pastorais têm por fim despertar os ânimos
adormecidos e alentar as forças para a jornada, mas não eximem o crente de sua
própria responsabilidade para com Deus e a Igreja.
V – AS QUALIDADES DO PASTOR:
Como parte dessas funções, o ministério Pastoral
abrange os seguintes encargos:
(A) - Doutrinar os crentes - l Tm 3.2.
(B) - Apascentar o rebanho de Deus com cuidado e com
amor – I Pe 5.1-3.
(C) - Exercer vigilância espiritual sobre o mesmo -
At 20.28.
(D) -
Admoestar com longanimidade, com amor - At 20.31; 2 Tm 4.2.
(E) - Cuidar dos necessitados - Gl 2.9,10.
(F) - Visitar os enfermos e ajudá-los com a oração
da fé - Tg 5.14,15.
(G) - Cumprir o papel de despenseiro dos mistérios
de Deus – I Cor 4.l-2.
Leiamos I Tm 31-5 - Não há discordância quanto à
aplicação deste texto ao Pastor, como norma divina para o seu ministério.
Analisando-o, vamos encontrar três qualidades indispensáveis ao Pastor, que são
condições para um ministério eficiente e frutífero, na seguinte disposição: um
homem que se governa a si mesmo, um homem que governa a sua casa, um homem que
governa a Igreja de Deus.
(1º) – UM HOMEM QUE SE GOVERNA A SI MESMO - Não há
dúvida de que o domínio próprio constitui a qualidade básica de um ministro de
Deus. Paulo, ao falar dos piores homens, se refere aos "...sem domínio de
si..." (2 Tm 3.1-5). Ao mencionar as características do bispo, entre
outras coisas, ensina que convém "...que tenha domínio de si..." (Tt
1.8). Paulo expõe o assunto em seus aspectos positivos e negativos:
(A) – QUE SEJAM IRREPREENSÍVEIS - O homem
repreensível não tem "autoridade para repreender e exortar pelo reto
ensino, para convencer aos que contradizem" (Tt 1.9). Além disto, a Bíblia
recomenda aos crentes imitarem a fé de seus Pastores - Hb 13.7. Da observância
deste preceito cristão depende este conceito lógico: "Tal Pastor, tal
rebanho".
(B) – ESPOSO DE UMA SÓ MULHER - O bígamo ou polígamo
é um homem governado pelas mulheres, em contradição ao preceito de Provérbios
31.3. Nestes casos teria que governar "as suas casas".
(C) – TEMPERANTE - O que possui o precioso fruto do
Espírito, a temperança, virtude que modera e controla os apetites, as paixões.
Sem isto o homem não pode se governar a si mesmo
(D) – SÓBRIO - A sobriedade é virtude pela qual o
homem se priva do luxo e dos excessos que escravizam e dominam a muitos homens,
tornando-os incompatíveis com o espírito do ministério cristão
(E) – MODESTO - O homem modesto em suas aspirações,
nos seus atos, na estimação das suas próprias virtudes e habilidades, o homem
despretencioso e sem vaidade é um homem que se governa a si mesmo, contra as pretensões
do próprio "Eu".
(F) – HOSPITALEIRO - Não apenas que hospeda, mas o
faz por amor. Para isto necessita não ser governado pelo conforto do ambiente
puramente familiar. Isto, às vezes, envolve sacrifício.
(G) – APTO A ENSINAR - O que significa capacidade e
prontidão para comunicar os conhecimentos recebidos de Deus, de conformidade
com a sua palavra.
(H) – QUE TENHA BOM TESTEMUNHO DOS DE FORA - O
Pastor não pode dizer: "Ninguém nada tem nada a ver com a minha
vida". É melhor admitir que todos têm direito de observar o seu viver e
ele deve a todos uma boa reputação. O mau testemunho o atirará ao opróbrio, à
desmoralização, fazendo-o cair no laço do Diabo, mediante o enfraquecimento
moral, ou mesmo o desespero.
(I) – NÃO DADO AO VINHO - Como lerão este texto os
bispos que se embriagam?...
(J) – NÃO VIOLENTO, PORÉM CORDATO - O homem violento
é governado pelos ímpetos e pelo espírito de discórdia e agressão; portanto,
destituído de qualidade para o ministério Pastoral;
(K) – INIMIGO DE CONTENDAS - Que foge de discussões
e animosidades, mas trata todas as coisas com serenidade, prudência e amor - Pv
17.19a.
