A partir dos
anos 70, surgiu um movimento considerado como neo-pentecostalismo. Este
movimento se originou a partir de denominações históricas, tais como: a Igreja
Presbiteriana Renovada, em 1975; as Igrejas Pentecostais Livres: Sinais e
Prodígios, fundada em 1970, e Socorrista, em 1973; as Igrejas com pouca
estrutura eclesiástica, como a Igreja Universal do Reino de Deus, fundada em
1977; e os Pentecostais Carismáticos, Renovação Carismática, originária da
Igreja Católica Romana, fundadas em 1967. Outras mais têm aderido ao movimento,
entretanto, depois de aferir seus contúdos doutrinários, têm abadonado sua
prática e apoio.
Ultimamente,
com essas doutrinas neo-pentecostais têm surgido muitas doutrinas paralelas,
como a chamada Confissão Positiva (Evangelho da Saúde e da Prosperidade, Quebra
de Maldições, Maldições Hereditárias, Maldição de Família e Pecado de Geração,
Nova Unção); pregada por avivalistas em acampamentos cristãos, em congressos,
em escolas bíblicas de férias e na televisão; e por mentores católicos
carismáticos no exercício do Toque do Tom, da Cura Diferencial e do Exorcismo.
Todos estes, evangélicos ou não, sem nenhuma consulta à exegese bíblica ou
alicerces e filtro teológico, ensinam sempre sob a orientação filosófica de seu
pai, Essek William Kenyon e de seus principais porta-vozes, Kenneth Hagin,
Marilyn Hickey, Kenneth Copeland, Robert Schüller, Benny Hinn e Jorge Tadeu.
Espero que
todos que leiam este pequeno opúsculo, tenham a certeza que estou procurando
defender, com muita submissão, os valores do Evangelho e a imaculada Igreja de
Nosso Senhor Jesus, para a qual fomos chamados a cuidar. Muitos obreiros e
ministérios são envolvidos em assuntos aparentemente simples, como os abaixo
abordados, pensando estar fazendo o melhor para Deus, quando na verdade estão
sendo instrumentos para erosão perniciosa contra a vida espiritual da Igreja!
Devemos sempre lembrar os sacros ensinos e advertência de Jesus: o sinal sempre
foi sinal pedido por incrédulos! Em toda a história, homens e mulheres no
decorrer de sua incansável procura por um toque religioso, sempre buscaram um
sinal e uma materialização do imaterial. Jesus rotulou essa multidão que andava
à vândalo de um lado para o outro, em busca de uma experiência e algo novo e
diferente, de multidão má e incrédula — "Mestre, quiséramos ver da tua
parte algum sinal. Mas ele lhes respondeu, e disse: uma geração má e adúltera
pede um sinal" (Mt 12:38,39). uma atitude e reprenção vistas por muitos
como déspota, mas verdadeiríssima! Concluindo, o homem na digreção a este mundo
passa por quatro diferentes fases: vida estética, vida ética, vida religiosa e
vida de fé; se lograr chegar na última será um crente vitorioso, um homem em
quem não há dolo, uma mulher de fé!
Por anos,
combateu-se a idéia de que os fins justificavam os meios, porque essa premissa
justificava comportamentos aéticos. Hoje, o problema aprofundou-se. Não se sabe
mais o que é meio e o que é fim. Não se sabe mais se a igreja existe para
levantar dinheiro ou se o dinheiro existe para dar continuidade à igreja.
Canta-se para louvar a Deus ou para entretenimento do povo? Publicam-se livros
como negócio ou para divulgar uma idéia? Os programas de televisão visam
popularizar determinado ministério ou a proclamação da mensagem? As respostas a
essas perguntas não são facilmente encontradas. Cristo virou as mesas dos
cambistas no templo simplesmente porque ele detectou que os meios e os fins
estavam confusos e que já não se discernia com clareza se o templo existia para
mercadejar ou se mercadejava para ajudar no culto. A obsessão por dinheiro, a
corrida desenfreada por fama e prestígio, a paixão por títulos, revelam que
muitas igrejas e ministérios, qualquer meio, bom ou escuso, pode justificar o
fim! Muitos líderes já não gastam suas energias buscando um auditório que os
ouça, mas procuram uma mensagem e uma prática litúrgica que segure o seu
auditório. A confusão de meios e fins matará igrejas por asfixia.
