Lição 08 - 24/02/13: "O LEGADO DE ELIAS"
TEXTO ÁUREO
“E disse Josafá: Não há aqui algum profeta do Senhor, para que
consultemos ao Senhor por ele? Então, respondeu um dos servos do rei de
Israel e disse: Aqui está Eliseu, filho de Safate, que deitava água
sobre as mãos de Elias” (2 Rs 3.11). - Josafá, cético diante dos profetas bajuladores, fez a mesma pergunta ao rei Acabe em 1Rs 22.7.
Através do ministério de Eliseu aprendemos que os grandes homens foram aqueles que aprenderam a servir.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Reis 19.16,17,19-21
INTRODUÇÃO
I - O QUE SIGNIFICA LEGADO
Nesta lição definiremos o que significa o termo legado. Destacaremos
qual foi o legado que Elias deixou. Veremos ainda que, apesar de Elias
pensar que estava sozinho o Senhor lhe dirigiu a palavra dizendo que
havia ainda sete mil adoradores verdadeiros que não se curvaram diante
de Baal. Pontuaremos como se deu a chamada, formação e capacitação do
profeta Eliseu como substituto de Elias. E, por fim, elencaremos quais
as lições que podemos extrair do chamado de Eliseu.
O dicionário Aurélio traduz a palavra “legado” da
seguinte forma: “dádiva deixada em testamento; valor previamente
determinado, ou objeto previamente endividado, que alguém deixa a outrem
por meio de testamento”. No contexto da nossa lição, a palavra legado
diz respeito a herança moral, ministerial e espiritual que o profeta
Elias, deixou para o seu sucessor Eliseu, bem como também para todos os
servos de Deus em todas as épocas.
O assunto desta lição diz
respeito ao legado deixado por Elias. A vida dele estava
repleta de adversidade, Jezabel constantemente tentava matá-lo. No entanto,
constatamos que, ao invés de detê-los, a adversidade o tornou mais forte. Ele foi instruído para se esconder no córrego Querite. Lá ele podia
beber do riacho, e Deus ordenaria aos corvos para lhe trazerem comida. Noite
após de noite, quando ele se deitava, podia ouvir a água que corre no riacho.
Deve ter sido um som tranqüilizador ouvir a água. Porém, notou que cada noite
que se deitava o som se tornava menor. Finalmente lemos que o riacho secou.
Onde estava Elias? Continuava esperando em Deus. Deus não lhe dera ordens para
partir. Se estivéssemos nos sapatos ou nas sandálias de Elias, a maioria de
nós provavelmente estaria cavando seu próprio poço. Não Elias. Ele depositou sua esperança em Deus.
Depois que o riacho secou,
Deus lhe disse que fosse até uma mulher viúva em Sarepta. Sarepta ficava na
terra de onde viera Jezabel. Deus o estava enviando ao quintal de Jezabel. A
mulher estava procurando esse homem no mundo inteiro, e Deus o envia ao quintal
dela. Que teste! Mas Elias vai. Era um
homem de compromisso.
Pessoas
determinadas são pessoas de mente singela. Pessoas com determinação são como o
apóstolo Paulo, que disse: "Uma coisa eu faço." São gente com um
objetivo, e esse alvo é a "glória de Deus": "É claro, irmãs e
irmãos, que eu não penso que já consegui isso. Porém uma coisa eu faço: Esqueço
aquilo que fica para trás e avanço para o que está na minha frente. Corro direto
para a linha de chegada, a fim de conseguir o prêmio da vitória. Esse prêmio é
a nova vida para a qual Deus me chamou por meio de Cristo Jesus, Todos nós que
somos espiritualmente maduros devemos ter essa maneira de pensar. Porém, se
alguns de vocês pensam de maneira diferente, Deus vai tornar as coisas claras
para vocês. Portanto, vamos em frente, na mesma direção que temos seguido até
agora" (Fp 3.13-16).