(L) – NÃO AVARENTO - O avarento é governado pelo
dinheiro e pelo amor ao lucro. A avareza é um grande mal para todos os homens,
mas é pior ainda em um ministro de Deus. Além disto está incluída entre os
pecados, que os que os cometem, "...não herdarão o reino de Deus" (l
Co 6.10);
(M) – QUE NÃO SEJA NEÓFITO - Ao neófito pode
"suceder que se ensoberbeça e incorra na condenação do diabo". O
homem é governado por um trio maldito: Orgulho, arrogância, presunção. A
soberba é muito própria do homem ignorante espiritual, inexperiente.
Quanto mais conhecermos a Deus, tanto mais humildes
seremos. A soberba dos homens é sempre do tamanho da sua ignorância espiritual.
Um sábio cristão observa que "a soberba é o pecado que transformou anjos
em demônios". O homem que se governa a si mesmo, não pode se ensoberbecer.
Estas são as características do homem que se governa
a si mesmo. Estas devem ser as qualidades básicas de um Pastor de almas, que
deve servir de modelo para o rebanho (Hb 13.7).
(2º) – UM HOMEM QUE GOVERNA BEM A SUA CASA - l Tm
3.4 - É grande a felicidade do Pastor cuja família pode servir de exemplo para
todas as outras famílias da Igreja. A ele assiste o direito de governar a
esposa e os filhos.
O Pastor deve ser cordato com a esposa, mas não pode
ser governado por ela. A esposa do Pastor tem um vasto campo para ajudá-lo.
Pode ser muito útil ao marido em seu ministério, aconselhando especialmente as
senhoras jovens e a mocidade, fazendo isso com simplicidade e amor. Para tudo
isto deve se credenciar pelo exemplo de sabedoria e prudência, no falar e no
agir.
É certo, em grande proporção, que o êxito do Pastor
depende do comportamento da família, especialmente da esposa.
A grande bênção da conversão da família, a grande
vitória da integração dos filhos do Pastor no plano divino da salvação e nas
atividades da Igreja depende sobretudo de Deus, mas também de nós em grande
parte. É bem justo que o amor que tem o Pastor pelas almas se evidencie
"...no cuidado dos seus e especialmente dos de sua própria casa..."
(l Tm 5.8). É certo também que o cuidado Pastoral ou do Pastor para com os
filhos não os isenta da responsabilidade pessoal pela salvação de suas almas.
Há, no entanto, os meios pelos quais poderão ser conduzidos a esta
responsabilidade, e estes meios são aqui mencionados por Paulo: "Criando
os filhos sob disciplina com todo o respeito".
(A) – DISCIPLINA - Esta palavra inclui instrução,
direção, governo, imposição de autoridade e métodos correlacionais. Como se vê,
significa muito mais que mero castigo.
Paulo, um homem sábio, certamente tinha em vista
tudo isto ao empregar a palavra disciplina, como obrigação do Pastor, no
governo de sua casa e na criação dos filhos. É o mesmo que em Ef 6.4 se
recomenda aos pais, com relação aos filhos. A ausência da disciplina, em qualquer
dos seus aspectos, pode resultar no desgoverno moral e espiritual dos filhos e
consequentes problemas no ministério do Pastor.
A Bíblia ensina três métodos a serem empregados na
criação dos filhos para Deus. Destes, dois são desconhecidos e desprezados e um
é condenado pela sociologia moderna. São eles:
(B) – LEITURA DA PALAVRA DE DEUS - Pv 22.6; Dt 6.6-9
- Aqui fala de ensino persistente e leitura regular da Palavra de Deus aos
filhos. A falta disto poderá resultar em insucesso na casa do Pastor - 2 Tm
3.14-17.
(C) – ORAÇÃO - Jó 1.5 - "Jó chamava os seus
filhos". Orar com os filhos é mais importante do que orar por eles.
A fé não é hereditária e os filhos precisam
recebê-la pelos mesmos meios que os estranhos e os adultos a receberam,
mediante a pregação da Palavra de Deus e a oração intercessória. Leio, como
sendo uma advertência de Deus para mim, pessoalmente, estas palavras: Lm 2.19
cf Tg 5.16.
(D) – CORREÇÃO - Leitura da Palavra de Deus e oração
são métodos desconhecidos e desprezados pelos mestres em educação familiar. A
disciplina em forma de castigo é condenada. Entretanto, faz parte dos métodos
ensinados por Deus. Os séculos não envelhecem e não invalidam os preceitos de
Deus. Qual será o sentido destas palavras contidas nos versos bíblicos? Pv
13.24; 22.15; 23.13,14; 29.15.
