
ESTAMOS COMEÇANDO HOJE O 4º TRIMESTRE DE 2016 - TÍTULO: "O DEUS DE TODA PROVISÃO - ESPERANÇA E SABEDORIA DIVINA PARA A IGREJA EM MEIO ÀS CRISES"
TEXTO ÁUREO
"Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo." (Jo. 16.33)
VERDADE PRÁTICA
As crises podem ser superadas com sabedoria, fé e com a ajuda de DEUS
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Habacuque 1.1-17

Introdução
POR QUE OS CRENTES SOFREM?
São diversas as razões por que os crentes sofrem:
(1) O crente experimenta sofrimento como uma decorrência da queda de Adão e Eva.
(2) Certos crentes sofrem pela mesma razão que os descrentes sofrem, i.e., consequência de seus próprios atos.
(3) O crente também sofre, pelo menos no seu espírito, por habitar num mundo pecaminoso e corrompido.
(4) Os crentes enfrentam ataques do diabo.
(a) As Escrituras claramente mostram que Satanás, como “o deus deste século” (2Co 4.4), controla o presente século mau (ver 1Jo 5.19; cf. Gl 1.4; Hb 2.14).
(b) Satanás e seus seguidores se comprazem em perseguir os crentes.
(5) De um ponto de vista essencialmente bíblico, o crente também sofre porque “nós temos a mente de CRISTO” (ver 1Co 2.16).
(6) DEUS pode usar o sofrimento como catalizador para o nosso crescimento ou melhoramento espiritual.
(a) Frequentemente, Ele emprega o sofrimento a fim de chamar a si o seu povo desgarrado, para arrependimento dos seus pecados e renovação espiritual (ver o livro de Juízes).
(b) DEUS, às vezes, usa o sofrimento para testar a nossa fé, para ver se permanecemos fiéis a Ele.
(c) DEUS emprega o sofrimento, não somente para fortalecer a nossa fé, mas também para nos ajudar no desenvolvimento do caráter cristão e da retidão.
(d) DEUS também pode permitir que soframos dor e aflição para que possamos melhor consolar e animar outros que estão a sofrer (ver 2Co 1.4).
(7) Finalmente, DEUS pode usar, e usa mesmo, o sofrimento dos justos para propagar o seu reino e seu plano redentor.
O RELACIONAMENTO DE DEUS COM O SOFRIMENTO DO CRENTE
(3) Além disso, DEUS promete que ficará conosco na hora da dor; que andará conosco “pelo vale da sombra da morte” (Sl 23.4; cf. Is 43.2).
VITÓRIA SOBRE O SOFRIMENTO PESSOAL. Se você está sob provações e aflições, que deve fazer para triunfar sobre tal situação?
(1) Primeiro: examinar as várias razões por que o ser humano sofre (ver seção 1, supra) e ver em que sentido o sofrimento concerne a você. Uma vez identificada a razão específica, você deve proceder conforme o contido em “É nosso dever”.
(2) Creia que DEUS se importa sobremaneira com você, independente da severidade das suas circunstâncias (ver Rm 8.36; 2Co 1.8-10; Tg 5.11; 1Pe 5.7). O sofrimento nunca deve fazer você concluir que DEUS não lhe ama, nem rejeitá-lo como seu Senhor e Salvador.
(3) Recorra a DEUS em oração sincera e busque a sua face. Espere nEle até que liberte você da sua aflição (ver Sl 27.8-14; 40.1-3; 130).
(4) Confie que DEUS lhe dará a graça para suportar a aflição até chegar o livramento (1Co 10.13; 2Co 12.7-10). Convém lembrar de que sempre “somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou” (Rm 8.37; Jo 16.33). A fé cristã não consiste na remoção de fraquezas e sofrimento, mas na manifestação do poder divino através da fraqueza humana (ver 2Co 4.7).
(5) Leia a Palavra de DEUS, principalmente os salmos de conforto em tempos de lutas (e.g., Sl 11; 16; 23; 27; 40; 46; 61; 91; 121; 125; 138).
(6) Busque revelação e discernimento da parte de DEUS referente à sua situação específica — mediante a oração, as Escrituras, a iluminação do ESPÍRITO SANTO ou o conselho de um santo e experiente irmão.
(7) Se o seu sofrimento é de natureza física, JESUS nos cura de todas as enfermidades.
(8) No sofrimento, lembre-se da predição de CRISTO, de que você terá aflições na sua vida como crente (Jo 16.33). Aguarde com alegria aquele ditoso tempo quando “DEUS limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor” (Ap 21.4).
1. A CRISE COMO UMA REALIDADE
DEUS CRIOU O MUNDO PERFEITO. Do início ao fim da Bíblia
Sagrada podemos conferir milhares porções do trabalhar de Deus. Toda a Sua obra
é perfeita, tudo o que Ele faz é bom. Isto não quer dizer que tenhamos que
entender exatamente o que Deus está fazendo para considerar boa a sua vontade.
Da criação do mundo até os tempos do apocalipse, tudo o que foi realizado pelo
Senhor é perfeito. Isto nos leva a concluir que se alguma coisa em nossa vida
não está bem, é necessário avaliar o que pode estar fora da vontade do Pai,
porque o que ele realiza é bom.
A Bíblia Sagrada nos recomenda a não nos conformarmos com
este mundo mal. Paulo falou aos romanos que a vontade de Deus é a melhor
escolha que podemos fazer em nossas vidas. Confira Romanos, capítulo 12,
versículo 2: “E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados
pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa,
agradável, e perfeita vontade de Deus”.
