15 março 2011

As dores indolores do mundo





Estou cansado das “dores” indolores deste mundo

Cansado de me cansar e de nunca des-cansar

Cansado do descaso dos opressores e da apatia dos oprimidos

Dos que “ouvem” sem ouvir, e “escutam” sem escutar,

os gemidos que ecoam da “alma” enferma das pessoas,

dos cauterizados pela falta de esperança,

e desumanizados pela banalização da vida humana


 

Cansado da mente velha, velha-mente

Que cultiva o não-valor, a vacância de sentido

da relatividade ao relativismo, da coletividade ao coletivismo,

da cultura “global”, que de global nada tem,

cerne de um sistema não apto-adepto da renovação,

mas da “lavagem da mente”, do inconsciente-consciente-inconseqüente




Cansado do conformismo e da inépcia dos que se arrogam cristãos,

De suas “políticas” despolitizadas,

De suas “renovações” não renovadas

De seus dogmas superficiais e deslumbrados

Capazes de “coar um mosquito”

E simultaneamente “engolir um camelo”



 
Cansado, mas, mesmo assim,

prossigo na vida que se segue,

Seguindo a Cristo, que me dá a esperança do “descanso eterno”,

Em um “novo céu” e uma “nova terra”,

“onde não haverá mais morte, nem lamento,

nem choro, nem dor, pois, nela, a antiga ordem já passou”,

E àqueles que, como eu, fazem parte da trupe dos inconformados e sobrecarregados com a atual ordem das coisas,

Jesus continua a dizer: “vinde a MIM...e EU vos aliviarei”.
 
Juliano Fabrício

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