18 julho 2012

LIÇÃO 4 - Superando os traumas da violência social


TEXTO ÁUREO
“A terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de violência” (Gn 6.11). - Violência - mais precisamente, “estado de ausência de lei”. [Esse tema é desenvolvido em Ez 8.17; 9.9-11.6].

VERDADE PRÁTICA
A Igreja de Cristo deve acolher, com amor e hospitalidade, toda pessoa vítima de violência.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Gênesis 6.5-12.
OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
  • Explicar a origem da violência;
  • Compreender que a violência é um problema de todos; e
  • Conscientizar-se do papel acolhedor da igreja.
Palavra Chave
 Violência: Qualidade do que é violento; ação de empregar força física ou intimidação moral contra alguém; ato violento [Estado daquilo que é violento. Ato violento. Ato de violentar. Veemência. Irascibilidade. Abuso da força. Tirania; opressão. [Jurídico, Jurisprudência] Constrangimento exercido sobre alguma pessoa para obrigá-la a fazer um ato qualquer; coação][a]. O termo deriva do latim violência (que por sua vez o amplo, é qualquer comportamento ou conjunto de deriva de vis, força, vigor); aplicação de força, vigor, contra qualquer coisa[b].

Introdução
A violência é uma realidade milenar. Desde que o homem afastou-se do governo divino tem andado ao longo dos milênios, de mãos dadas com a violência, abrangendo todas as Idades: Antiga, a Idade Média, Moderna e Contemporânea. Filosoficamente se entende que a violência existe desde os tempos primordiais e reformulou-se na medida em que o homem passou a viver em sociedade. Inicialmente foi entendida como agressividade instintiva, gerada pelo esforço do homem para sobreviver na natureza. A organização das primeiras comunidades e, principalmente, a organização de um modo de pensar coerente, que deu origem às culturas, gerou também a tentativa de um processo de controle da agressividade natural do homem. No AT encontramos o relato de Ninrode, descrito como o primeiro poderoso na terra (Gn 10.8; 1Cr 1.10). Filho de Cuxe, que era filho de Cam, portanto, bisneto de Noé. Sobre este homem, Flavio Josefo escreveu: “Pouco a pouco, transformou o estado de coisas numa tirania, sustentando que a única maneira de afastar os homens do temor a Deus era fazê-los continuamente dependentes de o seu próprio poder. Ele ameaçou vingar-se de Deus, se Este quisesse novamente inundar a terra; porque construiria uma torre mais alta do que poderia ser atingida pela água e vingaria a destruição dos seus antepassados. O povo estava ansioso de seguir este conselho, achando ser escravidão submeter-se a Deus; de modo que empreenderam construir a torre […] e ela subiu com rapidez além de todas as expectativas.” - Jewish Antiquities(Antiguidades Judaicas), I, 114, 115 (iv, 2, 3). Não é possível fugirmos desse mal que assola a humanidade desde tempos imemoriais, e sofremos as conseqüências mesmo tendo sido regenerados em Cristo. A única maneira de minorarmos as conseqüências é levando Cristo ao mundo através do esforço evangelístico. Não podemos ficar indiferentes aos seus males, porque enquanto permanecermos neste mundo estaremos sujeitos às suas conseqüências. Todavia, não devemos esquecer-nos de que a nossa vida está escondida em Deus e nele estaremos sempre seguros. 