Nossa vida reflete nossas decisões. Não é culpa de Deus, por
exemplo, que você não tenha sido aprovado no vestibular. O que Deus faz é bom,
mas será que você se preparou para prestar o exame? Será que às vezes não somos
duros demais ou cedemos demais? Precisamos estar centrados na boa, agradável e
perfeita vontade do Pai para que a nossa vida seja abençoada.
O primeiro capítulo
da Bíblia, no livro de Gênesis, nos mostra como Deus criou o mundo. Se você ler
este capítulo vai perceber ao final de cada dia, quando Deus termina seu
trabalho, o escritor usa a frase “e viu Deus que era bom”. Ele criou o sol, a
lua, as estrelas e viu que era bom o que tinha feito. Criou as aves, os
répteis, separou o mar da terra, criou a natureza e viu que era bom o que tinha
feito. Mas, bom para quem?
Quando Deus criou a terra em seus mínimos detalhes, Ele fez
pensando no homem. Deus entregou tudo em nossas mãos em seu estado perfeito.
Tudo era muito bom. Quando Deus fez o
homem e a mulher, a Bíblia diz que Ele não achou simplesmente bom. Ao nos criar
e concluir sua obra, viu que era MUITO bom. “E viu Deus tudo quanto tinha
feito, e eis que era muito bom (Gênesis, capítulo 1, versículo 31)”.
Avalie sua vida, suas intenções, suas escolhas. Se tiver
alguma coisa fora do lugar e algo não está bem, é provável que você precise
melhorar em algum aspecto. "Justo é o Senhor em todos os seus caminhos, e
santo em todas as suas obras (Salmo 145, versículo 17)”. Romanos, capítulo 8,
versículo 28 diz: "Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem
daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”.
Quando nossa vida está no centro da vontade de Deus, até
mesmo quando enfrentamos as dificuldades, sentimos a presença do Senhor e
ficamos bem. Você conhece a história da mulher sunamita? Você pode ler no
capítulo 4 de 2ª Reis. Após uma dor de cabeça, o filho dela morreu. Quando ela
procurou o profeta Eliseu lhe perguntaram: “Vai tudo bem com você, com seu
marido e com o seu filho?”. A resposta daquela mulher é uma verdadeira lição
para as nossas vidas. Disse ela: “Sim! Vai tudo bem”. Mesmo em meio a uma
situação de angústia e morte, tudo estava bem, porque tudo o que Deus faz é
bom. No final desta história, através do poder de Deus, o filho desta mulher,
que estava morto, ressuscita.
Quando olhamos para a sociedade, não há dúvida de que temos
feito desordem da ordem de Deus. Mas Deus, por sua natureza divina, em sua
misercórdia, ainda quer restaurara ordem, e por isso enviou o seu filho, Jesus
(veja Efésios 1:10). Deus enviou Jesus como resposta para a desordem, para
poder criar de novo um mundo obediente às ordens de Deus.
O apóstolo Paulo diz "...se alguém está em Cristo, é
nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas" (2
Coríntios 5:17). Onde há trevas, Cristo diz: "Eu sou a luz do mundo; quem
me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida" (João
8:12). Em um mundo de caos, Cristo estabelece a ordem e a união pela sua
igreja: "...há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados
numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo;
um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em
todos" (Efésios 4:4-6). Onde há vidas vazias, é Cristo que "...a tudo
enche em todas as coisas" (Efésios 1:23).
É responsabilidade de cada pessoa reconhecer que Deus existe
e o buscar. A revelação geral de Deus (isto é, o mero fato de ele existir, como
é evidente pela criação) nos torna indesculpáveis se o rejeitarmos. Mas, para
conseguirmos escapar do estrago feito pela nossa desobediência, é necessário
muito mais do que apenas reconhecer que Deus existe.
Paulo avisou: "Ora, não levou Deus em conta os tempos da
ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se
arrependam; porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com
justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos,
ressuscitando-o dentre os mortos" (Atos 17:30-31). Jesus Cristo veio para
fazer a nova obra criadora de Deus, nos corações e nas almas dos homens. Que
busquemos a Deus em espírito e em verdade (João 4:23-24), nos arrependendo de
nossa desobediência, o pecado, e obedecendo a ordem de Deus em Cristo, para que
ele possa fazer de nós novas criaturas, segundo a vontade de Deus!
UMA SOCIEDADE EM CRISE
É preciso olhar no retrovisor da história para entendermos
melhor o presente. Os tempos mudaram, mas o homem ainda é o mesmo. E nossa
natureza decaída (usando um termo teológico) continua tendenciosa para o mal:
somos movidos pelas mesmas ambições, pecados, desejos egoístas e loucuras.
Nessa avalanche de crises, podemos constatar que a solução para a decadência
moral e espiritual encontra-se nos 10 mandamentos, que são mais atuais que
pensamos.
Ou a sociedade muda seu estilo de vida, ou continuaremos
vivendo tempos cada vez mais difíceis. Sim, ao que tudo nos leva a crer, há
coisa ainda pior vindo pela frente.
Os dez mandamentos são a síntese da Lei de DEUS ( Êxodo
20:1-17). Extremamente negligenciados e desprezados na atualidade, neste mundo
avesso a tudo aquilo que pertence a Deus, seu cumprimento nos pouparia de
problemas pessoais e conflitos mundiais. Inclusive, podemos dizer que o
Decálogo é base de boa parte de regras áureas de convivência. Quando Jesus os
“resumiu” em Amarás a Deus sobre todas as coisas e ao teu próximo como a ti
mesmo, Ele nos deu a dica de uma vida mais saudável, satisfeita e feliz.
Crise-leis-divinas
Aquele que se esquece
da Lei do Senhor sofre em dobro
O Senhor sabia que nosso relacionamento com o próximo só
melhoraria com a hipótese de desenvolvermos antes um relacionamento com o
próprio Deus. Ou seja, além da questão da essência do que fazer, temos a
questão da prioridade: o que fazer primeiro, para obter um melhor resultado.