Já estarão superados estes preceitos bíblicos? Se,
ao contrário, ainda vigoram como Palavra de Deus, não deixarão de ter sua
utilidade na criação dos filhos, quando aplicados com sabedoria e amor. A
disciplina deste tipo poderá ser aplicada depois de muitos outros meios
correcionais, também ensinados por Deus em sua Palavra.
(E) – EXEMPLO - O respeito, de várias maneiras,
constitui uma grande dívida dos pais para com os filhos, para também se
tornarem credores do respeito destes. Confúcio ensinava: "Respeita-te e
outros te respeitarão". Um outro pensador diz: "Quando os que ordenam
perdem a moral, os que obedecem perdem o respeito". A integridade do
Pastor, no trato, nas relações com as diferentes pessoas, na presença e na
ausência, nas conversações, na presença dos filhos, há de ter muita influência
sobre a vida espiritual dos filhos.
O Pastor é um homem que tem frequentes oportunidades
de saber dos fracassos alheios. Se, ao contrário, do dever da absoluta
confidência, neste sentido, são relatados ou comentados perante os filhos, isto
os levará ao maior pessimismo a respeito da vida espiritual, chegando mesmo a
pensar que não há diferença entre os crentes e os homens mais errados.
Indubitavelmente, as relações entre o papai e a
mamãe muito influirão nas atitudes espirituais dos filhos, edificando-os ou
destruindo-os! É de suprema importância para a criação dos filhos "na
disciplina e admoestação do Senhor" o ambiente de cordialidade e respeito
entre marido e mulher e entre os pais e filhos.
O lar deve ser o ambiente onde os filhos se sentem
presos pelo amor, seguros pela confiança e dominados pelo respeito aos seus
pais.
Por outro lado, nada deve se interpor nas relações
do Pastor para com a Igreja. Se os filhos não forem motivo de inspiração ao
Pastor, também este não deve ser influenciado pelas suas atitudes carnais e
modos desordenados, em detrimento dos direitos dos membros zelosos e da boa
ordem na Igreja.
(3º) – UM HOMEM QUE GOVERNA BEM A IGREJA DE DEUS -
Só o homem que governa bem a sua casa terá suficiente autoridade para governar
a Igreja de Deus (l Tm 3.5). Isto convém ao bispo (Pastor).
Entre os dons ministeriais, Paulo menciona
"governos" ou habilitação de Deus para dirigir apropriadamente a Sua
Igreja a sua Igreja (l Co 12.28). Esta habilidade para governar inclui:
(A) - Capacidade para distribuição de serviço aos membros
da Igreja. Agostinho diz: "A cabeça dos desocupados é a morada de Satanás
e o demônio procura as mãos ociosas para fazer a sua maligna obra".
(B) - Capacidade para administração financeira. A
habilidade do Pastor para cuidar dos negócios da Igreja de modo proveitoso e
honradamente inspira confiança nos membros para contribuir. Desperta o
interesse de todos os fiéis.
Governar é um dom que não deve ser subestimado, pois
dele depende a boa ordem, a estabilidade e o progresso da Igreja em todos os
sentidos. Não é temeridade atribuir-se às frequentes crises de algumas Igrejas
à falta de governo, pela ausência da divina capacidade de administração
daqueles que estão à frente do rebanho. Esta capacidade deve constituir mais um
motivo para ardentes súplicas ao PAI DAS LUZES, pois é uma necessidade
imperiosa no ministério do Pastor, com a responsabilidade de "governar a
Igreja de Deus".
Neste sentido, o apóstolo Pedro ensina – I Pe 5.2-3
-. Aqui temos três regras de grande importância:
(A) - "Não por constrangimento, mas
espontaneamente". Qualquer trabalho material feito por constrangimento
será assinalado pelas falhas. Isto se aplica melhor ao trabalho espiritual. Não
terá êxito o Pastor que fizer o seu trabalho como cumprindo uma simples obrigação
que lhe é imposta. Alguém, às vezes, tem dito: - "Se não leva o coração,
não vá também". Se o Pastor está em uma Igreja, mas o coração está em
outra, não haverá resultado do seu trabalho para o reino de Deus... Quaisquer
que sejam as circunstâncias, convém ser "sempre mais abundante na obra do
Senhor, sabendo que, no Senhor, o seu trabalho não é vão", se feito
"espontaneamente, como Deus quer".
