Considerando que a música na igreja precisa cumprir seu propósito, precisamos analisar melhor aquilo que tem sido tocado nos altares bem como o que se ouve nas produções de alguns ‘artistas gospel’. Estou fazendo um apelo em especial para liderança. Atenção à sua responsabilidade nesta área!
Não vou entrar no mérito de analisar condutas pessoais de cantores, sejam pessoas desconhecidas ou mesmo os pop stars gospel. Me atento ao ensino, a doutrina, a mensagem transmitida nas canções, tanto de famosos como de meros desconhecidos, que, sejamos francos, estão aí no mercado buscando seu lugar ao sol.
Não sou músico, não sei tocar instrumento algum. Mas, aprendi a cantar um pouco. E como tudo no âmbito da igreja precisa e depende da aprovação das Escrituras, estou no completo direito bíblico de examinar a mensagem. Até por que, música também é uma ‘pregação’.
Portanto, tome por base, por aquilo que você ouve, se tais pregações são edificantes, se engrandecem o nome de Deus, se estão comprometidas com a Bíblia, se estão em sintonia com a doutrina cristã, e se de fato, o Senhor é adorado e louvado nelas.
Existe um princípio que precisa ser adotado na igreja em nossos dias – urgentemente. Para que exista um momento de culto, de louvor e adoração, precisamos dos elementos para tal: o meio de adoração (música, canto, palavras, expressões, etc), o adorador (pessoa e pessoas), e – evidente – o Adorado. Todas as vezes que o primeiro ou segundo elemento estão em evidência que ‘ofusca’ o Adorado, não existe culto.
O que quero dizer com isso? Que se em nossas canções o centro não é Deus, Ele não está sendo adorado! Se os feitos que são enaltecidos não são os feitos de Deus, logo, Ele não está sendo louvado!
Vamos a alguns exemplos?
Canções com repetições ao extremo, músicas de dois versos que duram dez minutos (mantras gospel), letras antropocêntricas onde o homem, seu prazer e conquistas são o foco, letras traduzidas mal feitas e desconexas, erros de concordância, gramática e tempos verbais, enfim, a lista vai longe no mercado das aberrações.
Com a desculpa de “é pra Deus, e de todo o coração”, nossa geração está produzindo um legado horripilante!
Veja só (os destaques em caixa alta sempre serão meus):
Quero subir em Teu colo
COMO CRIANÇA ME EMBRIAGAR
No Teu amor
Alguns chamam esta letra de “melô da criança bêbada”. Não se acha nas Escrituras respaldo para uma música assim (mesmo com licença poética).
Em nome da adoração extravagante, o culto racional é diluído (Rm 12.1).
Já posso ouvir o som, o som,
De abundante chuva (4x)
CHUVA, CHUVA, CHUVA
CHUVA, CHUVA, CHUVA
CHUVA, CHUVA, CHUVA
CHUVA, CHUVA, CHUVA
CHUVA, CHUVA, CHUVA
CHUVA, CHUVA, CHUVA
CHUVA, CHUVA, CHUVA
CHUVA, CHUVA, CHUVA
Elementos da natureza são apreciados em demasia pelos extravagantes. Houve a época recente em que a cada 10 letras, 20 tinham a palavra ‘chuva’. É uma prova contundente que boa parte do mercado da música sempre anda – ou dança? – ao embalo da mesma moda. Nada se cria, tudo se copia.
Pela fé posso clamar
Pela fé posso enxergar
Pela fé posso tocar
Pela fé, pela fé
Não há muralhas que ficarão de pé
Diante de mim
Estou firmado em Cristo pra sempre
Tenho a luz em mim
Pela Fé…
Eis um exemplo clássico onde a perniciosa Confissão Positiva invadiu o campo musical para espalhar seus devaneios. O mais interessante desta letra é que não se fez menção alguma sobre a fé salvífica, sobre o dom gracioso de Deus atrelado a salvação (Ef 2.8). A mensagem da cruz ficou de lado para que ‘as muralhas caiam diante de mim’. Músicas antropocêntricas para massagear o ego das massas.
Deixa Deus fazer agora em tua vida
Deus vai derramar agora em tua vida
Vinho novo, Vinho novo, Vinho novo,
Abundantemente em tua vida
Vinho novo, Vinho novo, Vinho novo,
Abundantemente em tua vida
Vinho novo, Jesus
Em odres novos, nossas vidas
Houve também um breve tempo em que a palavra “vinho” figurava em diversas músicas. Esta é mais um exemplo em que o cerne da música é o ser humano. A exaustiva repetição “Vinho novo” mostra – assim como em músicas repetitivas – a característica de letras vazias.
Quem te viu passar na prova
E não te ajudou
Quando ver você na benção
Vão se arrepender
VAI ESTAR ENTRE A PLATEIA
E VOCÊ NO PALCO
Vai olhar e ver
Jesus brilhando em você
Quem sabe no teu pensamento
Você vai dizer
Meu Deus como vale a pena
A gente ser fiel
Na verdade a minha prova
Tinha um gosto amargo
Mas minha vitória hoje
Tem sabor de mel
Está música é o clássico exemplo das canções triunfalistas entoadas por aí. Existe um estereótipo de cantora e letras que remetem sempre para a mesma ideologia “da vitória”. Em minha opinião, este é o hino máximo do culto antropocêntrico. E pior que isso, é um tributo à vingança. Talvez o leitor me considere um exagerado, mas quando ouvi tal música e li sua letra não percebi outra coisa na mesma senão o explicito sentimento de vingança. Convém ao cristão tal espírito vingativo?
VAI TUDO VIRAR CRENTE
Líderes de êxito
Apaixonados por Jesus
VAI TUDO SER VALENTE
Totalmente dependente de Deus
Com a necessidade de encaixar rimas sem sentido, os “levitas” criam letras que ferem até mesmo a conjugação verbal. Fracas teologicamente, sem glorificar a Deus e cheias de erros de português. O que tal letra agrega?
Ligue pro Senhor, que Ele o atende
Não tem secretária, é o sobrenatural
Ligue pro Senhor, que Ele é seu sustento
LIGUE, LIGUE AGORA, QUE É 0800
Que tristeza, não é?
Percebe? Percebe que na ânsia de entreter as massas, tais “artistas” mesclam conceitos, criam aberrações doutrinárias, promovem a Teologia da Prosperidade, focam o homem, seus desejos e vontades, e se esquecem de Deus e Sua santa Palavra?
Nada contra o contemporâneo, mas em nome do novo, cria-se mero entretenimento, e sejamos francos, Deus não é entretenimento, nem Seu Reino, nem Sua glória.
Nesta onda estranha, os valores são invertidos, e o Adorado torna-se um servo da igreja, para deleite de homens.
Fica aqui um exemplo no vídeo abaixo desses 'louvores'(???), que tanto mal tem causado. Veja com paciência
Loucura completa, não é?
Deus tenha misericórdia de nós. Isso nunca foi louvor, nunca foi adoração.
Isso é brincar com nossa inteligência e ao mesmo tempo achar que Deus é 'tapado' e que vai 'aceitar' tudo.
Veja agora esse outro vídeo. Nele, o pastor vai falar sobre o propósito do louvor bíblico e sobre o 'louvor paralelo'.
Veja:
Neste vídeo abaixo, há uma paródia de 'louvor gospel', onde o intento é mostrar "Como não devemos adorar a Deus"
Viva vencendo os 'modismos', parando de dar 'ibope' para esses mercenários do 'louvor gospel'!!!
Abraços.
Seu irmão menor.
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