I. A VIOLÊNCIA IMPERA SOBRE A TERRA
1. A origem da violência. O termo hebraico hãmãs, “injustiça, cujo significado é “ser violento com”, “tratar violentamente”, é a palavra é usada freqüentemente no texto bíblico com a idéia de violência pecaminosa. É também sinônimo de extrema impiedade. No NT aparece na forma do termo grego bia, significando “forçar, insistir”, usado na voz média: fazer uso da força, forçar, pressionar, esforçar-se (Lc 16.16); e na voz passiva: sofrer violência, ser pego à força (Mt 11.12). De bia, o seu derivado biastês, pessoa violenta; e parabiadzomai: coagir, persuadir[c]. A nossa palavra portuguesa “violência” tem sua origem na raiz latina violar que classicamente apresenta os seguintes sentidos: ofender com violência, transgredir, profanar, exercer violência sobre, forçar, coagir, fazer uma ação impetuosa. A violência é uma das conseqüências da queda do homem. E é lógico que há um interesse do inferno em intensificar cada vez mais a violência, pois ela é contrária aos princípios bíblicos e desnecessária na resolução de qualquer problema (Gn 3.4-24; 6.5; Gn 4.3-5; Rm 3.23). Mais especificamente, a violência se distingue da simples aplicação da força. Enquanto a força designa genericamente a energia ou intensidade aplicada em determinado movimento, a violência é o elemento qualificador negativo da força: ação corrompida ou contaminada pelas emoções negativas - desprezo, rancor, ressentimento, raiva, ira, cólera, fúria, ódio - e intencionalmente voltada à agressão, intimidação, coerção, eliminação ou destruição de outrem. Portanto, a construção de uma definição preliminar de violência inclui ao menos estes dois elementos: emoção e intenção. Quanto à sua aplicação, a violência pode ser realizada tanto impulsivamente quanto de modo deliberado e calculado[d].
2. A multiplicação da violência. O ato de Caim revela a natureza da humanidade que, agora arruinada pelo pecado, comete violência sobre violência (Sl 14.1-3; Rm 3.10-18). Deus deu outro filho a Adão e Eva em lugar de Abel, a quem chamaram Sete. Note-se que, quando do nascimento de Enos, a geração de Sete começou a invocar o nome do Senhor, conforme o verso vinte e seis. Este fato, marcado pelo interesse espiritual, mani­festa esta geração de Sete como filhos de Deus, enquanto a geração de Caim, marcada pelo interesse material, é conotada como os filhos do homens. “Naqueles dias estavam os nefilins na terra, e também depois, quando os filhos de Deus conheceram as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos. Esses nefilins eram os valentes, os homens de renome, que houve na antiguidade” (Gn 6.4). Estes nefilins, de acordo com o nome, eram lenhadores, cortadores e rachadores de madeira, portanto, gente forte, agressiva e temível. Então, veio a apostasia da linhagem de Sete, os filhos de Deus, através da sua mistura com a linhagem de Caim, os filhos dos homens, e a violência agravou-se. Deus não gostou do estado dessa sociedade e determinou acabar com aquela raça humana para recomeçar uma nova geração a partir do seu amigo Noé, descendente de Sete, capacitado para ouvir e decifrar a mensagem divina (Gn 6.9).
3. A violência na sociedade atual. Falar de violência na sociedade atual implica em abarcar todos os sentidos do termo e aprofundá-los em uma gama ampla, onde o real surpreende sempre pelo ineditismo de uma ação que pode ser cada vez mais violenta, porque o nosso mundo é violento, é injusto, onde as questões são resolvidas pela força, pela violência. Os crentes no Senhor Jesus, como peregrinos neste mundo, são alcançados também por essa violência. Aliás, nos envolvemos nisso de tal maneira que acabamos usando também as maneiras e as armas do mundo, usando força e violência contra aqueles com quem convivemos, ainda que nem sempre nossa violência seja física. Quem não fez uso de violência mental, ou moral? Podemos inclusive estar abusando tanto da nossa força, que contra o outro usamos de violência espiritual - depreciamos; humilhamos; desencorajamos; julgamos; condenamos e excluímos. Vivemos numa sociedade muito doente, a qual nos exige uma movimentação constante, ainda que vazia. A violência é uma expressão dessa doença mental, por privação de amor. A falta de amor faz com que as pessoas adoeçam, agitem-se. Isso nos mostra o quanto o outro nos faz falta. A falta de amor torna-se insuportável, portanto, agimos, sem se quer refletir e, tolerar a dúvida. Assim, responde a demanda do outro. Digo de outra forma: “o ato violento me permite por uns minutos me sentir existindo”. Pensar é dar um significado, um sentido a vida. Sócrates diz: “o pensar acompanha o viver”. (p.58). Quem não ama adoece. A doença passa a ser a sua companhia. Portanto, as pessoas doentes não se relacionam, não vivem como poderiam viver, não dão o que tem e podem dar de melhor de si. Pois, o grande problema da atualidade é a desestrutura familiar, a ausência de família e, principalmente a ausência do pai[e].

SINOPSE DO TÓPICO (I) Desde que o primeiro casal pecou, a violência impera sobre a Terra através da maldade humana.