O objetivo deste estudo é trazer algumas
informações, colhidas dentro da literatura evangélica, com a finalidade de ampliar a visão sobre o legado deixado
por Elias. Não há nenhuma pretensão de esgotar o assunto ou de dogmatizá-lo,
mas apenas trazer ao professor da EBD alguns elementos e ferramentas que
poderão enriquecer sua aula.
O LONGO PERCURSO DE ELIAS
Mesmo um Elias, capaz de
declarar tão fortemente que era um homem que permanecia diante do Senhor,
estava em um dado momento tão desanimado e desencorajado, tão chocado pelos
estranhos tratamentos de Deus com ele, que foi encontrado prostrado sob o
zimbro.
Elias foi despertado abruptamente e avisado de que Jezabel estava a
postos para tirar-lhe a vida. A esta altura seu cansaço, fome e tristeza se
transformaram em temor. Apesar da vigorosa fé que o havia sustido nas horas
anteriores do dia, Elias agora deu lugar a cego pânico e se dispôs a salvar-se
a si mesmo. Fugiu para o deserto, abandonando seu posto do dever, tentando
escapar das ameaças de Jezabel. Estava tão desanimado que acabou pedindo a
morte, pensando ser o único que havia ficado em Israel fiel a Deus.
Ele que tinha permanecido tão firme por tanto
tempo, agora tinha caído. E por quê? Principalmente porque ele olhou ao seu
redor para o resto do povo que estava todo caído em incredulidade e medo.
Ninguém havia que se juntasse a ele em seu auxílio. Ele parece ter dado vez à
autopiedade, pois reclamou ao Senhor: “Eu, tão somente eu, fui deixado” (IRe
19:10). Isto não era de fato verdade. Raramente é verdade que os servos de Deus
estão tão sozinhos como lhes parece. Mas mesmo que tivesse sido verdade, esta não
era razão para que Elias caísse com o resto deles. E não há razão pela qual
devamos permitir que nossas dificuldades e aparente falta de apoio dos outros
nos levem a cair. Sua casa é feita daqueles que sabem como permanecer em pé –
se necessário, permanecer só.
Que contraste entre o temeroso e fugitivo Elias e o Elias do cume do
monte Carmelo que bradou às multidões: "Até quando coxeareis entre dois
pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-O." I Reis 18:21. “...era homem
sujeito às mesmas paixões que nós. (Tg 5.17.)
Graças a Deus por isso! Ele
deitou-se em baixo de um zimbro, como você e eu já fizemos tantas vezes;
queixou-se e murmurou, como nós também fazemos tantas vezes; foi incrédulo,
como tantas vezes temos sido. Mas, quando realmente tocou a Deus, não foi isso
que aconteceu. Embora "homem sujeito às mesmas paixões que nós",
"ele orou em oração". É interessante observar que o original não diz
"fervorosamente", mas "ele orou em oração". Ele continuou
orando. Qual a lição aqui? Precisamos continuar orando. Você sabe
como orar dessa maneira, como orar em oração? Traga a vista as desanimadoras
notícias que trouxer, não lhes dê atenção. O Deus vivo ainda está nos céus, e
mesmo a demora é parte da Sua bondade. Descobrimos nesta passagem bíblica que
Deus usa a adversidade para construir em nós o caráter que ele quer.
Deus
ordenou a Elias que escolhesse Eliseu como seu ajudante e para que levasse a
termo o ministério depois que partisse. Eliseu não foi encontrado na escola de
profetas, estudando e meditando, mas trabalhando na lavoura (1 Rs 19.15, 16,
19).
ELIAS NA CASA DE ELISEU
Elias, ao
aproximar-se de Eliseu, não suplicou que este o acompanhasse, nem usou de sua
autoridade profética forçando-o a entrar no ministério. Toda pessoa precisa
calcular o preço e entrar no treinamento do discipulado voluntariamente.
Percebe-se, pelo diálogo entre eles, que Elias não ligava se Eliseu quisesse
continuar a arar a terra. Já que seria seu colaborador, Eliseu deveria aprender
de forma voluntária (1 Rs 19.19-21).