(B) - "Nem por sórdida ganância, mas de boa
vontade". O trabalho espiritual feito por ganância agrada muito bem ao
"deus ventre" e pode ser feito sem qualquer dom da parte de Deus.
Para tanto, as oportunidades independem da chamada e direção de Deus, podendo
ser conseguidas por simples política ou por sagacidade. Como, entretanto, o fim
a que chegamos depende do caminho que seguimos, os resultados serão sempre
confusos: descontentamento e derrotas, que são o prêmio de um ministério sem a
aprovação de Deus. Será um ministério sem vida, pois a ganância é qual germe
que destrói totalmente a vida espiritual - Pv 1.19.
(C) – “Nem como dominadores dos que vos foram
confiados, antes tornando-vos modelo do rebanho". Este ensino concorda com
a conhecida filosofia de que "pode mais a força do exemplo do que o
exemplo da força".
Os que pretendem dominar a Igreja como sendo sua
propriedade, deveriam estar a exercer uma profissão e não o Pastorado provindo
de Deus.
A função do Pastor é guiar, servindo de modelo para
o rebanho, sabendo que toda a autoridade edificante provém da Palavra de Deus,
que o Pastor ensina e pratica. É isto que Paulo ensina - Tt 1.7-9.
Quando o Pastor profere a Palavra de Deus,
autorizado pelo Espírito Santo, cabe a Deus a responsabilidade pelos efeitos da
Palavra - l Rs 17.1.
As palavras arrogantes, irrefletidas, simplesmente
ocasionam desgovernos, mas a Palavra de Deus prevalece e, “quem é de Deus, ouve
a Palavra de Deus” – Jo 8.47.
VI – CONSIDERAÇÕES FINAIS:
O Pastor que observa estas normais divinas, nunca
lutará só; terá sempre a mão divina a ajudá-lo na solução de todos os problemas
na Igreja. Terá paz e estará tranquilo, na esperança de que, logo que o Supremo
Pastor se manifestar, receberá a imarcescível coroa de glória – I Pe 5.2-4.
Subsídio para o Professor
Humildade: necessidade pastoral
O dicionário Michaelis descreve o substantivo
feminino "humildade" como uma virtude pela qual manifestamos o
sentimento de fraqueza, modéstia, pobreza. Diz que é demonstração de respeito,
de submissão. É inferioridade.
Sem dúvida, Jesus Cristo é o modelo de ser humano
portador de perfeita humildade. Em seu exemplo, vemos que era humilde porque
tinha autoconhecimento. Por conhecer-se bem, não quis ser mais ou menos
importante do que realmente era. Sem duvidar, Ele declarou que era o Filho de
Deus e recitou os textos do Antigo Testamento que se referiam a Ele, tal qual
quem se apresenta entregando um cartão de visitas. [2]
Para uma pessoa exercer o pastorado com eficiência,
deve conhecer-se muito bem. Jesus Cristo apontou para os traços da estrutura do
homem, para que este examine-se e esteja apto a servi-lo de maneira correta:
Fraqueza humana. "Sem mim nada podeis
fazer" (João 15.5). Assim como os ramos se não estiverem ligados à videira
morrem, o ser humano separado de Jesus Cristo não é capaz de manter-se,
espiritualmente, vivo sozinho.
Carência humana. "Simples como uma pomba"
(Mateus 16.15). Este texto remete à necessidade de agir com compostura,
decência, desambição. Porém, também, para a condição de ser uma pessoa
inofensiva, não dada a ofender e praticar maldades. Haja vista que o pombo é a
ave que simboliza o Espírito Santo (Mateus 3.16)!
Pobreza da natureza humana. Em Mateus 5.3, Jesus
Cristo enalteceu a pobreza de espírito, afirmando que os pobres de espírito são
bem-aventurados. É preciso entender que neste caso "espírito" tem a
conotação de intenção. Cabe ao pastor estar sempre intencionado a agir com um
objetivo só: realizar, única e exclusivamente, o propósito de Deus. Não existe
no ser humano nenhum valor agregado que o faça capaz de edificar a alma para
alcançar a vida eterna por esforço próprio. É preciso aceitar e viver segundo a
pobreza de espírito, isto é, aceitar o sacrifício vicário de Cristo como meio
de salvação. Cabe ao pastor, e a todo cristão, pregar e praticar esta
realidade.
