28 outubro 2012

“PT começou cumprir ameaças contra evangélicos”, afirma jornalista Reinaldo Azevedo, da Veja

O embate travado entre o pastor Silas Malafaia contra o candidato a prefeito de São Paulo pelo PT, Fernando Haddad, serviu, segundo o jornalista Reinaldo Azevedo, da revista Veja, para que o Partido dos Trabalhadores começasse “a cumprir uma ameaça” feita pelo ministro-chefe da Casa Civil, Gilberto de Carvalho.
Em fevereiro deste ano, durante o Fórum Social Mundial, Gilberto Carvalho declarou numa palestra que seria “preciso fazer uma disputa ideológica com os líderes evangélicos pelos setores emergentes”, e que o governo proporia a criação de uma empresa de mídia estatal para se dirigir à classe C.
As palavras do ministro ecoaram no meio evangélico e causaram fortes reações de líderes, como o pastor Silas Malafaia e o senador Magno Malta, que repudiaram, por diversas vezes, as declarações de Carvalho.
Recentemente, para rebater as críticas de Malafaia contra Haddad, o PT divulgou um documento em que alguns líderes evangélicos expressaram apoio à candidatura do ex-ministro da Educação, considerado responsável pela criação kit-gay. Para Reinaldo Azevedo, a divulgação do apoio como se fosse uma reação ao pastor Malafaia faz parte da promessa feita por Gilberto Carvalho, de disputar a ideologia propagada no meio evangélico.
-O PT quer ter a sua própria ‘igreja’. Também quer a sua própria imprensa. A sua própria OAB. O seu próprio STF. A sua própria SBPC. A sua própria universidade. Com sua vocação totalizante e totalitária, o partido quer submeter todas as instâncias da sociedade a seus ditames. Por isso, atribui a um manifesto de meia dúzia de evangélicos o que nem mesmo está lá. O texto não ataca Malafaia, mas Haddad o vende como uma reação ao líder religioso que não o apoia – frisa Azevedo.
Para o jornalista, “o PT jamais desiste de uma ideia, ainda que diga o contrário”, e ressalta que a busca do partido por influenciar a todos, em tudo, ainda permanece: “[O PT] não desistiu, estejam certos, de disputar a influência com os evangélicos, como se fosse também uma igreja… Ocorre que a existência de correntes cristãs que têm a fidelidade de seus fiéis soa uma traição ao partido que quer ser impor como imperativo categórico. É ele, partido, que tem de estar em todos os lugares. Por isso, agora, essa cruzada contra a Malafaia e contra os pastores que não estão com Haddad”, afirma o jornalista, explicando seu ponto de vista.
Reinaldo Azevedo crítica a essência dos objetivos do PT, e sua forma de interpretar a democracia: “O partido não pode aceitar que haja um líder religioso ou que haja correntes religiosas que se oponham à sua orientação. Sendo assim, então, ele decide criar a sua própria igreja, seduzindo alguns evangélicos com migalhas”.
Confira abaixo a íntegra do artigo de Reinaldo Azevedo no site da revista Veja:


Não! Este texto não é sobre religião e política. Este é um texto que repudia os que pretendem fazer da política uma religião.
O comando de campanha de Fernando Haddad, candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, convocou alguns pastores evangélicos — de pouca expressão, é verdade — para uma reunião no diretório municipal do partido. Ali se redigiu uma espécie de manifesto daqueles poucos líderes em favor do petista. Não se toca no nome do pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus, que expressou seu apoio ao tucano José Serra. Quem se encarregou de criticar Malafaia foi o próprio Haddad: “Na verdade, houve uma reação aos modos e aos termos que o pastor [Malafaia] utilizou para se referir à minha pessoa. Inclusive uma pessoa que nem é de São Paulo”. Haddad acha que religião tem de ter base territorial, entende? Haddad acha que o divino tem de respeitar fronteiras territoriais. Adiante! O líder religioso da Assembleia de Deus emitiu uma nota (ver post abaixo) apontando o que considera “as mentiras” do petista. Não! À diferença do que podem pensar alguns, não farei um texto sobre religião. Tratarei de algo até mais amplo. A ameaça feita em janeiro por Gilberto Carvalho começa a se cumprir. O PT já começou a sua mobilização para disputar influência com os evangélicos. Para tanto, decidiu provocar um confronto entre os religiosos. Por quê?
Porque o PT quer ter a sua própria “igreja”. Também quer a sua própria imprensa. A sua própria OAB. O seu próprio STF. A sua própria SBPC. A sua própria universidade. Com sua vocação totalizante e totalitária, o partido quer submeter todas as instâncias da sociedade a seus ditames. Por isso, atribui a um manifesto de meia dúzia de evangélicos o que nem mesmo está lá. O texto não ataca Malafaia, mas Haddad o vende como uma reação ao líder religioso que não o apoia.
PT começa a cumprir ameaça contra evangélicos
O PT começa a cumprir uma ameaça. No Fórum Social de Porto Alegre, no fim de janeiro, o ministro Gilberto Carvalho (secretário-geral da Presidência), homem mais importante no PT depois de Lula e seu provável futuro presidente, deu uma palestra. Na plateia, estava ninguém menos do que assassino e terrorista Cesare Basttisti, que ficou no Brasil por vontade Lula e Tarso Genro. Tudo em casa!
Carvalho estava muito à vontade. Confessou lá que o governo tem a intenção de criar uma mídia estatal para a classe C. Entenderam? A imprensa que está aí não serve. O estado precisaria financiar outra, mais adequada às necessidades do partido. Carvalho foi além: anunciou a disposição do PT de fazer “uma disputa ideológica coma as lideranças evangélicas para conquistas a classe C”. À época, escrevi um post sobre essa palestra e produzi uma série de textos a respeito.