Com efeito, os dez mandamentos se dividem em duas categorias principais:
1- Os primeiros 4 mandamentos definem nosso relacionamento
com Deus. Indica que fomos criados para adorar ao Senhor. Nada pode ser mais
importante que Deus em nossas vidas e nem substituir o reinado de Jesus em
nossos corações. Nada deve substituir nosso tempo a sós com DEUS!
Como juiz da terra o Senhor merece reverência. Como Rei, é
digno de toda nossa honra. No entanto, nossa cultura está permeada de flagrante
desrespeito a Deus, e Seu nome é usado de forma banal e ofensiva por muitos.
Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti
imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em
baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as
servirás; porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a
iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me
odeiam. E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os
meus mandamentos.Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus em vão; porque o SENHOR
não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.
2- E os últimos seis definem nosso relacionamento com as
outras pessoas: protegem os laços familiares e as relações sociais, tais como o
que prescreve que filhos devem respeitar os pais, o que condena as relações
extraconjugais, abusos sexuais, e os que reprovam velhos conhecidos nossos como
a cobiça, o furto e o engano.
Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus
dias na terra que SENHOR teu Deus te dá.
Não matarás.
Não adulterarás.
Não furtarás.
Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.
“Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher
do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu
jumento, nem coisa alguma do teu próximo.”
Nos dez mandamentos encontramos a solução para uma sociedade
violenta, a solução para corrupção, a solução para a mentira, enfim, a solução
para uma sociedade descontente e insatisfeita. Deus sempre soube que só
viveríamos em harmonia e paz se desenvolvêssemos um relacionamento pessoal com
Ele.
Tudo isso, como intuito de nos beneficiar! São ordens para a
preservação de nossa qualidade de vida! E ouso ir além: não apenas de nosso
bem-estar, mas de nossa sobrevivência coletiva!
A Palavra de Deus tem as respostas para suas crises: Em
Cristo, somos mais que vencedores!
Um breve olhar sobre os dez mandamentos nos ajuda a entender
porque a Bíblia são fundamentos indispensáveis. Decerto, é o remédio para a
nossa nação!
“A lei moral contida nos dez mandamentos… não foi cancelada
por ELE (Cristo)… Cada parte dessa lei deve permanecer irredutível para toda a
humanidade em todas as eras”, John Wesley (veja outras frases de Wesley aqui,
como aquela famosa: “coloque fogo no seu sermão ou coloque seu sermão no
fogo”).
Os 10 Mandamentos devem ser lidos em seu contexto
espiritual, moral, histórico e redentor a fim de que possamos alcançar o Amor,
Graça e a Misericórdia de Jesus Cristo. A meu ver, Deus escreveu os mandamentos
em duas pedras para indicar que Sua lei não muda (veja Salmo 19.7)! E escrevo
naquEle que não aponta para as crises mas, ao contrário, aponta para Aquele que
é a solução das crises: Cristo!
2. A CRISE COMO UMA CONSEQUÊNCIA DO PECADO
A CRISE NA SOCIEDADE ANTEDILUVIANA-“Assim como foi nos dias
de Noé, também será a vinda do Filho do Homem. Porquanto, assim como nos dias
anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o
dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio
e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do homem” (Mt 24:37-39).
A condição do mundo de hoje reflete muito bem essa predição
de Cristo. Seja pelos jornais, revistas, rádio ou noticiários de televisão, não
passa um dia sem algum relato desmoralizador das doenças da sociedade.
Surpreendentemente e em muitos aspectos, os próprios canais da mídia não apenas
revelam os próprios males que registram, mas freqüentemente são seus promotores
globais.
Uma das características da sociedade antediluviana era a
capacidade altamente cultivada de se comunicar. A habilidade de falar o mesmo
idioma, comunicando as invenções imaginativas do homem, provocou a intervenção
de Deus na construção da Torre de Babel. Essa aceleração das habilidades se
agigantou a ponto de impedir que Deus e Seu plano para a humanidade estejam
presentes hoje na indústria da mídia e comunicação.
Embora disponíveis para melhores propósitos, computadores,
celulares, vídeos, dvds e TV por satélite e cabo estão entre os modernos meios
de comunicação altamente sofisticados que levam a sociedade de hoje à
proliferação da imoralidade. Ellen White escreveu o paralelo entre nosso tempo
e o de antes do dilúvio: ‘A sociedade no tempo presente é corrupta, assim como
foi nos dias de Noé.
Deus concedeu ricos dons à longeva raça antediluviana, a
apenas um passo do paraíso, e eles tinham um vigor físico e mental de que os
homens têm agora somente uma pálida idéia; as bênçãos divinas e a força e a
habilidade que Deus lhes deu foram, porém, usadas para fins egoístas, para
satisfazer apetites ilícitos e para condescender com o orgulho. Eles baniram
Deus de seus pensamentos; desprezaram Sua lei; calcaram aos pés Sua norma de
caráter. Regalaram-se em prazeres pecaminosos, corrompendo seus caminhos diante
de Deus, e uns aos outros.
A violência e o crime enchiam a Terra. Não era respeitada a
relação matrimonial nem os direitos de propriedade. Os clamores dos oprimidos
penetraram nos ouvidos do Senhor dos Exércitos.
Deus nos chama a fugir da corrupção que caracteriza o mundo.
Em nossos lares e em nossa vida pessoal, devemos estabelecer limites ao que
estamos dispostos a assistir e ler. Cada família deve tornar claros a todos os
seus membros os valores que, como cristãos, deseja preservar. Devemos
estabelecer controles para a TV a cabo e para a Internet, porque, por esses
meios, a corrupção moral alcança o recinto sagrado de nosso lar. Em tempos como
este, precisamos de rededicação diária a Cristo e constante caminhada com Ele.
