A comovente história de um soldado cristão durante a Guerra Civil americana
Uniforme típico de jovem tamborileiro da Guerra Civil americana
(Fato ocorrido durante a batalha de Gettysburg - Guerra Civil americana - em 01 de Julho de 1863. Título original: “Charles Coulson, the Cristian Drummer Boy”. Esta história foi publicada em 1893, por S.B. Shaw Plubishers, em New York).
Trabalhei como cirurgião do exército dos Estados Unidos durante a Guerra Civil. Após a batalha de Gettysburg, chegaram ao hospital vários soldados feridos, entre eles Charlie Coulson. Como ele era muito jovem para ser soldado, pois tinha 17 anos, alistou-se como tamborileiro (tocador de tambor). Ele chegou com ferimentos graves, sendo necessário amputar-lhe um braço e uma perna. Quando os meus assistentes foram aplicar-lhe clorofórmio para a cirurgia, ele recusou-se* e pediu para chamar-me e disse-me: “Doutor, quando eu tinha nove anos, dei meu coração a Jesus e desde então venho aprendendo a confiar Nele. Ele é a minha força, e me sustentará enquanto o senhor estiver amputando o meu braço e a minha perna.” Então lhe pedi para que tomasse um pouco de conhaque. Mais uma vez ele respondeu: “Doutor, quando eu tinha cinco anos, minha mãe se ajoelhou ao meu lado e pediu a Jesus para que eu nunca bebesse um gole de bebida alcoólica. Existe a possibilidade de eu morrer e ir à presença de Deus. O senhor quer que eu chegue lá com bafo de conhaque?”.
Naquela ocasião, eu detestava Jesus, mas admirei a lealdade daquele rapaz com o seu Salvador. Chamei o Capelão, que conhecia bem o moço, pois este frequentava as reuniões de orações. Disse o Capelão: "Charlie, estou muito penalizado de vê-lo assim." Charlie respondeu ao Capelão: “Ah, estou muito bem senhor. O doutor me ofereceu clorofórmio e conhaque, mas eu não aceitei, pois quero me apresentar ao meu Salvador em meu juízo perfeito”.
"Talvez você nunca morra," disse o Capelão. "Mas, se o Senhor o levar, você deseja que eu faça alguma coisa?“ "Capelão", respondeu o jovem, "escreva uma carta para minha mãe e lhe diga que tenho lido a Bíblia todos os dias, e que tenho orado sempre para que Jesus a abençoe.” “Estou pronto doutor. Prometo que não vou nem gemer, se o senhor não me der o clorofórmio”.
Garanti-lhe que não aplicaria a droga, mas, antes de pegar o bisturi, fui à saleta tomar um gole de conhaque Quando pequei a serra para cortar o osso, o rapaz colocou a ponta do travesseiro entre os dentes e sussurrou: “Ó Jesus, bendito sejas! Fica ao meu lado agora”.
O rapaz cumpriu o que prometera; não gemeu. Eu não dormi naquela noite, pensando no rapaz. Pouco depois da meia noite, levantei-me e fui ao hospital. Assim que cheguei, o enfermeiro disse-me: "Dezesseis soldados morreram." "E Charlie também?" Indaguei-lhe. "Não, dorme como um bebê. Por volta das nove horas, o Capelão leu trechos das Escrituras pra Charlie e ambos cantaram hinos de louvor. Não consigo entender, doutor, como uma pessoa sentindo tanta dor ainda era capaz de cantar", completou o enfermeiro.
Passado cinco dias, desde que fora operado, Charlie me chamou e disse: “É chegado a minha hora. Creio que não terei mais um dia de vida. Sei que é judeu, e não crê em Jesus, mas gostaria que ficasse ao meu lado e me visse morrer, confiando em meu Salvador”. Tentei ficar, mas não consegui, pois aquele rapaz regozijava no amor daquele Jesus que eu fora sempre ensinado a detestar. Passados vinte minutos, o enfermeiro procurou-me no consultório e disse-me: "Doutor, Charlie está morrendo e gostaria de vê-lo novamente." Chegando ao quarto, Charlie pediu-me que segurasse a sua mão e disse: “Doutor, amo o senhor porque é judeu. O melhor amigo que eu tive neste mundo foi um judeu”. Perguntei-lhe quem era este amigo e ele replicou: “Jesus. Quero apresentá-lo a Ele antes de morrer. Enquanto o senhor me amputava, orei a Jesus pedindo que manifestasse o seu amor ao senhor”.
Aquelas palavras tocaram fundo em meu coração. Doze minutos depois ele dormiu tranqüilo nos braços de Jesus. Durante a guerra, vi morrerem centenas de soldados, mas só compareci ao sepultamento de Charlie Coulson. As últimas palavras daquele rapaz me impressionaram muito. Eu possuía muitos bens materiais, mas teria dado todo meu dinheiro para crer em Cristo, como ele cria. Contudo, a fé é algo que o dinheiro não compra.
Pouco tempo depois, esqueci o sermão de Charlie, embora não conseguisse esquecer-me do próprio rapaz. Durante dez anos, lutei contra Cristo com todo ódio que tinha por Ele, até que afinal a oração de Charlie foi atendida. Um ano depois da minha conversão, fui a uma reunião de orações no Brooklyn, onde as pessoas davam seus testemunhos. Depois que várias pessoas falaram, levantou-se uma senhora idosa e disse: “Estou com os pulmões muito doentes e pouco tempo me resta”. “É um imenso prazer saber que muito em breve me encontrarei com o meu filho e com Jesus”. E ela continuou, “Ele foi ferido em uma batalha e ficou aos cuidados de um médico judeu que lhe amputou um braço e uma perna. Morreu cinco dias após a operação. O Capelão escreveu-me uma carta relatando o que ocorrera entre o meu filho e o médico em seus últimos momentos de vida”. Ao ouvi-la, não me contive. Levantei-me e fui correndo até ela. Apertei-lhe a mão e disse-lhe: "Deus a abençoe, minha irmã! A oração do seu filho já foi atendida. Sou o médico judeu por quem o Charlie orou, e o Salvador dele é agora o meu também. O amor de Jesus cativou minha alma!"
(EXTRAIDO)
*Admiramos a coragem e a convicção de Charlie, mas nem por isso queremos dizer que não se devem aproveitar os benefícios do clorofórmio e outros anestésicos em tais casos; antes damos graças a Deus por eles.
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