21 março 2012

LIÇÃO 13 - SOMENTE EM JESUS TEMOS A VERDADEIRA PROSPERIDADE

TEXTO ÁUREO – Jo 10.10
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Jo 15.-11 



Não são poucas as pessoas que conceituam qualidade de vida ou vida abundante como: conforto, riquezas, saúde, longevidade, ausência de sofrimento, etc. É o que também crêem e ensinam os adeptos da Teologia da Prosperidade. Contudo, nesta lição, definiremos o verdadeiro significado do termo “vida abundante” que se referiu Jesus em um de seus sermões. Analisaremos também os equívocos cometidos quanto ao conceito de pobreza e riqueza, como supostos aferidores de espiritualidade sadia; observaremos ainda em que realmente consiste a vida abundante prometida por Cristo; e por fim, veremos quais benefícios desta vida, para o cristão, no presente e no futuro.
I - DEFINIÇÃO DA EXPRESSÃO: VIDA ABUNDANTE
Para entendermos o significado da expressão “vida abundante” examinaremos a palavra “vida” e por conseguinte o termo “abundante”, a fim de compreendermos o que Jesus queria dizer com esta expressão:
1.1 No grego, há duas palavras usadas para o termo: “vida”. A primeira é bios: que é a vida comum, não somente aos seres humanos, mas a todos os animais (Gn 2.7;7.22). A segunda é zoeh: que significa a vida que o pecador recebe ao nascer de novo; é a vida sobrenatural que procede do próprio Deus (Jo 5.24; Rm 6.4). Portanto, enquanto bios é a vida extensiva, zoeh é a vida intensiva.
1.2 O adjetivo “abundante” que indica qual tipo de vida a que Jesus se refere, segundo Aurélio, significa: superabundante (em quantidade) e superior em (qualidade); já que Cristo veio redirecionar nossa atenção para valores eternos (Mt 6.19,20). Está claro que ele não se referia a quantidade, mas a qualidade de vida (Gl 2.20).
Diante disso, podemos concluir que a expressão “vida abundante” diz respeito a um nível de vida superior ao da existência. Pois a vida bios, é terrena e passageira. Porém, a vida zoeh é espiritual e eterna. Ela é desfrutada, parcialmente no presente (Pv 15.15), e por conseguinte totalmente no porvir (Cl 3.4), por aqueles que nascem de novo.
II - ERROS ACERCA DA POBREZA E DA RIQUEZA
Infelizmente, não são poucos os equívocos cometidos por alguns cristãos quanto à visão de pobreza e riqueza. Veremos abaixo quatro extremos, que devem ser evitados:
2.1 Pobreza é sinal de piedade. O monasticismo (um movimento religioso surgido do Cristianismo), difundiu a ideia de que um cristão para ser considerado piedoso, para agradar a Deus, devia viver isolado da sociedade e abrir mão de tudo o que possuía, vivendo em pobreza. Esta visão encontra-se totalmente distorcida da Palavra de Deus, visto que a pobreza não pode aferir o caráter de um servo de Deus. Um autêntico homem de Deus é conhecido por sua fé e por suas obras, tal qual a árvore é conhecida pelos seus frutos (Mt 7.17,18; Lc 6.43,44; Gl 5.22).
2.2 Pobreza é sinal de pecado. Como podemos ver, este pensamento é antagônico ao primeiro. Se pobreza não pode ser evidência de uma vida piedosa, tampouco de uma vida de pecado. Estaria porventura em pecado o mendigo Lázaro que morreu e foi ao Seio de Abraão? (Lc 16.20-22); ou estaria debaixo de maldição o apóstolo Paulo que passou fome, frio e nudez? (II Co 11:27); teria o Filho de Deus pecado por ter preferido ser pobre para que pudesse enriquecer a outros? (II Co 8:9). É evidente que não.
2.3 Riqueza é sinal de comunhão. Este é um pensamento defendido pela Teologia da Prosperidade. No entanto, é um ponto de vista totalmente contrário ao Cristianismo, que ensina a prioridade pelas coisas que são do céu (Mt 6.33); que condena veementemente a riqueza mal adquirida (I Co 6:10) e a avareza, que é idolatria (Cl 3.5).