Estava claro ali: o objetivo era mesmo confrontar os evangélicos. A fala deu um barulho danado, especialmente depois que demonstrei aqui o seu alcance e gravidade. Dilma teve de sair em socorro do ministro. Disseram que não era bem aquilo, que ele havia se expressado mal. Na esteira do mal-estar, Dilma deu o Ministério da Pesca para Marcelo Crivella, sobrinho de Edir Macedo, da Igreja Universal, que representa fatia relativamente pequena dos evangélicos. Os petistas, como deixa claro o mensalão, estão acostumados a comprar apoios — seja com dinheiro de propina, seja com ministérios…
Muito bem! Não se esqueçam de uma coisa: o PT jamais desiste de uma ideia, ainda que diga o contrário. E não desistiu, estejam certos, de disputar a influência com os evangélicos, como se fosse também uma igreja… Ocorre que a existência de correntes cristãs que têm a fidelidade de seus fiéis soa uma traição ao partido que quer ser impor como imperativo categórico. É ele, partido, que tem de estar em todos os lugares. Por isso, agora, essa cruzada contra a Malafaia e contra os pastores que não estão com Haddad. E como é que os petistas contam levar a cizânia ao seio evangélico? Ora, usando alguns… evangélicos, que aceitam se comportar como inocentes úteis em troca de algumas promessas. Isso reforça a tese do PT de que tudo tem um preço, de que tudo pode ser reduzido a dinheiro — às vezes, dinheiro vivo, como se viu no mensalão.
Substituir a sociedade
Não! O partido não pode aceitar que haja um líder religioso ou que haja correntes religiosas que se oponham à sua orientação. Sendo assim, então, ele decide criar a sua própria igreja, seduzindo alguns evangélicos com migalhas. É o mesmo partido que não aceita o STF — que representaria, segundo Rui Falcão, a elite “suja e reacionária”. Ora, José Genoino está por aí a dizer que não se sente um condenado, como se isso fosse matéria subjetiva. Quem sabe a cadeia o faça mudar de ideia… Jorge Viana, senador pelo PT do Acre, já disse achar inadmissível que o governo nomeie ministros que depois condenem membros do partido. O PT quer, em suma, ter O SEU STF, ASSIM COMO QUER TER A SUA IGREJA.
Também rejeita uma disputa franca e aberta pelo comando da OAB, por exemplo. Está metido na disputa pelo comando da Ordem dos Advogados do Brasil porque não aceita, como é o certo, uma OAB que vigie o poder. Ao contrário: o PT quer um poder que vigie a OAB.
O partido vive às turras com o jornalismo independente porque, confessou Carvalho,  quer ter a sua própria imprensa, que se ocupe não de noticiar o que é do interesse do conjunto da população, mas o que é útil a seu próprio fortalecimento. O diabo é que quer fazer isso com dinheiro público! Existir um jornalismo que se oriente segundo critérios que não são os da legenda ofende esses patriotas — assim como os ofende haver igrejas ou entidades de classe e categoria que não estejam a serviço de seus anseios.
O petismo também quer a sua própria universidade, de que é expressão gente como Marilena Chaui (ver post na home), esta detestável senhora capaz de torcer miseravelmente os fatos em favor da sua ideologia, sem qualquer compromisso com a verdade. Há anos o partido transformou a academia num mero quintal de seu projeto de poder.
Nada, assim, pode escapar a seu controle e a sua visão torta de mundo. A guerra que decidiu promover contra Malafaia expressa a pior e a mais típica natureza do petismo. Repete o que o partido vem fazendo em outros setores da sociedade de maneira contumaz e organizada. No que diz respeito à imprensa, por exemplo, ninguém ignora o desavergonhado financiamento ao subjornalismo, mobilizado para atacar autoridades do Judiciário, líderes da oposição e a imprensa independente.
Esses são os petralhas. E o país que eles imaginam se parece, deixem-me ver, com a Venezuela, com Cuba, com o Equador ou com a Argentina de Cristina Kirchner. Neste blog não passam. Como tenho afirmado nos lançamentos do meu livro mais recente, eles não se cansam de dizer mentiras sobre si mesmos, e eu não me canso de dizer a verdade sobre quem são.