Inferioridade humana. Jesus é Deus. Todos os
fundadores de religiões morreram, seus restos mortais jazem em túmulos ou já se
deterioraram inteiramente. O pastor evangélico deve reconhecer ser inferior a
Cristo e reduzir-se a sua insignificância como reles pó, usar o ministério para
anunciar a Palavra de Deus, que é eterna e prepara o espírito humano à
eternidade com Deus. Afinal, só Jesus é a porta, o caminho, a verdade e a vida
(João 13.4; 14.6), o Bom Pastor que deu a vida pelas ovelhas (João 10.11, 14),
e o Sumo Pastor das ovelhas, a quem o pastor deve usar como modelo de servo de
Deus (Hebreus 13.20; 1 Pedro 5.4). [3]
Delegação de autoridade
"Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que
há em Cristo Jesus. E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o
a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros" - 2
Timóteo 2.1-2.
Deus trabalha com os homens como quem trabalha com
as árvores. Ele planta para o futuro. Ele nunca sacrifica o futuro de um homem
por um mero prazer ou alívio passageiro. Um jovem encontrou um homem já de
bastante idade plantando um pé de nogueira num campo, na Suiça, e, ficando
surpreso, disse: - "O senhor não sabe que este pé só dará frutos daqui a
sessenta ou setenta anos?" - "Sei", foi a resposta, "mas
estou colhendo o fruto de muitas árvores que homens de bom-senso plantaram a
setenta e mais anos para mim". Os discípulos de Jesus adquiriram tal
confiança nEle que deixaram tudo para segui-lo; mas Ele mesmo disse a Pedro:
"O que Eu faço não o sabes tu agora, mas tu o saberás depois" (João
13.7). Com o plano todo diante de nós, entendemos muitas coisas bem melhor, e
muitas coisas que não entendemos agora, os nossos descendentes entenderão. [4]
Se o pastor pretende construir um ministério
significativo para o reino de Deus, o primeiro passo é reunir um grupo e
distribuir tarefas. A chave para alcançar os objetivos é estabelecer acordos,
como fez o Filho de Deus ao chamar para perto de Si os discípulos que quisessem
estar com Ele voluntariamente, para treiná-los à Obra e depois enviá-los a
pregar por todo o mundo. Infelizmente, muitos pastores acreditam que podem
realizar tudo sozinhos, consideram que é manifestação de fraqueza aceitar
auxílio. [2]
O traço mais importante de um pastor é não ser um
homem individualista. O ministério de uma pessoa com esse tipo de comportamento
não chegará muito longe. A verdade é que boas intenções, nobres ideias, não
levam a lugar algum, a menos que o líder forme uma equipe e consiga envolvê-la em seu planejamento
pastoral. Ao criar uma equipe, tal qual Jesus e os discípulos, fará com que a
Palavra de Deus seja transmitida em maior proporção em sua geração e às
gerações futuras.
Requisitos que o pastor deve apresentar
A pessoa que possui chamado para pastorear precisa
possuir características de verdadeiro pastor, pois sua função é servir de guia
ao rebanho de Cristo:
• Deve ter irrepreensibilidade moral, não
escandalizar ou envergonhar a igreja;
• Ter vida conjugal exemplar, praticando a monogamia
(Efésios 5.25);
• Vigilante. Sempre atento, zelando pelo seu
bem-estar, de sua família e de todas as famílias da igreja local (1 Timóteo
4.12, 16; 1 Pedro 5.3, 7);
• Honesto (Mateus 5.37; 1 Pedro 1.15; Tiago 2.12);
• Hospitaleiro. O termo vem de hospital, e tem o
sentido de acolher aos necessitados, providenciar repouso aos cansados; socorro
aos enfermos e comida aos famintos (Deuteronômio 16.19; Malaquias 2.9; Lucas
10.34-35; 1 Timóteo 2.11; e Tiago 2.9).
• Não propenso às bebidas embriagantes.
• Mantenedor da boa ordem, não espancador. Aqui vale
dizer da violência verbal, não apenas da violência física, pois quem possui
língua descontrolada pratica a religião em vão, o poder da palavra mal
empregada é descrito como agente capaz de incendiar um grande bosque, destruir
o curso natural das coisas, e seu fogo destruidor é aceso no próprio inferno
(Tiago 1.26; 3.5-7);
• Moderado. Uma pessoa gentil, controlada fácil de
se gostar (Tiago 3.17).
• Não contencioso. O Salmo 133 nos adverte que Deus
ordena que haja bênção apenas aonde existe a comunhão entre os irmãos.