Eliseu pagou um alto preço
para seguir a Elias. Com a perversa rainha Jezabel aterrorizando o reino de
Israel, não era uma época favorável para alguém se dispor a ser profeta de Deus
ou associar-se a um deles. Se fosse consultar carne e sangue, Eliseu seria aconselhado
a permanecer atrás do arado, cuidando da lavoura, o que afinal era mais seguro
e lucrativo.
Eliseu, entretanto, estava
ciente da tremenda riqueza espiritual a seu dispor, se gastasse tempo com o
profeta de Deus. Assim, depois de quebrar o arado e matar os bois, seu
ganha-pão — numa demonstração de entrega total —, seguiu a Elias (1 Rs 19.21).
Para fazer o que? Servi-lo. Os que lideram, primeiro devem aprender a servir.
Também é verdade que quando treinamos indivíduos temos de nos conscientizar de
que devemos gastar horas com eles, conversando e associando-nos às atividades
normais de seu dia-a-dia.
Ao estudarmos a forma
associativa desses dois homens, descobrimos que Elias numa exigiu que Eliseu
continuasse ao seu lado, Ao contrário, em três ocasiões, pediu que Eliseu
reavaliasse seu relacionamento com ele e o deixasse, se assim o desejasse.
Eliseu soube escolher. Tanto em Gilgal quanto em Betel e Jericó, Eliseu teve a
oportunidade de desistir, mas decidiu permanecer ao lado de Elias (2 Rs 2.1-6).
Permanecer ao lado de Elias
foi uma decisão irreversível. Ele calculara o preço e decidira que aquele era
seu ministério. Portanto, ao escolher alguns homens e associar-se a eles no
ministério, você deve deixá-los livres para que ouçam a Deus em várias questões;
deve saber dimensionar o envolvimento que terá com eles e conscientizar-se de
que os encontros entre vocês não deverão servir para seu benefício
pessoal, mas sim para o deles.
ELIAS E O DISCIPULADO DE ELISEU
Elias
defrontou-se de novo com Acabe, condenando-o e a Jezabel por assassinarem seu
vizinho Nabote a fim de lhe tomarem a vinha. O rei enviou duas companhias de
soldados para capturar o profeta, mas Elias invocou fogo do céu a fim de
destruí-los. Uma vez mais ele declarou o destino do rei.
Logo depois disso, Elias e Eliseu saíram para um passeio, analisando os
problemas que a nação enfrentava. Chegados ao Jordão, Elias dividiu as águas
ferindo-as com o seu manto. Atravessaram com toda a calma, como se fora um
prática cotidiana! Enquanto conversavam à margem do rio, um carro de fogo
desceu do céu e arrebatou a Elias num redemoinho, e seu manto caiu sobre
Eliseu.
Nada
de errado existe em depender de Elias enquanto for Deus a deixá-lo consigo, mas
lembre-se de que chegará a hora quando ele terá que partir, para deixar de ser
seu guia e líder, porque Deus não quer mais que seja assim. Você dirá:
"Não posso prosseguir sem Elias". E Deus lhe dirá que terá que
fazê-lo mesmo assim.
Sozinho
e abandonado nas margens do seu Jordão, v.14. O Jordão é símbolo de uma
separação na qual não há comunhão com mais ninguém e onde não há mais ninguém
que possa assumir essa responsabilidade por nós.
Agora
você tem que pôr à prova aquilo que aprendeu quando ainda estava com o seu
Elias. Você já esteve junto do Jordão muitas vezes, mas com Elias; só que agora
está ali sozinho. Não adianta dizer que não pode prosseguir; a hora da
experiência chegou e você tem que seguir adiante. Se quiser uma prova de que
Deus é o Deus que você crê que seja, então atravesse esse seu Jordão a sós
desta vez.
Sozinho
na sua Jericó v.15. Jericó é o lugar onde você viu o seu Elias fazer grandes
coisas anteriormente. Mas assim que chega a Jericó, sente uma forte aversão em
tomar a iniciativa por si próprio para confiar em Deus; quer que alguém o faça
consigo. Se permanecer fiel ao que aprendeu com Elias, receberá o sinal de que
Deus está deveras consigo também.