II. VIOLÊNCIA, UM PROBLEMA DE TODOS

1. Quando o crente é perseguido. Quando nos referimos à realidade da violência, automaticamente pensamos em sua manifestação física. Contudo, a tipologia da violência é complexa, e mesmo a agressão corporal possui ascendentes níveis de intensidade e consequências (desde um leve ataque até a destruição completa do corpo ou objeto agredido) (Sl 73.21). A violência não é necessariamente cruenta, é possível minar a autoestima e desfigurar a organização do universo mental de alguém por meio do recurso à rejeição, depreciação, preconceito, discriminação, ameaça, desrespeito, humilhação, assédio moral, silenciosa hostilidade, entre outras atitudes. É da apresentadora Hebe Camargo a seguinte frase: “Eu às vezes me pergunto como as igrejas evangélicas conseguem fazer lavagem cerebral em milhares de pessoas” [extraído do blog Jornal Cristão, acesso em 16/07/12].
2. A ação do bom samaritano. Os pacificadores são chamados filhos de Deus, (Mt 5.9) mas os enganadores e perversos são filhos do Diabo (At 13.10). Os que amam são chamados filhos do altíssimo, conforme Lc 6.35: “Amai, porém, a vossos inimigos, fazei bem e emprestai, nunca desanimando, e grande será a vossa recompensa, e sereis filhos do Altíssimo.” Mas os que odeiam são filhos das trevas, de acordo com 1Jo 2.11: “Mas aquele que odeia a seu irmão está nas trevas e anda nas trevas, e não sabe para onde vai porque as trevas lhe cegaram os olhos.” Jesus também referiu que os filhos deste mundo são mais sagazes do que os filhos da luz (Lc 16.8). Pedro informa-nos que “tais homens têm prazer em deleites à luz do dia, eles são nódoas e máculas, deleitando-se em suas dissimulações quando se banqueteiam convosco, tendo os olhos cheios de adultério e insaciáveis no pecar; engodando as almas inconstantes, tendo um coração exercitado na ganância, filhos de maldição” (2 Pd 2.13,14).
3. A Igreja deve denunciar a violência através de ações. O site Gospelmais publicou uma reportagem sob o título “Igrejas evangélicas são a nova arma da Argentina contra a violência“: “Para combater o aumento da criminalidade e da violência policial a cidade de Comodoro Rivadavia na província de Chubut, na Argentina, está contando com a ajuda das igrejas evangélicas locais. O apoio das igrejas foi solicitado por um dos membros da Câmara Municipal da cidade. A Câmara está estudando a possibilidade de alterar o Código de Processo Penal, conforme solicitado o prefeito Nestor Di Pierro. O vereador Carlos Vargas foi quem teve a iniciativa de pedir ajuda das igrejas no combate à violência, segundo ele a igreja é uma instituição que ensina bons valores cristãos. De acordo com o Noticias Cristianas Vargas afirmou que a nova gestão da cidade não obteve ainda muitas mudanças na cidade, mas que estão trabalhando na resolução dos problemas sociais. Com a ajuda das igrejas o vereador espera trabalhar na prevenção de novos crimes, principalmente focando na educação. “Vamos convidar muitas igrejas evangélicas para fazer parte da contenção para as crianças. Como um homem de fé, eu sempre digo que quando as crianças são ensinadas nos princípios religiosos, desde pequeno, aprendem a respeitar a Deus, ao próximo e a natureza”, afirmou Vargas. O vereador informou ainda que está conversando com lideranças evangélicas em busca de apoio para o trabalho de redução da violência a ser implantado no primeiro semestre de 2012: “Temos conversados com os pastores há muito tempo e agora em março, quando muito, em uma última análise, vamos começar a ter reuniões com eles para começarmos a formar este trabalho”, explicou” [f]. Esse político argentino tem razão. Hoje, as igrejas evangélicas são fortes e atuantes, todavia nas questões sociais ainda há pouca atuação, talvez em virtude do receio que temos do chamado “Evangelho Social” que tanto “ameaçava” os antigos quanto à ortodoxia cristã no século passado. Há no Evangelho um princípio restaurador e que visa reabilitar o ser humano. O Brasil tem ganhado com o crescimento do Evangelho, uma vez que o movimento evangélico tem suas bases assentadas sobre a evangelização e evangelização, segundo o Pacto de Lausanne, é o Evangelho todo, para o homem todo, para todos os homens. A partir da conferência de Lausanne, na Suiça, em 1974, o mundo evangélico é levado a refletir sobre sua tarefa missionária e sobre a cooperação no cumprimento da missão. Não estamos imunes à violência, apesar dos muitos textos bíblicos que falam de proteção divina. O próprio Jesus afirmou que no mundo teríamos aflições - aprouve a Deus que seu próprio Filho fosse moído por nossas transgressões - quanto mais nós. Em nosso mundo, coisas boas e ruins acontecem para nós e nossos vizinhos, como está bem explicitado no livro de Jó. Por isso, a Igreja do Senhor deve empreender ações de cunho evangelísticos a fim de resgatar vidas pela transformação do Evangelho e na mesma proporção, auxiliar as vítimas da violência a superarem os traumas provenientes de atos violentos.