• Não avarento;
• Que governe bem a sua casa. Ser capaz de educar os
filhos exemplarmente, tornando-os exemplos para as crianças da igreja. Esta
capacitação ao pastoreio vem do alto, para Deus tudo é possível! (1 Timóteo
3.4; Tito 1.6);
• Experiente. O antônimo deste vocábulo na tradução
Almeida Revista e Corrigida é "neófito". Para pastorear, é preciso
que haja a experiência de vida para que possa oferecer lições úteis e
aplicáveis segundo a sabedoria de Deus.
• Tenha condição de dar bom testemunho aos
descrentes. O pastor deve ser o cidadão que proclama a mensagem de Cristo por
palavras e atos, jamais ser contradizente em seu discurso através de sua
conduta. Antes, durante e após falar
sobre paz, agir como o pacificador; antes, durante e após pregar sobre
evangelismo, ser um propagador das boas novas e ganhador de almas.
A responsabilidade do pastor na igreja local e no
lar
As duas principais instituições criadas por Deus é a
família e a Igreja de Cristo.
O pastor deve ter claro em sua mente que Cristo é o
Cabeça da Igreja, e de maneira alguma, quem pastoreia deve assenhorar-se da
comunidade cristã como se todos os membros fossem seus subordinados. (João
21.15-17; Efésios 1.22; Tito 2.7-8).
Quando Jesus percorria pregando as boas novas do
reino de Deus em sinagogas, aldeias, curava enfermos e se compadecia das
multidões, olhava para cada ser humano como ovelhas cansadas e sem pastor
(Mateus 9.35-36). Ao subir ao céu, Ele instituiu o singular ministério de
pastor, com o objetivo de que existam pessoas habilitadas a apascentar, nutrir,
cuidar de seu rebanho.
A igreja local é formada por famílias e o pastor
deve agir como o pai, irmão e filho amoroso desta família. Instruindo Timóteo
em seu pastorado, Paulo recomendou que ele ensinasse aos mais velhos como se
fossem seus pais e aos mais novos como se fossem seus irmãos (1 Timóteo 5.1-2).
O pastor deve estar preparado para apresentar a postura adequada para todas as
situações. Sempre saber lidar com todas as espécies de problemas dentro da
comunidade cristã, tal qual problemas dentro da estrutura de um lar:
providenciando socorro aos problemas financeiros, a disciplina em amor aos
neófitos em rebeldia, etc.
O pastor deve ser a figura mais presente no
cotidiano da igreja local, ao apascentar os cordeirinhos com a Palavra de Deus,
o rebanho cresce e atinge a plena maturidade espiritual. O pastor deve estar
sempre disposto a ministrar ao membro doente em sua casa ou no hospital;
realizar os casamentos e ajudar na manutenção do matrimônio em tempos de crises
e perdas de entes queridos; o pastor deve ser o garçom em prontidão a servir o
alimento espiritual de acordo com a dieta celestial balanceada e equilibrada no
tempo certo.
Conclusão
Deus deu pastores para a Igreja de Cristo, e não a
Igreja de Cristo aos pastores. O pastor que é verdadeiramente vocacionado,
exerce seu pastorado sem jamais esquecer-se que não cuida de ovelhas que são
suas, mas de ovelhas que Cristo lhe confiou os cuidados. Através das sete
cartas no livro de Apocalipse, notamos que o Senhor observa como cada pastor se
comporta e um dia cada pastor, de todos as regiões do planeta e épocas
distintas, terão que prestar contas sobre a qualidade de trato que dispensou a
cada uma das pequeninas ovelhas do Senhor.
Pastores e pastores
Temos convivido com o sofrimento de ver pastores que
se tornaram apenas administradores de bens e não cuidadores de almas. São
gerentes administrativos da igrejas. Um gerente das mesmas, menos um pastor de
acordo com a classificação bíblica.
Há pastores que vivem em função do que a ovelha pode
dar, nesse caso, dinheiro. O que vale mais é se destacar como um dos pastores
que mais levantou dinheiro no mês e assim, ele é visto por seus pastores
superiores como "o cara"!!
Nas minhas experiencias, tenho tido nojo de saber e
ver que pastores de campo, têm rivalidade entre sí, porque um não conseguiu
'bater' o rendimento do outro. Hà pastores também que têm metas para se
alcançar. Por exemplo: se o mês passado os dízimos e ofertas totalizaram
R$8.000, nesse mês lutarão para que cheguem aos R$10.000. Isso é uma
pilantragem, que só se pensava haver no comércio. Mas, se tornou pratica comum
entre muitos pastores.