Primeiros
Contactos
A primeira
vez que ouvi esta terminologia foi numa reunião do World Evangelism, em
Chicago, no inverno de 1976, onde seu presidente invocava que tinha recebido
uma Nova Unção, por chamado de Deus. Este termo e prática já vinham sendo
utilizados desde os dias de Kathryn Kuhlman, de cujo ministério e experiências,
tanto ele como Benny Hinn afirmam terem recebido algo extraordinário e novo! Ao
meu entendimento, não existe unção nova ou velha, somente a unção permanente —
"E a unção, que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade
de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é
verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele
permanecereis" ( 1João 2:27).
Obviamente,
sem nos determos em nenhuma perspectiva teológica, o que tem acontecido em
nosso meio pentecostal atual é um abuso e distorção perigosa da fraseologia
bíblica ou jargões carismáticos, como: “uma nova unção”, “penso e logo existo”,
“incorpore a sua fé”, “exercite o poder das suas palavras”. Todos, sem nenhuma
excessão, são especulações para fazer, a qualquer custo, existir um ministério,
um movimento, mais um vento de doutrina ou uma outra mania eclesiástica
qualquer. Em outras palavras, o que está faltando mesmo é temor de Deus,
obediência e conhecimento da Palavra e, sobre maneira, uma vida submissa, humilde
e verdadeiramente no altar. Se nós, leigos ou ministros do Evangelho,
tivéssemos o mínimo de discernimento de espírito, como Paulo teve no caso de
Elimas, como Pedro teve com Ananias e Safira, e não fôssemos obscurecidos pela
propaganda barata e mercadológica dos nossos dias atuais, com certeza estas
especulações e manipulações nunca teriam lugar em nosso meio, e elas seriam
detidas no filtro espiritual do homem de Deus! Se não fôssemos obscurecidos,
nunca necessitaríamos de esmolar orientações doutrinárias e apoio ministerial
aos movimentos tradicionais, os quais como execelentes religiosos, na maioria vivem apáticos às
experiências salvífica e genuinamente pentecostal!
Antes,
porém, deixe-me acrescentar este pormenor histórico: a igreja primitiva era
pentecostal — regenerados, guiados e impulcionados pelo Espírito Santo — “Mas
isto é o que foi dito pelo Profeta Joel: e nos últimos dias acontecerár, diz
Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne (Judeus e Gentios)...
porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que
esto longe: a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar” (At 2:16,39). E, nós,
queiramos ou não queiramos, gostemos desse paladar efervescente ou não,
tenhamos o rótulo conveniente denominacional que queiramos ter, devíamos ser
todos pentecostais! Evidente é, que aqui se excetua os que não foram chamados
pelo decreto Divino (Rm 8:28)! Em fim, os movimentos solenes matutinos das
reformas, as vidas sacrificadas e divinamente obstinadas pela verdade dos nossos
pais na fé, as lutas renhidas para se evaquar de uma masmorra idolátrica
católica romana, não foram travadas somente para que ficássemos estagnados e
mortos juntos aos nossos paradígmas religiosos e preconceitos denominacionais
humanos. Absolutamente, não!
Foram dez
séculos passados dentro de uma obscuridade apodricida por dentro e por fora,
nas quais as cinzas santas da igreja de nosso Senhor Jesus Cristo ficaram
pregadas nas solas das negras sandalhas da fradalhada; foram mais três séculos
que o Espírito, à revelia dos interesses pessoais dos protestantes políticos de
gabinetes, retomou as rédeas da igreja, e a levou aos pastos verdes e aos
ribeiros de muitas águas! Sim, as levou a fim de assumir o que para ela foi
destinada no Dia de Pentecostes — “E disse-lhes: ide por todo o mundo... E
estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome expulsarão os demônios;
falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa
mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os
curarão.” (Mc 16:15). Sim, ainda hoje existem vidas para serem libertas; vidas
para serem curadas e protegidas de toda sorte de celêumas, que só o Diabo pode
trazer s suas vidas; vidas que receberão maiores e profusas bênçãos do alto
para adorarem a Deus, fora de uma liturgia morta que não nem aos céus alcança,
porque de lá não sairem! Por isso não será o neo-pentecostalismo comprometido
com tudo e com todos, nem muito menos o criogênico tradicionalismo que impedirá
a Sulamita do Senhor de ser o que, com muita honra e dignidade ela é: agente
único cumpridor dos destinos que a Divindade graciosamente outorgou ao ser
mortal!