Sozinho
na sua Betel v.23. Na sua Betel você vai descobrir que sua sabedoria chegou ao
seu fim e irá achar ali a sabedoria de Deus. Quando você se vir sem saber o que
fazer e estiver em vias de sucumbir e se entregar ao pânico, controle-se;
permaneça fiel a Deus e ele manifestará a sua verdade de forma a tornar a sua própria
vida uma bênção também. Ponha em prática o que aprendeu com o seu Elias, tome o
manto dele e ore ardentemente. Decida-se a confiar em Deus e não mais porque
Elias o fez.
O LEGADO DE ELIAS
Venha ao cume do Carmelo e veja aquela admirável lição de fé e vista. O
necessário agora não era a descida de fogo, mas de água; e o homem que pode
ordenar a vinda de um, pode ordenar a vinda de outro, pelos mesmos meios e
métodos. Lemos que ele se prostrou com o rosto entre os joelhos; isto é,
fechou-se de tudo o que entrasse pela vista ou pelos ouvidos. Colocou-se numa
posição em que, sob seu manto, não podia ver nem ouvir o que se passava em
volta.
E
disse ao servo: "Sobe, e olha." O servo foi, voltou e disse:
"Não há nada."
Dizemos:
"É exatamente como eu pensei!" e desistimos de orar. Foi o que Elias
fez? Não, ele disse: "Volta." O servo voltou e veio outra vez,
dizendo: "Nada!" "Volta." "Nada!"
Mas
uma vez ele voltou, dizendo: "Eis aqui uma pequena nuvem, como a mão de um
homem". A mão de um homem estivera erguida numa súplica, e em breve caiu a
chuva; e Acabe não teve tempo de voltar até à porta de Samaria com todos os
seus rápidos cavalos. Eis uma lição de fé e vista — a fé, fechando-se a sós com
Deus; a vista, observando e nada vendo, a fé, prosseguindo, e "orando em
oração", ainda com as desesperançosas notícias da vista.
Logo
após isso nós vemos Elias em Querite, as margens de um pequeno rio. As semanas
iam-se passando, e Elias com espírito alevantado e firme, ia observando aquela
torrente diminuir; muitas vezes, por certo, foi tentado a vacilar por
incredulidade, mas recusou-se a deixar que as circunstâncias se interpusessem
entre ele e Deus. De fato, a incredulidade vê Deus através das circunstâncias,
como nós às vezes vemos o sol despido de seus raios, através do ar esfumaçado;
mas a fé põe Deus no meio, entre si e as circunstâncias, e olha para estas
através dEle.
Então,
a torrente diminuiu até se tornar em um fio prateado; e o fio, em pequenas
poças de água acumulada junto às pedras maiores. Depois, as poças também
diminuíram. Os pássaros sumiram; os animais selvagens do campo e da floresta
não vinham mais beber ali: a torrente estava seca. Só então foi que, ao seu
espírito paciente e firme, "veio a palavra do Senhor, dizendo: Dispõe-te,
e vai a Sarepta".
Muitos
de nós teríamos ficado preocupados e nos cansaríamos de fazer planos, já bem
antes de o fato consumar-se. Teríamos parado de cantar, assim que diminuísse a
música da torrente no seu leito; e dependurando a harpa no salgueiro,
passaríamos a andar pensativos, de um lado para outro, sobre a relva seca. E
provavelmente, muito antes de a torrente estar seca, já teríamos elaborado um plano
de salvamento, pedido a bênção de Deus sobre ele, e partido para outro lugar.
Às
vezes, Deus tem que nos desembaraçar de certas situações; e Ele o faz, porque a
Sua misericórdia dura para sempre; mas se tivéssemos esperado para ver o
desenrolar dos Seus planos, não nos teríamos encontrado no meio de tão
emaranhado labirinto; e não precisaríamos ter que voltar atrás com lágrimas de
vergonha. Espere, espere pacientemente!