Minha indignação é total quando sei que para ser
reconhecido na igreja Sede, o pastor não é reconhecido por ser um homem
piedoso, conhecedor da Palavra e diligente no cuidado com suas ovelhas, e sim,
por ele conseguir ter sua Região ou igreja no topo da lista dos que mais
levantaram ofertas e dízimos naquele mês. Então, ele recebe como prêmio, um
percentual em cima daquele valor, além do seu salário, chamado de prebenda, que
não é não é pouco.
Essa cachorrada, essa vergonha, essa pilantragem que
sei, não vai acabar, pelo menos não deveria ser tolerada pelos líderes, nem
pelos membros e esses 'pastores', não deveriam merecer crédito algum dos
membros das igrejas. Mas, pelo contrário, quanto mais usurpador e mal caráter,
o sujeito ganha 'amigos'.
Caros irmãos Jesus nos chamou para cuidar do
rebanho. Para protege-lo exatamente desses mercenários, mas muitos deles além
de não fazer isso, ainda dispersam o rebanho quando querem com seu
autoritarismo, impor á igreja sua palavra como a final e a única que deve ser
ouvida. E para tristeza nossa, vemos uma
grande quantidade de irmãos que fecham os olhos para isso e fingem que o tal
'pastor' não errou e que tinha que colocar para fora mesmo "os
divisores", "os rebeldes", os que "não concordaram"
com a imposição dele e etc.
Em diversas igrejas, o pastor é intocável, pois não
se "pode tocar no ungido do Senhor". Ué, mas os crentes também são
ungidos; o outro líder, também é ungido; os demais auxiliares também são
ungidos. Por que essa idolatria de que só o líder que é ungido?
A razão de termos ditadores na igreja, a razão de
ainda termos 'coronéis' nos púlpitos é que os próprios membros e obreiros
aceitam os desmandos dessas 'raças de viboras' que acham que podem fazer tudo
em nome de Deus, que eles estão sempre certos.
Quando olho para os dois maiores modelos de
pastores, Jesus e Paulo, me envergonho de saber e de ver que os pastores de
hoje, na sua maioria são egoístas, avarentos, mandões,traiçoeiros, mentirosos,
autoritários e nunca ouvem opiniões dos outros. Eles, sempre eles têm suas
próprias decisões, baseadas no que eles acham e nunca no que a bíblia diz.
Que diferença têm esses de Jesus, Paulo e de outros
abnegados servos do Senhor que entendiam que eles deveriam SERVIR Á IGREJA E NÃO SEREM SERVIDOS POR ELA.
Hoje, eles mandam, "...assentam-se na cadeira
de Moisés" para julgar, condenar, massacrar os outros, até mesmos seus
pares. Não são misericordiosos e pensam que mandam na igreja que é a noiva do
Cordeiro.
Por isso mesmo é que têm havido muitos escândalos,
divisões, brigas,emancipações forçadas, igrejas sendo alvo de denuncias e até
de investigação por parte da Policia e Ministério Público. Justamente porque
são igrejas que já perderam o brilho, pois quem deveria ser o exemplo para
todos, se torna um corrupto e um indecente impostor, passando-se por pastor,
quando na verdade, deveriam estar trabalhando num escritório ou exercendo
qualquer profissão, menos o pastorado que é chamada divina.
Hoje, a palavra de determinados pastores valem mais
do que a biblia; as atitudes de muitos não são contestadas, porque os obreiros
têm medo de perderem seus cargos, seus salários ou perderem suas consagrações
ao 'santo ministério'. Que palhaçada!!!
Muitos chamados pastores, enganam, mentem, destroem
e todos vêm isso, mas ninguém se levanta para lhes contradizer, porque são
obreiros frouxos, que não amam nem suas almas, nem as almas dos outros. Aceitam
qualquer palavra ou comando de tais 'pastores', como se eles fossem Deus.
Os covardes e medrosos que, são também bajuladores,
ocupam o pulpito não para pregar a Palavra de Deus, mas sim, para falar mal de
outros e atacar seus irmãos em Cristo, se isso vai defender o líder deles.
