21 outubro 2013

O que leva uma pessoa a se autointitular apóstolo?

Ultimamente no Brasil, o que mais vemos em nossas igrejas é a multiplicação de pastores que tomaram para si o título de apóstolo.
Confesso que estou absolutamente impressionado com quantidade de líderes eclesiásticos que acreditam que foram comissionados por Deus ao ministério apostólico. Nessa perspectiva é possível encontrar em quase todas as denominações brasileiras gente que advoga que foram ungidos por Cristo para o desenvolvimento de um ministério diferenciado dos demais pastores.
Isto posto, gostaria de elencar quatro motivos que podem levar um pastor a se autointitular apóstolo:
1-) Ignorância bíblica/teológica. Acredito que boa parte dos que se autointitularam apóstolos o fizeram por desconhecer a Palavra de Deus. Na verdade, penso que existam muitos irmãos que tomaram para si este título por ignorarem o que as Escrituras dizem a respeito do ministério apostólico. Digo mais, creio que os irmãos em questão tivessem conhecimento bíblico jamais teriam sido “consagrado” apóstolos.
2-) Modismo eclesiástico. Infelizmente devido a falta de profundidade bíblica, parte da Igreja brasileira se move influenciada por modismos diversificados. Repare que a inconsistência teológica de muitas pastores tem contribuído para o aparecimento periódico de revelações, comportamentos e doutrinas escalafobéticas, cujo objetivo final é impactar a igreja. Um claro exemplo disso é uma última onda neopentecostal cuja ênfase se encontra no ministério apostólico.
4-) Uma eclesiologia errada. Muitos dos pastores possuem uma visão errada do conceito bíblico “Eclesia”. Para estes, a essência da Igreja deve ser fundamentada numa estrutura hierarquica e não a “Communion Sanctos”. Para os líderes em questão, o fundamento e a base de uma Igreja bem sucedida é uma forte hierarquia ministerial cujo foco se encontra na obediência inquestionável de seus pastores. Nessa perspectiva não existe espaço para o desenvolvimento do sacerdócio de todos os santos, bem como o relacionamento desprovido de títulos, pompas e domínio eclesiástico.
4-) Mau-caratismo – Muitos dos pastores tomaram para si o titulo apóstolos não porque desconhecem as Escrituras, ou pela ingenuidade de se deixarem levar pelos modismos eclesiásticos., nem tampouco por possuírem um eclesiologia errada. Não. Muitos destes, o fizeram por mau-caratismo e desonestidade. Na verdade, tais líderes em questão sabem que estão errados, todavia, preferem continuar no erro apostólico a arrepender-se de seus delitos e pecados.
Caro leitor, vale a pena ressaltar que acredito que os motivos elencados acima podem agir na vida do líder separadamente e em alguns casos conjuntamente. Nessa perspectiva é até possível o pastor se autointitular apóstolo por ignorância, como também pelo modismo eclesiástico de seu tempo. Todavia, se o faz por mau-caratismo isso automaticamente exclui todas as razões anteriores.
Que Deus tenha misericórdia da Igreja evangélica brasileira.
Renato Vargens
P.S: Os que desejarem ler mais sobre os “apóstolos da Modernidade sugiro a leitura do livro: “Reforma Agora. O antídoto para a confusão evangélica no Brasil.” publicado pela editora Fiel (aqui)

Vejam o que os novos apóstolos pregam e no que acreditam:



1. Eles acreditam que Deus está restaurando o ofício de apóstolos e profetas na igreja.
2. Que somente eles têm o poder e a autoridade para executar os planos e propósitos divinos.
3. Que estão construindo um novo fundamento para uma igreja global.
4. Que vão estabelecer, literalmente, o Reino do Céu na Terra, com o Exército de Joel.
5. Eles colocam uma ênfase desordenada nos anjos e no sobrenatural.
6. Afirmam receber revelações extrabíblicas, que não podem ser comprovadas (revelação progressiva).
7. Que Deus está fazendo uma “coisa nova” ("o novo de Deus" é um mantra que repetem à exaustão).
8. Afirmam, frequentemente, que os que não aceitam seus ensinos estão colocando Deus numa caixa.
9. Que jamais devemos contestar a sua (deles) autoridade. 
10. Usam, frequentemente, a expressão do Velho Testamento: “Não toqueis nos meus ungidos” (aliás, eles preferem usar o Velho Testamento).
11. Colocam os que contestam sua autoridade como "religiosos, legalistas, divisores, obtusos, rebeldes e demoníacos".
12. Colocam maior ênfase nos sonhos, visões e revelações do que na Palavra de Deus.
13. Acreditam que serão a reencarnação do corpo físico de Cristo.
14. Crêem que poderão executar julgamento sobre os seus oponentes (até mesmo usando a pena de morte).
15. Uma religião mundial operando em sintonia com um governo mundial (o mesmo que ensina a Nova Era).
16. Uma completa unidade que nada impedirá de acontecer.
17. Poderão trazer o Céu para a Terra.
18. Acreditam que seremos aperfeiçoados aqui mesmo, na Terra (Os Manifestos Filhos de Deus).
19. Acreditam na organização de uma agressiva campanha na Internet.
20. Acreditam na organização dos apóstolos preeminentes.
21. As igrejas locais devem ficar sob a autoridade do apóstolo de uma igreja regional (embasados no discutível conceito de “cobertura espiritual”).
22. Cada cidade deve ter um apóstolo, com autoridade extraordinária em assuntos espirituais, sobre os líderes da mesma cidade.
23. Consideram-se "divinos, pequenos deuses, iguais a Cristo".
24. Consideram-se “Defensores da Fé”.
25. Colocam muita ênfase no misticismo e no conhecimento oculto. 
26. Não acreditam no Arrebatamento, mas que poderá haver um arrebatamento dos maus, para serem aperfeiçoados (isto é o mesmo que ensina a Nova Era). 
27. Enfatizam a unidade sobre a doutrina, trocando a interpretação literal da Bíblia por uma interpretação espiritualizada, à maneira dos católicos.
Como se pode ver, esses mestres da “coisa nova” são meio católicos (usando a Teologia da Substituição, de “santo” Agostinho de Hipona, a qual advoga que Deus abandonou Israel para sempre e transferiu à Igreja todas as bênçãos antes destinadas aos judeus, inclusive as relativas ao poder temporal e ao governo da Terra. O Israel político de hoje não tem nada a ver com o Israel bíblico, afirmam).

Quando você ouvir pastores dizendo que o povo de Deus, a Igreja, tem o direito de reivindicar a posse de bênçãos materiais, o poder político para governar o país, a cidade, a nação, em nome de Deus, pense no que acabou de ler. Arrogantes, com ares de autoridade superior, topetudos, nariz empinado. Roupas caras, relógios de ouro, carrões, aviões. Fariam eles como os primitivos Apóstolos, abaixando-se para lavar os pés dos outros? O que foi feito da tarefa que Jesus deixou, ser pescadores de homens?

Esses não são profetas de Deus e muito menos “apóstolos” como querem fazer crer. A missão do verdadeiro profeta e do verdadeiro apóstolo não é conquistar ou dominar ou governar o mundo, mas apresentar o Evangelho aos perdidos, anunciar a Verdade de Deus - todo aquele que abandonar o pecado e crer que Jesus é o único e suficiente Salvador será salvo; edificar (ensinar), exortar a Igreja contra heresias e a apostasia, e consolá-la com a bendita esperança da Volta do Senhor.


Há apóstolos hoje?

No sentido literal da palavra, não há. Os apóstolos foram apenas os 12 primeiros e depois Paulo(At.1:21-26;Gl.1:1,11-20).
No sentido geral,sim porque todos somos apóstolos, num certo sentido, pois a palavra “apóstolo” significa “enviado”. Jesus nos enviou, a todos e a cada um de nós, cristãos, para pregar o evangelho a toda criatura, até os confins da terra. Por isso somos todos apóstolos. Também devemos ser mestres, evangelistas, e profetas, exercendo os diversos ministérios que fazem o Corpo crescer (v. 12). 