SINOPSE DO TÓPICO (II) A ação do bom samaritano nos estimula a perceber que a igreja deve denunciar os atos de violência através de sua ação acolhedora.

CONCLUSÃO

A violência contra os cristãos não é nenhuma novidade na história da Igreja. Desde a Igreja primitiva, muitos seguidores de Cristo têm sido mortos de forma violenta. Na atualidade, a quantidade de cristãos que morre de forma violenta como consequência de sua fé não é menor do que naquele período da histórico. Não obstante o motivo da violência contra cristãos não diferir daqueles dos primeiro séculos, acrescenta-se hoje, a violência que grassa todas as camadas sócias em virtude da degeneração ética, moral e religiosa. Em artigo publicado em seu website, Ilana Casoy, integrante do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Psiquiatria Forense e Psicologia Jurídica do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo e membro consultivo da Comissão de Política Criminal e Penitenciária da Ordem dos Advogados do Brasil, apresenta um panorama duro: “Matar, neste país, é bem barato. Com uma rapidez absurda o assassino está nas ruas, isso quando cumpre algum tempo de cadeia”, protesta. A especialista advoga a busca por soluções científicas, e não mais tentativas infrutíferas que confundem e atrasam a tomada de medidas adequadas e eficientes. Há dez anos dedicando-se ao estudo de crimes violentos e assassinatos em série, Ilana dá sua receita: “Todo trabalho de prevenção ou diminuição de criminalidade se inicia com pesquisas relacionadas à infância e família, berço da violência e crime.” Quem sabe, então, os cristãos deveriam devotar menos atenção a certas promessas infundadas e passar a viver mais passagens como Provérbios 22.6: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele”. Uma aposta - bíblica - num futuro mais seguro e menos violento. [g]. Vamos seguir este conselho! Amém! N’Ele, que me garante: “Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8), 
 
Subsídio para o Professor 

INTRODUÇÃO
A violência é o grande mal da humanidade. É resultante de uma vida impiedosa e destituída da presença de Deus. Suas raízes são profundas e remontam ao berço da humanidade. Nasceu no seio da primeira família e nunca mais parou de se estender impiedosamente a todos os seres racionais, haja vista que “violência gera violência”. Seus traumas são dramáticos e difíceis de serem suportados.
 
 Em nossos desditosos dias, a violência surge como o sol, dificilmente escapamos de sua presença. Ela está abrigada pela impunidade, porque as autoridades perderam a sua força, a sua moral, pelo mau exemplo que a cada dia nos chega ao conhecimento pelos meios de comunicação. O homem bom se torna prisioneiro em sua própria habitação e o perverso anda lisonjeiramente como que a zombar do infortúnio dos honestos e humildes, caracterizando-se assim um claro e preocupante paradoxo humanitário. Todo esse quadro, gera no homem insuportável aflição, desassossego, insônia, apatia, desânimo, ao ponto de muitos perderem a vontade de viver.  Nesse momento, surge uma grande e desesperadora interrogação: a quem recorrer? Quem pode se levantar em auxílio dos desesperados e aflitos? Olhando no plano horizontal, ou seja, buscando auxílio no homem, frustramo-nos e ficamos desolados. Até porque a Palavra de Deus nos afirma: “…vão é o socorro  do homem“(Sl 60:11). Resta-nos a única fonte capaz de não somente nos livrar da desgraça da violência, mas também nos proporcionar alívio quando ela nos acometer. Essa Fonte é Jesus Cristo(Deus Conosco - Mt 1:23)) e o Espírito Santo(o Sumo Consolador da Igreja - João 16:7,13). Superar os traumas da violência é um desafio e um exercício de fé em Deus. Que Ele nos ajude!
I. A VIOLÊNCIA IMPERA SOBRE A TERRA.