Às vezes, achamos que o abuso não é tão sério, mas Deus o
considera com muita seriedade. Quando pensamos que homem e mulher foram criados
à imagem de Deus, podemos compreender que qualquer forma de abuso provoca a ira
de Deus! Não existe base bíblica para o abuso.
Falta de honestidade – Paulo indica que o pecado não existe
só nos elementos criminosos da sociedade. Ele também é expresso em
comportamentos que incluem relações pessoais e comerciais. Ele fala de
“injustiça” – todas as ofensas contra nosso vizinho, nossos pais, nosso país.
Isso inclui crimes cometidos por grandes corporações empresariais.
Paulo diz que a ira de Deus se expressa contra toda maldade
e desonestidade humana. “Eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e
servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém!…
E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a
uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes, cheios
de toda injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja, homicídio,
contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores, caluniadores, aborrecidos de
Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos
pais, insensatos, pérfidos, sem afeição natural e sem misericórdia (Rm1:25-31).
Não devemos correr em busca de um abrigo e nos esconder de medo daquilo
que é um sinal da vinda de Jesus. Cristo diz que, por causa da maldade
acrescida, freqüentemente, o amor seria difícil de se encontrar (Mt 24:12).
Como povo de Deus, a esperança dentro de nós precisa ser uma
baliza poderosa do amor de Deus nas trevas da pecaminosidade do mundo
pós-moderno. Devemos viver o amor de Deus em relacionamentos plenos de graça. O
Espírito Santo pode dirigir a vida dos embaixadores de Deus no caminho da vida
justa, guiando outros à cruz de Jesus, nosso Senhor.
Paulo disse a Timóteo que “cada parte das Escrituras é
assoprada por Deus e, de uma ou outra forma, útil – mostrando-nos a verdade,
expondo nossa rebelião, corrigindo nossos enganos, nos preparando para vi -ver
da forma como Deus deseja. Pela Palavra, somos reunidos e moldados para as
tarefas que Deus tem para nós” (2Tm3:17).
As pressões nos relacionamentos de todas as direções cumprem
a predição de que estes são tempos difíceis. Mas as promessas da Palavra de
Deus nos dão certeza e esperança de que podemos enfrentar qualquer desafio que
nos sobrevenha. Isso acontecerá tão-somente se, pessoalmente e em oração, nos
mantivermos em contato com a graça de Deus; quando Ele habitar em nosso
coração, nossa mente e nossa vida.
CRISE NA SOCIEDADE PÓS-DILUVIO. Como mencionamos antes, um
erro clássico de muitos é pensar em Noé e sua descendência como uma linhagem
boa de pessoas, marcada por um comportamento íntegro constante. Deixe-se saber
que Noé foi "um homem justo". Ele "caminhou com Deus". Deus
disse sobre ele: "Eu te vi íntegro diante de mim". Tudo isso é
verdade e é um resultado da graça, mas deve ficar claro que Noé foi ainda
descendência de Adão, e ele e os seus foram todos pecadores, mas por natureza e
imputação. Poderíamos saber disso observando sua descendência hoje, mas isso
não é necessário. A Bíblia o afirma em Gênesis 8:21: "Porque a imaginação
do coração do homem é má desde a sua meninice".
Essa verdade é demonstrada por toda geração e está
registrada desse modo nas Escrituras, como Gênesis 9:22-29. Aqui, encontramos
Noé em um estado de embriaguez e nudez. Desse modo, ele está sustentando a
tentação para seu filho mais novo, Cãm, para pecar, e seu coração depravado
responde prontamente. Isso, alternadamente, traz o julgamento sobre sua
descendência até Canaã, o mais jovem. Isso deve parecer injusto, mas se
entendermos a Bíblia corretamente, veremos a espécie humana como uma raça, e
não todos eles como um conjunto de indivíduos separados. Noé compartilhou o
pecado de Adão tanto na culpa quanto no julgamento, e isso é transmitido
através de Sem, Abraão, Isaque, Jacó, Judá e todos aqueles que nasceram ou
nascerão. Mas, em Cristo, toda a semente santa é feita justa. Considere Romanos
5:19.
Deve ser notado também que, como um resultado do efeito do
pecado sobre o corpo físico, e alguns pensam que por causa das mudanças na
terra depois do dilúvio, a expectativa de vida humana começou a diminuir
rapidamente. Noé viveu 950 anos, mas seu filho Sem, (o segundo de três), viveu
apenas 600 anos.
Seu filho, Arfaxade, viveu apenas 438 anos; seu filho, Selá,
apenas 433; seu filho, Éber, 468, e seu filho, Pelegue, apenas 239 anos. Quando
observamos dez gerações depois, a de Abraão, a expectativa de vida diminuiu
para 175 anos. Isaque, depois dele, viveu 180 anos e Jacó, 147.
Outro fato que nos ajudará a entender essa história é que a
maior parte disso teve lugar durante a vida de Noé. Abraão nasceu cerca de 58
anos depois de Noé morrer e afastou-se de Harã apenas cerca de dezessete anos
após a morte de Noé. Há dez gerações de Adão até Noé e dez gerações de Noé até
Abraão. Como o efeito do pecado se expande rapidamente! Mas, em tudo isso,
vemos a mão de Deus muito determinada e fielmente estabelecendo Sua aliança
eterna pela qual produzirá a semente prometida, Jesus Cristo, por Quem Ele
redimirá os homens de seus pecados.