Finalmente,
devemos atentar para o cuidado de que Deus é soberano e opera como, quando e
por quem ele quer! Entretanto, dentro de um princípio de uma descomprometida
hermenêutica, Deus nunca contradiz a sua Palavra. Notem o grande princípio
divino e universal: causa e efeito! A causa do calvário trouxe como efeito o
perdão e a remissãos dos pecados; a causa do advento do Espírito Santo trouxe
simultaneamente dois efeitos, a saber: sua habitação no homem perdoado,
regerando-o e guiando-o; e seu derramamento sobre este, capacitando-o com
autoridade e poder para serem testemunhas poderosas através das respectivas
manifestações impactantes, em libertação, visão do futuro, profunda adoração a
Deus, e milagres para glorificar a Divindade em meio a uma humanidade
incrédula, secularizada e tedienta do seu Criador! O falar em línguas, o ser
curado, o cair debaixo do poder de Deus, o cantar hinos espirituais, o chorar e
bater palmas na presença saturada do legítimo poder do Espírito de Deus são
indubitavelmente um efeito, e nunca jamais uma causa! Um efeito benéfico,
divino, e com fulcros na vera exegese bíblica! Não fomos curados porque caímos;
não fomos batizados porque começamos a gargalhar ou rosnar como loucos; não
recebemos a visão dos campos brancos porque fomos arrebatados à revelia; não
recebemos ministérios porque uma "nova unção" caiu sobre nós; não
fomos vocacionados porque um concílio o decidiu fazer. Não, absolutamente, não!
Somos, e fomos, porque o Espírito Santo operou, e tem operado entre nós
brasileiros por um frutífero espaço de noventa anos — "Foi o Senhor que
fez isto, e é cousa maravilhosa aos nossos olhos"(Sl 118:23); "E, servindo
eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: apartai-me a Barnabé e a
Saulo para a obra a que os tenho chamado" (At 13:2).
O dente de
ouro, o desmaio em massa, a mutação de olhos, os arrebatamentos, os
transplantes de orgãos, as histerias, são na maioria dos casos, fenômenos
para-cientíticos. Deus opera, faz milagres, e anelamos que sempre aconteça para
que o seu nome seja glorificado em nossas vidas. Por vinte anos tenho
acompanhado de perto o fenômeno dos desmaios em massa ou individual, conhecido
entre nós como slain in the Spirit, e dos arrebatementos. Estes e outros
fenômenos, utilizando amuletos e invocações ou não, são manifestações
espirituais, outras vezes parapsicológicas ou psicológicas, e as tenho
classificado em quatro distintas categorias: Fenômeno Espiritual, Fenômeno de
Auto-Sugestão, Fenômeno Telepático e Fenômeno Demonológico:
Fenômeno
Espiritual
Cair,
desmaiar, prostrar-se, ser arrebatado, sempre ocorreu com homens de Deus no
Antigo e no Novo Testamento. Entretanto, essas como outras experiências
extraordinárias, como o lodo no olho do cego por Jesus, o lenço de Paulo e a
sombra de Pedro (Jo 9:1-7; At 5:12-16; 19:11-12), não devem ser tomadas como
parte intrínseca de uma liturgia neotestamentária, nem muito menos torná-los em
amuletos evangélicos. Tão pouco dever ser um exercício da fé cristã, e muito
menos comparados à exploração do bem, nas manifestações abusivas das reuniões
carismáticas, onde o top of the show é o desmaio irreverente, os urros
histéricos e os arrebatamentos pelo famoso túnel negro! No Antigo Testamento, a
manifestação da glória de Deus foi tal, que na inauguração do templo de
Salomão, os 120 sacerdotes não puderam entrar no templo -- "não podiam os
sacerdotes ter-se em pé, para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do
Senhor encheu a casa de Deus" (2 Cr 5:14); em Babilônia Daniel não pôde
firmar-se de pé pela presença teofânica da Divindade no anúncio do futuro de
Israel — "eu caí com o meu rosto em terra, profundamente adormecido"
(Dn 10:9); num domingo muito especial, João, o evangelista, estava desterrado
na Ilha de Patmos, quando arrebatado em espírito, ouviu os pormenores
apocalípticos -- "e, eu quando vi, caí a seus pés como morto" (Ap
1:17).