Ainda sobre o assunto, posto uma divulgação do Pr. Malafaia que teme intenção do PT em macular sua reputação:


O pastor Silas Malafaia está em estado de alerta e enviou uma mensagem para que os evangélicos do Brasil saibam que ele poderá ser vítima de uma ação difamatória que partirá de dirigentes do PT.
Em nota enviada à imprensa, o pastor garante que foi informado por pessoas próximas de que o Partido dos Trabalhadores estaria procurando algo para manchar sua imagem diante de todos os brasileiros.
“Fui informado por gente da mais alta confiança, que está infiltrada em órgãos de informação, imprensa e política partidária, que altos dirigentes do PT estavam preparando um plano a fim de denegrir-me diante da opinião publica e, como resultado, tentar calar a minha voz e prejudicar minha influência no meio do povo evangélico”, escreve Malafaia.
No primeiro momento o pastor ficou pensando no que poderia acontecer, até que nesta quarta-feira (24) ele recebeu um pedido vindo de um órgão federal solicitando algumas documentações, informações estas que podem fazer parte do plano para denegrir sua imagem.
Malafaia acredita que se qualquer erro for encontrado em seus documentos os interessados plantarão notícias para tentar acabar com sua influência na vida de milhares de pessoas, evangélicos e não evangélicos, já que ele é uma das personalidades mais influentes do país.

No comando do programa Vitória em Cristo há 30 anos, Silas Malafaia não tem papas na língua e usa todo o seu poder midiático para alertar a população brasileira sobre possíveis ações que possam vir a ferir não só a fé cristã como também a Constituição Federal.
Por seus posicionamentos fervorosos ele tem colecionado inimigos políticos entre eles o PT.
“Como tenho exaustivamente declarado, não sou contra ou a favor de nenhum partido político. Apoio pessoas. Minhas posições têm a ver com os princípios em que creio e dos quais não abro mão”, garante o pastor.

Leia a nota completa:

“Denúncia gravíssima: altos dirigentes do PT querem me denegrir

Na segunda-feira (22/10) fui informado por gente da mais alta confiança, que está infiltrada em órgãos de informação, imprensa e política partidária, que altos dirigentes do PT estavam preparando um plano a fim de denegrir-me diante da opinião publica e, como resultado, tentar calar a minha voz e prejudicar minha influência no meio do povo evangélico.
Quando recebi a informação, fiquei quieto pensando qual seria a melhor maneira de manifestar-me, pois na terça-feira (23/10) viajei para pregar em um congresso em Londres. Nesta quarta-feira (24/10), ao receber em meu escritório um pedido de informações detalhadas para um órgão federal — que agora, por uma questão de estratégia, não quero revelar, mas tenho o documento em mãos —, o sinal amarelo acendeu, pois há mais de três anos faço o mesmo procedimento e só agora estão me pedindo informações tremendamente detalhadas.
Eu já sei a razão disso! É para ver se encontram alguma falha, por menor que seja, a fim de produzirem uma notícia de impacto para me denegrir. Isso eles sabem fazer muito bem, assim como, por serem Governo, também controlam instituições públicas que podem agir até ao arrepio da lei para produzir fatos. Depois o acusado, denegrido, que se vire na Justiça para provar sua inocência.
Não uso factoide nem dados mentirosos para produzir qualquer notícia que venha a denegrir alguém. Estou me precavendo de uma possível retaliação perversa devido às minhas posições firmes. Como tenho exaustivamente declarado, não sou contra ou a favor de nenhum partido político. Apoio pessoas. Minhas posições têm a ver com os princípios em que creio e dos quais não abro mão.
Ficarei admirado se essa informação for verdadeira. Como alguns membros do PT podem ser tão medíocres uma vez que eu mesmo já votei no Lula, em 2002, no 2º turno? Em seu programa eleitoral dei depoimento a favor dele. Fui até membro do Conselho de Desenvolvimento da Presidência da República. Agora, por minhas posições firmes contra Haddad, querem me retaliar. Se o PT resolver escolher esse caminho, acredito que ele terá a repulsa dos evangélicos e das pessoas de bem em geral neste país, pois não vamos ficar calados.
Este documento está sendo enviado para jornalistas, líderes do PT no Senado, Secretaria Geral da Presidência da República e todos os membros da mais alta corte do país, o Supremo Tribunal Federal. Não vou deixar que ninguém jogue a minha reputação na lama por interesses escusos e medíocres na tentativa de calar a minha opinião.
Silas Malafaia”

Um comentário:

  1. Ele é um jornalista católico convicto, mas não mistura as estações e se levanta contra aqueles que perseguem adeptos de outras religiões. Uma boa demonstração de tolerância religiosa e respeito entre cristãos.

    ResponderExcluir