CRISE NOS TEMPOS DE JESUS E NA IGREJA PRIMITIVA. Jesus
nasceu na terra de Israel, em uma região conhecida como Palestina. O Filho de
Deus veio ao mundo em um tempo em que o Império Romano dominava Israel. A tensão
política e a instabilidade social eram grandes. Era um tempo de crise política,
social, moral e espiritual. Mas, em meio às crises a luz raiou dissipando as
trevas e trazendo esperança para a humanidade. Nos dias de Jesus, havia muitos
pobres e necessitados. Por isso, o Mestre ensinava que era preciso cumprir o
que fora dito pelo profeta Isaías(Is 58.6,7). Não adiantava dizer que eram
filhos de Abraão, caso não desfizessem o jugo do oprimido e repartissem o pão
com o faminto. Isso nos faz lembrar que a fé sem as obras é morta (Tg 2.15-17).
A Igreja Primitiva enfrentou uma terrível perseguição. Havia
muitos necessitados, todavia os irmãos acudiam os pobres e necessitados. Em
tempos de crise, os bens eram partilhados (At 4.34,35). É em meio à crise que podemos
ver o quanto as pessoas são generosas. A generosidade aliada à comunhão fazia
com que muitos fossem atraídos a Jesus Cristo, contribuindo para o crescimento
da igreja.
Maldade e violência. Essas palavras são usadas para
caracterizar os pecados que causaram o dilúvio de Gênesis. Maldade é rasab,
atos criminosos que violam os direitos dos outros e tiram proveito do
sofrimento deles. Violência é hamas, atos deliberadamente destrutivos que visam
prejudicar outras pessoas. Quando qualquer sociedade é marcada por situações
frequentes de maldade e violência corre o risco de receber o juízo de Deus.
Noé deve ser honrado por sua constante fidelidade. Ele
trabalhou durante anos na construção da arca numa planície sem água(Gn 6.3).
Ele deve ter sofrido zombaria sem piedade dos seus vizinhos, nenhum dos quais
respondeu às suas advertências acerca do juízo divino. Contudo, Noé não deixou
de confiar em Deus. Manteve uma postura obediente. Percebemos a qualidade de
nossa fé quando passamos por provações" (RICHARDS, Lawrence O. Guia do
Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo.
10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 29).
A CRISE
A CRISE POLITICA. Esta parte da História de Israel é muito
significativa. Antes, sob o reinado de Salomão, de aproximadamente 970 a.C a
931 a.C. ou a. E.C., houve uma grande expansão do reino, quer pelas alianças
feitas com outros reis, quer por dominação.
Na Bíblia as causas da divisão do reino de Israel estão
descritas em 1 Rs 12. Há uma situação de opressão por parte do rei e de
conseqüente insatisfação nas dez tribos do Norte. Quando Salomão morre em 931
a.C. ou a.E.C., seu filho Roboão quer aumentar o jugo imposto por seu pai: taxas e trabalhos para suprir a mesa do rei,
a corte e o exército às tribos, através dos seus prefeitos ou intendentes cf. 1
Rs 4,21-28. As dez tribos do Norte sob a liderança de Jeroboão se rebelam
contra isso e se unem constituindo um novo reinado – o do Norte, com a
denominação de Israel. No Sul ficam apenas duas tribos apoiando o filho de
Salomão, Roboão, a de Benjamim e a de Judá, constituindo o Reino do Sul sob a
denominação de Judá.
Os tempos são difíceis no Brasil em vários aspectos(refiro-me a “tempos” porque nossos problemas nacionais emendam décadas e
enlaçam gerações); existe a crônica e sistêmica dificuldade da corrupção
política derivada de uma outra desvirtuação moral que também emana de mais uma
adulteração imaterial (espiritual) – sim, e nesta última a constatação de que a
alma do “povo brasileiro” está doente! Ficamos enfermos pois bebemos dos
cálices das mentiras variadas e nos alimentaram dos banquetes de enganos e
trapaças – por isso que o brasileiro é de alguma forma “corrupto”; nosso
espírito geme no que parece um beco escuro e sem saída e nossa vida se esvai em
meio a tanta desgraça social.
A última esperança é a “igreja de Jesus”, pois para esta as
portas do inferno não prevalecerão; para ela a mentira não triunfa e o pecado
em qualquer estágio e meio não é tolerado. Estamos numa “crise de verdade” e num
cenário de inverdades onde se mente do “púlpito” ao parlamento; da polícia ao
judiciário e da liderança comunitária a Presidência da República. É uma crise
moral onde a retidão se extingue frente a intentos de ganância e poder onde
tudo vale e se justifica. É uma crise de valores onde o relativo não permite
convergirmos em quase nenhum acordo – todo mundo tem a sua verdade e sua
isolada posição – e numa sociedade em que ninguém se entende a própria se
destrói.
Também estamos em meio a uma crise de respeito e civilidade,
há uma guerra entre “cristãos” (com destaque para alas evangélicas) e “gays”
neste país, onde os primeiros através de alguns de seus líderes pelo discurso
da defesa da família e dos bons costumes formam um cinturão de apelo político e
usam do canhão das mídias evangélicas para mobilizarem o segmento a
pressionarem os legisladores na aprovação de leis mais “teocráticas”; incitam a
promoção de boicotes comerciais a empresas que “apoiam” o homossexualismo,
fomentam discussões e desferem acusações ao ativismo gay. Essa “causa
evangélica” deixa de ser cristã quando instiga ódio e arranca fobias
interiorizadas em mentes fundamentadas na extrema e única opção de condenar
pessoas.