2.4 Riqueza é sinal de pecado. Se não encontramos base bíblica para a Teologia da Prosperidade, também não encontraremos para a Teologia da Miséria, que procura demonizar (atribuir características demoníacas) a posse de bens materiais. Não esqueçamos de Jó, um homem riquíssimo de bens materiais, e que era justo (Jó 1.1); ou de Abraão, o pai da fé, que de igual modo era possuidor de grandes riquezas (Gn 13.5,6). Na verdade, os que defendem essa ideia tropeçam numa declaração paulina, citando-a de forma equivocada, como por exemplo: “o dinheiro é a raiz de todos os males”, quando na verdade o apóstolo disse assim: “o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males” (I Tm 6.10).
A idolatria não está nas coisas ou pessoas, mas no sentimento que devotamos a elas.
III - EM QUE CONSISTE A VIDA ABUNDANTE
Existe uma compreensão humana errônea acerca de vida abundante. Muitos acreditam que ela está baseada
em uma vida de conforto, riquezas, saúde, longevidade, ausência de sofrimento. Assim também pensam e ensinam os seguidores da Teologia da Prosperidade. Mas, será isso mesmo o que alude Jesus quando disse: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância” ?(Jo 10.10b). Vejamos detalhadamente em que esta vida consiste:
3.1 A vida abundante consiste em qualidade de vida. A vida abundante prometida por Jesus, não se caracteriza em conforto, riquezas, posse de bens, como ensinam os Teólogos da Prosperidade. Se assim o fosse, os ricos deste mundo já a possuíam. Também não significa vida longa. Na verdade, esta expressão diz respeito a qualidade de vida (Rm 6.4;7.6), que é oriunda de Cristo - a fonte (Jo 4.14; Jo 14.6; Ap 21.6).
3.2 A vida abundante consiste em vida espiritual. No Éden, o homem desfrutava da vida abundante dada por Deus. Mas, apesar de ser advertido que se pecasse morreria, o homem transgrediu e foi afastado da presença de Deus (Gn 2.16,17; Rm 3.23). Em Adão morremos espiritualmente (Rm 5.12). Todavia, quando o pecador aceita a Cristo como Salvador, a vida espiritual outrora perdida, é restituída (Ef 2.1,5; Cl 2.13). Quando este nasce de novo, pela Palavra e pelo Espírito (I Pe 1.23; Tt 3.5).
3.3 A vida abundante consiste em vida eterna. A vida que Cristo trouxe ao homem foi a vida eterna. Esta é experimentada parcialmente no presente (Jo 3.15,36; I Jo 5.11-13) e completamente no porvir (Lc 18.30; Rm 6.22; Gl 6.8), quando no arrebatamento da Igreja o nosso corpo mortal se revestirá de imortalidade e a nossa corrupção será revestida pela incorruptibilidade. Então, tragada será a morte na vitória. Aleluia! (I Co 15.52-54).
IV - BENEFÍCIOS DA VIDA ABUNDANTE
A vida abundante ou vida eterna por meio de Cristo, inclui todas as condições, todos os efeitos e operações do
Espírito Santo sobre o homem, tanto no aspecto presente quanto no futuro. Vejamos alguns benefícios oriundos desta vida:
4.1 No presente
  • Justificação: Processo judicial que se dá junto ao Tribunal de Deus, através do qual o pecador que aceita a Cristo é declarado justo. “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5.1);
  • Regeneração: Milagre que se dá na vida de quem aceita a Cristo, tornando-o participante da vida e da natureza divina. Através da qual o homem passa a desfrutar de uma nova realidade espiritual. Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (II Co 5.17);
  • Santificação: É a forma pela qual o nascido de novo é aperfeiçoado à semelhança do Pai Celeste, por meio do sangue de Cristo, da Palavra e do Espírito Santo. “E é o que alguns têm sido; mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus” (I Co 6.11).
4.2 No futuro
