Sem sombra de dúvida, estamos vivendo dias difíceis em que
muitos estão vivendo em decadência espiritual. Nunca esteve tão patente aos
nossos olhos o cumprimento da predição feita por Jesus: "E por se
multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos se esfriará" (Mt 24.12). Porém
mesmo diante do que se mostra aos nossos olhos, a postura de muitos crentes em
relação a estes acontecimentos é mais fria e calculista ainda. O que a Bíblia
expõe como alerta nem sempre é tido como algo que seja motivo de preocupação,
mas algo simbólico e superficial. Por isso vemos tantos crentes alvejados pelo
comodismo em nossos dias.
O que se pretende
fazer através das palavras seguintes do presente artigo é que nos acautelemos e
demos a devida atenção aos alertas promovidos por Deus em sua palavra, para que
não sejamos, como muitos, escravizados pela frieza espiritual e pelo comodismo
acelerado que tem afetado muitos crentes em todo o mundo.
OS ALERTAS BÍBLICOS ACERCA DO TEMPO EM QUE VIVEMOS
Tempos trabalhosos
Assim instruiu o
apóstolo Paulo ao jovem pastor Timóteo: "Sabe, porém, isto: que nos
últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos" (2Tm 3.16). São tempos
trabalhosos pelo fato de existirem homens amantes de si mesmos, avarentos,
presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos,
profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes,
cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais
amigos dos deleites do que amigos de Deus. São homens que resistem à verdade,
corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé. Destes, diz Paulo, devemos
nos afastar.
Estamos vivendo atualmente em tempos trabalhosos em que se
cumprem os escândalos, o ódio, a traição e o aborrecimento vaticinados por
Jesus em Mt 24.9,10. O crente do século XXI, por sua vez, não deve estar alheio
às realidades que o cercam. Temos a responsabilidade de perseverar, e em meio a
tempos trabalhosos despertar do sono, conforme Rm 13.11.
TEMPO PARA TODO O PROPÓSITO DEBAIXO DO CÉU
Nos tempos
trabalhosos em que vivemos, para muitos o tempo tem sido uma pedra de tropeço
em virtude de não administrarmo-lo de forma correta. Isso porque nem sempre
damos prioridade aos propósitos mais importantes do nosso viver. O sábio
Salomão nos declara que "tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para
todo o propósito debaixo do céu" (Ec 3.1).
Nos tempos
trabalhosos em que o crente hodierno vive não podem ser esquecidos os seguintes
propósitos espirituais: estar presente na congregação, pregar a palavra, ouvir
a voz do Senhor, exortar, orar e buscar o Senhor.
Tempo de estar presente na congregação.
“E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos à
caridade e às boas obras, não deixando a nossa congregação, como é costume de
alguns; antes, admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais quando vedes que se
vai aproximando aquele Dia” (Hb 10.24,25).
Como podemos entender
por meio do texto escrito aos hebreus, crentes que professavam sua fé em Jesus
Cristo, já naqueles dias adotaram o mau hábito de estarem ausentes quando
outros irmãos estavam congregados para adorar ao Senhor.
Os prejuízos espirituais para aqueles crentes
seriam inevitáveis se continuassem procedendo desta forma. Por este motivo, o
escritor aos hebreus exortou-lhes a que retornassem à comunhão com os irmãos na
congregação, pois este é o desejo de Deus para a vida de cada crente.
Tempo de pregar a palavra
“Conjuro-te, pois, diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo,
que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu Reino, que pregues
a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com
toda a longanimidade e doutrina” (2Tm 4.1,2).
Os tempos em que vivemos são trabalhosos também no que
concerne a pregar a palavra do Senhor, mas o crente não deve ficar de braços
cruzados enquanto as almas dos homens se destroem por causa do poder do pecado
sobre suas vidas. A vinda do Senhor é certa e está próxima. Sejamos, pois,
verdadeiros arautos do Rei Jesus e proclamemos as suas verdades a tempo e fora
de tempo, como nos aconselha o apóstolo Paulo.
Tempo de ouvir a voz do Senhor
“Portanto, convém-nos atentar, com mais diligência, para as
coisas que já temos ouvido, para que, em tempo algum, nos desviemos delas” (Hb
2.1).