Claro, que
aqui devo sublinhar os sinceros homens de Deus, que permeam por um movimento
genuíno do Espírito Santo! Apenas deixo uma pergunta no ar acerca destes ou
outros homens de Deus que foram desmaiados ou arrebatados: eram ou não homens
de profunda comunhão com Deus, cujas vidas estavam inteiramente no altar, e
essas operações aconteceram em épocas estritamente dispensacionais? Pode-se
comparar, à guisa de qualquer contra argumento, que Deus opera à revelia nos
últimos dias? Como por metáfora, poderíamos
dizer para William Carey, Gunnar Vingren, Joel Carlson, José Amaro da Silva,
Alcebíades Pereira de Vasconcelos e Lawrence Olson, que eles estavam fora do
contexto dispensacional do Espírito? Poderíamos dizer que o reinício do
movimento pentecostal em 1909, que teve lugar nas vidas de homens e mulheres
santas, descomprometidos com o mundo e com o sistema, sedentos das almas,
apolíticos por dentro e por fora, dependentes unicamente de Deus, foi apenas
uma paranóia? Que nos nossos dias, as platéias coloridas e os bastidores
comprometidos, seria o ápice da grande promessa do Profeta Joel? Peçamos a Deus
que, onde for necessário, desvende os nossos olhos para que vejamos!
Durante os
28 anos envolvidos em missões transculturais em mais de 60 países, visitando a
todo tipo de culto pentecostal, tenho presenciado manifestações gloriosas de
Deus na vida da Igreja, tais como: paralíticos andarem, cegos verem, crentes
pularem embebidos no Espírito, almas oprimidas pelo diabo serem libertas de
legiões de demônios e crentes caírem debaixo do poder de Deus! Porém, em todos
os casos nunca aceitei os fatos por tão somente aceitar, ou por conveniência
ministerial! A todos averigüei, testei na presença do Espírito e, juntamente
com outros colegas, conferi com as Escrituras Sagradas para saber se procediam
de Deus, do homem ou do Diabo! Por que? Porque o Diabo é o maior enganador, e
mente desde o principio — "e não é maravilha, porque o próprio Satanás se
transfigura em anjo de luz. Não é muito pois que os seus ministros se transfigurem
em ministros da justiça: o fim dos quais será conforme as suas obras"(2Co
11:14)!
Fenômeno
Auto-Sugestivo
Em 1978, em
San Diego da Califórnia, estive numa reunião pentecostal, e comigo muitos
outros evangélicos. Belos hinos, mensagem arrebatadora, e como todo o bom
brasileiro do Terceiro Mundo, sente e reage que tudo que vem do Primeiro é
coisa boa! E os do Primeiro, pensam que tudo que vem do Terceiro é de orígem
sentimental! Claro, houveram muitas coisas boas naquela reunião! Chegou o momento
tão esperado, o da oração para receber uma nova unção: numa longa fila, os
leigos eram compelidos para no momento da oração levantarem os braços e olharem
em direção a um determinado ponto focal do teto. Ora, gente, a queda era certa!
Uns por desequilíbrio gravitacional, outros por auto-sugestão, alguns por
libertação diferencial somática e opressão espiritual, e outros pelo poder de
Deus. O certo é, intimidados ou não, saiam da queda alegres.“O que você sentiu
meu irmão?” Uns diziam, “uma leveza nas pernas”; outros, “um peso saiu do
peito”, “wow, I felt great”; finalmente,
outros diziam, “temos de experimentar de tudo!”
Em algumas
áreas de todo o ser humano ocorrem repetições por forma indutiva ou
psicossomática. Todas as vezes que valores lógicos ou sentimentais latentes na
estrutura sub-sensorial do ser humano são polarizados, eles afloram de maneiras
surpreendentes, inclusive para o próprio portador. Por exemplo: o registro de
informações do homem está, como disse, gravado numa “fita magnética de dois
canais”: uma na área sensorial lógica, e outra na área sub-sensorial virtual,
ou sentimental da alma. Quando uma criança numa idade intelectualmente imatura
sofre um detrimento, uma repreensão ou elogio, as informações lógicas e os
estímulos virtuais são registrados. No futuro ela não lembrará-se-á do fator
lógico mas reagiará ao fator sentimental. Aí o fenômeno de auto-sugestão
aparece! Como? Sendo estimulado, como se fosse um pano de fundo de uma ribalta!
