Obra teológica pentecostal afirma que a Igreja passará pela Grande Tribulação
A Editora Vida lançou há poucas semanas Teologia sistemática: uma perspectiva pentecostal (homônima da obra lançada pela CPAD em 1996), da autoria de J. Rodman Williams (1918-2008), conhecido teólogo do movimento pentecostal-carismático. Alguns blogueiros assembleianos já a mencionaram, mas parece que ainda não leram ou não chegaram à seção das “últimas coisas”. Isso porque, embora eu tenha destacado o assunto da Grande Tribulação, Williams praticamente desfaz todas as crenças baseadas na planilha dispensacionalista, xodozinho dos nossos mestres pentecostais.
Com relação ao tema do título, o autor contesta a base dessa doutrina, afirmando que “a argumentação de que Apocalipse evidencia uma espécie de remoção antes da tribulação não pode ser provada. Afirmar, e.g., que as muitas referências aos ‘santos’ em Apocalipse não se referem à igreja é um erro sério. ‘Os santos’, em todo o NT, são os crentes em Cristo: eles são a igreja. Além disso, ao longo de sua história, desde o tempo de Cristo, os santos tiveram de enfrentar perseguição” (p. 1067).
Para Williams, portanto, o arrebatamento da Igreja ocorrerá após a Grande Tribulação. Isso implica que a doutrina da vinda de Jesus em duas fases (uma antes outra depois da Tribulação) também não se sustenta: “Um arrebatamento privado e invisível e uma vinda pública e visível não podem ser dois eventos, mas dois aspectos do retorno que ‘todo olho’ verá” (p. 1080).
Na questão do Milênio, ele também não crê que se trate de uma era futura, como pregam os pré e pós-milenaristas, preferindo entender que “o Milênio é agora. Cristo está reinando hoje, e seu povo reina com ele. [...] Durante toda a era milenar, Satanás se encontra afastado (Jo 12.31; Ap 20.3), no sentido de ser totalmente incapaz de impedir que o evangelho seja transmitido às ‘nações’ (seu reinado de engano terminou). [...] Quando enfim a Igreja completar sua tarefa de testemunha, o Milênio terminará, e Satanás será libertado, sendo-lhe permitido enganar e reunir ‘as nações’, a fim de tentar um ataque final contra o Reino espiritual de Cristo. Então Cristo retornará — depois do Milênio — para destruir Satanás e seus acólitos, e presidir o juízo final e a era futura” (p. 1125).
Claro que os argumentos são bem mais abrangentes, porém a minha intenção aqui é apenas destacar esses pontos e, quem sabe, suscitar alguma discussão. Williams foi um teólogo sério e respeitado, e acho que a sua obra ainda vai dar o que falar… depois que os pentecostais brasileiros a descobrirem.
Para Williams, portanto, o arrebatamento da Igreja ocorrerá após a Grande Tribulação. Isso implica que a doutrina da vinda de Jesus em duas fases (uma antes outra depois da Tribulação) também não se sustenta: “Um arrebatamento privado e invisível e uma vinda pública e visível não podem ser dois eventos, mas dois aspectos do retorno que ‘todo olho’ verá” (p. 1080).
Na questão do Milênio, ele também não crê que se trate de uma era futura, como pregam os pré e pós-milenaristas, preferindo entender que “o Milênio é agora. Cristo está reinando hoje, e seu povo reina com ele. [...] Durante toda a era milenar, Satanás se encontra afastado (Jo 12.31; Ap 20.3), no sentido de ser totalmente incapaz de impedir que o evangelho seja transmitido às ‘nações’ (seu reinado de engano terminou). [...] Quando enfim a Igreja completar sua tarefa de testemunha, o Milênio terminará, e Satanás será libertado, sendo-lhe permitido enganar e reunir ‘as nações’, a fim de tentar um ataque final contra o Reino espiritual de Cristo. Então Cristo retornará — depois do Milênio — para destruir Satanás e seus acólitos, e presidir o juízo final e a era futura” (p. 1125).
Claro que os argumentos são bem mais abrangentes, porém a minha intenção aqui é apenas destacar esses pontos e, quem sabe, suscitar alguma discussão. Williams foi um teólogo sério e respeitado, e acho que a sua obra ainda vai dar o que falar… depois que os pentecostais brasileiros a descobrirem.
Judson Canto
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