A violência é uma das consequências da queda do homem. E é lógico que há um interesse das “potestades” em intensificar cada vez mais a violência, pois ela é contrária aos princípios bíblicos e desnecessária na resolução de qualquer problema.
1. Origem da Violência. A palavra “violência” na Bíblia é “Hamas“, que significa, “injustiça, ser violento com, tratar violentamente”. A palavra é usada frequentemente como ideia de violência pecaminosa. É também sinônimo de extrema impiedade. Em Gn 6:11 lemos: “A terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de violência”. Neste texto, a associação feita entre “corrupção” e “violência” é assustadora e demonstra que o estado do mundo determina seus aspectos vivenciais e também atrai a ira de Deus! A violência é fruto do pecado. Ela tem origem na queda do homem. Após a queda do homem no Éden, Caim, filho de Adão, matou Abel, seu próprio irmão. Lameque fez uma canção onde contou às suas duas mulheres os motivos pelos quais matou dois homens(Gn 4:23). Por causa do pecado, somos inclinados a resolver as coisas impondo nossa força, não raro, de forma brutal. Para que não façamos tal coisa, Deus permitiu aos homens criar leis que possam inibir a atitude violenta entre os próprios homens, de forma que o preço a ser pago por um ato violento seja reprimido de forma dura pela sociedade.
2. A multiplicação da violência. Nos dias que antecederam o dilúvio, a Terra encheu-se de violência, de forma que ficou insustentável a vida na Terra. O temor a Deus tinha quase desaparecido dos corações dos filhos dos homens. A libertinagem predominava, e quase todo o tipo de pecado era praticado. A maldade humana era aberta e ousada, e o lamento dos oprimidos alcançava os Céus. A justiça estava esmagada até o pó. Os fortes não somente usurpavam os direitos dos fracos, mas forçavam-nos a cometer atos de violência e crimes.  A Bíblia diz: “E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a Terra e que toda imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente. A Terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a Terra de violência. E viu Deus a Terra, e eis que estava corrompida; porque toda carne havia corrompido o seu caminho sobre a Terra. Então, disse Deus a Noé: O fim de toda carne é vindo perante a minha face; porque a Terra está cheia de violência; e eis que os destruirei com a Terra“(Gn 6:5,11-13). No versículo 13, o Deus Criador ordena o fim de todas as coisas. O motivo: a multiplicação da violência. O resultado: “…os destruirei com a terra…“. Deus havia decidido acabar com tudo isso (o mal sobre a terra) e dar-lhe a retribuição por seus atos pecaminosos violentos: a morte eterna! Isso fica claro porque somente oito pessoas (Noé e sua família) são salvas da grande catástrofe que veio sobre a humanidade! O fato de a Terra estar cheia de violência não podia continuar sem controle. Deus tomou a decisão e estava pronto para agir. A punição tinha de ser drástica. O Gênero humano e a todas as demais vidas sobre a Terra seriam destruídos, no decorrer da duração do dilúvio. Antes do Juízo de Deus sobre os ímpios, Deus proveu a Salvação para os justos. Deus mandou que Noé fizesse uma Arca. Nela somente os justos poderiam adentrar e escapar do Juízo divino. Ninguém acreditou que isso iria acontecer, até que Deus tomou a decisão drástica de destruir os ímpios. A degeneração humana não mudou; o mal continua irrompendo desenfreado através da depravação e da violência. Hoje em dia, a imoralidade, a incredulidade, a pornografia e a violência dominam a sociedade inteira(ver Mt 24:37-39; ver Rm 1:32). Não resta dúvida que Deus trará forte Juízo sobre todos aqueles que praticam a violência e a promove. A Palavra de Deus adverte: “E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem“(Mt 24:37).
3. A violência na sociedade atual. Na sociedade atual, o desamor é uma constante e, em virtude disto, os dias são repletos de violência, pois a vida humana é vilipendiada, já que não há amor a Deus e, conseqüentemente, não há amor ao próximo. O homem é menosprezado e se desenvolve, entre os homens, uma verdadeira “cultura da morte”. Na sociedade atual, multiplica-se o pecado e, com ele, multiplicam-se os problemas. Sem dar guarida a Deus e ao seu amor, a humanidade acaba correndo de um lado para outro, como ovelhas desgarradas que não têm pastor (Mt 9:36), sem direção, sem qualquer orientação, o que faz com que surjam inúmeros problemas. Na sociedade atual está acontecendo