Os Doze Profetas Menores — Advertências e consolações para a santificação da Igreja de Cristo
Lição 1: A atualidade dos Profetas Menores
Data: 7 de Outubro de 2012
TEXTO ÁUREO
“Mas que se manifestou agora e se notificou
pelas Escrituras dos profetas, segundo o mandamento do Deus eterno, a
todas as nações para obediência da fé” (Rm 16.26).
VERDADE PRÁTICA
Por ser revelação de Deus, a mensagem dos profetas é perfeitamente válida para os nossos dias.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
2 Pedro 1.16-21.
11 - Porque não vos fizemos
saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas
artificialmente compostas, mas nós mesmos vimos a sua majestade,
17 - porquanto ele recebeu de
Deus Pai honra e glória, quando da magnífica glória lhe foi dirigida a
seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me tenho comprazido.
18 - E ouvimos esta voz dirigida do céu, estando nós com ele no monte santo.
19 - E temos, mui firme, a
palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz
que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da
alva apareça em vosso coração,
20 - sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação;
21 - porque a profecia nunca
foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus
falaram inspirados pelo Espírito Santo.
INTERAÇÃO
Prezado professor, o comentarista de Lições Bíblicas
desse trimestre é o pastor Esequias Soares. Um dos mais renomados
biblistas do pentecostalismo brasileiro, líder da Assembleia de Deus em
Jundiaí (SP) e da Comissão de Apologética da CGADB. Mestre em Ciências
das Religiões, graduado em línguas orientais e autor de várias obras
publicadas pela CPAD. O tema que estudaremos é uma das áreas em que o
autor é especialista, pois trata-se de alguém que conhece profundamente o
hebraico. Veremos que a mensagem milenar desses profetas muito tem a
dizer-nos hoje. Ouçamos, pois, o Senhor através dos seus santos
profetas!
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Descrever o panorama geral dos profetas menores.
- Analisar a procedência da mensagem dos profetas menores.
- Compreender que os escritos dos profetas menores são divinamente inspirados.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, para introduzir a primeira lição utilize o
esquema abaixo. Reproduza-o conforme as suas possibilidades. O objetivo
é mostrar ao aluno um panorama geral dos Profetas Menores. Sabemos que o
surgimento do profetismo em Israel e Judá se deu no período monárquico
(veja o Auxílio Bibliográfico I). Enfatize que as finalidades do
movimento eram: restaurar o monoteísmo hebreu, combater a idolatria,
denunciar as injustiças sociais, proclamar o Dia do Senhor e reacender a
esperança messiânica.
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
Atualidade: Qualidade ou estado do que é atual; momento ou época presente.
Neste trimestre, estudaremos os chamados Profetas
Menores. Apesar de antiguíssimos, eles tratam de questões relevantes
para os nossos dias e servem de edificação espiritual a todo o povo de
Deus. Entre os temas tratados, temos: a família, a sociedade, a política
e a espiritualidade. Na atual conjuntura, os profetas são um verdadeiro
esteio da sabedoria divina para a Igreja de Cristo, pois encorajam-nos a
militarmos pela causa de Cristo.
I. SOBRE OS PROFETAS MENORES
1. Autoridade. A coleção dos Profetas Menores
compõe-se dos seguintes livros: Oseias, Joel, Amos, Obadias, Jonas,
Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. Essa
estrutura vem da Bíblia Hebraica e, posteriormente, da Vulgata Latina. A
Septuaginta (antiga versão grega do Antigo Testamento) apresenta nos
seis primeiros livros uma disposição diferente da Hebraica, dispondo os
livros assim: Oseias, Amos, Miqueias, Joel, Obadias e Jonas.
É importante ressaltar que o valor e a autoridade
dos escritos dos Profetas Menores em nada diferem dos Profetas Maiores.
Tal classificação é puramente pedagógica, visando tão somente facilitar a
compreensão da presença de uma estrutura literária nos livros
proféticos do Antigo Testamento. Não obstante, ambas as coleções são uma
só Escritura e têm a mesma autoridade (Jr 26.18 cf. Mq 3.12; Rm 9.25-27
cf. Os 1.10; 2.23; Is 10.22,23).