CONCLUSÃO
Também o preparo da nossa
fé será incompleto se não entendermos que há uma providência na perda, um
ministério na falha e enfraquecimento das coisas, uma dádiva no vazio. As
inseguranças materiais da vida contribuem para a sua firmeza espiritual. A
tênue correnteza junto à qual Elias estava assentado e meditando, é uma figura
da vida de cada um de nós. "E sucedeu que... o ribeiro se secou" —
eis a história do nosso ontem e a profecia dos nossos amanhãs.
De
uma forma ou de outra, teremos que aprender a diferença entre confiar no dom e
confiar no Doador. O dom pode ser bom por um tempo, mas o Doador é o Amor
Eterno.
Querite
representava um sério problema para Elias, até que chegou a Sarepta. Então tudo
ficou claro como o dia. As palavras duras de Deus nunca são Suas últimas
palavras. Os ais, as perdas e as lágrimas da vida fazem parte do interlúdio,
não do fim.
Se Elias tivesse sido levado diretamente a Sarepta, teria perdido uma
experiência que ajudou a fazer dele um profeta mais sábio e um homem melhor.
Junto a Querite ele viveu pela fé. E quando em nossa vida se secar algum
ribeiro de recursos terrenos, aprendamos que a nossa esperança e socorro estão
no Deus que fez o céu e a terra.
Subsídio para o Professor
Elaborado pelo Pr. Geremias do Couto
Considero o profeta um modelo sobre como nos portarmos em meio a um
ambiente religioso que em nada difere do que Elias enfrentou. Aliás, não
exagero ao reduzir o tema ao meio cristão no qual vivemos, onde o
sincretismo tomou conta em detrimento da glória de Deus. Nesse contexto,
o legado de Elias é um exemplo para todos nós.
1. O legado da sua origem
Elias aparece na história sem qualquer vínculo com o sistema em vigor, seja pelo lado sacerdotal, seja pelo lado monárquico, seja pelo lado profético. O que se registra da sua origem está em 1 Reis 17.1: "Então Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade...". Nada mais é dito. Creio que Deus queria alguém que não tivesse qualquer tipo de comprometimento, que não fosse presa fácil das conveniências e pudesse ser a sua própria boca para confrontar os pecados de Israel. Alguém que tivesse consciência de sua posição como mero instrumento e não instrumentista. Não é que não houvesse profetas entre o povo. Havia. Mas o medo, certamente, os silenciava. Até o responsável pela administração do palácio, Obadias, temia ao Senhor a ponto de esconder 100 profetas das mãos sanguinárias de Acabe. Ele próprio, todavia, não levantava a sua voz contra os desatinos reais por medo de sofrer represálias. Isto se infere de seu encontro com o profeta, 1 Reis 18.7-14. Nesse cenário surge Elias. Só ele pode dar conta da missão. Quando a fé se corrompe a ponto de sufocar os verdadeiros crentes, não são os "profetas estadistas" que o Senhor usará, mas um "tisbita", "um morador de Gileade", alguém que não tenha o seu nome ligado aos horrores que o sistema religioso representa.
2. O legado de sua humanidade
Outro aspecto fundamental da vida do profeta - e de tantos outros homens de Deus registrados na história bíblica - é a sua humanidade. Diferente dos que hoje se promovem como "pequenos deuses", e que se assomam como portadores de privilégios maiores no panteão das "divindades humanas", Elias experimenta os mesmos conflitos que experimentamos, sente as mesmas dores que sentimos, passa pelas mesmas angústias que passamos, tem fome da mesma forma que temos, cansa da mesma forma que cansamos e enfrenta as mesmas paixões que enfrentamos. O episódio que mais escancara a sua humanidade é a depressão que enfrenta - já estudada em lição anterior - quando, extenuado após a batalha do Carmelo, foge de Jezabel. O que me empolga é o fato de a Escritura registrar este lado - o da humanidade do profeta - tão esquecido pelos heróis cristãos de hoje. "Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós...", Tiago 5.17. Quanto mais nos aproximamos de Deus, mais humanos nos tornamos.
