Há espaço para tudo hoje em dia em nossas igrejas. Há espaço para tudo em nossos louvores. Há espaço para tudo em quase tudo. Foi-se o tempo em que nossas músicas eram estritamente bíblicas; foi-se o tempo em que apenas louvar era suficiente. Hoje, almejamos títulos,honras, reconhecimento, status.
Qualquer um de nós consegue, com um pouco de discernimento do Espírito, enxergar os desvios no meio protestante. Vemos que 489 anos se passaram desde a Reforma e parece que não há tantos "Luteros", "Calvinos" dispostos a quebrar a onda dessa maré infame que invade nossos templos.
Algumas igrejas parece que esqueceram o "bê-a-bá" da fé cristã, da fé reformada, da fé que protesta contra o errado. Me parece que esquecemos o significado de sermos um povo que adora a Deus.
O que falar da adoração hoje em dia? Antes de mais nada "adoração" virou moda, virou um rit do momento, e os "levitas" levitaram,transcenderam, estão voando realmente. O "novo" agora é ter o título de "Adorador". É para rir.
Até aonde sei fomos criados para adorar a Deus e quando aceitamos a Jesus como Senhor e Salvador já recebemos o papel de sermos adoradores dEle. Eu me pergunto: qual o propósito de ter o título de "adorador"? Uma vez que o mesmo já nos foi dado através do sangue no calvário.
Entendo que ADORAÇÃO tem muito mais haver com entrega do que com recebimento, de títulos, de honra, de aplausos... Quando esteve na Terra, Cristo procurou (e procura) o adorador (Jo 4.23), a pessoa "nua a crua", sem pompa, sem status.
Nossas músicas falam de um "amor apaixonado" por Cristo, como se fosse esse o desejo de Deus para a relação Senhor x Servo!
Expressões como "quero te tocar, te beijar..." estão transformando nossas canções em ""love rits", nos fazendo esquecer da majestade,soberania, do triunfo do nosso Deus sobre o pecado. Esquecemos o Deus vencedor da guerra e passamos a pensar no Deus "amante-namorado", quase um deus Eros, ao ponto que se trocarmos o nome Deus pelo nome da pessoa amada temos uma bela canção pra um jantar à luz de velas.
Agora estamos "enfermos de amor..." pelo Senhor - quase um amor adolescente! Sem falar que muitas músicas são apenas as frases de outra com a ordem trocada, falta-nos até criatividade.
Há poucos dias liguei a tv e vi um programa gospel de calouros;juizes dando notas para os louvores dos irmãos. É o cúmulo! E o que falar das gravadoras? Dos clips gospel? Do altos cachês? Do marketing? Foi-se o tempo do evangelho simples, dos pés no chão.
Essa busca por títulos me lembra a luta de Lutero contra a ostentação do clero medieval, a necessidade de ter poder, de estar sob os holofotes, de ser, de ter... É uma soberba silenciosa que vem minando nossos ministérios e fazendo com que o mundo não nos olhe com esperança.
O alvo de muitas igrejas hoje é ter uma excelente equipe de louvor para gravar cd's, dvd's, para rodar o Brasil ministrando,ministrando, ministrando... Outro dia, aonde trabalho, um colega me perguntou se o que ouvia num cd era uma espécie de mantra!
Sem dúvida vivemos tempos de Reforma. Reforma no nosso louvor.
Reforma na nossa pregação. Reforma nas nossas estratégias. Reforma no nosso preconceito. "Sejamos os reformadores de hoje", como os antigos, que não buscavam títulos, sejamos sim, verdadeiros adoradores, mas em simplicidade.
Lembrei-me agora de um Homem... que andava pela ruas, que usava sandálias de dedo, que tinha barro e poeira nos pés, mas que era grande sem precisar de aplausos!
Siga esse Homem.
Abraços.
Vivam vencendo!!!
Seu irmão menor.
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