Amados leitores, hoje cumpre-se literalmente Is.5:20
no nosso meio. Mas,quem é que vai se importar com isso? Para que se preocupar
se as coisas estão indo bem para alguns? Para que 'se meter', se alguém está
visando a sua consagração? Para que ser contrário ao lider se ele já prometeu
uma 'vaga' no ministério? Para que discordar dele, se ele é seu amigo? Para que
se contrapor, se ele vai te dar 'uma peixada'? Para que fazer oposição, se ele
é visto por muitos como um 'papa evangélico'?
Como anseio o dia em que Deus julgará essa corja de
fraudadores da Palavra e os condenará ao suplicio eterno...
Matam, destroem, deixam famílias inteiras
destruídas, tristes e sem rumo, e nunca se preocupam com o que fazem com as
almas destas pessoas...
O pastor que "Deus deu á igreja", é aquele
que ama suas ovelhas e não o que elas têm para oferecer.
O pastor chamado por Deus, não é vingativo,
insensível e nem autoritário.
O pastor chamado por Deus, procura ouvir o que os
outros têm a dizer e ele mesmo nunca diz que sua palavra é a final.
O pastor que tem convicção, tem temor e não age na
carne, gerando problemas para toda uma comunidade de cristãos.
O pastor de verdade, vai para casa chorando, mas não
faz chorar uma ovelha sequer.
Que Deus nos de pastores segundo o seu coração.
Porque está quase impossível de achar alguns assim.
GESTOR OU PASTOR?
Gestor cuida de coisas, pastor cuida de ovelhas.
Gestor visita obras, pastor visita ovelhas.
Gestor administra os negócios, pastor alimenta as ovelhas.
Gestor comanda de sua mesa, pastor se envolve com as ovelhas.
Gestor cheira a gabinete, pastor cheira a ovelha;
Gestor manda nos comandados, pastor serve as ovelhas.
Gestor possui seguranças, pastor protege as ovelhas.
Gestor consulta o número do cadastro, pastor conhece as ovelhas pelo nome.
Gestor espera o resultado, pastor vai em busca da ovelha e a carrega nos ombros.
Gestor pune, pastor corrige as ovelhas.
Gestor demite, pastor restaura as ovelhas.
Gestor dá treinamento para os liderados, pastor guia as ovelhas.
Gestor tem metas, pastor tem propósitos.
Gestor visita obras, pastor visita ovelhas.
Gestor administra os negócios, pastor alimenta as ovelhas.
Gestor comanda de sua mesa, pastor se envolve com as ovelhas.
Gestor cheira a gabinete, pastor cheira a ovelha;
Gestor manda nos comandados, pastor serve as ovelhas.
Gestor possui seguranças, pastor protege as ovelhas.
Gestor consulta o número do cadastro, pastor conhece as ovelhas pelo nome.
Gestor espera o resultado, pastor vai em busca da ovelha e a carrega nos ombros.
Gestor pune, pastor corrige as ovelhas.
Gestor demite, pastor restaura as ovelhas.
Gestor dá treinamento para os liderados, pastor guia as ovelhas.
Gestor tem metas, pastor tem propósitos.
Gestor busca o topo, pastor caminha nos vales.
Gestor usa apenas a técnica acadêmica, pastor usa a experiência dos desertos e dos vales.
Gestor é formado, pastor é chamado.
Gestor assina papéis, pastor cumpre o seu papel.
Gestor gasta tempo e recursos com a manutenção do posto, pastor investe na oração.
Gestor constrói prédios, pastor edifica vidas.
Gestor paga contas, pastor paga o preço.
Gestor é temido, pastor é amado.
Gestor possui igreja, pastor é dado à igreja.
Gestor é chefe, pastor é amigo.
Gestor é bajulado, pastor é honrado.
Gestor passa, pastor fica na memória.
Gestor vive regaladamente, pastor dá a vida pelas ovelhas.
Gestor usa apenas a técnica acadêmica, pastor usa a experiência dos desertos e dos vales.
Gestor é formado, pastor é chamado.
Gestor assina papéis, pastor cumpre o seu papel.
Gestor gasta tempo e recursos com a manutenção do posto, pastor investe na oração.
Gestor constrói prédios, pastor edifica vidas.
Gestor paga contas, pastor paga o preço.
Gestor é temido, pastor é amado.
Gestor possui igreja, pastor é dado à igreja.
Gestor é chefe, pastor é amigo.
Gestor é bajulado, pastor é honrado.
Gestor passa, pastor fica na memória.
Gestor vive regaladamente, pastor dá a vida pelas ovelhas.
Meu abraço.
Vivam vencendo os impostores que se auto-denominam
'pastores'!!!
Seu irmão menor.
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