Estímulo e
polarização são as chaves para excitar o grande potencial dentro de cada um de
nós. Já perceberam que de tanto você ouvir e ver uma propaganda sobre um
determinado produto alimentício, você começa a gostar e sentir um tipo de sabor
sem ter nunca o experimentado? Já ouviu de uma criança nos Estados Unidos que
depois de ver um filme sobre o Super-Homem se jogou de janela abaixo envolvido
num lençol? Quando era da idade de 10 anos, estava lendo uma revista do Homem
Aranha, imerso na história até o último centímetro do meu sentimento e lógica,
quando levantei, inconscientemente fui empurrado de dentro para fora por uma
energia que me levava a correr sem parar até me arremessar contra a parede.
Estímulo e polarização!
Fenômeno
Telepático
Infelizmente
por falta de conhecimento muitos obreiros que conheci no Brasil, no Canadá, em
Portugal e nos Estados Unidos, têm utilizado manuais de telepatia, de
hipnotismo e análise transcendental para os ajudar no processo da cura, da
reabilitação de casais, e do aconselhamento pastoral, não sabendo que estão
literalmente trazendo o ocultismo para as suas vidas e transferindo este
espírito, em cascata, para seus obreiros ou para os membros em geral de suas
igrejas. O fenômeno de queda por efeito telepático vai muito mais profundo do
que pelo o efeito auto-sugestivo. É um fenômeno ocultista utilizado nas
reuniões carismáticas católicas romanas, com a utilização da água benta, da
cruz e do cordel; nas reuniões mormônicas, com a utilização da evocação dos
mortos através do batismo substitutivo; nas reuniões da Nova Era, com a
utilização das transmigrações virtuais e energia dos cristais; nas reuniões
carismáticas evangélicas, com a utilização do assopro, do lançamento de
paletós, da aspersão de água, da efusão oral do azeite e dos amuletos
evangélicos sagrados!
Numa seção
telepática transmitida pela Rede Globo de Televisão, Ury Gueler induziu a
milhões de brasileiros a presenciarem outro fenômeno teleplástico, no
dobramento de uma colher de metal, argumentando que era a transmissão do poder
da mente. E por falar em poder da mente, as livrarias evangélicas estão
abarrotadas de livros sobre o assunto filosófico: penso e logo existo, como no
popular livro Há Poder em Suas Palavras, de Don Gossett! Muitas faculdades de
teologia nos Estados Unidos e no Brasil têm, inseridas nos seus ensinos
extra-curriculares a utilização desta pseudo energia diferencial da mente:
“coloque a Bíblia no púlpito, fite num dos seus versículos, e a virtude de suas
palavras passará, como por um fio óptico-transcendental, para sua mente”; numa
reunião carismática, “olhe fundo no olho do recipiente, e quando ele não
pestanejar, ordene o que tem em sua mente e tudo se fará.”
Por exemplo,
quantos não têm lido o best seller do pastor Paul Yonggi Cho (que mudou seu
nome para David, dizendo que assim o Espírito Santo o orientara), A Quarta
Dimensão? Fantástico, não? Eu, fui um dos que o leu! Lendo-o, como outro livro
de igual conteúdo, o leitor se atém, em primeira estância, na venda do produto:
“o segredo da vida de êxito mediante a fé”! E o conhecidíssimo doutor Schuller
acrescenta o último ingrediente para prender o leitor: “Não tente
compreendê-lo. Simplesmente comece a desfrutá-lo! É verdadeiro; funciona;
testei-o.” Sim, não tente compreendê-lo, como que os crentes não fossem
dirigidos pelo Espírito Santo; que as Escrituras Sagradas não fossem sua regra
de fé e prática; e que ele mesmo inspirou a Paulo a escrever: “Não extingais o
Espírito. Não desprezeis as profecias. Examinai tudo. Retende o bem...” (1Ts
5:18-19).