O brasileiro têm liberdade se quiser ser gay ou lésbica e
ponto. O cristão também tem o direito de continuar pregando o evangelho sem
ofender as pessoas – apenas repetindo o que as Escrituras ensinam. Vale lembrar
que a Palavra de Deus enquanto o indivíduo está vivo só condena o comportamento
dele e não o próprio, de outra forma Deus jamais o chamaria ao arrependimento –
não haveria sentido para tal.
Evangelho no sentido vernacular são boas novas de salvação –
é isso que a igreja evangélica precisa se ocupar em fazer – quem convence é o
Espírito Santo! Se nós temos a verdade e se o ativismo gay quer propor e impor
inversões de papéis sociais através de um novo conceito de sexo e família –
nosso comportamento precisa basear-se numa apologia fidedigna à Palavra de Deus
em todos os sentidos – inclusive naquela de amar o próximo (gays, lésbicas,
bissexuais e travestis); se quisermos dialogar com essa sociedade não
evangélica onde não impera quase nada de valores bíblicos; teremos de ouvi-la,
respeitá-la em seu direito de expressão e para os mais radicais de nosso meio o
apelo não é menos radical – você terá que dar a face mesmo àqueles que aprovam
demonstrações como a do transsexual que aludiu a Jesus crucificado sobre um
trio elétrico em plena parada gay.
Voltando ao campo político e estendendo uma ponte de
reflexão ao religioso, eu acredito que a presença de representantes cristãos na
câmara dos deputados é necessária, como também representantes de outros
segmentos sociais. Acredito que através da política é que conseguiremos fazer
um país para e de todos, sob a ordem do respeito mútuo – ninguém é obrigando a nada, quer por sentir-se injustiçado por ser minoria ou por achar-se
absoluto pelo apoio da maioria. O Brasil não é uma “igreja” e menos uma “parada
GLBT” e enquanto os enfrentamentos e xingamentos continuarem, mais distantes do
entendimento ficaremos e os caudais generalizados de nossas crises só
aumentarão.
A CRISE ECONÔMICA. Houve ocasiões em que o Nilo não
transbordou o suficiente. Isto ocorreu devido a falta de chuvas rio acima ou
pela mudança temporária no canal do Nilo Branco, que alimentava o Nilo. Em
outras ocasiões, o Nilo transbordou tanto, que quando as águas baixaram a
estação de plantio estava perdida. Qualquer uma destas situações poderia
provocar a fome. Em anos bons, o Nilo podia produzir uma safra abundante, mas
em anos maus, nem uma espiga sequer. Sete anos sem nada, ou sete anos de
inundação, seriam um desastre.
Notemos várias verdades contidas aqui:
A. A verdadeira profecia vem somente de Deus [Isaías
41:21-23].
B. Deus controla as economias das nações. Pense nos países que passam
por recessão. C. Deus controla as nações deste mundo para o bem dos Seus
eleitos
Quando o faraó tem sonhos que não podem ser interpretados
pelos magos do Egito (Gn 41:8), José é lembrado pelo chefe dos copeiros, que
sugere o seu nome como alguém capaz de ajudá-lo.
José não só interpreta os sonhos, mas como a graça de Deus
era abundante sobre a vida de José que ele foi capaz de apresentar um plano
para salvar o Egito do tempo de fome que estava por vir. O faraó fica tão
encantado que entrega a José o comando do seu palácio e determina que todo o
povo se sujeite às suas ordens.
José foi chamado por Faraó de “Zafenate- Paneá” (Gênesis 41:
45), que significa “Salvador do mundo”. Essa honra lhe foi atribuída, porque
por seu intermédio, milhares de vidas foram salvas de morrer, inclusive sua
família. No sentido espiritual, Jesus é o pão da vida (João 6: 48,57,58). Ele é
o Salvador do mundo, na verdadeira significação do termo. E assim precisa ser
Ele distribuído, isto é, anunciado ao pecador. A palavra de Jesus a Seus discípulos,
na multiplicação dos pães, tem sentido de mostrar a responsabilidade dos servos
do SENHOR: “Dai-lhes vós de comer...” (Mateus 14: 16). É isto que precisam
fazer os embaixadores de Deus, dar o pão ao faminto.
A fome espiritual ainda permanece no mundo. Quem tem o
alimento capaz de solucionar essa necessidade é a Igreja de Deus. Os seus
servos são escolhidos e enviados para esta nobre missão, como é tão bem
delineada em toda a Escritura. Nas páginas áureas do Santo Livro estão
registrados os atos de vidas usadas por Deus, verdadeiras fontes de bênçãos na
distribuição do alimento que sacia a fome de salvação e prepara para a vida
eterna.
Homens e mulheres, jovens e crianças podem ser usados por
Deus, e na força poderosa do Espírito Santo, realizar feitos extraordinários. O
nome de Jesus precisa ser conhecido e louvado, de maneira que o mundo conheça
que só Ele é poderoso e Salvador. A Igreja está na terra exatamente para
realizar essa bendita obra e, para fazê-la, usa essas vidas dominadas pelo amor
e paixão pelas almas. Seja você, amado irmão, um instrumento para o uso do
SENHOR, como diz Paulo a Timóteo: “De sorte que, se alguém se purificar destas
coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para o uso do SENHOR, e
preparado para toda boa obra”. 2 Timóteo 2: 21.
A CRISE ESPIRITUAL-O caos ético e social que o texto de
1:2-4 apresenta combina com a decadência moral com os dias de reinado de
Jeoaquim, conforme Jeremias denunciou.
A proximidade da realização dos eventos descritos em 1:6-11,
conforme a expressão “nos dias de vocês” no verso 5. Javé havia prometido a
Josias que seu reinado não terminara com a invasão e cativeiro (2 Rs.
22:18-20). Talvez os oráculos de Habacuque se refiram aos últimos 20 anos de
independência de Judá.