um alto grau de ferocidade entre as pessoas. O próprio apóstolo Paulo, ao descrever os últimos dias, diz que seriam dias em que os homens seriam amantes de si mesmos, sem amor para com os bons (2Tm 3:2,3). Assim, são pessoas que só pensam em si próprios e cria condições múltiplas para se servirem do próximo, aproveitarem-se dele e o explorarem o máximo possível. Em virtude desta “ferocidade humana”, vivemos dias furiosos, ou seja, dias em que o individualismo, o egoísmo, a vileza com que o homem é tratado faz com que as pessoas se tornem desconfiadas, desacreditadas umas das outras, comportamento que prejudica todo e qualquer relacionamento. A consequência disto é a expansão do ódio, da raiva, da violência. As pessoas agem em relação às outras como se estas fossem, há muito, suas inimigas. Vivemos a época da insegurança e do medo indiscriminados. Na sociedade atual, o homem não tem a menor preocupação em prejudicar o outro, desde que isto lhe seja conveniente e contribua para que atinja os seus objetivos, objetivos estes que dizem respeito somente a si próprio. A ganância, o prazer, o bem-estar próprio, a satisfação do seu ego, é só isto que é estimulado, incentivado e almejado pelo homem dos últimos dias. Vivemos dias em que, mais do que nunca, como afirmava o filósofo inglês Thomas Hobbes, “o homem é o lobo do homem” e toda a ferocidade humana é revelada ao seu próximo. Por isso, os homens são desobedientes a pais e mães, ingratos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, cruéis, obstinados e orgulhosos (2Tm 3:2-4).  Todos já ouviram falar do Bullying. É um termo da língua inglesa (bully = “valentão”) que se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou capacidade de se defender, sendo realizadas dentro de uma relação desigual de forças ou poder. Este procedimento violento é um problema mundial, podendo ocorrer em praticamente qualquer contexto no qual as pessoas interajam, tais como escola, faculdade/universidade, família, mas pode ocorrer também no local de trabalho e entre vizinhos. Esse tipo de agressão geralmente ocorre em áreas onde a presença ou supervisão de pessoas adultas é mínima ou inexistente. Estão inclusos no bullying os apelidos pejorativos criados para humilhar os colegas. As pessoas que testemunham o bullying, na grande maioria, alunos, convivem com a violência e se silenciam em razão de temerem se tornar as “próximas vítimas” do agressor. No espaço escolar, quando não ocorre uma efetiva intervenção contra o bullying, o ambiente fica contaminado e os alunos, sem exceção, são afetados negativamente, experimentando sentimentos de medo e ansiedade. Outro ambiente no qual tem se intensificado a violência é o Campo Agrário. Grupos desejosos de reformas agrárias usam a violência para impor suas perspectivas políticas, entrando em fazendas, destruindo plantações e matando animais. Também, nas cidades, traficantes buscam espaço em comunidades menos assistidas, impondo seus desígnios com sangue de inimigos e trabalhadores. Em fim, na sociedade atual, a violência contempla todos níveis sociais e culturais, desafiando quem quer que seja, sem vislumbre de uma solução tangível. Somente o Evangelho de Cristo é o remédio eficaz para debelar a violência sobre a Terra. Como embaixadora do Evangelho da Paz, a Igreja deve postar-se como a voz profética de Deus contra todos os tipos de violência. Até que o Senhor Jesus retorne, faz parte da missão da Igreja fazer deste um mundo menos violento, pregando o Evangelho, praticando a justiça e amparando os menos favorecidos. 
 
Bibliografia:
William Macdonald - Comentário Bíblico popular (Novo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.

O Novo Dicionário da Bíblia - J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico NVI - EDITORA VIDA.
Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico e Grego, - 2ª Ed.; 2ª reimpr. Rio de Janeiro: CPAD, 2011;
RHODES, R. Por que coisas ruins acontecem se Deus é bom? 1.ed., RJ: CPAD, 2010;
GEISLER, N. Teologia Sistemática: Pecado, Salvação, A Igreja e As Últimas Coisas. 1.ed., Vol.2, RJ: CPAD, 2010;-.
SEAMANDS, S. Feridas que Curam: Levando Nossos Sofrimentos à Cruz. 1.ed., RJ: CPAD, 2006. Os textos das referências bíblicas foram extraídos do site http://www.bibliaonline.com.br/ , na versão Almeida Corrigida e Revisada Fiel, salvo indicação específica.
Tenham todos uma boa aula!!
Abraços.
Viva vencendo!!!
Seu irmão menor.
 

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