3. O legado de sua vida pessoal
Não consta, na Bíblia, que Elias tenha constituído família. É de se pressupor que não, dada a vida quase monástica que levava. A missão que Deus lhe confia impõe desprendimento total. Descobrimos, em seus passos, que ele não tinha apego às coisas materiais e soube viver com a provisão de cada dia, mesmo aquela trazida pelos corvos. Não se vê o profeta em campanhas da semeadura, comercializando "amuletos milagrosos" entre o povo, nem confrontando em seu próprio nome o paganismo mesclado com o judaísmo. Ele sempre age como enviado do Senhor dos Exércitos. Elias não faz questão de comer da mesa do palácio. Creio que, por isso, João Batista tenha sido comparado ao profeta por Jesus. A vida pessoal de Elias é um legado para os que exercemos o ofício sacerdotal nos dias de hoje. Queremos as luzes da ribalta ou o vitupério de sofrer por amor a Cristo? Estamos desapegados às coisas da terra ou usamos o biombo do nosso sacerdócio como instrumento em busca da opulência? Desapego é o que se espera daqueles que são chamados para ministrar diante de Deus.
4. O legado de sua sucessão
O período no Horebe, escondido em uma caverna, não é o fim do ministério de Elias. É o recomeço. Em situações como a que ele enfrentou, temos de ter, também, o nosso Horebe em que as nossas forças são revigoradas para continuar a caminhada. É uma parada para reabastecimento. Quantos corremos de um lado para o outro, cumprimos extensa agenda, pregamos de quarta-feira a domingo e não paramos por nos considerarmos acima da média. Passamos a repetir de forma mecânica as nossas mensagens, o púlpito já não nos alegra, mas se torna um fardo, por sentirmo-nos completamente vazios. Isto se chama esgotamento espiritual. Não podemos perder de vista o Horebe. É ali que o Senhor nos encontra. É ali que o Senhor nos fortalece. É ali que recomeçamos. É ali que o Senhor nos dá novas tarefas. Entre outras coisas, no Horebe o Senhor ordena a Elias que cuide, também, de sua sucessão (1 Rs 19.15-19), além de lhe repreender por achar-se o único que permanecia fiel ao Deus vivo. Havia outros sete mil! Não somos os únicos. No dia em que formos tirados do mundo, outros continuarão a obra. Portanto, cuidar da própria sucessão deveria constar da agenda daqueles que ministram diante do altar.
5. O legado da transferência
Os capítulos finais de 1 Reis e os dois primeiros capítulos de 2 Reis mostram que por algum tempo Elias continua no exercício do seu ministério profético e cumpre as missões recebidas de Deus no Horebe. Mas agora tem a companhia de Eliseu. Este, ao ser convocado para segui-lo, toma o arado, transforma-o em lenha, mata os bois e os assa, numa "churrascada" de fazer "inveja" ao melhor gaúcho, em que todo o povo das redondezas participa, 1 Reis 19.19-21. Tal qual Elias, ele tem de desprender-se. Não pode deixar atrás de si nenhuma possibilidade de voltar atrás. Tem de queimar as pontes. Ou seja, não há volta para os que são chamados por Deus. Pode até, se necessário, eventualmente, "fabricar tendas" para a sobrevivência, como fez Paulo, mas isso é temporário. O chamado será sempre a prioridade. Por fim, há um momento em que Elias começa a caminhada final a partir de Gilgal, passando por Betel, Jericó até chegar ao Jordão. Parece tratar-se da apresentação formal de Eliseu aos alunos das escolas de profetas existentes naquela época. O processo de transferência se inicia, mas Eliseu precisa acompanhá-lo até o fim. Como ele tinha convicção da chamada, segue adiante. E no Jordão, numa experiência mística, dá-se a transferência, quando a capa de seu antecessor vem parar em suas mãos. Não há ciúme, inveja, desconfiança, apego ao poder ou qualquer outro sentimento menor da parte de Elias. Ele simplesmente passa o bastão na hora certa e ninguém tenta puxar o tapete de Eliseu, 2 Reis 2.1-25.