2. Origem do termo. A expressão “Profetas
Menores” advém da Igreja Latina por causa do volume do texto ser menor
em comparação aos de Isaías, Jeremias e Ezequiel. Assim explica
Agostinho de Hipona (345-430 d.C.) em sua obra A cidade de Deus. O termo é de origem cristã, pois, na literatura judaica, essa coleção é classificada como Os Doze ou Os Doze Profetas.
Essa informação é confirmada desde o ano 132 a.C, quando da produção do
livro apócrifo de Eclesiástico (49.10). É também corroborada pelo
Talmude (antiga literatura religiosa dos judeus) e ratificada pela obra Contra Apion do historiador judeu Flávio Josefo (37-100 d.C).
3. Cânon e cenário dos Doze. O cânon judaico classifica os profetas do Antigo Testamento em anteriores e posteriores, sendo: a) Anteriores: Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis; e b) Posteriores: Isaías, Jeremias, Ezequiel e os Doze. A classificação e o arranjo do cânon hebraico diferem sistematicamente do nosso.
Um dado importante é que todos os profetas, de
Isaías a Malaquias, viveram entre os séculos 8 a 5 a.C, tendo alguns
deles sido contemporâneos. O período abrangeu o domínio de três
potências mundiais: Assíria, Babilônia e Pérsia. Oseias, Isaías, Amos,
Jonas e Miqueias, por exemplo, viveram antes do exílio babilônico (Os
1.1; Is 1.1; Am 1.1; 2 Rs 14.23-25 cf. Mq 1.1), e outros, como Ageu e
Zacarias, no pós-exílio (Ag 1.1; Zc 1.1).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Os escritos dos Profetas Menores têm a mesma autoridade que os outros livros do Cânon Sagrado.
II. A MENSAGEM DOS PROFETAS MENORES
1. Procedência (vv.16-18). O apóstolo Pedro
afirma que a revelação ministrada à Igreja era uma mensagem real e
abalizada pelo testemunho ocular do colégio apostólico. À semelhança dos
apóstolos, os profetas, inspirados pelo Espírito Santo, refletiram
fielmente a vontade e a soberania divina acerca da redenção de Israel,
em particular, e da humanidade, em geral.
A mensagem dos profetas é de procedência divina e
tem, como cenário, as ocorrências do dia a dia. O casamento de Oseias
(Os 1.2-5; 3.1-5) e a visita de Amós a Samaria (Am 7.10-17) são apenas
alguns dos exemplos que deram ocasião aos oráculos divinos.
Semelhantemente aconteceu aos apóstolos na transfiguração de Jesus no
Monte das Oliveiras (Mt 17.5,6; Mc 9.7; Lc 9.34-36).
2. “A palavra dos profetas” (v.19a). Convém
ressaltar que a expressão “os profetas”, nessa passagem, não se
restringe aos literários e nem mesmo aos Doze. Porque Deus levantou
profetas desde o princípio do mundo (Lc 1.70; 11.50,51). O ministério e
os escritos proféticos eram tão importantes que, algumas vezes, o termo é
usado para se referir ao Antigo Testamento (At 26.27). Entre os seus
escritos, encontramos mensagens da vinda do Messias, orientações para a
vida humana, para a nação de Israel e até para o mundo. Há também
mensagens que se aplicam à Igreja de Cristo (1 Tm 3.16).
3. “Como a uma luz que alumia em lugar escuro” (v.19b).
Os profetas pregaram tudo o que diz respeito à vida e à piedade. Os
temas eram diversos: Deus, o ser humano e a criação. Estaríamos à deriva
no mundo sem as palavras dos profetas, pois elas nos levam à luz de
Cristo (Sl 119.105). A Lei e os Profetas anunciaram a vinda de Jesus de
Nazaré (Jo 1.45; Lc 24.27). A mensagem dos profetas foi entregue às
gerações futuras, preparando-as para o tempo do Evangelho (1 Pe 1.12).
Por isso, não devemos abdicar de seus ensinamentos, pois a autoridade
desses escritos é perfeitamente válida para hoje.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
A mensagem dos Profetas é de procedência divina. Jamais por inspiração humana.