A ascensão da Babilônia como superpotência mundial no século
VII a.C. acontece no período previsto em Habacuque, embora isso não sirva como
prova irrefutável.
O verso 5 ainda nos ajuda a definir esse período, pois,
tendo o Egito como aliado, Judá dificilmente acreditaria que seriam vencidos
pela Babilônia; o que de fato aconteceu quando Nabucodonosor derrotou o faraó
Neco em Carquêmis (Jeremias 46:2,6,10; II Reis 24:7).
Alguns argumentam que as denúncias de injustiça de Habacuque
não se encaixam no período de governo do rei Josias (pai de Jeoaquim), uma vez
que este recebe uma avaliação tão boa. Entretanto, a reforma que o rei Josias
fez, abrangeu apenas a parte litúrgica da sociedade hebraica, sem atingir a
parte social. Por isso a reclamação de Habacuque acerca da injustiça não se
choca com os relatos do governo de Josias, embora tenha tido uma boa
apreciação. Além disso, os efeitos negativos dos cinquenta anos do reinado
catastrófico de Manassés (avô de Josias) demorariam a desaparecer.
Habacuque baseou seus questionamentos em sua experiência com
os eventos históricos de seu tempo. Tal qual Jeremias (Jr. 22:13-23), Habacuque
também se indignou com a situação de injustiça, violência e opressão gritantes
em Judá; por isso reclama para Deus pedindo o castigo para os maus e a defesa
dos justos. A crise teológica de Habacuque começa justamente com o atraso do
julgamento dos líderes injustos.
Habacuque fica espantado e confuso diante da revelação de
Deus sobre a vinda dos babilônios como instrumento de Deus para o julgamento de
Judá, ao invés de um discurso sobre a salvação ou livramento. O questionamento
de Habacuque foi: poderia um Deus justo e bom usar meios perversos para
executar sua justiça? (Hc. 1:12-17).
O diálogo 1 começa com a reclamação de Habacuque a Deus
sobre as injustiças que estavam à sua volta, e porque os perversos não eram
julgados. Judá ainda não havia sido julgada por sua impiedade, e o primeiro
alvo da queixa de Habacuque não é o povo, mas Deus (1:2-4). Deus então responde
a Habacuque (1:5-11) dizendo que essa situação de opressão e injustiça não
duraria muito tempo mais, pois, ainda nessa geração, os ímpios seriam castigados.
Deus usaria a nação da Babilônia para aplicar o seu julgamento. Até este
momento, as nações vizinhas eram alvo do castigo divino, e a surpresa de
Habacuque reside no fato de Deus escolher uma das nações mais agressivas
daquele tempo para executar seu julgamento contra Judá.
Em vez de anunciar o livramento e restauração em forma de
promessa, o livramento e a salvação viriam por meio do ataque de uma nação
inimiga. Aqui, Deus não responde apenas ao profeta, mas a toda nação, conforme
percebemos pelo emprego do plural.
O segundo diálogo propõe um problema lógico. Além de não
resolver o problema da injustiça, as pessoas corretas seriam prejudicadas; e,
ademais, um inimigo impiedoso seria vitorioso a despeito de ser castigado.
Habacuque afirma a Deus que essa medida de julgamento não se ajusta com o
caráter santo de Deus (1:12). Habacuque, embora soubesse das injustiças de
Judá, achava que a perversidade dos babilônios era muito pior. Por isso se
horroriza ao imaginar a destruição que os babilônios fariam em Judá. Habacuque
os compara com um pescador inescrupuloso que pesca pelo simples prazer de matar
os peixes. Outro problema de lógica levantado por Habacuque é em relação à
soberania de Deus, que não interviria para proteger o seu povo. Habacuque não
faz essa declaração de maneira leviana ou desrespeitosa, entretanto buscava
sinceramente uma resposta. Deus responde que o julgamento se cumpriria e não
procura defender sua justiça, mas afirma que o justo seria preservado (2:4).
No NT Paulo usa este versículo para ressaltar a fé do
cristão, contudo, no contexto de Habacuque, indica a integridade na vida do
servo de Deus, mesmo que não consiga entender todo o processo. Deus prossegue
em sua resposta apontando para a sua justiça, na qual o perverso é castigado.
Habacuque abre o terceiro diálogo expondo sua confiança em
Deus, que a seu tempo castigaria o ímpio; e apelou à sua misericórdia na
execução do julgamento de Judá. A consciência do verdadeiro relacionamento com
Deus produziu o salmo de louvor registrado em 3:3-15, que descreve os feitos
poderosos de Deus, não somente para julgar, mas também para livrar (3:13).
Habacuque recorre à história de Israel comprovando sua obra redentora contra os
inimigos do seu povo, fazendo um contraponto literário com a ameaça babilônica
no capítulo 1. O livro termina com a confiança de Habacuque na justiça de Deus.
Mesmo com tantas desgraças que viriam acontecer, a fé inabalável de Habacuque
permitiu-lhe ter a alegria que não dependia mais das circunstâncias externas,
mas do seu relacionamento verdadeiro com Deus.
O problema em Habacuque gira basicamente em torno do mesmo
tema de Jó. No final do livro que narra seu drama, Deus aparece para mostrar
que a finitude humana não consegue dar respostas para todas as questões da
vida; mas, Deus está presente em todos os momentos de dúvidas e aflição pelos
quais a humanidade passa. Em Habacuque, a teofania do capítulo três tem a mesma
função. Muito embora Habacuque não tivesse todas as respostas, a presença de
Deus era suficiente para dar toda a confiança que o profeta precisava para
aquele momento.