  • Glorificação: No plano da salvação, a glorificação é a etapa final a ser atingida por aquele que recebe a Cristo como Salvador e Senhor de sua alma. A glória de Cristo será partilhada plenamente com seus santos no arrebatamento da igreja. “Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas” (Fp 3.20,21).
CONCLUSÃO
Como pudemos ver, os Teólogos da Prosperidade afirmam que o cristão não pode ser pobre, nem deve passar privações, sofrimentos e enfermidades, porque Jesus veio trazer vida abundante. Infelizmente, esta visão deturpada têm sido largamente difundida no meio evangélico, através de livros, da mídia televisiva, rádios, etc. No entanto, como vimos, o verdadeiro sentido de vida abundante ultrapassa esse falso conceito, pois diz respeito a qualidade de vida pela regeneração; a vida espiritual de comunhão com Deus; e por fim, a vida eterna, como coroa da justiça prometida aos fiéis que amam a vinda de Cristo (Ap 2.10; II Tm 4.8).
 A VIDA ABUNDANTE NÃO SUPERESTIMA O CORPO NEM NEGA A ALMA:
· Os cuidados com a estética do corpo humano dentro dos limites da preservação da saúde, da decência e do pudor, são válidos e aceitáveis. A Bíblia, porém, estimula muito mais o cultivo da beleza interior do que a exterior (Pv 15:13; I Pe 3:3-5 cf I Tm 4.8).
· CORPO SÃO: Manter o corpo saudável não significa horas diárias na academia e dietas ultrarrigorosas. Significa um corpo equilibrado, com os nutrientes de que precisa para vivermos com saúde e todos os sistemas funcionando com eficiência e em harmonia.
· MENTE SÃ: Quando estamos com a mente tranquila e equilibrada, nossos problemas não somem, mas a vida torna-se incrivelmente mais leve e feliz. (Mt 11:28-30)
· CUIDANDO DO CORPO – A NECESSIDADE DE VESTI-LO - Jo 19:23 - Jesus vestia-se bem. Os soldados dividiram entre si “os seus vestidos”. Ele não estava coberto de trapos, caso contrário, os soldados não jogariam sortes para ver com quem ficaria as vestes do Senhor.
· Segundo os teólogos, Jesus vestia uma túnica, que tinha o nome de TÚNICA INCONSÚTIL.
· Era uma túnica digna de vestir um Príncipe. Não tinha costura. Era feita já no formato de túnica, e era uma túnica cara. Poderia tê-la trocado por uma meia dúzia, ou mais, de túnicas mais baratas. Porém, preferiu usá-la! Como homem, Jesus tinha bom gosto!
· Há crentes que confundem humildade com mau gosto. Pensam que ser humilde significa andar mal vestidos, ou usar roupas esfarrapadas. Humildade não é aparência exterior. A verdadeira humildade brota do coração. Jesus era humilde por dentro, não apenas por fora. Existem mendigos cobertos de trapos e com o coração repleto de orgulho.
· Nosso Corpo é uma dádiva de Deus e merece o que houver de melhor. Assim, se um servo de Deus tiver condições, deve vestir-se bem e com bom gosto. Um corpo santo merece ser bem cuidado.
· Vestir-se bem não significa vestir roupas caras. Pagar pela “grife” pode ser vaidade. Muita gente veste-se mal, embora vestindo roupa muita cara.
· O bem vestir implica também em se ter bom gosto e saber combinar, especialmente as cores e tecidos. Cada um deve vestir-se de acordo com a sua possibilidade.
· Vestir-se bem pode não ser vaidade; vestir-se mal pode não ser humildade!
· Um servo de Deus pode ter um terno para cada culto, e ser uma bênção; um servo de Deus pode ter apenas um terno para todos os cultos, e ser uma bênção!
· Por isso, cuidemos do corpo físico, mas, acima de tudo, nos preocupemos com a nossa beleza espiritual (Jó 29:14; Sl 45:13; 132:16; 149:4; Pv 1:9; 4:9; Ct 1:10; 6:10; Is 61:10; Zc 3:4; Ez 16:14; II Cor 11:2; Ef 5:27; I Pe 3:3-4; Apc 21:2).

REFERÊNCIAS
  • VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.
  • ANDRADE, Claudionor de. Dicionário TeológicoCPAD.
  • BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. CPAD.
  • BÍBLIA de Estudo Pentecostal. CPAD.

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