III. A INSPIRAÇÃO DIVINA DOS PROFETAS
1. A iniciativa divina. O apóstolo Pedro
retoma o que afirmou nos versículos 16 a 18. A mensagem dos profetas não
se resume a uma retórica baseada em imaginação humana, nem é algo
artificialmente construído. Nenhuma parte dessa revelação “é de
particular interpretação” (v.20). As experiências dos profetas, como as
do próprio Pedro no monte da transfiguração, provam a iniciativa divina
em comunicar seus oráculos à humanidade.
2. A inspiração dos profetas. Está escrito que “toda a Escritura é inspirada por Deus” (2 Tm 3.16 — ARA). O termo grego theopneustos para as expressões “inspirada por Deus” e “divinamente inspirada” vem das palavras Theos, “Deus”, e pneo, “respirar, soprar”. Isso significa que os profetas foram “movidos pelo Espírito Santo” (2 Pe 1.21 — ARA).
O caráter especial e único da “palavra dos profetas” a torna sui generis.
Ela pode fazer qualquer pessoa sábia para a salvação em Cristo Jesus e é
proveitosa para ensinar, repreender, corrigir, redarguir e instruir em
justiça (2 Tm 3.15,16). Nenhuma literatura no mundo tem essa mesma
prerrogativa.
3. A autoridade dos Profetas Menores. A
Igreja submete-se inquestionavelmente à autoridade dos apóstolos, e essa
é a vontade de Deus. Pois, os Evangelhos de Mateus e Lucas, ou pelo
menos um deles, são colocados no mesmo nível do Antigo Testamento (1 Tm
5.18; Dt 25.4; Mt 10.10; Lc 10.7). O mesmo acontece com as epístolas
paulinas (2 Pe 3.15,16). Essa é uma forma de se reconhecer
definitivamente o Novo Testamento como Escritura inspirada por Deus.
Depreende-se, então, que todos os livros da Bíblia têm o mesmo grau de
inspiração e autoridade. Logo, devemos dar a mesma atenção e
credibilidade aos escritos dos Profetas Menores (2 Pe 1.19).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Os livros dos Profetas Menores têm autoridade divina e são genuinamente inspirados por Deus.
CONCLUSÃO
Diante do exposto, os Profetas Menores, como parte
integrante das Escrituras inspiradas, não devem ficar em segundo plano.
Por isso, recomendamos que, já no início do trimestre, seja feita uma
leitura dos Doze Profetas. Esta facilitará a compreensão da mensagem
desses despenseiros de Deus. Convém ressaltar que o enfoque de cada
lição, aqui, raramente coincide com o assunto predominante de cada
livro, pois a escolha desses temas baseou-se nas necessidades do mundo
de hoje.
SOARES, E. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
SOARES, E. Visão Panorâmica do Antigo Testamento. RJ: CPAD, 2003.
ZUCK, R. B. (Ed.). Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2009.
SOARES, E. Visão Panorâmica do Antigo Testamento. RJ: CPAD, 2003.
ZUCK, R. B. (Ed.). Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2009.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Lexográfico
“Profetismo
Movimento que, surgido no século VIII a.C, em
Israel, tinha por objetivo restaurar o monoteísmo hebreu, combater a
idolatria, denunciar as injustiças sociais, proclamar o Dia do Senhor e
reacender a esperança messiânica num povo que já não podia esperar
contra a esperança.
Tendo sido iniciado por Amós, foi encerrado por
Malaquias. João Batista é visto como o último representante deste
movimento” (ANDRADE, C. C. Dicionário Teológico. 8 ed., RJ: CPAD, 1999, p.244).
“O Ofício Profético
O termo hebraico naby
define em si o profeta como porta-voz de Deus. Enquanto pregava para a
própria geração, o profeta também predizia eventos no futuro. O aspecto
duplo do ministério do profeta incluía declarar a mensagem de Deus e
predizer as ações de Deus. Assim, o profeta também era chamado de
‘vidente’ (hb.: roeh), porque podia ver eventos antes de estes acontecerem.