Ora, todo
estudante de ciência sabe que tanto a massa, como o tempo, o espaço e
aceleração, são físicos na sua própria dimensão transiente. A prova inequívoca
e científica é que não podemos pensar em duas coisas ao mesmo tempo; e se
jogarmos um relógio atômico de uma altura de 100 metros ele vai adiantar um
décimo em catorze avos de segundos. Afirma Cho e os promotores da confissão
positiva, na defesa da materialização das coisas divinas, que basta assumir a
cor da bicicleta que deseja, a quantia do dinheiro que o projeto necessita, o tipo
do noivo que sonha, e tudo Deus porá à sua porta! Mas o que dizer da afirmação
de Jesus: “porque em verdade vos digo que, se tiverdes fé como uma grão de
mostarda, direis a este monte...”! Sim, se tivermos fé! A fé “é o firme
fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêm”, e
não apenas uma afirmação platônica ou mental! Por favor, a Divindade está acima
de tudo e de todos! Ele é eterno: "Porque assim diz o alto e o sublime que
habita na eternidade, e cujo nome é santo" (Is 57:15)! Criar uma metonímia
de um assunto tão relevante seria tentar reduzir um Deus transcendente a um
invólucro imanente! Deus tenha misericórdia de todos nós!
Desta feita,
por exemplo, você pode declarar a sua vitória, a sua cura, a sua prosperidade,
através do seu pensamento (como praticam os adeptos da Nova Era, do Budismo, do
Hinduísmo e do Xintoísmo), até a total exaustão, porém, ela nunca chegará se
Deus não houver determinado! Se acontecer ao contrário, fique certo que será um
fenômeno telepático, e o Reino das Trevas está no seu inteiro comando! Deus nos
livre! Neste caso, a queda, a cura, a suspensão de uma ou mais síndrome de
ansiedade interna, podem ocorrer quando forças, ou diferenciação espiritual das
trevas envolvem as áreas sub-sensoriais daquela pessoa que está disposta e
presente numa seção ou prática cultista.
Infelizmente,
e à guiza de uma pretença desculpa eclesial, alguns têm afirmado: “os sinais
não são para ser teologicamente explicados, mas piamente aceitos. ‘O vento
assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabe de onde vem nem para onde
vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito‘, justificando assim, que
certos escritos ou manifestações devem ser inibidos de verifição à luz das
Escrituras ou da teologia! O pastor Paul abordou, de forma infeliz e
comprometedora, este assunto de muito brilho científico, reduzindo a Divindade
à dimensão da matéria - Deus é imanente, e nós, transcendentes! O Hinduísmo
ensina esta heresia! Penso e logo existo, foi a semente diabólica lançada no campo
para germinar certos ensinos e práticas extra-bíblicos!
Num sábado à
tarde, os estudantes do Grupo Farias Neves Sobrinho, numa pequena cidade do
Nordeste brasileiro, foram convidados para uma prática inofensiva de telepatia.
Lá estava eu! Depois de deixar o auditório em penumbra, ele começou a dizer:
“todos olhem para mim, todos pensem num horizonte bem distante, e agora fechem
os olhos. Você está descendo a montanha, e o trem está chegando, não podemos
ouvir o seu apito, e há perigo próximo da estação. Ajudem, todos apitem para
que o animal saia dos trilhos!” Imediatamente, passo a passo, todos começaram a
sussurrar, depois gritar, até que literalmente todos apitavam com a mesma
intensidade e tom de uma suposta locomotiva! Fenômeno como este, ocorreu na tão
discutida passagem da consulta de Saul à Pitonisa de Endor: "Então disse
Samuel: por que pois a mim me perguntas... e imediatamente Saul caiu estendido
por terra, e grandemente temeu por causa daquelas palavras de Samuel" (1
Sm 28:16,20). Como Saul entendeu a voz como sendo de Samuel? Qual foi a sua
intensidade, módulo e freqüencia? Os Livros Apócrifos Católicos, nomeadamente
os de Macabeus, estão repletos de exemplos tediosos como esse! Há quatro
maneiras práticas para o crente verificar a procedência da queda ou
arrebatamento:
Peça a Deus discernimento para conferir a
procedência do espírito. O dom de discernimento é a pedra de toque para
detectar os espíritos, no mais oculto de suas manifestações. Não tente
identificá-lo por semelhança ou por experiência anterior!
Se o rosto da pessoa estiver pálido, os poros
abertos e as lágrimas rolarem impermeáveis pelo rosto, os olhos vermelho escuro
ou embranquiçados e um semblante flácido; ou ainda se a pessoa estiver
estribuchando, gritando, uivando, espumando e rindo descontroladamente, foi
fenômeno telepático, uma operação diabólica!
Quando a pele do rosto estiver normal, as
orelhas vermelhas, os poros suando e as pálpebras avermelhadas e um semblante
plástico, foi uma reação sentimental do paciente!