No Antigo Testamento, as ações boas e más de todas as nações
são pesadas. Quando o lado com as ações más atinge um determinado limite o
julgamento de Deus é acionado. Cada geração contribui com as ações boas e más
contrapostas umas às outras e retardam ou adiantam a execução do juízo de Deus.
O arrependimento era uma forma de se retardar o julgamento, como se as ações
boas fossem somadas diminuindo o limite das ações más (Jn. 3:10; 2 Rs. 22:19-20).
A nação voltaria a enfrentar o risco de julgamento somente
se voltasse a realizar ações más. O texto de Jeremias 18:7-10 exemplifica esse
tratamento que Deus dava às nações.
Além desse aspecto do “peso” das boas e más ações a
misericórdia de Deus tem um efeito mais prolongado do que seu castigo, de
acordo com Deuteronômio 5:9-10. Outra característica de Deus em seu agir com as
nações é que sua misericórdia, aplicada sobre o lado das boas ações retarda o
julgamento pelas más ações, entretanto o peso das más ações não é eliminado até
que o castigo seja aplicado. O texto de Êxodo 32:34 mostra como este princípio
de aplica. Deus não puniu o povo naquele momento, por terem feito o bezerro de
ouro em virtude de sua misericórdia. Contudo, chegaria a hora de serem punidos
também por isso futuramente.
Ainda mais um
princípio pode ser entendido. Os povos que contavam com a revelação de Deus,
tal qual os hebreus, eram punidos com mais severidade em detrimento daqueles
que não conheciam acerca de sua revelação indicando que a tolerância de Deus
com os pagãos é maior. O Novo Testamento aplica esse princípio em Lc. 12:48.
Esse princípio pode ser aplicado a Judá. Embora os
babilônios fossem realmente muito mais cruéis os israelitas deveriam ter sido
mais obedientes em virtude da revelação da Lei e do aviso constante dos
profetas sobre sua apostasia. Agora o momento da execução do castigo havia
chegado. Esse esquema só é atribuído às nações, não a indivíduos e não se trata
de salvação. Por isso não há a preocupação de uma salvação baseada em boas
obras.
A vida de fidelidade. Deus mostrara a Habacuque que, embora
o castigo fosse severo, isso não seria o fim de Judá, mas haveria um
remanescente preservado. O fundamento da preservação seria a fidelidade. No
Novo Testamento, o apóstolo Paulo usa o conceito de Habacuque 2:4 para
fundamentar a doutrina da justificação pela fé. Paulo cria uma ponte entre
‘emûnâ, que significa fidelidade e pistis, fé.
Em Habacuque a fidelidade, ou o posicionamento correto
diante das circunstâncias adversas foi percebido por Paulo como o elemento
universal de salvação, expresso mais claramente por Paulo em Romanos 8.
CONCLUSÃO
O Senhor é zeloso conosco e Ele sabe que muitas das coisas
deste mundo poderiam nos afligir e amedrontar, por isso, nos deixou em Sua
Palavra, tamanha fonte de encorajamento. Mesmo em meio às dificuldades, Ele
está conosco, nos sustentando, guardando, protegendo e capacitando.
“… há um conosco maior…” (2Cr. 32.7,8). “Não Temas”! Ele
está contigo em todo o tempo, em qualquer lugar e em qualquer situação. A
presença do Senhor nos envolve de forma tão tremenda e maravilhosa, que nos dá
ousadia, coragem, esperança e desaparece todo o medo, mediante a presença
segura e a certeza de que o Deus onipotente está conosco.
Lembre-se, disso em todos os momentos e principalmente nas crises:
1. Quando tudo parece perdido, com Deus ainda não está perdido. Qualquer analista político que olhasse a situação vivenciada por Habacuque, lavraria uma sentença de morte ao pequeno reino de Judá. A Babilônia era a dona do mundo, a detentora de um poder irresistível e de uma crueldade indescritível. Jerusalém seria esmagada impiedosamente, e suas ruas seriam pisadas pelos opressores sem que houvesse qualquer resistência. Mas o forte se torna fraco, e o fraco é revestido de força. A Babilônia caiu, e Judá foi restaurado. Nenhum poder político ou econômico pode frustrar os desígnios de Deus. O plano de Deus prevalece ainda que toda a terra se levante contra Ele. Seguir as pegadas do Deus Todo-Poderoso, eis o segredo de uma vida triunfante!
2. Quando chegamos no final dos nossos recursos, os recursos de Deus ainda estão disponíveis. A crise é um tempo de oportunidade. Habacuque não sucumbiu diante da aterradora situação, mas subiu à torre de vigia e clamou por um avivamento. Ao meditar sobre a pessoa de Deus e sobre os feitos divinos, recobrou ânimo e pôs-se a cantar. É a verdade acerca de Deus e dos Seus gloriosos feitos que nos oxigena a alma e nos fortalece para a caminhada. Quando os recursos da terra acabam, os celeiros do Céu continuam abarrotados. Quando a força do braço humano entra em colapso, o braço Onipotente de Deus sai em defesa do Seu povo. A fé em Deus não é fuga dos problemas, mas a única maneira sensata de enfrentá-los vitoriosamente.
3. Quando a crise nos encurrala, precisamos olhar para o Alto. Quando Habacuque subiu à torre de vigia, ele ouviu Deus e falou com Ele. A Palavra de Deus lhe trouxe consolo e direção, e a oração lhe encheu a alma de esperança e alegria. Diante da tragédia, se olharmos para baixo, ficaremos desolados; se olharmos ao redor, para avaliarmos as circunstâncias, ficaremos estarrecidos. Contudo, se olharmos para o Alto, encontraremos vitória.
Viva vencendo, crendo absolutamente no poder do Senhor, que é poderoso para mudar tudo a qualquer momento!!!
Abraços.
Seu irmão menor.
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