A Frustação pastoral. Que situação dificil!
Num retiro de pastores, um colega me
indagou qual a minha frustração pastoral após quatro décadas como
pastor. Respondi que era ter que preparar mamadeiras para crianças que
nunca cresceram espiritualmente. A maior parte do tempo e das emoções de
um pastor (e da igreja) é gasta cuidando de gente que não amadurece.
Um colega disse que em sua igreja ele
precisa telefonar para todos os membros ou visitá-los durante a semana,
senão eles não vão à igreja, por que “não foram tratados como merecem”.
Em uma igreja, um crente se escondia atrás de uma coluna e no dia
seguinte telefonava para saber se o pastor sentira sua falta. Igreja é
hospital, recebe doentes, mas é lugar de cura. Há doentes que se recusam
à cura. Querem afagos. O Espírito Santo não produz doença, e sim saúde.
Mas as igrejas estão cheias de doentes emocionais. Um diácono, líder de
visitação numa igreja, falou-me de um irmão que mudara de denominação
porque na nova tratavam-no como se fosse a primeira vez que lá chegara.
Este não entendeu o evangelho!
Há igrejas que falam muito de cura.
Nesta semana ouvi pela tevê um pregador repreender (?) câncer,
reumatismo, tumores e todas as doenças. E as doenças espirituais? Nunca
vi alguém repreender a infantilidade, melindres e criancice emocional.
Quando eu era criança, havia a figura do garoto que era “pereba”, como a
gente dizia (ruim de bola), mas era o dono da bola. Até pênalti ele
batia. E perdia! Se não, levava a bola para casa. Em criança, vá lá. Em
adulto pega mal!
Parte do tempo para treinar pessoas para
o serviço cristão se perde com bebês espirituais. Muito de nossas
emoções se gasta afagando criancinhas em Cristo. Poderíamos investi-las
na busca de pessoas para Cristo.
O alvo de Deus para nós é chegarmos “ao
estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo; para
que não sejamos mais inconstantes como crianças…” (Ef 4.13-14). Devemos
ser crianças na malícia, mas adultos no entendimento (1Co 14.20).
Crianças espirituais impedem a marcha da igreja de Jesus. São clientes e
não soldados engajados na luta!
Graças a Deus que a igreja não se compõe
só de deficientes espirituais. Há adultos espirituais, confiáveis, “pau
pra toda a obra”. Em Monte Dourado, o irmão Sales, meu hospedeiro para
os cursos de treinamento da COBAP, falava-me de alguns irmãos da igreja e
dizia: ”São gente com que se pode contar a qualquer hora. Se a igreja
precisar deles às 3 da manhã eles estarão lá”. Cá na Central também os
há!
Frustram-me crianças espirituais que
demandam cuidados para darem um mínimo de resposta à igreja. Mas
realizo-me com tantos adultos, “pau pra toda a obra”. Deus tenha
misericórdia das crianças. Que elas tenham juízo e cresçam. Deus seja
louvado pelos maduros. Que eles nunca desanimem!
FONTE: http://www.isaltino.com.br/
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