Entretanto, se o rosto estiver vermelho, os
poros absorvendo as lágrimas, ou permeáveis, os olhos vermelhos claros e um
semblante alegre e consciente, foi, por certo, uma operação de Deus!
Fenômeno
Demonológico
Em 1983,
estava pregando numa congregação da Assembléia de Deus nos arredores de Maputo,
Moçambique. Sentíamos a presença densa e patente do Espírito de Deus. Foi uma
tarde inesquecível! No meio da mensagem, entrou pelos corredores daquela
humilde Casa de Oração, uma senhora dos seus 85 anos de idade, encurvada como
uma bola, fumando um charuto com a parte acesa para dentro da boca, e trazida
por um irmão. Aquela figura de gente, acabada, maltrapilha, com roupas aos
farrapos e sobre tudo vitimada por 20 anos de uma guerra insana, era presa das
mãos cruéis de Satanás! Confesso que fiquei estupefatizado com a cena e com o
poder das trevas presente naquela senhora. Enquanto pensava no que fazer, veio
ao meu coração uma profunda compaixão pela alma daquela anciã, quando num gesto
de aparente desespero, pulei do púlpito e bradei: “demônio, em nome de Jesus de
Nazaré, abandone este corpo!” Aquela senhora, levitando, subindo
aproximadamente um metro e meio se despencou no chão. Indo ao seu encontro,
impuz as mãos sobre a sua cabeça, ordenando que se levantasse. A mulher ficou
de pé, e começou a dar voltas, chorando e dando glória a Deus! Ela ficou livre
de uma legião de demônios!
Em 1984, fui
convidado pelo estimado pastor Alvaro de Souza, para ministrar estudos bíblicos
em sua igreja, uma Assembléia de Deus Portuguesa, em Toronto, Ontário. No
último dia, após o intervalo, o pastor me solicitou ter uma entrevista pastoral
com uma certa irmã responsável por um departamento de sua igreja, a qual vinha
sofrendo de fortes pressões mentais. Ela já havia tentado o suicídio várias
vezes, tinha uma mania de levanter-se pela madrugada e comer todo o
abastecimento da geladeira, e por fim, queria separar-se do marido e
desaparecer! Com cautela e respeito àquele homem de Deus, perguntei ao esposo
qual tinha sido seus últimos envolvimentos. Ele disse: “estes sintomas
começaram a acontecer desde a última vez que ela começou a freqüentar retiros
espirituais (camp meeting) de vários e famosos evangelistas!”
A convidei,
juntamente com o seu esposo, para o gabinete pastoral e, sentado à sua espera,
ela entrou com os braços levantados e cantando um certo hino espiritual.
Entrigado com tudo aquilo, pensei e disse comigo mesmo: “mas esta irmã
aparentemente não tem nada!” Em momentos, o Espírito de Deus falou forte para
mim: “este espírito não procede de mim!” Levantei-me, e com autoridade de Deus
e das Escrituras, disse: “demônio enganador, em nome de Jesus sai dela!” Aquela
mulher começou a embranquecer, e pela segunda vez, ordenei que os espíritos
imundos saíssem dela. Ela levitou como uns 30 centímetros e caiu sobre o tapete
daquele escritório. Uma casta tinha saido! Quando me aproximei, ela rasgou seus
vestidos, e semi-desnuda gritou: “venha se tem coragem!” Com o seu marido ao
lado, declarei a sua liberdade final! Deus acertou o último golpe naquela legião
de demônios, que por meses atormentava aquela senhora, libertando-a para viver
feliz e em paz com o seu marido e igreja! Certamente, ela foi vítima de
transferências de espíritos naquelas reuniões em massa ou através de imposição
de mãos de pessoas espiritualmente comprometidas.
Em 1985,
estava pregando numa cruzada em Montreal, e na hora do apelo, entre os que
aceitaram a Jesus, vieram três jovens senhoras, com os braços erguidos,
trajadas à moda assembleiana, e falavam uma língua estranha, realmente estranha!
Olhei para elas e disse comigo mesmo, “deve ser algum crente da Igreja
Francesa! Graças a Deus que elas vieram a nossa reunião!” Não terminando de
pensar, a voz do Espírito, que os crentes sabem discernir, falou claro ao meu
coração: “não procedem de mim!” Perguntei a um evangelista-cantor que estava ao
meu lado: “conhece estas senhoras?” Ele, incontestável, respondeu: “são
católicas carismáticas! Aleluia!” “Como?” Perguntei outra vez a Deus.