O termo “ouvir”, nas Escrituras, é empregado em dois
sentidos distintos: exprimir a capacidade de entendermos sons e expressar a
nossa disponibilidade em obedecer à voz de alguém. Assim sendo, a maior necessidade em relação à
voz de Deus é não somente escutá-la, mas sim obedecê-la. O apóstolo Tiago,
irmão do Senhor, nos dá um conselho altamente espiritual em sua carta
apostólica:
“E sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes,
enganando-vos com falsos discursos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra e
não cumpridor, é semelhante ao varão que contempla ao espelho o seu rosto
natural; porque se contempla a si mesmo, e foi-se, e logo se esqueceu de como
era. Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade e nisso
persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado
no seu feito” (Tg 1.22-25).
Nos tempos
trabalhosos em que vivemos há muitos crentes que “ouvem, mas não ouvem”, isto
é, escutam, mas não obedecem ao que escutam, o que tem levado muitos a se
desviarem do caminho da salvação. O escritor aos hebreus, porém, nos exorta
para atentarmos com mais diligência para as coisas que temos ouvido, pois a
vinda do Senhor é iminente.
Tempo de exortar
“Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o
tempo que se chama hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do
pecado” (Hb 3.13).
Exortar significa
incitar através de argumentação, urgir por boas obras. É o ato cristão de
incentivar outros cristãos a procederem fielmente à palavra de Deus e
continuarem a prática das boas obras, as quais Deus preparou para que
andássemos nelas (Ef 2.10).
Nos dias de hoje,
cabe a cada crente comprometido com a palavra de Deus, estimular os seus irmãos
ao amor e às boas obras (cf. Hb 10.24), buscando assim o aperfeiçoamento
espiritual de cada um e a purificação da nossa alma, para que não venhamos nos
endurecer por causa do engano do pecado.
Tempo de orar
“Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que sejais
havidos por dignos de evitar todas essas coisas que hão de acontecer e de estar
em pé diante do Filho do Homem” (Lc 21.36).
“Orai sem cessar” (1Ts 5.17)
Talvez seja este o
tempo que o inimigo das nossas almas mais queira roubar de nós. Isso porque
quando o crente ora Deus ouve e envia dos altos céus a resposta para a sua
petição. O crente deve ter, portanto, a responsabilidade de ser cauteloso
quanto a isso e conservar uma vida de comunhão com Deus em oração.
Tudo o que menos se
esperava de Paulo e Silas no cárcere de Filipos por parte das autoridades e dos
demais que ali estavam, era que eles começassem a louvar e orar ao Deus dos
céus. Quando assim fizeram, no entanto, os grilhões de todos caíram e as selas
se abriram por causa do agir do Deus que ouviu as orações daqueles dois homens
prisioneiros que ali estavam.
Quando Pedro e João
foram soltos da prisão (cf. At 4.23-31) e retornaram aos seus irmãos em Cristo,
contaram-lhes tudo o que havia sucedido anteriormente e como os sacerdotes lhes
ameaçaram e ordenaram que não mais ensinassem nem falassem no nome de Jesus.
Sabe qual foi a atitude da igreja diante do exposto? Se fosse a igreja
contemporânea talvez o máximo que teriam feito seria lamentar e murmurar, mas
como era uma igreja que vivia o primeiro amor, a sua atitude foi de contar para
o dono da obra os tais acontecimentos e perseguições. A Bíblia nos diz que
“[...] tendo eles orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos
foram cheios do Espírito Santo e anunciavam com ousadia a palavra de Deus” (At
4.31).
Não é tempo de ficarmos de braços cruzados, meu irmão e
minha irmã; é tempo de orar!
Tempo de buscar o Senhor
“[...] porque é tempo de buscar o Senhor, até que venha, e
chova a justiça sobre vós” (Os 10.12b).
O século XXI tem sido, para alguns, o tempo da busca por
avanços tecnológicos. Para outros tem sido o tempo da busca por recursos
financeiros acumulados. Para o crente, porém, deve ser o tempo de buscar o
Senhor.
Infelizmente
há cristãos que preferem buscar o Senhor em última instância, quando já
desperdiçou muito do seu tempo com paliativos falíveis. Não se deve deixar para
buscar o Senhor quando a nossa alma está profundamente angustiada, mas sim em
todo o tempo, para que quando soprarem os ventos contrários estejamos prontos a
lutarmos contra eles. Cada crente deve entender que todo dia é dia de buscar o
Senhor.
Abraços.
Viva vencendo, aproveitando bem o tempo que se chama hoje, o amanhã é incerto!!!
Seu irmão menor.
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