A Bíblia relata o profeta como alguém que era aceito
nas câmaras do conselho divino, onde Deus ‘revela o seu segredo’ (Am
3.7)” (LAHAYE, T. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1 ed., RJ: CPAD, 2008, p.383).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
Os Profetas Menores
“Os livros dos Profetas Menores são chamados assim
por causa da brevidade relativa em comparação a Isaías, Jeremias e
Ezequiel, e não porque sejam menos teologicamente importantes. Os doze
livros que compõem os Profetas Menores variam em data entre os séculos
VIII e V a.C:
Embora os acontecimentos registrados em Jonas tenham ocorrido no século VIII, a data da autoria do livro é incerta.
[...] Diversos temas teológicos se sobrepõem a
maioria destes profetas, especialmente nos mesmos períodos cronológicos
acima esboçados.
Os profetas não falaram sobre Deus em termos
abstratos de filosofia ou teologia. Falaram dEle como alguém ativamente
envolvido no mundo que Ele criou e intimamente interessado no povo do
concerto” (ZUCK, R. B. Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD. 2009, pp.429-30).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
A atualidade dos profetas menores
Neste semestre começamos o estudo dos profetas
menores. Essa designação “profetas menores” não representa uma forma de
atribuir menor valor a esse grupo de profetas em relação ao grupo
anterior, Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel, também conhecidos como
profetas maiores. Essa designação é referente à classificação feita pela
igreja latina, que de forma didática, separou esses livros pela
extensão de seu conteúdo, e da mesma forma que os profetas maiores, os
profetas menores foram igualmente inspirados por Deus, e têm tanta
autoridade quanto os demais.
Uma advertência precisa ser trazida aos que vão
estudar os profetas menores. A profecia é preditiva, ou seja, apresenta
informações sobre o que há de acontecer no futuro. Mas dizer o que ainda
vai acontecer, para que tenhamos a certeza de que Deus realmente falou
por meio dos profetas, é apenas uma das funções da profecia. Os
profetas, inspirados por Deus, olharam para o futuro, mas também para os
seus próprios dias. Eles denunciaram os pecados do povo quando esse se
desviava dos caminhos do Senhor. Amós, por exemplo, clamou contra as
pessoas ricas de sua época, que de forma injusta, tomavam terras dos
mais pobres, deixando-os não apenas sem abrigo, mas também sem condições
de ter trabalho cotidiano. Obadias condenou a participação dos edomitas
em um ataque contra Judá, pois tinham ascendência comum, e como irmãos,
jamais poderiam viver com animosidade. Miqueias clamou para que o
ritualismo não fosse superior à obediência, e para que seu povo não
pensasse que poderia manter os rituais e serem desobedientes a Deus.
Jonas foi mandado a pregar aos ninivitas, e aquela geração se
arrependeu. Na geração seguinte, tornaram a fazer as coisas erradas que
Deus abominava, e Deus usa Naum para decretar o juízo àquela nação.
Esses são exemplos necessários para que não olhemos
os profetas apenas como aqueles que profetizaram sobre o futuro, mas que
olharam para a sociedade em seus dias e proclamaram a Palavra do
Senhor, a fim de que seus contemporâneos se arrependessem e se voltassem
de coração ao Deus de Abraão, Isaque e Jacó. Os profetas nos mostram
que o povo de Israel (e nós também) precisava se arrepender de seus
pecados, para finalmente, serem aceitos por Deus.
Portanto, estudar os profetas menores é um dever dos
cristãos que desejam ter suas vidas alinhadas com a vontade de Deus no
que tange à vida pessoal e às práticas diárias.
Nesta lição, serão apresentadas informações gerais destes livros,
trabalhem de forma objetiva os seguintes pontos: A origem do termo
“Profetas Menores” Contexto histórico da época dos Profetas Menores
Inspiração e autoridade destes livros Mensagem dos livros e sua
atualidade
Para concluir, utilizem a dinâmica “Eu te Conheço?”
Para concluir, utilizem a dinâmica “Eu te Conheço?”
Tenham todos uma boa aula, e um proveitoso trimestre.
Exerça neste domingo sua cidadania. Após a EBD, vá ás urnas e vote consciente.
Grande abraço a todos, que mesmo distante e sem ver e conhecer, aprendi a amar muito.
Vocês fazem parte de minha vida e consequentemente, das minhas orações.Orem também por mim, por favor.
Vivam vencendo!!!
Seu irmão, sempre, o menor de todos.
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