“Repreenda-os!” Pulei da plataforma, e ordenei aos espíritos imundos que
saissem delas. Imediatamente, uma a uma cairam rolando no chão! Foram libertas!
Deus tem poder para libertar as almas acorrentadas por Satanás! Não importa
como se manifeste, através de quem se manifeste ou quando se manifeste!
A possessão,
ou o fenômeno demonológico, ocorre quando a pessoa, não regenerada por Cristo,
abre seu coração aos espíritos imundos. Os demônios, seres espirituais que não
estão sujeitos ao espaço, à matéria e ao tempo, se alojam na área inferior
sub-sensorial da pessoa, ou na área externa do seu espírito, controlando todas
as suas emoções e ações! Mas o que falar de crentes possessos? O crente
regenerado não pode, em hipótese alguma, ficar possuído por demônios, pois o
Espírito Santo habita nele! Entretanto, ele pode ficar oprimido por esse mesmo
espírito malígno, se estiver numa vida de contínua pecaminosidade ou fora do
altar de Deus! A possessão controla todas as ações, enquanto a opressão
controla ocasionalmente as emoções da pessoa. Num seminário que realizei num país
africano, por exemplo, quando estava ministrando sobre Demonologia, e terminei
com uma oração, sete professores de Escola Dominical caíram para trás. Não me
precipitei em dizer que aquilo era uma nova ou velha unção. Apenas me detive em
consultar a Deus sobre o assunto e verificar cada indivíduo. Mais tarde fui
sabedor que todos eles estavam de uma forma ou de outra envolvidos com
adultério, feiticismo, comunismo ou mentiras crônicas! Claro, um aspecto
diferente do Animismo!
Quando você
presenciar uma multidão caindo em forma de cascata, como se fosse uma fila de
pedras de dominó, por alguém atirando um paletó, espargindo água, assoprando ou
fazendo ingerir qualquer tipo de líquido, é tempo de consultarmos a Deus,
porque nessa reunião alguma coisa sumariamente errada e comprometedora está
ocorrendo!
Por isso,
numa reunião carismática ou pentecostal, pode haver palmas, risos, quedas,
curas, profecias, arrebatamentos, revelações, prodígios, distribuição de dons e
ministérios, convite ao altar para receber posse das bençãos já prometidas (I
Co 14:2; Mc 9:38-40; At 2:43; 22:17-18). Entretanto, dependendo do nível
espiritual da mensagem e do preletor, estes quatro tipos de fenômenos poderão
estar presentes. O pastor da Igreja deve estar atento para orientar os crentes
no caminho certo. Nenhum deles deverá ser razão para levantarmos um estandarte
doutrinário ou estilo litúrgico; muito pelo contrário, devemos ficar cientes
que Deus opera milagres, e por sua vez, com certeza, Satanás tentará a todo
custo imitar os atos da Divindade (Ex 7:22; Mt 7:22-23; At 20:29; 16:17; Mt
25:12).
Estamos
vivendo os últimos momentos da Igreja aqui na terra, e todo o cuidado contra os
ventos de doutrinas é pouco! Por outro lado, o equilíbrio deve ser a tônica do
pastor, evangelista ou professor das Escrituras Sagradas. Todos os extremos são
perigosos! O sectarismo eclesiástico é tão daninho como o fanatismo
pentecostal. A história nos lega uma lição sem par: três séculos de
evangelização dinâmica e descomprometida da igreja primitiva, terminou em doze
confinados, num sistema religioso feudal Católico Romano. Por mais três séculos
a comunidade religiosa entre guerras tiranas, assistiu ao protestantismo saindo
das masmorras de um cristianismo de Estado, ensangüentado! Entretanto, pasmem,
a Igreja somente retomou ao fio da meada, as suas raízes legitimamente
pentecostais, que perdeu na armadilha de Constantino, nos últimos 80 anos! Isso
mesmo, nos últimos conturbados 80 anos! Isso nos assombra ou não? Mormente
estamos vivendo os nossos últimos e decisivos momentos aqui na terra, cuidemos
da Doutrina e dos sãos costumes da amada Igreja do Senhor!
Viva vencendo com o Pentecostalismo Clássico, herdado de John Wesley!!!
Abraços.
Seu irmão menor.
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