David Brainerd, Adoniram Judson, Salomão Ginsburg, o casal Bagby, Richard Wurmbrand, e mais recentemente, o Irmão André, são exemplos de apóstolos modernos. Charles Spurgeon e David Wilkerson, para mim estão mais para profetas, se bem que David Wilkerson, no inicio de seu ministério entre as gangues de Nova York, tenha sido um apóstolo, sem a menor sombra de dúvida. Charles Wesley, João Calvino, Dwight L. Moody: verdadeiros mestres. George Whitfield, Charles Finney, Boothe, Billy Graham: evangelistas. E por aí vai. E nenhum deles jamais reivindicou nenhum título!
By the other hand, Paulo foi o último Apóstolo – no sentido de que os Apóstolos primitivos foram o fundamento da Igreja. I Coríntios 15:5-9 diz que (Jesus) “…apareceu a Cefas, e depois aos doze; depois apareceu a mais de quinhentos irmãos duma vez, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormiram; depois apareceu a Tiago, então a todos os apóstolos;  e por derradeiro de todos apareceu também a mim, como a um abortivo. Pois eu sou o menor dos apóstolos, que nem sou digno de ser chamado apóstolo, porque persegui a igreja de Deus”.

Vejamos que na mesma carta aos Efésios, no cap. 2: 20, Paulo diz que somos“edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, sendo o próprio Cristo Jesus a principal pedra da esquina”. Preste atenção sempre ao contexto da carta, para entender o tópico sobre apóstolos e profetas do cap. 4 (aliás, o mesmo deve ser feito quanto à famosa armadura do cap. 6: é preciso ter em mente o contexto para entender o que é batalha espiritual.

Nesse sentido, como é sabido e notório que o fundamento da Igreja está posto, firmado sobre a Pedra de Esquina (Jesus), e como ninguém pode lançar outro fundamento, então não existem mais Apóstolos no sentido original dos “primeiros discípulos”. Eles foram o fundamento, ou melhor, lançaram o fundamento (firmaram, colocaram o fundamento, como pedreiros que construíram a base do edifício), como diz Paulo, e nós somos o edifício (cf. I Coríntios 3:9 e I Pedro 2:5). Entretanto, nesse edifício, há algumas pedras que querem ser fundamento... se nem Paulo se considerava digno de ser chamado Apóstolo, por que essas antas modernas, que nem conhecem a História da Igreja, se consideram mais dignos do que Paulo?

Os Apóstolos de então contribuíram para a formação do cânone das Escrituras, com ensinos que são o fundamento da nossa fé (cf. I Coríntios 3:10-12; Efésios 2:20; I Tessalonicenses 2:6). 

Veja cada um desses “apóstolos” modernos, que na maioria das vezes são “auto-ungidos”, “auto-proclamados”, “auto-consagrados”. Tudo começou com a onda de “bispos”, depois “apóstolos”, e agora até “patriarca” já tem. 

Se você se lembrar bem, há uns 15, 20 anos, não existia essa apostolada toda, essa bispaiada toda; o líder evangélico era simplesmente “o pastor”. Um ou outro era “reverendo”. Aí, para sair da mesmice e se destacar na multidão, começaram alguns a se auto-intitular “bispos”, mesmo sem ter as características que a Bíblia exige para tal. E apareceu de repente um bando enorme de bispos – e “bispas”, para corromper de vez a Igreja e a nossa Língua Portuguesa.

E quando o mercado ficou inflacionado de bispos, eis que surgiram os apóstolos, 'uma casta superior de iluminados', que comanda a galera. Tem até um conselho mundial de apóstolos, que é a nata da nata, e define os rumos do “movimento apostólico” do planeta, enviando suas “pautas” ao maior número possível de filiais e repetidoras, mundo afora.

Eu só peço que se comparem os Apóstolos Antigos com os “apóstolos” modernos, como os Antigos agiam e como agem os de agora, o que diziam os Antigos e o que dizem os de agora, como viviam os Antigos e como vivem os de agora; e aí veremos quem é quem.
É por isso que, fora do sentido de “enviados”, “embaixadores de Cristo” (que todos nós somos), não existem apóstolos hoje em dia. Porque os que usam tal “título”, o fazem neste sentido mesmo – de “título” para se diferenciar dos demais. 
Em todo caso, convido você a comparar esses “apóstolos” modernos com o que determina Paulo aos Efésios, verso por verso. 

Fiquemos só com a Bíblia, pelo amor de Deus!!!!!

Abraços tristes.

Vivam vencendo os males dos dias maus!!!

Seu irmão menor.


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