Evangelho não é pregação de riqueza. Não é saquear riquezas dos ímpios. Nem restituição daquilo que foi “roubado” pelo diabo. Já vi um pastor no púlpito ler Joel 2:25 e dizer: “Levantem as suas mãos e vamos fazer um clamor de restituição". Isso além de petulância é analfabetismo bíblico. O versículo deixa claro que o exército de gafanhotos não foi enviado pelo diabo, mas por Deus com o intuito de disciplinar e ensinar o povo. Em nenhum momento o profeta Joel conclama o povo a um “clamor de restituição”, conclama, sim, a um clamor de arrependimento (Joel 2:12-15).
O Evangelho é: “Primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras; que foi sepultado; que foi ressuscitado ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (1Co. 15.3-4). Ser servo de Cristo não é cantar mantras de prosperidade material, mas firmar O compromisso de autonegação. Em lugar algum da Bíblia se diz que Jesus prometeu deixar todos nós ricos. As promessas do Antigo Testamento eram principalmente de ordem terrena e material. Na Nova Aliança não há promessas de riquezas materiais. A ênfase no Novo Testamento é, sobretudo, espiritual. O compromisso de promessas materiais foi com a nação de Israel, não com o Novo Israel – a igreja.
Lamentavelmente, o nome “evangélico” está desgastado. E, não culpem o diabo. A culpa é da ganância dos gatunos da fé. Ninguém me convence que um pastor precisa ter um haras de cavalos manga larga. Ninguém me convence que um pastor precisa ter um avião particular ou uma coleção de carros antigos alegando ser bênção de Deus. Ninguém me convence que uma igreja precisa ter piso de granito, castiçais de ouro e tapete persa. A ostentação é pecado.
Os falsários do Evangelho com pretexto de avareza ensinam que Deus entregou todas as riquezas do Egito nas mãos do povo de Israel após libertá-lo da escravidão egípcia e, irá fazer exatamente a mesma coisa nos últimos dias. O Senhor transferirá as riquezas dos ímpios para os crentes. Grande estultícia! A Bíblia diz que Deus permitiu que os israelitas levassem apenas certa quantidade de ouro, prata e vestimentas (Êxodo 12:35), além dos animais que já pertenciam aos israelitas (Êxodo 12:32). A criatividade maligna só existe na mente corrompida dos adeptos da teologia da prosperidade.
É comum os pregadores da prosperidade alardear o recebimento de “novas revelações”, “novos sonhos” e “novas visões”. Como pretexto de disfarçar o seu 'mamonistério' condicionam as bênção de Deus às suas profetadas. Os pregadores da prosperidade afirmam que Jesus na verdade era um homem rico, pois ele tinha até mesmo um tesoureiro para cuidar de seus “negócios”. Essa afirmação além de triste é cômica. O Senhor Jesus não foi um empresário bem sucedidos. Jesus nasceu num curral coberto de moscas. Não havia lugar para Ele. Jesus é o Servo Sofredor de Isaías e nos chama a lutarmos com Ele pelo Reino, sofrendo com Ele as consequências dessa luta. Somos chamados a participar da glória de Cristo, mas também dos seus sofrimentos (1 Co 1:4-7). A fidelidade traz sofrimentos e não prosperidade (Mt. 5:10-12).
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