Conclusão
Que o legado de Elias nos sirva de exemplo. Que o nosso apego seja o Reino de Deus e não o nosso império pessoal. Que a nossa glória seja a de Deus, e não a construída pela nossa prepotência. Que tenhamos o bom senso de preparar outros que deem continuidade ao ministério. Certamente não faltará Eliseu em nosso caminho.
Elias aparece na história sem qualquer vínculo com o sistema em vigor, seja pelo lado sacerdotal, seja pelo lado monárquico, seja pelo lado profético. O que se registra da sua origem está em 1 Reis 17.1: "Então Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade...". Nada mais é dito. Creio que Deus queria alguém que não tivesse qualquer tipo de comprometimento, que não fosse presa fácil das conveniências e pudesse ser a sua própria boca para confrontar os pecados de Israel. Alguém que tivesse consciência de sua posição como mero instrumento e não instrumentista. Não é que não houvesse profetas entre o povo. Havia. Mas o medo, certamente, os silenciava. Até o responsável pela administração do palácio, Obadias, temia ao Senhor a ponto de esconder 100 profetas das mãos sanguinárias de Acabe. Ele próprio, todavia, não levantava a sua voz contra os desatinos reais por medo de sofrer represálias. Isto se infere de seu encontro com o profeta, 1 Reis 18.7-14. Nesse cenário surge Elias. Só ele pode dar conta da missão. Quando a fé se corrompe a ponto de sufocar os verdadeiros crentes, não são os "profetas estadistas" que o Senhor usará, mas um "tisbita", "um morador de Gileade", alguém que não tenha o seu nome ligado aos horrores que o sistema religioso representa.
2. O legado de sua humanidade
Outro aspecto fundamental da vida do profeta - e de tantos outros homens de Deus registrados na história bíblica - é a sua humanidade. Diferente dos que hoje se promovem como "pequenos deuses", e que se assomam como portadores de privilégios maiores no panteão das "divindades humanas", Elias experimenta os mesmos conflitos que experimentamos, sente as mesmas dores que sentimos, passa pelas mesmas angústias que passamos, tem fome da mesma forma que temos, cansa da mesma forma que cansamos e enfrenta as mesmas paixões que enfrentamos. O episódio que mais escancara a sua humanidade é a depressão que enfrenta - já estudada em lição anterior - quando, extenuado após a batalha do Carmelo, foge de Jezabel. O que me empolga é o fato de a Escritura registrar este lado - o da humanidade do profeta - tão esquecido pelos heróis cristãos de hoje. "Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós...", Tiago 5.17. Quanto mais nos aproximamos de Deus, mais humanos nos tornamos.
3. O legado de sua vida pessoal
Não consta, na Bíblia, que Elias tenha constituído família. É de se pressupor que não, dada a vida quase monástica que levava. A missão que Deus lhe confia impõe desprendimento total. Descobrimos, em seus passos, que ele não tinha apego às coisas materiais e soube viver com a provisão de cada dia, mesmo aquela trazida pelos corvos. Não se vê o profeta em campanhas da semeadura, comercializando "amuletos milagrosos" entre o povo, nem confrontando em seu próprio nome o paganismo mesclado com o judaísmo. Ele sempre age como enviado do Senhor dos Exércitos. Elias não faz questão de comer da mesa do palácio. Creio que, por isso, João Batista tenha sido comparado ao profeta por Jesus. A vida pessoal de Elias é um legado para os que exercemos o ofício sacerdotal nos dias de hoje. Queremos as luzes da ribalta ou o vitupério de sofrer por amor a Cristo? Estamos desapegados às coisas da terra ou usamos o biombo do nosso sacerdócio como instrumento em busca da opulência? Desapego é o que se espera daqueles que são chamados para ministrar diante de Deus.
4. O legado de sua sucessão
O período no Horebe, escondido em uma caverna, não é o fim do ministério de Elias. É o recomeço. Em situações como a que ele enfrentou, temos de ter, também, o nosso Horebe em que as nossas forças são revigoradas para continuar a caminhada. É uma parada para reabastecimento. Quantos corremos de um lado para o outro, cumprimos extensa agenda, pregamos de quarta-feira a domingo e não paramos por nos considerarmos acima da média. Passamos a repetir de forma mecânica as nossas mensagens, o púlpito já não nos alegra, mas se torna um fardo, por sentirmo-nos completamente vazios. Isto se chama esgotamento espiritual. Não podemos perder de vista o Horebe. É ali que o Senhor nos encontra. É ali que o Senhor nos fortalece. É ali que recomeçamos. É ali que o Senhor nos dá novas tarefas. Entre outras coisas, no Horebe o Senhor ordena a Elias que cuide, também, de sua sucessão (1 Rs 19.15-19), além de lhe repreender por achar-se o único que permanecia fiel ao Deus vivo. Havia outros sete mil! Não somos os únicos. No dia em que formos tirados do mundo, outros continuarão a obra. Portanto, cuidar da própria sucessão deveria constar da agenda daqueles que ministram diante do altar.
5. O legado da transferência
Os capítulos finais de 1 Reis e os dois primeiros capítulos de 2 Reis mostram que por algum tempo Elias continua no exercício do seu ministério profético e cumpre as missões recebidas de Deus no Horebe. Mas agora tem a companhia de Eliseu. Este, ao ser convocado para segui-lo, toma o arado, transforma-o em lenha, mata os bois e os assa, numa "churrascada" de fazer "inveja" ao melhor gaúcho, em que todo o povo das redondezas participa, 1 Reis 19.19-21. Tal qual Elias, ele tem de desprender-se. Não pode deixar atrás de si nenhuma possibilidade de voltar atrás. Tem de queimar as pontes. Ou seja, não há volta para os que são chamados por Deus. Pode até, se necessário, eventualmente, "fabricar tendas" para a sobrevivência, como fez Paulo, mas isso é temporário. O chamado será sempre a prioridade. Por fim, há um momento em que Elias começa a caminhada final a partir de Gilgal, passando por Betel, Jericó até chegar ao Jordão. Parece tratar-se da apresentação formal de Eliseu aos alunos das escolas de profetas existentes naquela época. O processo de transferência se inicia, mas Eliseu precisa acompanhá-lo até o fim. Como ele tinha convicção da chamada, segue adiante. E no Jordão, numa experiência mística, dá-se a transferência, quando a capa de seu antecessor vem parar em suas mãos. Não há ciúme, inveja, desconfiança, apego ao poder ou qualquer outro sentimento menor da parte de Elias. Ele simplesmente passa o bastão na hora certa e ninguém tenta puxar o tapete de Eliseu, 2 Reis 2.1-25.
Conclusão
Que o legado de Elias nos sirva de exemplo. Que o nosso apego seja o Reino de Deus e não o nosso império pessoal. Que a nossa glória seja a de Deus, e não a construída pela nossa prepotência. Que tenhamos o bom senso de preparar outros que deem continuidade ao ministério. Certamente não faltará Eliseu em nosso caminho.
Bibliografia:
CHAMPLIN, R.N. Enciclopedia de Bíblia Teologia e Filosofia. HAGNOS.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
GARNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
GARNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA.
Prezados irmãos, aproveitem bastante o tema. É um assunto atual. Procure debater o assunto a fim de que você e outros, possam aprender e discernir melhor os dias em que vivemos.
Na parte da tarde, vá fazer visitas aos que estão parados á beira do caminho, vá visitar um hospital, uma clínica de idosos ou um irmão enfraquecido na fé ou doente fisicamente falando.
Aproveite para evangelizar, pregar as Boas Novas e se prepare para que você e seus irmãos tenham á noite, um maravilhoso culto.
O domingo é do Senhor. Então, dedique-o a Ele.
Abraços.
Vivam vencendo!!!
Seu irmão menor.
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